Que relação existe entre o retículo endoplasmático rugoso e o complexo golgiense?

Texto 4 - A Rota Secretora: o Retículo Endoplasmático e o Complexo de Golgi

8. O complexo de Golgi

O complexo de Golgi constitui, como mencionado acima, a segunda estação da rota secretora (Fig.1). Esta interessante organela, encontrada em praticamente todas as células eucarióticas em íntima associação funcional com o retículo endoplasmático, deve seu nome ao italiano Camillo Golgi, um dos primeiros pesquisadores a descrevê-la em células nervosas, no fim do século XIX.

Particularmente desenvolvido em células voltadas para a secreção de substâncias, em cujo processo desempenha um papel fundamental, o complexo de Golgi é constituído, em essência, por conjuntos de cisternas achatadas e vesículas associadas (Fig. 8). As cisternas de cada conjunto estão arranjadas como uma pilha de pratos, sendo o número de cisternas por conjunto, assim como o número de conjuntos por célula, bastante variável, de acordo com o tipo celular. As cisternas, com suas bordas normalmente dilatadas, dispõem-se, geralmente, num crescente, de tal forma que em cada conjunto pode-se definir uma face convexa (ou face cis) e uma face côncava (ou face trans).

Que relação existe entre o retículo endoplasmático rugoso e o complexo golgiense?

Figura 8: Micrografia eletrônica mostrando um complexo de Golgi formado por uma pilha de cisternas e vesículas associadas de diferentes tamanhos. ETRE - elemento de transição do retículo endoplasmático; G - complexo de Golgi; M - mitocôndria; RER - retículo endoplasmático rugoso.

Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10ª Ed. Guanabara Koogan S.A. 2004.

A face cis localiza-se próxima a regiões especializadas do retículo endoplasmático (ver adiante), enquanto a face trans se encontra em associação com vesículas secretoras. Esta polaridade morfológica do complexo de Golgi é reforçada pelo fato das cisternas serem bioquimicamente distintas, tanto com relação às membranas quanto ao conteúdo. Assim, pode-se reconhecer, basicamente, três grupos de cisternas: as cisternas cis, as medianas e as trans, sendo o número de cisternas em cada grupo, variável, de célula para célula. Existe, ainda, uma cisterna mais trans especializada, denominada de rede trans-Golgi, que é a porta de saída da organela e responsável pela destinação final das substâncias que por ela passam.

O complexo de Golgi pode ser considerado como uma das estações mais importantes no tráfico intracelular de macromoléculas sendo responsável pela síntese, processamento, compartimentação e destinação de uma grande variedade de substâncias. Muitas delas passam pelo complexo de Golgi já em algum estágio de sua maturação, usualmente logo após sua síntese inicial no retículo endoplasmático.

A função sintética do complexo de Golgi é evidenciada por sua capacidade em alterar significativamente as macromoléculas que transitam pela organela, através de uma glicosilação terminal seqüencial, proteólise específica, sulfatação, fosforilação e adição de ácidos graxos. Em outros casos, a organela está comprometida na elaboração inicial da substância, como é o caso da síntese de glicolipídios e de carboidratos complexos. Estes últimos incluem as chamadas glicosaminoglicanas, que podem, ainda, serem ligados a proteínas para formarem moléculas glicoprotéicas mais complexas denominadas de proteoglicanas.

