Ciclo de vida da sacola plástica

A Braskem, a Fundação Espaço ECO e o Instituto Akatu apresentaram um estudo comparativo sobre o uso de diferentes tipos de sacolas para transporte de compras de supermercado, bem como os impactos econômicos e ambientais de cada alternativa. A análise foi desenvolvida pela Fundação Espaço ECO, entidade que busca o desenvolvimento sustentável por meio do compartilhamento de conhecimento e tecnologias aplicadas em ecoeficiência, educação socioambiental e restauração ambiental. A divulgação do estudo tem o apoio do Instituto Akatu de consumo consciente.

Foi analisado o ciclo de vida de algumas opções de sacolas disponíveis no mercado brasileiro, entre elas algumas descartáveis (de polietileno tradicional, de polietileno de cana-de-açúcar e as aditivadas com promotor de oxibiodegradação) e algumas retornáveis (papel, ráfia, tecido e TNT – tecido não tecido).

O estudo leva em consideração as condições atuais no país quanto a tecnologia, métodos de produção e impactos ambientais decorrentes, quando se considera alguns cenários de uso da sacola e de descarte de lixo pelos consumidores.

As alternativas de sacolas englobadas no estudo foram avaliadas por um ano, considerando variados cenários envolvendo maior ou menor volume de compras, maior ou menor frequência de idas ao supermercado, maior ou menor frequência de descarte do lixo, tipo de matéria-prima utilizada na produção das sacolas, capacidade de carga, custo de cada sacola, número de vezes em que é utilizada, reutilização ou não da sacola como saco de lixo e envio ou não da sacola para reciclagem.

A análise do ciclo de vida (ACV) foi ampliada para considerar o que é chamado de “ecoeficiência”, que avalia cada alternativa quanto ao seu impacto ambiental e seu custo – englobando desde a extração da matéria-prima até o descarte da sacola, passando pela sua produção e uso. Desta forma, toda a cadeia produtiva é considerada e analisada em relação ao impacto ambiental e o custo em cada uma de suas etapas.

O estudo mostra que a melhor opção de sacola depende do cenário em que ela é utilizada, podendo variar segundo o volume de compras, o número de idas ao supermercado e a frequência de descarte do lixo. “Foram feitas análises para diversos cenários e identificadas duas tendências. Por um lado, sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações que os consumidores têm menor volume de compras, maior frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo maior, que garanta o reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras, menor frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo menor, com baixa compra de sacos para condicionar o lixo”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço ECO.

Meio ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/01/2012

Unidades de sacolas enfrentam as intemp�ries na cobertura de pr�dio no campus do IPT: infelizmente a pesquisa n�o reproduz as condi��es reais de lan�amento das sacolas em meio org�nico, como nos lix�es.
[Imagem: IPT]

Embasamento cient�fico

Tente descobrir quanto tempo leva para que uma sacola pl�stica se degrade no meio ambiente e voc� encontrar� respostas que v�o dos 50 aos 500 anos.

Jornais, revistas, ONGs e mesmo o governo usam dados aleat�rios, mas ningu�m cita um estudo cient�fico para embasar as alega��es.

E por um bom motivo: n�o existem estudos sobre a degrada��o das sacolas pl�sticas nas condi��es brasileiras.

Isso significa que as legisla��es criadas em diversas partes do pa�s para banir as sacolas pl�sticas carecem de embasamento cient�fico.

Tirando a limpo

Agora, o Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas de S�o Paulo (IPT) decidiu tirar a quest�o a limpo.

"A sociedade precisa saber o que acontece depois do descarte," diz a pesquisadora Mara L�cia Siqueira Dantas, ao explicar as motiva��es do projeto.

O teste comparativo, que come�ou a ser realizado em outubro de 2011, vai permitir a compara��o, em igualdade de condi��es, pelo prazo de um ano, do processo de degrada��o de quatro tipos de sacolas de supermercados.

Ser�o comparados os seguintes materiais: polietileno comum (sacola tradicional de pl�stico), polietileno com aditivo para degrada��o, papel e TNT (sacola retorn�vel, feita de tecido-n�o-tecido, com base em polipropileno).

O estudo simula a condi��o de abandono das sacolas no meio urbano, j� que essa � a situa��o que boa parte desse material encontra.

