Quais os valores que contribuem para a convivência em sociedade?

A máxima “o homem é, por natureza, um animal político”, retirada da Política deAristóteles, representa a forma como esse filósofo antigo enxergava parte da essência do ser humano: um ser pensante, capaz de uma comunicação aprimorada (a fala) e um ser dependente da vida em comunidade na pólis grega.

Para que a vida em comunidade (palavra derivada do étimo comum, que significa um conjunto de seres comuns uns aos outros que vivem juntos) seja exitosa, são necessárias algumas criações humanas, como as leis e os costumes. Os costumes são, grosso modo, a própria moral. O ser humano é, então, um animal capaz de criar uma moral com a finalidade de possibilitar a vida em sociedade.

Os costumes morais são valorativos, ou seja, ditam normas a partir de valores morais. Existe, no interior de cada sociedade, um conjunto de valores que especificam e diferenciam o que é bom do que é ruim, o que é o bem e o que é o mal, aquilo que é melhor do que é pior, o que pode e não pode ser feito, etc. Isso significa dizer que os valores morais são uma espécie de “código de conduta” que dita como cada indivíduo deve agir no interior daquela sociedade para integrar-se e adequar-se a ela.

Também é necessário ressaltar que esse código de conduta composto pelos valores morais, por ser construído e consolidado no interior de cada sociedade, é variável, sendo impossível encontrar sociedades completamente distintas com valores morais absolutamente iguais.

Por essa razão, nós distinguimos os costumes de acordo com as comunidades, regiões ou países. Assim sendo, no Brasil, temos uma moral que se distingue quase completamente da moral japonesa, ou os costumes cultivados pelos nativos sul-americanos eram totalmente diferentes dos costumes trazidos pelos europeus que colonizaram o nosso território.

Durante a história da Filosofia, Sócrates foi o primeiro pensador a trazer para o trabalho filosófico a reflexão acerca de assuntos estritamente humanos, portanto, foi o introdutor da reflexão moral na filosofia. Platão, seu discípulo, continuou tratando do assunto, mas, para que sua filosofia moral não confrontasse a sua teoria do conhecimento, postulou que os valores morais são conceitos racionais eternos e imutáveis. Essa ideia exige a noção de que há um conceito de bem, o Bem em si, um conceito de mal, o Mal em si e Ideias racionais que caracterizam imutavelmente qualquer noção de valor moral possível.

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Aristóteles estabeleceu um campo de estudos dentro da Filosofia chamado de ética, responsável por estudar, qualificar e estabelecer as diferenças entre as morais, organizando-as em um sistema racional que diferencia o que deve do que não deve ser feito em uma pólis para que a vida em comunidade prossiga sem transtornos.

Durante a Idade Média, os filósofos submeteram-se completamente à moral cristã como a única possível e verdadeira, e é o modo de pensar reinante no ocidente cristão até os dias de hoje. Na modernidade, com o desenvolvimento do iluminismo e a irrupção das grandes revoluções, o pensamento europeu estabeleceu grandes diferenças no modo de valorar que afetaram a vida social.

Já no século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche teceu duras críticas à moral ocidental, ainda fortemente determinada pelos valores cristãos, acusando-a de ser uma moral que subjuga o ser humano como ser natural, castra sua força e sua capacidade de criação e nega a sua própria vida.

Portanto, o que podemos sinalizar como um consenso entre os filósofos que teorizaram a moral e os valores morais é o fato de que sem alguma forma de valoração e de costumes não existiria sociedade e nem civilização tal como a conhecemos. Qualquer tipo de vida em comunidade necessita de um estabelecimento mínimo de regras.

Assim, sem os costumes e a moralidade, nós cairíamos na barbárie. Cabe, porém, a cada indivíduo e a cada comunidade julgar se os costumes e os valores morais vigentes em seu meio e em seu tempo são os melhores e mais adequados para o funcionamento social, sem deixar de respeitar a individualidade e os direitos dos seres que compartilham a vida conjunta naquele lugar.


Por Francisco Porfírio
Graduado em Filosofia

Convivência é a acção de conviver (viver em companhia de outro ou outros). No seu sentido lato, trata-se de um conceito relacionado com a coexistência pacífica e harmoniosa de grupos humanos num mesmo espaço. Por exemplo: “O governo deve garantir a convivência dos diversos grupos étnicos sem que se produzam estalidos de violência”, “Já são três meses de convivência”.

