Nada como um esporte ser encarado tamb�m como pr�tica de lazer. Em Bras�lia, n�o � raro se deparar com pessoas se equilibrando sobre uma fita. O Parque da Cidade virou um dos pontos favoritos de quem pratica slackline. De acordo com o professor de educa��o f�sica e praticante do esporte h� seis anos Guilherme Caetano, a modalidade pode ser encarada como meio ou como fim: “Quem faz como fim est� interessado no desafio, quer andar sobre fitas cada vez mais longas, fazer manobras etc; quem faz como meio aproveita a fita como ferramenta para trabalhar todo tipo de capacidade f�sica, for�a, resist�ncia, flexibilidade equil�brio e outros”.
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Segundo Guilherme, por um lado, a pr�tica do slackline como atividade f�sica tem diversos benef�cios: melhora da coordena��o motora, mais consci�ncia corporal e propriocep��o (capacidade em reconhecer sem utilizar a localiza��o espacial do corpo, sua posi��o e orienta��o, a for�a exercida pelos m�sculos e a posi��o de cada parte do corpo em rela��o �s demais) e, claro, equil�brio. “Todas essas capacidades s�o intimamente ligadas, mas considero importante ressaltar cada uma delas”, explica.
Por outro lado, o slackline se encaixa no modelo fitness das academias quando usado para melhorar capacidades f�sicas e � cada vez mais comum encontrar adeptos da fita para esse fim. “Por ser um esporte divertido e totalmente funcional se encaixou bem nas necessidades atuais desse mercado. Por esse motivo, � uma �tima op��o pra quem quer fazer uma atividade f�sica divertida e com resultados positivos no dia a dia”, explica Guilherme. Para isso, ele deixa claro que � necess�rio um profissional criativo, com conhecimento na �rea. O professor exemplifica que � poss�vel fazer flex�es de bra�o e agachamentos sobre a fita.
Fique por dentro
Highline
O Highline � praticado em alturas superiores a 5 metros. Essa modalidade requer muita experi�ncia e conhecimento de alpinismo, pois � necess�rio utiliza��o de equipamentos de seguran�a e conhecimento t�cnico de sistema de redu��o. Al�m de preparo f�sico e
concentra��o, o controle mental � fundamental para manter em equil�brio sentimentos como medo, ansiedade e adrenalina em grandes alturas.
Trickline
� a modalidade mais praticada do slackline. Geralmente, � executado a partir de 60cm do ch�o, o trickline permite a realiza��o de manobras de saltos e equil�brio extremo, exigindo do praticante bastante preparo f�sico e treino.
Longline
O longline � a pr�tica em fitas com comprimento a partir de 20
metros. Exige do praticante bastante condicionamento f�sico, pois quanto maior a dist�ncia percorrida, mais for�a muscular e equil�brio s�o necess�rios. Al�m disso, requer bastante concentra��o para se manter na fita.
Waterline
O waterline � a pr�tica do slackline sobre a �gua. Pode ser feita em piscinas, rios ou praias. � a modalidade mais refrescante e descontra�da, na qual podem ser realizadas diversas manobras do trickline. As quedas s�o sempre divertidas.
Pelo Brasil
Guilherme � dos que fazem o esporte por ele mesmo. Antes, praticava mais o chamado trickline, modalidade em que s�o feitas manobras
sobre a fita. Mas as frequentes les�es o impediram ele de continuar. Ele se interessou pelo highline, em que a fita � colocada nas alturas, sem for�ar tanto os ligamentos lesionados. Ele e a namorada, D�bora Salles, se conheceram justamente por causa do interesse dela pelo slackline. “Eu aprendi tudo com ele”, comenta. Ela conta que n�o h� como n�o sentir medo: “A quest�o � exatamente se controlar e lidar com as pr�prias emo��es”.
A aventura se tornou um projeto profissional. O casal resolveu ajudar os atletas do pa�s. “N�o havia um registro das vias no Brasil. Quem quisesse ir atr�s, como n�s, enfrentaria a dificuldade de conseguir informa��es a respeito. Decidimos ir atr�s e catalogar cada uma delas”, conta Guilherme. A princ�pio, viajariam sozinhos para Minas Gerais a fim de conhecer alguns pontos de l�. Quando a viagem virou um projeto, resolveram convidar dois amigos, um atleta e um atleta fot�grafo profissional. O quarteto intitulado High na Estrada (www.highnaestrada.com) passou 27 dias viajando em busca de picos — em muitos deles, dormiram em barracas no meio do mato. A pr�xima viagem, segundo D�bora, ser�, provavelmente, pelo Rio de Janeiro.
O terceiro atleta veio com experi�ncia australiana. Ele estava prestes a viajar para o pa�s quando conseguiu dar os primeiros passos no slackline. Resolveu continuar com o esporte por l�. Tentou fazer nas alturas em Sidney, mas n�o teve coragem. Quando voltou, estava instigado: “Procurei o Guilherme, que era quem sabia tudo de slackline aqui e ele me ensinou muito”. F�bio coleciona in�meras medalhas importantes como lutador de kung-fu, o que, garante, lhe deu mais consci�ncia corporal para andar sobre a fita e fazer manobras. Quando foi convidado para o High na estrada, ficou honrado pela confian�a depositada nele.
Como pretendiam registrar cada lugar, fazer croquis, especificar as coordenadas geogr�ficas, a forma de chegar, a altura etc., acharam interessante tamb�m produzir fotos de qualidade. Haviam conhecido o fot�grafo Henrique Domingos por acaso. Ele andava de longboard pelo Eix�o e se deparou com o casal e outras pessoas fazendo slackline. “Tirei umas fotos da galera e acabei me enturmando, mas n�o cheguei a andar na fita”, conta.Henrique juntou-se ao grupo para registrar em imagens as vias e a experi�ncia deles. H� cerca de tr�s semanas, experimentou pelo highline pela primeira vez e est� tentando treinar com certa frequ�ncia.
Para Fleury, o lugar mais marcante foi a Cachoeira do Tabuleiro, situada na serra do Espinha�o, no munic�pio de Concei��o do Mato Dentro. � mais alta de Minas Gerais e a terceira maior do Brasil. S�o 273 metros de queda-livre e na parte alta da cachoeira existem outras quedas e lagos e, na parte de baixo, existe um grande po�o ladeado por imensos blocos de pedra com 18 metros de profundidade.