Porque as algas multicelulares são classificadas no reino Protoctista e não no reino Plantae?

Tradicionalmente, sobretudo nos livros didáticos voltados para o Ensino Fundamental e Médio, as algas têm sido classificadas no Reino Protista, ou Protoctista, como sugerido por Margulis e Schwartz em 1982.  No entanto, a classificação dos seres vivos tem passado por várias modificações, principalmente em função dos avanços em biologia molecular e sua influência sobre o estudo da evolução dos seres vivos. Tais modificações são, ainda, alvo de muitos debates entre os cientistas.

Assim, em propostas de classificação mais recentes, como a sugerida por Sandra Baudalf (2003), o reino protista deixa de existir e os diferentes filos de algas se distribuem por grandes agrupamentos de seres vivos. Por exemplo, os filos Chlorophyta (algas verdes), Phaeophyta (algas pardas) e Charophyta (carofíceas) são colocados no mesmo agrupamento das plantas terrestres. Alguns autores de livros didáticos, mesmo adotando o termo Protista, já procuram deixar claro que se trata de um coletivo sem valor taxonômico.

De qualquer forma, as algas caracterizam-se por serem organismos eucarióticos unicelulares ou multicelulares que, em sua maioria, apresentam parede celular formada de celulose e mais alguma substância como ágar, carragenina, carbonato de cálcio etc. O corpo das algas multicelulares é chamado de talo e pode apresentar-se como filamentos, lâminas ou estruturas que lembram caules e folhas de plantas.

As algas são autótrofas, isto é, são capazes de realizar fotossíntese e sintetizar moléculas orgânicas (alimento) a partir de substâncias inorgânicas e da energia da luz solar. A maioria apresenta cloroplastos cujo número e forma podem variar, mas que sempre apresentam clorofila, pigmento importante para a realização da fotossíntese. Além de diferentes tipos de clorofila (a, b, c, d ou e), os cloroplastos das algas podem apresentar outros pigmentos, tais como carotenos ou xantofilas. A presença desses pigmentos é uma característica muito importante como critério de classificação.

O fato de serem autótrofas faz das algas organismos de grande importância ecológica,, representando a base da cadeia alimentar de oceanos e lagos. Além disso, apresentam grande importância econômica para o ser humano.

Principais grupos de algas

Há três filos que agrupam exclusivamente algas unicelulares: as diatomáceas (Bacillariophyta), os dinoflagelados (Dinophyta) e os euglenóides (Euglenophyta). A maioria das espécies nos dois primeiros grupos é encontrada nos oceanos, constituindo o principal componente do fitoplâncton marinho, enquanto os euglenóides são, na sua maioria, de água doce. Os euglenóides não possuem parede celular e apresentam uma característica bastante peculiar: embora possuam cloroplastos e sejam fotossintetizantes, são capazes de sobreviver na ausência de luz, ingerindo partículas de alimento do meio externo, comportando-se, nesse caso, como heterótrofos. No sistema de classificação proposto por Baudalf, os euglenóides encontram-se no mesmo grupo dos tripanossomas e leishmanias (tradicionalmente classificados como protozoários). Os euglenóides, assim como os dinoflagelados possuem flagelos que auxiliam sua locomoção.

O filo dos dinoflagelados abriga algumas espécies curiosas. Algumas delas não possuem cloroplastos, apresentando alimentação heterotrófica. Outras vivem no interior das células de protozoários ou de alguns animais marinhos, como cnidários e moluscos, sendo chamadas de zooxantelas. Há ainda espécies do gênero Noctiluca que emitem uma luz esverdeada provocando o fenômeno da bioluminescência do mar. Este filo apresenta-se também relacionado ao fenômeno da maré vermelha em que ocorre uma enorme proliferação dessas algas, colorindo a água de tons marrom-avermelhados e eliminando substâncias que causam a morte de animais marinhos.

Tanto os dinoflagelados como as diatomáceas possuem uma carapaça revestindo suas células. A carapaça das diatomáceas é constituída de sílica e em alguns locais é possível encontrar-se depósitos de carapaças que se acumularam no fundo do mar ao longo de milhares de anos, formando os diatomitos, utilizados como matéria prima para polidores e na fabricação de filtros e isolantes.

