Qual a importância das cidades globais para o sistema econômico capitalista?

Programa traz entrevista com o professor do Instituto de Biociências da USP Marcos Buckeridge, que coordena o USP Cidades Globais

 25/10/2017 - Publicado há 5 anos  Atualizado: 16/02/2018 as 14:30

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O que São Paulo, Londres e Nova York têm em comum? Essas três cidades são consideradas cidades globais, ou seja, que se destacam por centralizar decisões mundiais e cuja importância transcende seus países de origem. No USP Analisa desta semana, o professor Marcos Buckeridge do Instituto de Biociências (IB) da USP fala sobre os desafios dessas cidades em relação ao bem-estar da população e ainda sobre as iniciativas e resultados do Programa USP Cidades Globais, do qual também é coordenador.

Segundo ele, a classificação de cidades globais deve-se ao relatório produzido pela consultoria norte-americana AT Kearney. “Uma cidade global é uma cidade que influencia as outras cidades do mundo, que basicamente tem ideias novas e é a locomotiva das outras cidades. Elas têm as melhores universidades, a melhor comida, a melhor cultura e vários outros aspectos. As duas mais importantes hoje são Londres e Nova York. Também temos algumas no Brasil. São Paulo aparece na 34ª posição do ranking e o Rio de Janeiro, na 39ª”, diz Buckeridge.

Segundo o professor, além de São Paulo e Rio de Janeiro há outras cidades brasileiras que podem alcançar boas posições no ranking. Ser capital não é imprescindível para se tornar uma cidade global. “Temos duas capitais brasileiras que podem vir a fazer parte dessa elite das cidades globais. Mas não são apenas essas duas que são cidades globais no Brasil. Temos Salvador, Recife, entre outras . E não precisa ser capital, ser grande, precisa influenciar o mundo, ter ideias nesse sentido. Ribeirão Preto, por exemplo, poderia ser uma cidade global. É uma cidade extremamente importante no Estado e no País. Então poderia claramente ser uma cidade global”, afirma.

De acordo com dados científicos, em 2040 o planeta atingirá 90% de urbanização. Com a quase totalidade dos habitantes vivendo em cidades, pensar melhor esses espaços para que proporcionem bem-estar aos cidadãos torna-se um grande desafio. Por isso, foi criado o Programa USP Cidades Globais, que é desenvolvido no Instituto de Estudos Avançados. “Sabíamos que existiam vários grupos na universidade trabalhando com temas relacionados a cidades e em diversas áreas, como arquitetura, biologia, engenharia e até medicina. Assim, criamos um programa para que a resultante desses projetos seja multidisciplinar. Realizamos vários eventos, participamos da Virada Sustentável e proporcionamos muitas discussões. O objetivo é entender melhor a cidade em que vivemos”, explica Buckeridge.

O USP Analisa é uma produção conjunta da Rádio USP em Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.

Por: Thais Cardoso, Assessoria de Imprensa do IEA-RP

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A economia global sustenta-se a partir de uma grande rede composta por fluxos e pontos diferentes, integrando os mercados em escala mundial.

A economia global é o termo empregado em referência aos fluxos econômicos que se difundiram espacialmente por todo o mundo em razão do processo de globalização ou mundialização do capitalismo. Sua forma mais completa e acabada constituiu-se ao final do século XX, mais precisamente após a Guerra Fria, quando o sistema capitalista e todas as suas formas de produção difundiram-se em todas as partes do globo terrestre.

Em linhas gerais, a globalização econômica estrutura-se por meio de uma rede que envolve fixos e fluxos, ou seja, uma série de ligações entre os diferentes pontos por onde circulam mercadorias, capitais, investimentos e até empregos. Os principais centros desse sistema são as chamadas cidades globais, que abrigam as bolsas de valores, além de sedes de empresas e instituições de cunho internacional.

A expansão da economia global fica evidente quando analisamos o aumento do número de importações realizadas em todo o mundo, ou seja, o quanto as mercadorias foram comercializadas entre diferentes países. Em 1950, o número de importações era de 64 bilhões de dólares; em 1980, esse valor saltou para mais de 2,5 trilhões; em 2010, esse número já havia alcançado a marca de 15,3 trilhões de dólares, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Diante disso, fica a grande questão: por que apenas nas últimas décadas a economia global conseguiu avançar dessa forma?

A grande razão para o elevado crescimento dos números do comércio internacional nos últimos tempos está nos avanços alcançados pelos sistemas de transporte e comunicação, que agora apresentam uma conectividade em nível global, permitindo a rápida difusão de informações e também de mercadorias e capital. Atualmente, com apenas alguns cliques, empresas e bancos fazem transações milionárias com dinheiro que se apresenta somente na forma de bits de computador. A era da informação, tal qual é chamada atualmente, permite o rápido deslocamento de qualquer coisa no espaço geográfico em um rápido período de tempo.

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Aliás, não existem mais impeditivos em termos instrumentais para a total integração comercial de todas as economias. Afinal, já existe tecnologia suficiente para permitir a rápida comercialização entre quaisquer países, embora muitos deles não disponham de recursos e infraestruturas necessárias para o escoamento de produtos, além de importações em grandes quantidades. O principal entrave, atualmente, para o prosseguimento da expansão da economia global é o grande protecionismo comercial existente em alguns países, principalmente os desenvolvidos, que muitas vezes priorizam seus mercados internos em detrimento das importações por intermédio das chamadas barreiras alfandegárias.

De toda forma, a economia global encontra-se mais do que consolidada. Quem exerce papel preponderante nesse cenário não são os governos ou os Estados Nacionais, mas sim as empresas privadas, sobretudo as multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais. Elas, muitas vezes, dispersam seus processos produtivos em várias partes do mundo em busca de fácil acesso a matérias-primas, incentivos fiscais e mão de obra barata. Além disso, muitas dessas empresas dominam o mercado consumidor em várias partes do mundo, consolidando fusões entre si (trustes) e unindo-se em um grupo de empresas de administração comum (holdings).

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Qual a importância das cidades globais para a economia mundial?

De um modo geral, podemos dizer que as cidades globais exercem uma função de coordenar as dinâmicas econômicas, políticas e burocráticas em todo o mundo ou em regiões específicas, pois carregam consigo serviços especializados, centros tecnológicos e científicos, sedes de grandes bancos, bolsas de valores etc.

Qual a importância das cidades globais no mundo atual?

Nessas cidades, há grande concentração e movimentação financeira, sedes de grandes empresas ou escritórios filiais de transnacionais, importantes centros de pesquisas, presença de escritórios das principais empresas mundiais em consultoria, contabilidade, publicidade, bancos e advocacia, além das principais ...

Qual é o papel das cidades globais no atual momento da expansão do capitalismo?

As “cidades globais” concentram as matrizes de empresas bancárias, industriais e de serviços que operam em diversos países, constituindo-se, assim, centros de comando e poder econômico. As “cidades globais” são centros dinâmicos do sistema financeiro internacional e abrigam as principais bolsas de valores mundiais.

O que são as cidades globais Cite exemplos e diga como tem influenciado no sistema capitalista?

Correspondem assim, aos centros mundiais urbanos, culturais, financeiros, econômicos, políticos e industriais de maior desenvolvimento do mundo. Além disso, geralmente apresentam elevada densidade populacional e qualidade de vida, por exemplo, Nova Iorque, Londres, Paris e Tóquio.

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