Quais são os principais problemas ambientais enfrentados pelo continente europeu?

Relatório da Agência Europeia de Ambiente dá conta de que os Verões no continente serão cada
vez mais quentes

A temperatura na Europa aumentou 0,95 graus durante um século XX, ou seja, 35 por cento mais do que a média global, que se situou nos 0,7 graus. E o pior é que esta tendência vai continuar. Esta é uma das conclusões de um relatório da Agência Europeia de Ambiente, que defende que as alterações climáticas são o maior desafio ambiental que a Europa enfrenta.No seu relatório sobre o estado do ambiente na Europa, que faz uma avaliação dos últimos cinco anos, a agência dá conta que o velho continente não assistia a alterações climáticas à escala a que estão a acontecer há cinco mil anos. O estudo dá como exemplo o facto de os quatro anos mais quentes desde que há registos terem ocorrido nos últimos tempos: 1998, 2002, 2003 e 2004. No Verão de 2003, dez por cento dos glaciares dos Alpes desapareceram e, se tudo continuar como até agora, em 2050 três quartos dos glaciares da Suíça ter-se-ão derretido, adiantam os autores do estudo.
"Sem uma acção eficaz durante as próximas décadas, os gelos irão derreter no Norte e o deserto avançará no Sul. A população do continente pode ter de se concentrar no centro, mas, mesmo que consigamos controlar o aumento da temperatura até aos dois graus, vamos viver em condições atmosféricas que os seres humanos nunca experimentaram, pelo que são necessárias mais reduções nas emissões", disse Jacqueline McGlade, directora da agência.
A temperatura média do planeta, segundo as previsões feitas nos relatórios científicos das Nações Unidas sobre alterações climáticas, poderá aumentar entre 1,4 e 5,8 graus dentro de 100 anos. Como lembra a agência, as previsões para a Europa são mais graves, podendo esse aumento atingir 6,3 graus até 2100.
"As alterações não serão uniformes em todo o continente", avisa a agência. O aumento da temperatura será mais elevado nos países do Mediterrâneo, mas menor nos do Atlântico. "Se a tendência actual continuar, quase todos os Verões até 2080 serão mais quentes do que as piores canículas que já ocorreram", lê-se no relatório. Este cenário irá ter enormes impactes na agricultura, na saúde, nos estilos de vida, nos animais e na variedade vegetal.

O limite dos dois grausA União Europeia considera que se deve tentar que o aumento da temperatura média não ultrapasse os dois graus até 2100. Para isso, seria necessário limitar a concentração de todos os gases com efeito de estufa na atmosfera em 550 partes por milhão (ppm). No caso do dióxido de carbono, que é o principal destes gases, o limite seria 450, quando hoje (dados de 2003) ronda as 375.
"Mas as últimas estimativas sugerem que uma concentração de 550 ppm tem 70 por cento de hipóteses de conduzir a uma temperatura superior a dois graus", adianta a agência, ou seja, o limite de dois graus poderá "ser ultrapassado entre 2040/2070", se a escalada das emissões continuar.
Este relatório surge ao mesmo tempo que decorre no Canadá a Cimeira do Clima, que reúne os países signatários da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. Neste encontro de dez dias e que se iniciou na segunda-feira, os representantes do Governo americano, que se recusou a assinar o protocolo de Quioto, que tenta limitar as emissões, disseram que o seu país está a fazer mais neste capítulo do que muitos outros. Segundo estes responsáveis, as emissões dos EUA terão diminuído 0,8 por cento durante a Administração Bush.
Mas este documento da Agência Europeia de Ambiente não se preocupa apenas com o clima, embora o considere o maior problema ambiental que a Europa enfrenta. A biodiversidade, os ecossistemas marinhos, os recursos terrestres e aquáticos, a poluição do ar e a saúde foram outros dos temas abordados num estudo que engloba os Vinte e Cinco mais a Bulgária, a Islândia, o Liechtenstein, a Noruega, a Roménia, a Turquia e a Suíça.

Mudanças climáticas, como o próprio termo indica, referem-se a mudanças no clima que estão ocorrendo em todo o planeta e que apresentam efeitos que já podem ser vistos em várias de suas partes. Extinção de várias espécies, derretimento das geleiras e aumento do nível do mar são apenas algumas das consequências desencadeadas pelo aumento da temperatura global. A seguir, falaremos mais a respeito das mudanças climáticas e de como estas podem afetar a vida dos seres humanos e outros organismos do planeta.

Aquecimento global


Observe como a ação do homem pode intensificar o efeito estufa.

O aquecimento global nada mais é do que uma intensificação do chamado efeito estufa. Esse efeito é um fenômeno natural e importante para a Terra, pois permite que o planeta fique aquecido, entretanto, a sua intensificação é prejudicial.

O efeito estufa acontece, pois na atmosfera há a presença de gases, chamados de gases de efeito estufa, que garantem que parte do calor que chega ao planeta fique retido. O aumento desses gases leva a uma maior retenção de calor e, portanto, ao aumento da temperatura (veja figura seguinte).

Quando falamos em aquecimento global estamos referindo-nos a um aumento anormal da temperatura média do nosso planeta. Para ter-se uma ideia, a temperatura média global de superfície aumentou aproximadamente 0,74 ºC nos últimos 100 anos, e pesquisas indicam que esse aumento está muito relacionado à ação do ser humano, que, ao longo dos anos, aumentou suas emissões de gases do efeito estufa, como o gás carbônico.