O ser humano é um ser social. Nenhuma pessoa vive absolutamente isolada do resto, uma vez que a interacção com outros indivíduos é imprescindível para o bem-estar e a saúde. A convivência, de qualquer forma, pode ser difícil devido às diferenças de todo o tipo (sociais, culturais, económicas, etc.) que existem entre os homens.

Desde que nascemos somos destinados a sermos seres sociais. A primeira convivência que o ser humano tem é com seus pais e familiares, em seguida com os colegas na escola e assim por diante. Até chegar ao ponto de construir sua própria família e conviver com seu cônjuge e filhos.

Há também a convivência com os colegas de trabalho, a qual difere da convivência familiar, mas não deixa de ser um tipo de convivência. Nesse ambiente há diferentes questões ocorrendo, mas aqui, mesmo com suas diferenças, todos trabalham em prol de um objetivo. Há, inclusive, uma preocupação quanto a boa convivência no trabalho, a qual beneficia tanto a empresa quanto aos funcionários.

O respeito e a solidariedade são dois valores imprescindíveis para que a convivência harmoniosa seja possível. Obviamente, existem diferentes níveis ou tipos de convivência: a convivência com a família no seio do lar é bastante diferente da convivência com outros seres humanos no âmbito de uma comunidade (um bairro, uma cidade), tendo em conta que a intimidade de ambos os casos é incomparável.

Diversas correntes defendem que a consciência do “Eu” só se pode ter lugar a partir da existência do Outro. Nessa interdependência social que se produz na convivência, a pessoa define-se a si mesma.

No que diz respeito a convivência geral, ela é algo um tanto quanto complexo, já que exige que haja respeito, paciência, tolerância, entre outros. E isso de ambas as partes envolvidas.

Os problemas de convivência podem ter impacto na saúde física. Alguns estudos demonstram que os imigrantes apresentam um maior índice de doenças cardíacas do que os habitantes locais/nativos, uma situação que se explica a partir da ausência de laços de amizade e do apoio dos familiares. Uma melhor convivência, com laços sociais estreitos, contribui para o bem-estar.

Diversos estudos apontam também que pessoas que vivem sozinhas tem maior chance de desenvolverem problemas mentais como depressão, a sofrer com doenças de vários tipos, tem maior propensão a cometerem suicídios, entre outros. O que não quer dizer que a independência não seja importância, pelo contrário, ela é essencial para todo ser humano, mas a companhia também é algo essencial.

Não são poucas as pessoas que reclamam que o convívio com outras pessoas não é algo fácil, porém mesmo assim essas pessoas não abandonam o convívio com seus familiares e amigos e da sociedade em geral. Por isso especialistas em sociologia afirmam que o ser humano nasceu para o convívio social.

Atualmente, com a ampliação dos contatos virtuais (por meio de redes sociais, por exemplo) o contatos reais tem sido diminuídos. Uma conversa via chat, por exemplo, não tem o mesmo impacto que uma conversa cara a cara.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (22 de Janeiro de 2013). Conceito de convivência. Conceito.de. //conceito.de/convivencia

Quais os valores humanos que contribuem para uma boa convivência em sociedade?

Exemplos de valores humanos.
Respeito. O respeito é a capacidade de ter em consideração os sentimentos das outras pessoas. ... .
Honestidade. A honestidade é um valor fundamental para o ser humano e pode influenciar todos os aspectos da vida de uma pessoa. ... .
Humildade. ... .
Empatia. ... .
Senso de justiça. ... .
Educação. ... .
Solidariedade. ... .
Ética..

Quais são os valores para uma sociedade?

No entanto, existem alguns valores que são apresentados como “universais”, pois estão presentes em quase todas as sociedades do mundo por serem considerados importantes para uma vida social harmoniosa. Por exemplo: liberdade, igualdade, respeito, educação e justiça.

O que são valores de convivência?

O valor de saber conviver sustenta todas as áreas da nossa existência. É essencial para ser feliz como casal, formar uma família e criar os filhos. A boa convivência deve estar presente em qualquer propriedade de vizinhos, escritório de trabalho, bem como em qualquer limiar que atravessarmos e onde houver pessoas.

O que são os valores de uma sociedade?

Os valores sociais são princípios e normas que orientam a forma como pessoas de um mesmo grupo social vão viver. Os valores sociais servem para tornar possível a vida em comunidade. É através dos valores sociais que os indivíduos criam um sentido de coesão social e um sentimento de pertença.

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