Transcrição de vídeo

RKA - Nos vídeos anteriores, falamos sobre o processo que começa com o DNA para a síntese do RNA mensageiro (RNAm). Esse processo é chamado de "transcrição" e ocorre no núcleo. Logo depois que o RNA mensageiro sai do núcleo, faz uma ligação com o ribossomo e então é traduzido em uma proteína. Essa parte é realizada por um ribossomo, ou seja, está acontecendo no ribossomo. Agora que você já possui uma visão geral do que está acontecendo, vou tentar detalhar um pouco mais isso tudo que acontece, ou a estrutura onde essas coisas acontecem dentro da célula. Vou desenhar o núcleo de forma mais detalhada, para que você possa ver o que está acontecendo em sua membrana. Esse aqui é o núcleo, eu vou desenhar um núcleo com duas linhas, já que se tratam de duas camadas lipídicas. Isso aqui é uma camada lipídica, ok? E essa aqui também é outra camada lipídica. É claro que eu não estou desenhando em escala, estou fazendo uma representação só para ter uma ideia de como as coisas são. Então, temos essas duas linhas. Se fosse aproximar aqui, em cada uma dessas linhas, então a gente vai aproximar aqui, eu vou fazer uma caixa ampliada aqui para que você possa ver essa bicamada lipídica. Uma bicamada lipídica é muito parecida com isso. O círculo representa a porção hidrofílica, e essas linhas representam uma porção hidrofóbica. Então, aqui, nós temos essa bicamada lipídica. Então, a pergunta que eu quero fazer para você é: como que o RNA mensageiro está passando através disso? E é claro, a transcrição está acontecendo, você tem o DNA, você tem o RNA mensageiro, está tudo aqui nessa grande sopa de cromatina dentro do núcleo. Então, como que o RNA mensageiro passa por essa dupla camada lipídica? A forma que o RNA mensageiro atravessa essa dupla camada, é através do "poro nuclear". O poro nuclear é basicamente um túnel, e existem milhares deles. São túneis que passam pela camada bilipídica, túneis compostos por um punhado de proteínas. Nessa representação, estamos vendo como se as proteínas estivessem atravessadas, mas você pode imaginar isso se pensar em três dimensões. Aí sim, você vai poder imaginar como se fosse um túnel, um túnel constituído de proteínas que atravessam a dupla camada lipídica. Assim, o RNA mensageiro pode sair e achar o ribossomo livre, e logo depois ser traduzido em uma proteína. Mas, claro que esse não é o quadro geral. Quando você produz uma proteína usando o ribossomo livre, isso vai servir apenas para proteínas que são usadas dentro da célula. Vou desenhar uma célula inteira aqui. Essa daqui é a célula, e esse daqui é o citosol da célula. Algumas pessoas confundem os termos "citosol" e "citoplasma", e talvez você caia nesse erro também, mas "citosol" são todos os fluidos entre as organelas, já o "citoplasma" é tudo que está dentro de uma célula. Então, temos o citosol, as organelas, e tudo que está dentro das organelas, e tudo isso está no citoplasma. Ou seja, citoplasma é tudo que está dentro da célula, e o citosol é apenas o fluido entre as organelas. Mas, continuando, os ribossomos livres traduzem o RNA mensageiro em proteínas, que são usadas dentro da célula. As proteínas podem flutuar pelo citosol, como se fossem icebergs, e são usadas do jeito que for necessário para a célula. Mas, algumas perguntas são necessárias nesse ponto. Como uma proteína sai da célula? Como ela vai para a membrana celular? Como as proteínas são colocadas dentro da membrana plasmática? E como vão para fora da célula? Sabemos que células se comunicam de todas as formas diferentes, além de produzirem proteínas para outras células, ou para serem utilizadas na corrente sanguínea, ou ainda para o que quer que seja, e é isso que vamos focar nesse vídeo. Então, para começar, vamos ver esse local aqui, esse espaço entre essas duas membranas, que é chamado de "espaço perinuclear". Ou seja, todo esse espaço aqui entre a membrana externa e interna é o espaço perinuclear. Então, deixa eu escrever isso aqui. Essa daqui é a membrana nuclear interna, e essa daqui a membrana nuclear externa. Se você continuar seguindo a membrana nuclear externa, você chega a uma rede de túbulos achatados e interconectados, assim. Isso aqui é considerada outra organela completamente separada. Então, temos algo parecido com isso aqui, vou tentar desenhar da melhor forma possível. Essa organela é chamada de retículo endoplasmático, então, isso aqui é o retículo endoplasmático. É bom falar que o retículo endoplasmático é essencial para iniciar a produção, e mais tarde, o empacotamento de proteínas, que podem ser imersas na membrana celular, ou ainda ser utilizadas fora da célula. Mas como que isso ocorre? Bem, antes vamos falar um pouco sobre o retículo endoplasmático. O retículo endoplasmático possui duas regiões. Uma dessas regiões é o retículo endoplasmático rugoso. O retículo endoplasmático rugoso possui um monte de ribossomos. Isso aqui é um ribossomo livre, e esse outro é um ribossomo aderido. Esses são os ribossomos aderidos na membrana do retículo endoplasmático. Essa região, onde os ribossomos estão aderidos, que é o retículo endoplasmático rugoso. Eu vou simplesmente escrever "Re Rugoso" só para facilitar, ok? Afinal, essa abreviação fica bem melhor. O retículo endoplasmático atua na síntese proteica, auxiliando proteínas a ficarem prontas para sair da célula. Não vamos esquecer também do nosso RNA mensageiro. Você tem o RNA mensageiro, que encontra um desses ribossomos aderidos ao retículo endoplasmático rugoso. Assim, conforme a proteína é traduzida, ela não será traduzida para dentro do citosol, mas será traduzida para o lado do retículo endoplasmático rugoso. Você pode até dizer que será dentro do retículo endoplasmático rugoso, no lúmen do retículo endoplasmático rugoso. E vou desenhar um pouco maior para melhorar a visualização. Digamos que isso daqui é a membrana do retículo endoplasmático, ok? E enquanto a proteína, ou melhor, o RNA mensageiro está sendo traduzido em proteína, o ribossomo pode se aderir. Aqui está o RNA mensageiro, que está sendo traduzido, digamos que está indo nesse sentido aqui, aqui está a membrana do retículo endoplasmático, então, vamos escrever isso aqui, "membrana do retículo endoplasmático". Vou desenhar dessa forma. Eu poderia desenhar assim, essa é a camada bilipídica contínua, e isso aqui é uma bicamada lipídica, e eu vou desenhar dessa forma aqui. Mas, voltando às ideias que a gente estava conversando. Em um certo ponto no processo de tradução, a proteína é liberada no lúmen do retículo endoplasmático, ou seja, enquanto está sendo traduzida, ela pode ser liberada para o lúmen no retículo endoplasmático. Aqui está o lúmen do retículo endoplasmático, e estamos no interior do retículo endoplasmático aqui. E aqui, estamos fora, no citosol. É assim que a proteína fica dentro do retículo endoplasmático. Mas, chega um certo momento que elas brotam. Então, vamos dizer que a proteína está bem aqui. A outra região, que a gente tem que falar também, é o retículo endoplasmático liso. E o retículo endoplasmático liso possui diversas funções, mas não vou entrar em muitos detalhes de como ele está envolvido aqui no processo agora não, ok? Mas em algum momento a proteína pode se destacar, e deixa eu desenhar aqui a proteína saindo. Digamos que isso aqui seja a membrana do retículo endoplasmático, e que uma proteína chegou até aqui. Dessa forma, é possível que ela saia. Inicialmente, ela fica desse jeito, e depois se transforma nessa outra aqui, mais ou menos dessa forma. Acho que você já adivinhou como isso vai terminar, não é? Desse outro jeito aqui. Para algo parecido com isso, já totalmente fora. Quando você tem uma proteína, ou qualquer coisa, que esteja sendo transportada pela célula com essa pequena membrana, nós chamamos isso daqui de "vesícula". A proteína é empacotada e acaba dentro de uma vesícula. E isso aqui, agora, é uma vesícula. Vou desenhar aqui algumas vesículas que tenham algumas proteínas. Agora, a vesícula pode ir para o Complexo de Golgi, e vou tentar desenhar aqui da melhor forma possível. E esse aqui é o Complexo de Golgi. Existem desenhos bem melhores que este, mas esse é só para você ter uma ideia do que é o Complexo de Golgi. Só um detalhe interessante: o Complexo de Golgi é chamado "Golgi" em homenagem ao citologista italiano Camillo Golgi, que foi o primeiro a observá-lo. Mas voltando, agora a vesícula faz o caminho oposto e se liga à membrana de Golgi. E, uma vez que as proteínas chegam ao interior do corpo de Golgi, elas sofrem um processo de amadurecimento, para ficarem prontas para serem transportadas para fora da célula, ou até mesmo para serem inseridas na membrana celular. Portanto, isso aqui é o Complexo de Golgi. E uma vez terminado todo esse processo no Complexo de Golgi, o resultado final é uma proteína madura e funcional, pronta para ser utilizada. E essa daqui é uma proteína madura completamente funcional. E ela ainda pode ser transportada para a membrana celular, podendo se inserir na membrana celular, ou ainda ser transportada para fora da célula.

