Por quê eu não sinto prazer quando transo

A dor na hora da relação sexual — causada muitas vezes por medo e estresse excessivos — é um problema que tem nome e afeta de 3% a 5% da população feminina. Os transtornos sexuais femininos ocorrem quando a mulher não consegue responder de forma satisfatória a um dos ciclos da relação sexual, o que a impede de sentir prazer durante o ato.

O ciclo de resposta sexual da mulher é dividido em 4 fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. A excitação é caracterizado pelo despertar do desejo, pela vontade de realizar o ato. Nesse momento, o corpo responde com alguns sinais, como início da lubrificação, aumento dos batimentos cardíacos, aumento dos seios e aumento da tensão muscular. Um pouco antes de chegar ao orgasmo, a mulher passa pela fase do platô, quando há um aumento das características da excitação. Em seguida, a mulher chega ao orgasmo e depois à resolução, a fase de recuperação do corpo, que normalmente é mais rápida nas mulheres que nos homens.

Se em um desses momentos a mulher sente dor, incômodo ou insatisfação, o prazer sexual não é alcançado. Existem vários tipos de transtornos sexuais, eles variam de acordo com os sintomas e alguns podem causar dor.

Existem 3 tipos de transtornos sexuais femininos que podem causar dor: a dispareunia, o vaginismo e a fobia ou aversão sexual.

1# Dispareunia

Caracteriza-se essencialmente pela dor genital, manifestada durante ou após o ato sexual. Algumas causas da dor e da contração involuntária da vagina, que impede a penetração, são o uso de medicamentos antidepressivos ou o fato de ser a 1ª relação, em que há rompimento do hímen. Essa disfunção pode acontecer em qualquer fase da vida, causando sofrimento e dificuldade no relacionamento amoroso.

2# Vaginismo

É caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual. Não apresenta uma causa física. Mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, em que a virgindade é muito valorizada, podem desenvolver o problema. Traumas e abusos também podem estar relacionados ao distúrbio.

3# Fobia

Ocorre quando a mulher sente pânico e repulsa diante de relações sexuais ou que levem ao sexo.

Causas dos transtornos sexuais

As causas para os transtornos são multifatoriais e incluem componentes biopsicossociais (biológicos, psicológicos e sociais). Vivências, experiências e educação sexual influenciam no desenvolvimento desse quadro. Vítimas de violência sexual, por exemplo, têm grande propensão a ter disfunções sexuais ao longo da vida.

Mulheres em períodos como o pós-parto, a menopausa e o climatério podem ter maior desconforto ou outras queixas devido à oscilação hormonal. Vítimas de violência sexual ou com traumas relacionados à própria sexualidade também têm maiores chances de ter dificuldades para retomarem uma vida sexual saudável.

O diagnóstico do transtorno ligado ao sexo em geral envolve um questionário detalhado sobre sintomas, histórico médico, condições do relacionamento, experiências sexuais passadas e até mesmo sobre a autoestima e a história de vida da paciente.

O tratamento vai variar de acordo com o diagnóstico e o tipo de dor. Os medicamentos podem ser utilizados em casos de infecções e disfunções hormonais. Além disso, podem ser indicados terapia sexual, relaxamento da musculatura vaginal, além de técnicas de respiração e inserção de dilatadores vaginais.

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Pela sua descrição seu problema está relacionado, provavelmente, com o lado emocional e psicológico do sexo. A relação sexual para a mulher é muito mais complexa que para o homem, existem muitos fatores que interferem no desejo sexual feminino (aspectos culturais, religiosos, filhos, o parceiro, suas experiências anteriores em relação ao sexo, traumas de infância e assim por diante). Precisa de ajuda especializada: um ginecologista e um psicólogo.

Referências bibliográficas

Apesar de as pessoas normalmente descreverem o sexo como algo primordialmente prazeroso, muitas delas – especialmente mulheres – não experimentam as sensações de bem-estar proporcionadas por um orgasmo . É o caso de uma leitora do Delas que nos escreveu o seguinte: “Me casei com 21 anos, foi meu primeiro e único namorado. Hoje, tenho 50 anos e desde os 48 não faço mais sexo. Nunca senti prazer sexual e nunca tive coragem de falar para ele. Hoje, não tenho sequer vontade de chegar perto dele. O que acontece?”.

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Segundo especialistas, a ausência de prazer sexual e da libido podem ser causados por fatores físicos ou emocionais

É comum que as pessoas atribuam quedas na libido e ausência de prazer sexual na relação a aspectos físicos, mas, de acordo com especialistas, os fatores que ocasionam esse tipo de quadro também podem estar ligados a um desequilíbrio emocional ou a transtornos psicológicos. Sendo assim, é necessário não apenas conhecer as possíveis causas para essas questões, mas consultar especialistas que possam ajudar a solucionar o problema.

De onde vêm a falta de prazer sexual e a queda na libido?

A anorgasmia e o transtorno de excitação sexual são disfunções reais, sendo a primeira a inabilidade de gozar e a segunda a diminuição ou ausência de desejo sexual por ao menos seis meses. Porém, segundo especialistas, problemas como o relatado pela leitora, nem sempre fazem parte desses quadros.

