Por que a biomassa é considerada uma energia renovável mas não limpa?

A população mundial está crescendo e, à medida que procuram melhores padrões de vida, as pessoas precisam de mais energia para abastecer suas casas, recarregar aparelhos e veículos elétricos. Hoje em dia precisamos cada vez mais de uma quantidade maior de energia.

No entanto, gerar mais energia é uma questão que está repleta de preocupações ambientais. Porque o uso de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural para gerar energia, contribui para as mudanças climáticas devido ao aquecimento global.

As fontes de energia renováveis estão se tornando cada vez mais necessárias para conter a poluição do meio ambiente. Enquanto o mundo procura formas de melhorar sua eficiência energética, é preciso também reduzir a dependência de combustíveis fósseis. A energia de biomassa é uma dessas fontes de energia renovável.

O que é a energia de Biomassa?

Essa energia é gerada a partir da matéria orgânica, como madeira, resíduos de cultivo, como cascas de plantas e bagaço de cana-de-açúcar, cascas de arroz, estrume, entre outros materiais. Em uma usina de Biomassa, esse material orgânico é queimado, e o vapor gerado move turbinas de um gerador, gerando assim a eletricidade.

A biomassa é considerada uma fonte de energia renovável porque a matéria orgânica usada na geração, pode ser substituída com relativa rapidez. A matéria-prima de biomassa mencionada, também pode ser usada para produzir biogás, que pode ser queimado para gerar eletricidade ou transformado em combustíveis para veículos, como o biodiesel, por exemplo.

A sustentabilidade da energia de biomassa depende de como a matéria orgânica é obtida e utilizada. As tecnologias de energia de biomassa mais novas têm emissões mais baixas do que as mais antigas e menos eficientes. As matérias-primas utilizadas na biomassa para gerar eletricidade podem ser substituídas a uma taxa igual ou superior à taxa de consumo. Isso significa não haver perigo de esgotamento dos recursos usados.

Além disso, a conversão de biomassa em energia não tem o mesmo impacto ambiental significativo que temos com os combustíveis fósseis. As emissões da conversão de biomassa em energia são compensadas pela absorção de dióxido de carbono pelas plantas que nascem nos locais onde as outras foram retiradas. Portanto, a energia de biomassa é considerada uma opção mais limpa e sustentável do que a energia convencional.

Home Notícias Biomassa: fonte de energia limpa e renovável

09/11/2020

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Se você não for um ermitão, do tipo que vive em caverna, isolado de tudo e de todos, certamente usa algum tipo de energia. Seja para ligar o carro, acender o fogão, tomar um banho quente ou simplesmente iluminar sua casa, você precisa de uma fonte de energia. 

No mundo atual, a maior parte da energia ainda é gerada a partir da queima de combustíveis fósseis, como derivados de petróleo e carvão mineral que, além de finitos, emitem gases poluentes. No Brasil, a situação é um pouco diferente. Nossa principal matriz é a hidrelétrica, que vem da força da água. Não é poluente, mas exige a formação de grandes lagos que impactam significativamente no meio ambiente.

A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do planeta, fez surgir a necessidade de se encontrar fontes de energia limpa e renovável, como a solar e a eólica (do vento), por exemplo. Porém, há outros materiais capazes de produzir eletricidade, calor e combustíveis. De acordo com dados da Resenha Energética de 2020, elaborada pelo Ministério de Minas e Energia, com outros órgãos do setor, a Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) ficou, em 2019, em 651,3 TWh (terawatt), a maior parte, 83%, veio de fontes renováveis.

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O grande potencial das biomassas

Biomassa é todo recurso renovável vindo de matéria orgânica, seja animal ou vegetal (floresta; agropecuária; resíduos urbanos e industriais), que possa ser transformada em energia mecânica, térmica e elétrica. 

A cana-de-açúcar é um dos materiais mais utilizados para a produção de bioenergia no Brasil. Além de originar o etanol, combustível renovável e de baixo impacto ambiental, o processo de moagem da cana para a fabricação de açúcar e álcool resulta numa grande quantidade de bagaço. Pela abundância, se tornou a principal biomassa usada na geração de energia elétrica no país. 

Outro fator importante é que a safra da cana coincide com o período de seca,  quando os lagos das usinas hidrelétricas perdem capacidade. Isso faz com que as regiões produtoras de biomassa possam reduzir o consumo da água dos reservatórios para a produção de energia elétrica.

Segundo o último Boletim Mensal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), entre janeiro e maio de 2020, a produção de bioeletricidade sucroenergética foi de 5.686 GWh (gigawatt/hora), um aumento de 8% se comparado ao mesmo período de 2019.

Entenda as principais etapas da produção de energia a partir do bagaço de cana:

  • Na moagem da cana, de um lado sai o caldo e, do outro. o bagaço;
  • O bagaço vai para a caldeira da usina onde ocorre a combustão, a queima a altas temperaturas na presença de oxigênio, produzindo vapor;
  • O vapor gerado nas caldeiras segue para uma turbina;
  • Na turbina, o vapor movimenta as pás do rotor e gera energia mecânica;
  • A energia mecânica é convertida em energia elétrica através de um gerador acoplado ao eixo da turbina.

Até a palha da cana pode ser aproveitada

De acordo com o pesquisador Octávio Antonio Valsechi, da Universidade de São Carlos (Ufscar), que estuda a cana-de-açúcar há 40 anos, “todas as usinas no Brasil geram energia elétrica a partir do bagaço de cana. Todas são autossuficientes e a maioria coloca eletricidade na rede, que é a cogeração. Além do bagaço, muitas estão adicionando a palha do campo”.

