Quem é arthur zanetti

O começo - Arthur Zanetti nasceu em São Caetano do Sul, no ABC paulista, em 16 de abril de 1990. Começou na ginástica artística aos 7 anos, seguindo o conselho do professor de educação física Sérgio Oliveira dos Santos, do Colégio Metodista, onde estudou entre 1995 e 2002. “Queria jogar futebol, mas era muito ruim”, conta o ginasta. Ao observar o menino, mais baixo que os outros alunos, mas ágil e com o tronco forte, o professor sugeriu aos pais que o levassem para fazer um teste para ginástica artística na SERC (Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural) Santa Maria, em São Caetano do Sul (SP).

Na SERC, Arthur começou a treinar com Cláudia Cobo, por um curto tempo, antes de ter Marcos Goto como técnico. No início, a rotina exaustiva de treinos desanimava o menino. A avó, Neide Thomazzo desempenhou um papel importante para que o menino não desistisse do esporte. Toda vez que ele tentava achar uma desculpa para não ir ao ginásio – “eu não gostava de andar para pegar o ônibus, arrumava desculpas, reclamava”, conta Arthur – a ­­avó prometia uma “passadinha” na padaria. Arthur ia direto para as bombas de chocolate, ainda hoje um de seus doces preferidos.

Aos 9 anos, Arthur deu início à caminhada que o levaria ao pódio das mais importantes competições do mundo. Marcos Goto veio de Guarulhos para montar um trabalho com a ginástica artística em São Caetano. Começou selecionando um grupo de sete ginastas, Arthur entre eles, que poderiam evoluir. “O Arthur era baixo, mas muito forte. Eu o fazia chorar todo dia…”, lembra Goto. A dupla treina ainda hoje na SERC, da Prefeitura de São Caetano – a ginástica é administrada pela Associação de Ginástica Artística Di Thiene de Pais e Mestres (Agith).

Seleção brasileira – A primeira convocação para a seleção brasileira veio em 2007, para o Mundial de Stuttgart, na Alemanha. Arthur não trouxe medalha, mas tornou-se presença constante na lista de convocados nos últimos 14 anos. Em 2009, em Londres, foi o primeiro ginasta brasileiro finalista nas argolas em um Mundial – terminou na quarta colocação.

Nos Jogos Olímpicos de Londres Arthur fez uma apresentação impecável, com nota 15.900 para o ouro, superando o chinês Yibing Chen (15.800), campeão olímpico em Pequim/2008, que ficou com a prata, e o italiano Matteo Morandi (15.733), com o bronze.

Foi o melhor atleta do ano e ganhador do Prêmio Brasil Olímpico em 2012 e 2014. Em 2013, um elemento de difícil execução e extrema força, foi incluído no Código de Pontuação com o seu nome, apresentado na etapa da Copa do Mundo de Anadia (POR). Em 28 de setembro, a Federação Internacional de Ginástica atribuiu ao novo elemento valor F como nota e o elemento passou a integrar o Código de Pontuação.

Voltou ao pódio olímpico com a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio, em 15 de agosto de 2016 (15.733). O grego Eleftherios Petrounias foi o campeão (16.000) e o russo Denis Abliazin ficou com o bronze (15.700). “Foi um resultado incrível que ficou na minha memória”, disse Arthur. “O ouro de Londres foi muito importante, mas pouquíssimos atletas podem dizer que foram medalhistas olímpicos em casa como eu fui. A prata em casa foi tão importante quanto o ouro em Londres. Foi demais a emoção de ganhar uma medalha olímpica no Brasil.”

Arthur sempre teve como ponto forte o fato de ter boa execução de sua série – uma sequência de dez elementos que dura menos de um minuto –, de fazer uma apresentação ‘limpa’. Na seleção, manteve regularidade com resultados importantes.

Além das medalhas olímpicas Arthur Zanetti é dono de quatro medalhas ganhas em Campeonatos Mundiais, nas argolas. O título mundial veio em Antuérpia/2013 (BEL), as pratas no Mundial de Tóquio/2011 (JAP), de Nanning/2014 (CHI) e de Doha-2018 (CAT). Ainda tem duas medalhas de ouro nas Universíades de Shenzhen/2011 (CHN) e Kazã/2013 (RUS) e seis medalhas em Jogos Pan-Americanos – prata nas argolas e ouro por equipes em Guadalajara/2011 (MEX); ouro nas argolas e prata por equipe nos Jogos Pan-Americanos de Toronto/2015 (CAN); ouro por equipe e prata nas argolas em Lima-2019 (PER).

Com participação de Arthur Zanetti, o Brasil conseguiu a melhor colocação da história por equipe no Mundial de Nanning, na China, em 2014. O Brasil ficou em sexto (263.562) – até então, a melhor classificação da equipe brasileira em um Mundial havia sido a 13ª posição de Tóquio/2011. Em 2015 o Brasil foi top 8 por equipes no Mundial de Glasgow, Escócia.

Arthur Zanetti começou o atual ciclo olímpico em 2017 retornando aos treinos, seis meses após cirurgia no ombro esquerdo, feita dias após o fim dos Jogos Olímpicos do Rio para corrigir um rompimento no tendão no manguito rotador. O ano de 2017 também começou com mudanças no Código de Pontuação da FIG e as notas da ginástica ficaram menores em relação a temporada anterior.

Sempre foi acomanhado por uma comissão interdisciplinar – técnico, médica, psicóloga, fisioterapeutas, nutricionista e auxiliares técnicos. Desde a primeira medalha olímpica, tem o apoio de gestores de mídia e de carreira que o acompanham no dia a dia.

Por trás do campeão, o apoio da família - A família desempenha um papel importante na carreira de Arthur Zanetti. Além do apoio emocional, o pai, Archimedes Zanetti, mecânico industrial e microempresário, fabricava equipamentos acessórios para auxiliar no treinamento do filho e de outros ginastas (plataforma de acesso às argolas, pinos para levantamento de peso, argolinhas para as crianças, miniparalela, suporte para o pó de magnésio).

Roseane e Archimedes, pais de Arthur, sempre acompanharam o filho. Estavam em Londres e no Rio, mas não puderam ir para Tóquio. “Ele é um excelente filho, exemplar, disciplinado, com objetivos, vai atrás do que quer, não se deixa vencer”, disse Roseane. “O nível da competição está altíssimo. Graças ao trabalho que foi feito, aconteceu o programado. Ele fez o papel dele, está de parabéns. A gente fica muito emocionado”.

O ginasta também tem forte ligação com o irmão, Victor, três anos mais velho, que traz no peito, na altura do coração, uma tatuagem do rosto de Arthur, completada com a medalha de ouro olímpica.

Em 2017, Arthur Zanetti concluiu o seu bacharelado em Educação Física, pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS). É casado com Jéssica Coutinho e pai de Liam que nasceu em 13 de setembro de 2020. Com o adiamento da Olímpiada causado pela pandemia da COVID-19, Arthur acompanhou de perto a gestação da mulher e o nascimento do filho.

Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith, tem patrocínio da adidas, Loterias Caixa, Fligth Cargo, Força Aérea Brasileira (FAB) e Bolsa Atleta do Governo Federal.

Saiba mais: www.facebook.com/ArthurZanettiOficial e https://instagram.com/arthurzanetti.

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