De acordo com Débora Padua, educadora sexual e especialista em fisioterapia íntima, muitas mulheres pensam ter anorgasmia, mas conseguem se satisfazer sozinhas e só sentem essa dificuldade de gozar com o parceiro. Em entrevista prévia ao Delas , a especialista contou que esse problema é caracterizado pela incapacidade de ter prazer sexual tanto sozinha quanto acompanhada, e que ele pode ser causado por certas medicações e doenças.

O transtorno de excitação sexual, que faz a libido diminuir, também é caracterizado por fatores bem específicos. Também em entrevista prévia ao canal , o endocrinologista Danilo Höfling explicou que, além do período pelo qual os sintomas se manifestam, outra questão determinante para o diagnóstico é o nível de incômodo que a pessoa sente com a diminuição ou ausência da libido.

“Às vezes, a mulher ou o homem pode estar com uma disfunção na libido, mas não ligar muito para isso. Podem estar ocupados, correndo muito na vida, não se incomodando com a questão”, explicou o especialista, ressaltando que essa disfunção pode ter relação com certos medicamentos, pílulas anticoncepcionais e até com a menopausa.

Conforme explicado por Débora, mulheres que se encaixam no quadro da anorgasmia devem, a princípio, buscar orientação com um ginecologista para descobrir o que exatamente está causando o problema. Enquanto isso, Danilo aconselha consultar um médico de confiança – seja ele ginecologista ou endocrinologista – e enfatiza que, mesmo com vergonha, é importante que as mulheres contem todos os detalhes ao especialista em questão. 

Fatores físicos podem não ser os responsáveis

Ainda que a falta de prazer sexual e da vontade de fazer sexo possam, sim, ser problemas causados por questões relacionadas a medicamentos e ao metabolismo, ambos também podem ter um fundo psicológico. De acordo com Débora, o que se passa com boa parte das mulheres que têm anorgasmia ou dificuldade em sentir prazer com uma pessoa em específica é falta de orientação, de conhecimento sobre o próprio corpo e intimidade com o parceiro em questão.

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A psicóloga Livia Marques vai ainda além e afirma que os dois problemas podem ser gerados por fatores socioculturais e psicológicos. Conforme explica a especialista, além de envolver o corpo, o sexo também envolve o estado emocional das pessoas, e, se elas está muito ansiosa ou nervosa, a vontade de transar e o prazer podem simplesmente desaparecer.

Ela comenta ainda que aspectos machistas ainda intrínsecos na sociedade costumam tornar as mulheres mais “travadas” que os homens quando se fala em sexualidade e descoberta do prazer. Segundo a psicóloga, a ideia de que a mulher deveria satisfazer o marido e deixar as próprias necessidades para depois – muito comum há algumas décadas – ainda faz com que muitas tenham dificuldade em entender que elas têm, sim, direito ao prazer e a falar sobre sexo.

Para a psicóloga, há ainda outro fator que pode influenciar na inabilidade em sentir prazer sexual e na falta de vontade de fazer sexo: a autoestima. “Se essa pessoa se gosta e está satisfeita consigo, estará sempre confiando em si, sem buscar a aprovação nem tentando se enquadrar em um padrão socialmente aceitável”, comenta a especialista.

Em casos como o da leitora, Livia aconselha, em primeiro lugar, ter uma boa conversa com o parceiro. A vida sexual não é o único aspecto de um relacionamento, mas é importante e, quando ela vai mal, é necessário discutir a questão. “É importante entender como ele é, como ele assimila esse assunto. Busque um momento em que vocês estejam a sós e toque no assunto”, encoraja a psicóloga, reforçando que negar prazer sexual a si mesma não faz bem.

Ela também aconselha ficar de olho na autoestima. “Primeiro, ela precisa se descobrir, se valorizar, se amar. Às vezes, deixamos de nos enxergar e apenas vemos as necessidades dos outros. Caso perceba dificuldades para conseguir essa autodescoberta, busque auxílio psicológico”, aconselha Livia.

Débora também acredita que explorar o próprio corpo, entender como ele funciona e descobrir quais toques trazem sensações boas também pode ajudar. “A mulher deve buscar o orgasmo, devem ensinar ao parceiro as coisas que fazem sozinhas para que ele também fazem. Ela precisa estar disposta a explorar a vagina, mas, muitas vezes não foi ensinada que pode fazer isso”, explicou ela.

Apesar do conselho de buscar a terapia para descobrir se há algum fundo psicológico e emocional gerando o problema, Livia – assim como Débora e Höfling – afirma que também é importante consultar outros médicos. “A falta de desejo é um problema que pode ser psicológico, físico ou ambos. É preciso de uma avaliação de uma equipe multidisciplinar, e é importante fazer o acompanhamento com ambos os profissionais, pois um impacta o outro”, explica ela.

Tem mais dúvidas sobre prazer sexual , libido, sexualidade, posições sexuais e outras questões como essas? Entre em contato conosco pelo e nós traremos um especialista para respondê-la com sigilo total!

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