Infelizmente, o estudo n�o simula as condi��es de um lix�o, por exemplo, onde ocorre a maioria do descarte incorreto do material, que � produzido tendo em vista a reciclagem.

Intemp�ries

O prazo do teste foi definido para que os exemplares possam enfrentar as quatro esta��es do ano e todo o tipo de intemp�rie.

O Instituto de Astronomia, Geof�sica e Ci�ncias Atmosf�ricas (IAG) da USP vai fornecer as informa��es meteorol�gicas do per�odo de vig�ncia dos testes.

Assim, a degrada��o das sacolas ser� considerada diante das vari�veis reais do clima, como temperatura, umidade relativa do ar, precipita��es pluviom�tricas, insola��o e dire��o e velocidade dos ventos.

O teste vai permitir a compara��o direta dos materiais: todas as sacolas estar�o expostas simultaneamente �s mesmas condi��es, sem vantagem ou desvantagem para nenhum material, o que � uma situa��o realista, pois n�o ser� simulada nenhuma condi��o espec�fica.

Degrada��o das sacolas pl�sticas

De acordo com a metodologia do projeto, 40 sacolas foram alocadas na cobertura de um dos pr�dios do campus do IPT, divididas em grupos de dez unidades. Cada um desses grupos � retirado conforme cada etapa � cumprida.

Assim, as sacolas s�o retiradas com um m�s, tr�s meses, seis meses e 12 meses.

Ao deixarem a exposi��o, as unidades voltam para o laborat�rio e passam por ensaios de resist�ncia mec�nica, perda de massa e perda de cor.

No total s�o realizados sete testes, e os dados s�o comparados com os testes das sacolas novas, apurados antes do in�cio da exposi��o ao tempo.

Segundo o pesquisador Rog�rio Parra, os principais agentes de degrada��o das sacolas pl�sticas s�o os raios ultravioleta (UV), a a��o mec�nica das chuvas e o ataque qu�mico da polui��o.

"As sacolas perdem massa, bem como a cor e suas qualidades mec�nicas", afirma o pesquisador, explicando que a tend�ncia � que o material venha a se esfarelar com a a��o do tempo.

Ciclo de vida das sacolas pl�sticas

A pesquisadora Mara afirma que esse trabalho poder� ser um passo para uma pesquisa mais profunda, com base em An�lise de Ciclo de Vida (ACV) focada em condi��es brasileiras, j� que os dados dispon�veis na literatura s�o experi�ncias realizadas com embalagens na Europa.

As an�lises de ciclo de vida representam um campo relativamente novo do conhecimento tecnol�gico.

Seu principal objetivo � fazer invent�rios das etapas de vida e de descarte de um produto, medindo assim os reais impactos ambientais.

H� relativamente pouca informa��o sobre os impactos de toda a vida de produtos no meio ambiente em condi��es tipicamente brasileiras - interpreta��es baseadas em dados importados podem levar a conclus�es equivocadas.

Polietileno degrad�vel

Com os resultados da pesquisa, a discuss�o sobre esses materiais e seus impactos poder� transcorrer com mais propriedade.

Segundo Mara, uma das quest�es que ser� respondida � quanto � efici�ncia, ou n�o, dos aditivos para tornar o polietileno degrad�vel.

"N�o h� consenso sobre a vantagem da adi��o dessa subst�ncia ao pl�stico," afirma.

Ela acredita que o trabalho poder� contribuir para a educa��o da sociedade, com a conscientiza��o do impacto do descarte desses materiais no meio ambiente.

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Sacolas de plástico podem levar entre 400 a mil anos para decompor, e viraram um símbolo de problemas causados pela poluição por plástico.

Qual é a vida útil do plástico?

Como vimos, o material demora de 450 a 500 anos para se decompor. A reciclagem deste produto é considerada a mais complexa dentre os materiais.

Como é feita a sacola de plástico?

Os sacos plásticos podem ser feitos de polietileno de baixa densidade, polietileno linear, polietileno de alta densidade ou de polipropileno, polímeros de plástico não biodegradável, com espessura variável entre 18 e 30 micrômetros. Anualmente, circulam em todo o mundo entre 500 a 1000 bilhões destes objetos.

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