Mesmo com tecnologia e com conhecimento do processo, o especialista aponta que “faltam estudos no sentido de otimizar a eficiência numa matéria prima melhor, ou seja, um bagaço mais seco que resultaria numa quantidade de quilocaloria maior por unidade de massa. Se a gente tivesse investimento financeiro no sentido de trocar as caldeiras, seria fantástico. Lógico, com estímulo governamental, ou seja, precisamos de uma política pública energética com foco em biomassa cana-de-açúcar”.

Liderado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), entre 2015 e 2020, o Projeto Sucre (Sugarcane Renewable Electricity), trabalhou para aumentar a oferta de eletricidade com baixa emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Para o diretor nacional do projeto, Manoel Regis Leal, as primeiras análises da palha indicavam grande semelhança com o bagaço, porém o produto gera índices mais elevados de cinzas, potássio e enxofre e essas diferenças trazem problemas ambientais. “Nas caldeiras de bagaço existentes nas usinas, não é possível utilizar-se palha pura de forma consistente e sem problemas. Estes problemas têm soluções que poderiam ser implementadas pelas usinas. Na Europa se utiliza palha de cereais, com características semelhantes à palha de cana, em caldeiras projetadas para este tipo de biomassa. A solução para as usinas brasileiras não é substituir as caldeiras existentes, o que seria economicamente inviável, mas processar a palha para eliminar seus contaminantes e torná-la realmente semelhante ao bagaço”, esclarece Leal.

O setor também discute se o uso da palha para geração de energia pode causar outro problema ambiental. Empregada para cobrir o solo após o corte da cana, quando deixada na terra, a palha mantém a umidade do solo, eliminando o crescimento de plantas daninhas. Com o passar do tempo, também pode neutralizar carbono na forma mineral. O pesquisador Octávio Antonio Valsechi não acredita nisso. “Já existem estudos que comprovam que se você deixar um terço da palha total no campo, esses 33% vão atuar da mesma forma que se você deixar os 100%”. 

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Além de se tornarem autossuficientes, usinas fornecem energia para a rede de distribuição

No levantamento da Unica, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná representam 90% da capacidade instalada no setor de bioeletricidade. Todos estão localizados na chamada região centro-sul sucroenergética. São Paulo é o maior produtor com 41% do total, 3.152 GWh, o que é suficiente para abastecer cerca de 1,6 milhão de residências por um ano. Apenas a partir da criação do novo Marco Regulatório do Setor Elétrico Brasileiro, em 2004, as usinas puderam vender a energia excedente para o Sistema Interligado Nacional (SIN), o que acabou se transformando num novo negócio para boa parte delas. 

A Raízen é uma das maiores empresas do setor. Na última safra, a indústria produziu 2,1 TWh de bioeletricidade a partir da biomassa da cana. Todas as unidades são autossuficientes e o excedente é comercializado para companhias de energia elétrica. 

A capacidade instalada da indústria é de gerar cerca de 1GW a partir, não apenas do bagaço de cana, mas de diversas fontes renováveis. Este volume poderia abastecer a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, por um ano.

Um outro exemplo é a empresa de energia renovável Atvos. O grupo atua desde 2007 na produção de biocombustíveis e bioenergia (etanol, açúcar VHP e energia elétrica). Com 9 unidades agroindustriais, na última safra, a indústria produziu 2,8 mil GWh a partir da biomassa da cana-de-açúcar. Desse total, 1,8 mil GWh foram ofertados para a rede de distribuição e, o restante destinado ao consumo próprio.

Mesmo com o gradativo aumento registrado na produção de bioenergia, o diretor do projeto Sucre, afirma que o fornecimento das usinas para o SIN poderia ser maior. “Apesar de significativo, ainda é muito tímido quando se considera o potencial técnico desta modalidade de geração de eletricidade”.

Porque a biomassa e renovável mas não é limpa?

A energia de biomassa é cultivada por meios sustentáveis ​​e é classificada como uma fonte renovável de energia devido à sua produção menos agressiva ao meio ambiente e matéria-prima. Apesar de liberar dióxido de carbono (CO2), a quantidade é mínima comparada com os combustíveis fósseis.

Por que a biomassa não é limpa?

Os produtos derivados da biomassa, isto é, os biocombustíveis, quando utilizados em motores a combustão, liberam uma série de gases poluentes na atmosfera, dentre os quais estão os óxidos de nitrogênio e o enxofre, podendo originar chuva ácida e outros problemas associados à concentração de poluentes suspensos no ar.

Por que a biomassa pode tanto ser considerada um recurso natural renovável quanto não renovável?

A biomassa é a matéria orgânica, ou seja, restos de animais e vegetais, utilizada como fonte para a geração de energia. Portanto, é considerada uma fonte energética renovável, uma vez que utiliza elementos naturais que possuem capacidade de regeneração.

O que é biomassa vantagens e desvantagens?

Sendo assim, a biomassa de resíduos orgânicos é toda matéria orgânica de origem vegetal e animal utilizado para produção de energia. É uma fonte de energia limpa e renovável. Apesar de ser uma excelente opção para substituir as fontes de energia atual apresenta algumas desvantagens. Entre elas, a eficiência reduzida.

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