Quais as principais determinantes sociais e econômicas do processo migratório de nordestinos para São Paulo em meados do século 20?

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dc.title A migração nordestina para São Paulo no segundo governo Vargas (1951 - 1954) - seca e desigualdades regionais. por

dc.description.resumo A migração nordestina para o estado de São Paulo, em especial para a capital, foi um fenômeno social bastante expressivo ao longo do século XX, especificamente a partir da década de 1930, quando o número de imigrantes estrangeiros vindos para São Paulo foi superado pelo número de migrantes nacionais (dos quais a maioria era de nordestinos); e especialmente na primeira metade da década de 1950 que compreende o período do segundo governo Vargas, quando esta migração se tornou muito intensa, superando todos os números do êxodo nordestino registrados até o momento. É importante ressaltar que no período em questão, o local de destino dos migrantes, ou seja, São Paulo, passava por um grande processo de desenvolvimento econômico-industrial, pois, além de outros fatores, contava com um acumulo de capital do setor cafeeiro desde o século XIX e com uma política protecionista e de substituição de importações do governo federal que, de certa forma, favoreceu a região. Em contraposição, o local de origem dos migrantes, ou seja, a região Nordeste, ainda sustentava suas antigas características: economia estagnada, agricultura atrasadas e pouco diversificada, grandes proprietários de terra, concentração de renda, indústria com baixa produtividade e também pouco diversificada e débeis relações capitalistas de produção; além de sofrer com as secas periódicas. Tais características das duas regiões acentuavam as desigualdades regionais e, concomitantemente à seca de 1951-1953, criaram um cenário propício à migração nordestina, em especial às áreas urbanas. Desta forma, neste período o êxodo nordestino passava a ser direcionado não exclusivamente à agricultura paulista, mas também aos centros urbanos desenvolvidos, especialmente à capital, onde rótulos e preconceitos em relação aos migrantes foram se consolidando, generalizando todos os migrantes nordestinos na figura do baiano. A grande migração gerou muitos debates na Câmara dos Deputados, artigos na revista O Cruzeiro - que tinha grande importância e circulação no período -, algumas páginas exclusivas nas Mensagens Presidenciais; enfim, uma certa preocupação social que, na maioria das vezes, estava relacionada à migração e aos problemas que esta poderia causar e não aos migrantes em si, ou seja, aos flagelados da seca e procedentes de uma região carente de atenção, projetos e investimentos. Desta forma, ao menos no que pudemos constatar durante a pesquisa, não houve medidas efetivas em relação aos migrantes e à migração. Porém, não podemos também afirmar que nada foi realizado em relação à região Nordeste, pois neste período houve a criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), marco de uma nova fase das políticas do governo federal para a região das secas, assinalando assim o segundo governo Vargas como o período de transição de uma fase em que as políticas direcionadas para a região eram basicamente sustentadas em preocupações relacionadas à falta de água para uma fase em que o desenvolvimento econômico do Nordeste passou a estar também em pauta. Contudo, apesar de tal importância, o governo Vargas foi também palco da maior migração da História do Brasil, explicitando assim que muito ainda deveria ser realizado para a região das secas. por

dc.subject.cnpq CIENCIAS HUMANAS::CIENCIA POLITICA::COMPORTAMENTO POLITICO::CLASSES SOCIAIS E GRUPOS DE INTERESSE por

Foto de imigrante nordestino

O ato de migrar é realizado há milhares de anos, sendo caracterizado como uma forma de mobilidade espacial da população. Migrar é trocar de país, região, estado, município ou até de domicílio. No Brasil, os movimentos migratórios estão mais diversificados, no entanto, os habitantes do Nordeste protagonizaram grandes fluxos migratórios com destino às outras regiões do país, sobretudo para o Sudeste.

Ao trabalhar esse tema em sala de aula é fundamental explicar a diferença de emigrante e imigrante. O primeiro consiste no indivíduo que deixa (sai) seu lugar de origem com destino a outro lugar. O imigrante, por sua vez, é aquele que chega (entra) em um determinado lugar para nele viver. Outro ponto importante é a forma de abordar esse conteúdo, evitando análises preconceituosas.

Esclarecidos esses conceitos, destaque que, no Brasil, o fator econômico é o principal motivo responsável por desencadear os fluxos migratórios. No entanto, esse fenômeno pode ocorrer por aspectos políticos, religiosos, culturais, desastres ambientais, entre outros. No caso dos nordestinos, esses movimentos sempre estiveram relacionados à busca de melhores condições de vida.

Utilize o mapa político do Brasil para representar o trajeto do primeiro grande fluxo migratório dos nordestinos (século XIX), cujo destino foi a porção norte do país. Essa população foi motivada nesse século pelo Ciclo da Borracha, que se repetiu também durante a Segunda Guerra Mundial, conflito que ocorreu entre os anos de 1939 a 1945.

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Posteriormente, esclareça que a região Sudeste alcançou rápida industrialização durante a década de 1950, fato que atraiu pessoas de várias partes do Brasil em busca de emprego, em especial do Nordeste. Durante os anos seguintes, cidades do Sudeste passaram a ter imigrantes de praticamente todos os estados nordestinos.

Em seguida, cite que a construção de Brasília e a expansão da fronteira agrícola nas Regiões Centro-Oeste e Norte atraíram fluxos migratórios de nordestinos. Um ponto muito importante a ser enfatizado é que na última década ocorreu uma modificação nas correntes migratórias internas, uma vez que muitos migrantes estão retornando para as suas cidades de origem. Esclareça que esse processo é consequência do aumento do desemprego nas grandes cidades.

Para finalizar a aula, discuta a importância desses imigrantes nordestinos para o desenvolvimento econômico da Região Sudeste, contribuição na construção de Brasília e diversidade cultural do Brasil.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Qual foi o principal motivo da migração de nordestinos para São Paulo?

A migração de nordestinos para o Estado de São Paulo teve início antes da metade do século XIX basicamente fundamentada na industrialização paulista e na diferença do desenvolvimento dos estados.

O que aconteceu com a migração nordestina no estado de São Paulo?

A migração nordestina para o estado de São Paulo, em especial para a capital, foi um fenômeno social bastante expressivo ao longo do século XX, especificamente a partir da década de 1930, quando o número de imigrantes estrangeiros vindos para São Paulo foi superado pelo número de migrantes nacionais (dos quais a ...

O que o que ocorreu com a migração nordestina no estado de São Paulo na década de 2000?

Os movimentos migratórios de e para São Paulo, segundo as Grandes Regiões, no período 1990-2000 indicaram: - aumento da atração migratória do Estado com relação à Região Norte; - incremento no volume de imigração vinda da Região Nordeste e da emigração de São Paulo para lá.

Qual a motivação econômica da migração nordestina para o Sudeste no século xviii?

Durante os séculos XVII e XVIII, a intensa busca por metais preciosos desencadeou grandes fluxos migratórios com destino a Goiás, Mato Grosso e, principalmente, Minas Gerais. Em seguida, a expansão do café nas cidades do interior paulista atraiu milhares de migrantes, em especial mineiros e nordestinos.

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