Qual a relação entre o Reticulo Endoplasmatico rugoso e o complexo de Golgi?

O complexo golgiense é responsável pela secreção de substâncias produzidas no retículo endoplasmático e também por secretar as macromoléculas produzidas por ele próprio, como a pectina.

Qual a relação existente entre os Retículos Endoplasmáticos rugosos complexo de Golgi e lisossomos?

Existe uma relação funcional entre o RER, o complexo de Golgi e os lisossomas (assim como com as vesículas de secreção). Os lisossomas formam-se na face de maturação do complexo de Golgi. Podem unir-se a uma vesícula endocítica e formar um corpo de maiores dimensões - um vacúolo digestivo.

Qual a função do retículo endoplasmático liso e rugoso e do complexo de Golgiense?

O retículo endoplasmático é uma organela que está relacionada com a síntese de moléculas orgânicas. Existem 2 tipos de retículo: o liso e o rugoso, que tem formas e funções diferentes. O rugoso é associado aos ribossomos e à síntese de proteínas, enquanto o liso produz os lipídios.

Qual a relação existente entre o retículo endoplasmático rugoso e o núcleo?

Resposta: a) O retículo endoplasmático rugoso tem esse nome por causa dos ribossomos encontrados ao longo de sua estrutura. Os ribossomos, por sua vez, são estruturas formadas nos nucléolos. Aliás, ambos são constituídos basicamente por RNA.