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Segundo o Greenpeace, as emissões de gases do efeito estufa aumentaram ao longo dos últimos 10 anos mais rapidamente que durante todo o período entre 1970 a 2000. Isso significa que, se não controlarmos as nossas emissões de gases, enfrentaremos, provavelmente, consequências devastadoras.

Preocupados com as mudanças no clima que estão ocorrendo no mundo, vários governantes e instituições traçam metas e planos a fim de evitar que as consequências sejam ainda mais graves.

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O seres humanos são grandes responsáveis pelo aumento de gases de efeito estufa na atmosfera.

Consequências das mudanças climáticas

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC) é um órgão das Nações Unidas que tem como função fazer avaliações de informações científicas sobre as alterações climáticas. Periodicamente, o painel publica relatórios que mostram dados importantes sobre as mudanças climáticas e suas consequências.

No Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, por exemplo, o órgão deixou claro que, se medidas urgentes não forem tomadas para estabilizar as emissões dos gases até 2100, o aumento da temperatura global excederá 2 ºC dos níveis pré-industriais. Esse aumento poderá ser catastrófico.

Os maiores castigados pelas mudanças climáticas serão provavelmente os países tropicais, tais como o Brasil. Segundo os relatórios do IPCC, poderão ocorrer uma série de inundações, em virtude da intensificação das tempestades, e períodos longos de estiagem. Nessas duas situações, a pecuária e a agricultura poderão ser prejudicadas, assim como a sobrevivência de diversas espécies.

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O derretimento das geleiras provocará aumento do nível do mar.

Além disso, algumas regiões poderão sofrer com a grande quantidade de chuvas, o que ocasionará deslizamentos constantes de terra e aumento das enchentes. Outro ponto alarmante diz respeito às áreas costeiras, que sofrerão com o aumento do nível do mar, graças ao degelo das geleiras ocasionado pelo aumento da temperatura média do planeta.

As áreas secas do planeta sofrerão ainda mais com a falta de água. Sendo assim, a água potável, que já é escassa em algumas regiões, poderá ser motivo de mortes e de disputas políticas. Além disso, com o aumento da seca, a ocorrência de incêndios poderá ser mais frequente, ocasionando perda de biodiversidadee ameaçando a vida da população.

Diante desse quadro tão assustador, não é difícil concluir que diversas espécies de plantas e animais entrarão em extinção. Fato esse que já é possível observar nos dias atuais. Além disso, a produção de alimentos poderá diminuir, uma vez que qualquer mudança climática afeta diretamente o cultivo de diversas espécies. Com isso, ocorrerá uma dificuldade de acesso à alimentação, não somente aliada à baixa produção mas também pela possível elevação dos preços.

Não podemos esquecer-nos também de que a saúde humana pode ser afetada gravemente com as alterações climáticas. Problemas tais como insolação, alergias, doenças transmitidas por mosquitos (como a dengue e a malária), desnutrição e fome podem ser intensificados devido ao aumento da temperatura global.


Mudanças climáticas poderão levar a problemas de abastecimento.

Vale salientar ainda que, segundo o IPCC, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa diminuam, a Terra continuará sofrendo com os danos residuais e terá que aprender a lidar com o aumento gradual da temperatura.

Apesar de serem inevitáveis alguns dos problemas relatados, a diminuição da emissão de gases de efeito estufa é necessária para que a intensidade desses problemas seja diminuída. Além disso, é fundamental que todos os países estejam juntos para tomar decisões que poderão ajudar as populações a enfrentarem todos os problemas que estão por vir.

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Acordo de Paris

O Acordo de Paris é um documento, assinado em 2015 por 195 países, que tem como objetivo principal a tomada de medidas para lidar com as alterações climáticas. Esse acordo firma o compromisso entre os países de lutar para que o aumento da temperatura média do planeta fique abaixo de 2 ºC dos níveis pré-industriais.

Para garantir o sucesso do acordo, cada país participante construiu seus próprios compromissos. No caso do Brasil, por exemplo, o país comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis, de 2005 até 2025. Para garantir que essa meta seja alcançada, o país comprometeu-se ainda a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética e a realizar restaurações de mais de 10 milhões de hectares de florestas.

De acordo com a ONU, para que possamos limitar o aumento da temperatura global para abaixo de 2 ºC, é essencial que o mundo transforme seus sistemas de energia, indústria, transporte, alimentos, agricultura e silvicultura. Percebemos, portanto, que os esforços não são pequenos e que há a necessidade de que todas as nações abracem essa causa, a fim de garantirmos um planeta melhor para a nossa e as futuras gerações.

Quais são os principais problemas ambientais na Europa?

As áreas urbanas da Europa revelam sinais crescentes de stress ambiental, nomeadamente sob a forma de má qualidade do ar, ruído excessivo e congestionamento do tráfego automóvel. Por outro lado, as cidades absorvem quantidades cada vez maiores de recursos e produzem quantidades crescentes de emissões e de resíduos.

Qual é o maior problema ambiental na Europa?

A poluição atmosférica é o maior risco ambiental na Europa, contribuindo para mais de 400 mil mortes prematuras a cada ano.

Qual é o maior desafio ambiental para os países europeus?

Atualmente, o maior desafio ambiental para os países europeus é reduzir os níveis de emissão de gases que contribuem para o aquecimento global, como o CO² são Rússia, Alemanha e Reino Unido.

Quais são os principais problemas ambientais que comprometem a qualidade de vida no continente?

Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças, que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.

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