  • Alguns exemplos de algas unicelulares. Da esquerda para a direita: Diatomáceas, euglenóides e dois exemplos de dinoflagelados: Noctilluca e Ceratium.

O filo das algas pardas ou feofíceas (Phaeophyta) apresenta apenas espécies multicelulares que podem ter de alguns centímetros até mais de 60 m de comprimentos. Apresentam coloração castanho-amarelada devido ao pigmento ficoxantina existente em seus cloroplastos e certas espécies apresentam partes semelhantes às raízes e folhas das plantas. Neste filo encontra-se a Laminaria, espécie conhecida como kombu, de importância na culinária japonesa:

  • Alga parda do gênero Laminaria.

Dois outros filos apresentam tanto espécies unicelulares como multicelulares: o das algas vermelhas ou rodofíceas (Rodophyta) e o das algas verdes ou clorofíceas (Chlorophyta).

Esses dois filos apresentam espécies marinhas e de água doce e algumas terrestres que vivem em ambientes úmidos como barrancos e troncos de árvores em florestas.

Algumas clorofíceas associam-se a fungos formando os liquens e outras vivem no interior do organismo de animais de água doce como a Hydra, sendo chamadas de zooclorelas. Entre as algas vermelhas encontramos a Porphyra, também utilizada na culinária japonesa, sendo chamada de nori.

  • Exemplos de algas vermelhas e verdes multicelulares: Asparagopsis (esquerda) e Ulva, também conhecida como alface do mar, muito comum no Brasil.

A reprodução das algas

As algas, tanto as unicelulares como as multicelulares, apresentam reprodução assexuada e sexuada. Nas algas unicelulares a reprodução assexuada ocorre por divisão binária, com um indivíduo dando origem a dois outros. No caso das algas multicelulares, esse tipo de reprodução pode ocorrer por fragmentação do talo, como é comum nas algas filamentosas, ou por zoosporia. Neste processo, um indivíduo forma células flageladas chamadas de zoósporos que soltam-se e, ao fixar-se em algum substrato, originam novos indivíduos.

A reprodução sexuada envolve, como em outros organismos, a fusão de gametas haplóides. Em algas unicelulares, como as Chlamydomonas, cada indivíduo funciona como um gameta e, em certa fase de seu desenvolvimento, dois indivíduos unem-se formando um zigoto que sofre meiose formando quatro células-filhas. Em algas multicelulares filamentosas algumas células transformam-se em gametas masculinos e outras em gametas femininos. Um gameta masculino pode atingir o gameta feminino através de pontes que se estabelecem entre filamentos diferentes. O zigoto que se forma liberta-se do filamento materno e dá origem a novo talo.

Também é comum em várias espécies de algas multicelulares, a ocorrência de um fenômeno chamado alternância de gerações. Durante o ciclo de vida dessas algas alternam-se gerações de indivíduos haplóides que produzem gametas e indivíduos diplóides que produzem esporos.

Por que as algas são classificadas no Reino Protoctista e não no reino Plantae já que são morfologicamente semelhantes as plantas?

Porque as algas são seres unicelulares e não formam tecidos como as plantas.

Por que as algas estão classificadas no Reino protista e não no reino Plantae?

Porque todas as plantas possuem células que formam tecidos e as algas não possuem células que formam tecidos com funções especificas,por isso pertencem ao reino protista.

Porque as algas não são consideradas no reino Plantae?

As algas, por não apresentarem tecidos especializados, não são consideradas plantas.

Porque as algas multicelulares não são classificadas no reino das plantas responda citando as semelhanças e diferenças entre as algas e as plantas?

As células das algas pluricelulares apresentam parede celular de celulose e também cloroplastos, o que as aproximam bastante das células dos vegetais. No entanto, há uma diferença importante nessas células. A maior parte das algas que vamos ver nesta aula não possui clorofila b como os organismo do Reino Plantae.

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