Para portugal, quais foram as principais consequências do bloqueio continental?

Portugal no início do século XIX era uma monarquia absoluta com um enorme império transcontinental. Destacava-se o Brasil e o atlântico como o centro da economia lusa. Portugal tinha passado à margem da Revolução francesa, graças à enorme prosperidade comercial com o Brasil. As invasões francesas puseram fim a este mundo. Com a corte no Brasil, a guerra no continente e a presença inglesa, a situação económica e política degradou-se levando à revolução de 1820.

No início do século XIX, Portugal tinha um império repartido por três continentes: Ásia; África e América. Porém, no século XVII o atlântico era já o centro da economia portuguesa. Desde o final da centúria de oitocentos, o país passava por uma fase de crescimento económico graças ao regime de exclusividade com o Brasil que permitia um fluxo comercial sem precedentes com os dois lados do atlântico. A monarquia sabia que a sua sobrevivência estava ligada ao comércio brasileiro.

Em termos políticos o país era uma monarquia absoluta, as ideias liberais circulavam num círculo muito restrito e a revolução em França teve pouco impacto no país. A prosperidade comercial tinha apaziguado a sociedade e a matriz da política externa portuguesa era manter a neutralidade nas grandes questões europeias.

Face à guerra europeia, Napoleão decretou o bloqueio continental, em 1806, com o intuito de derrotar a Inglaterra. Portugal ficou colocado num dilema: ao aceitar o bloqueio indispunha-se com a sua aliada de séculos e punha em causa uma parte significativa da sua economia; rejeitá-lo seria a guerra com França. Tentou negociar evitando a invasão, o que não conseguiu.

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Partida de D. João VI e da corte para o Brasil

Napoleão, após concluir um acordo com a Espanha, em novembro de 1807 entrou em Portugal pela província da Beira. Com o inimigo em casa e sem possibilidade de lhe fazer frente, a corte portuguesa partiu para o Brasil com escolta inglesa.

Durante três anos Portugal continental lutou contra três invasões francesas. 1807/1808 aconteceu a primeira pela mão do general Junot, em 1809 a segunda invasão a cargo de Soult e a terceira, liderada por Massena, em 1810, sendo esta a mais dramática, com batalhas como a do Buçaco ou a construção das linhas de Torres Vedras para proteger a capital. A expulsão dos franceses não teria sido possível sem a presença do exército inglês que contou também com uma feroz resistência da população ao ocupante.

As invasões deixaram o país arruinado. A agricultura e a indústria sofreram golpes brutais. Mas o maior impacto deu-se no comércio com o Brasil. Após a chegada à colónia o príncipe D. João abriu os portos brasileiros ao comércio internacional, em 1808. foi o fim da exclusividade comercial do Brasil com Portugal.

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A entrada de Junot em Lisboa

Em 1810 Portugal assinou um tratado de comércio com a Inglaterra, dando grandes vantagens a Londres no comércio brasileiro e, finalmente, em 1815 foi proclamado o reino unido de Portugal e do Brasil, com capital no Rio de Janeiro. Era o fim do modelo económico e político do Portugal de Antigo Regime, deixando o continente numa situação económica difícil, dependente das importações inglesas, desequilibrando fortemente a balança comercial.

Apesar do fim da guerra na Europa em 1815, D. João VI não mostrava interesse em voltar a Portugal. Os britânicos, liderados por Beresford, mantinham-se no país e na prática Portugal era um protetorado inglês. A situação era dramática: não havia direção política e a economia estava arruinada. Os desencantados começavam a pensar em soluções que expulsassem os ingleses do país, que renovassem a economia e que o rei regressasse.

A presença inglesa controlava o exército e reprimia as ideias liberais. Neste contexto, houve uma revolta do exército liderada pelo general Gomes Freire de Andrade em 1817, que foi violentamente reprimida. Em 1818 foi criado o Sinédrio, um grupo de notáveis do Porto, liderado por Manuel Fernandes Tomás, onde pontificavam também José da Silva Carvalho ou José Ferreira Borges, que começou a preparar a revolução. Este grupo defendia os ideias liberais.

De facto, não se viam soluções. A perda do comércio brasileiro, a ausência da corte em Lisboa, a forte presença dos britânicos em Portugal, com o intuito de manter o país amarrado aos seus interesses políticos e económicos, desagradava totalmente às elites intelectuais que pretendiam recuperar a liberdade de ação política e económica.

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O Dia do Fico, no Brasil

Entretanto, o ano de 1820 viu desencadear-se uma série de revoluções liberais na Europa do sul, desde alguns estados italianos, passando pela Grécia e Espanha. Tendo como pano de fundo a situação económica e política portuguesa e o contexto internacional, no Porto a 24 de agosto de 1820 deu-se uma revolta do exército. Os coronéis Cabreira e Sepúlveda fizeram um pronunciamento militar onde defenderam: o regresso do rei; a expulsão dos ingleses; a regeneração da pátria e a elaboração de uma Constituição.

1820 é um marco para a História política portuguesa. Ela simboliza o início da primeira experiência liberal que teve como motor o favorável contexto internacional, as invasões francesas e as suas consequências, a presença britânica que se estendeu no tempo e que agravou a situação política e económica.

Qual foi a consequência do Bloqueio Continental para Portugal?

As consequências do Bloqueio Continental foram o fortalecimento do império da França na Europa, apesar da rivalidade com a Inglaterra, e o início do processo de independência das colônias portuguesa e espanhola na América. As metrópoles ibéricas enfraqueceram-se por conta da invasão das tropas da França.

O que foi o Bloqueio Continental e como ele afetou Portugal?

O Bloqueio Continental foi um decreto assinado pelo imperador francês Napoleão Bonaparte em 1806. Essa resolução proibia países europeus de comercializarem produtos ingleses. Napoleão Bonaparte foi imperador da França e decretou o Bloqueio Continental para arruinar a economia da Inglaterra.

O que foi o Bloqueio Continental e quais as suas consequências?

O Bloqueio Continental foi uma imposição de Napoleão para que todos os Estados na Europa proibissem a entrada de mercadorias inglesas em seus países, a fim de fortalecer o comércio francês. Esse fato foi uma das causas do desgaste da França, uma vez que essa medida não foi bem vista pelos demais países europeus.

Quais foram as consequências desse bloqueio para Portugal e para o Brasil?

Resposta verificada por especialistas Isto acabou aumentando as dívidas externas de Portugal, acelerou a independência do Brasil e o declínio do Império Português.