Segundo a Teoria da Tectônica de Placas, a litosfera da Terra está fraturada em pedaços menores denominados Placas Tectônicas, que estão mergulhadas com maior ou menor profundidade no manto. Acredita-se que essas placas se movem devido às correntes de convecção presentes na Astenosfera, camada do manto superior mais fluida. O material mais quente do manto sobe até a base da litosfera, resfria, fica pesado e desce, gerando as chamadas células de convecção (Figura abaixo).
Essas células promovem o movimento das placas tectônicas que podem ser de três tipos: limites convergentes ou destrutivos (zonas de choque de placas), limites divergentes ou construtivos (áreas de separação de placas) e limites transformantes ou conservativos (as placas deslizam lateralmente). Esses movimentos são responsáveis por diversos fenômenos como terremotos, vulcanismo e formação de cadeias de montanhas.
Veja mais detalhado:
1. Limites divergentes ou construtivos
- Ocorre em áreas de separação de placas tectônicas.
- Como consequência há a formação de um oceano ou mar, além das chamadas Cordilheiras Meso-oceânicas. Exemplo: A separação da Placa Sul-americana (onde está o Brasil) e da Placa Africana deu origem ao Oceano Atlântico e a formação da Dorsal Mesoatlântica (Figura abaixo).
Como se formam as Dorsais?
As células de convecção do manto exercem uma força no sentido de separar as placas, de forma a propiciar uma abertura para que o magma do manto ou da astenosfera possa emergir, e em contato com a superfície, solidificar e dar origem as dorsais oceânicas.
- Importante: Os limites divergentes são chamados também de limites construtivos, pois com a separação das placas ocorre a formação de nova crosta, a partir da solidificação do magma que ascende à superfície. Por isso que a crosta oceânica é mais jovem que a crosta continental.
2. Limites convergentes ou destrutivos
- Ocorre em áreas de choque de placas tectônicas.
- Como consequência do choque de placas ocorre a formação de feições como cadeias montanhosas, fossas oceânicas e ilhas vulcânicas.
Existem três tipos de convergências entre as placas tectônicas: oceânico-continental, continental-continental e oceânica-oceânica.
- oceânico-continental:esse tipo de convergência dá origem a cadeias montanhosas, como a Cordilheira dos Andes, que se formou com o choque da Placa de Nazca e da Placa Sul-americana. A Placa de Nazca por ser mais densa afunda em direção ao manto da Terra, enquanto a placa mais leve (a Sul-Americana) sofre com deformações, que dão origem às grandes cadeias de montanhas e aos vulcões.
- Além disso, ocorre a formação de fossas oceânicas, que são desníveis nos oceanos causados pela subducção de crostas oceânicas nos limites de placas convergentes.
- Há cerca de 60 milhões de anos, as placas tectônicas de Nazca e Sul-americana se chocaram, provocando dobras na crosta terrestre.
- O choque fez com que a placa de Nazca entrasse embaixo da Sul-americana, em um movimento que continua até hoje.
- O terreno dobrou porque era composto de rochas sedimentares, maleáveis. É provável que elas fossem do fundo de um oceano.
- O dobramento ajudou a “afundar” a superfície do interior continental, impactando o relevo dos pampas, do Pantanal e da Amazônia.
- O resfriamento da lava vulcânica na superfície origina rochas ígneas.
- A ação do vento e das chuvas sobre as rochas provoca erosão e o transporte de sedimentos até o mar.
- Depositados no fundo do oceano, esses sedimentos se transformam em rochas sedimentares.
- Conforme afundam na crosta oceânica, essas rochas tornam-se metamórficas. Ao mergulharem no manto, fundem-se e voltam à superfície como lava.
- Convergência continental-continental: nesse tipo de limite ocorre o fechamento de um oceano e a formação de cadeias de montanhas, como a Cordilheira do Himalaia (choque da Placa Indo-australiana com a Placa eurasiática).
Saiba Mais!
Convergência continental-continental
Estágio 1 – Devido à diferença de densidade entre a crosta oceânica e a crosta continental, a crosta oceânica (mais densa) é geralmente empurrada por baixo da crosta continental (menos densa), mergulhando para as regiões mais profundas da Terra, ao longo da zona de subducção.
Estágio 2 – Se esse movimento continua, a crosta oceânica é totalmente destruída, dando origem à colisão de continentes. Nesse processo, os continentes se aglutinam uns aos outros, resultando numa grande cadeia de montanhas. A Cordilheira dos Himalaias, exemplo desse tipo de convergência, foi formada a partir da colisão das placas da Índia e da Ásia, no processo iniciado há cerca de 70 milhões de anos e que continua até hoje em dia.
- Convergência oceânica-oceânica:Assim como ocorre uma zona de subducção na convergência oceano – continente, o mesmo fenômeno se dá quando duas placas oceânicas se encontram. Neste processo também há a formação de uma fossa oceânica. A Fossa das Marianas (paralela às Ilhas Marianas), com profundidade próxima a 11 km, é produto da convergência da Placa do Pacífico com a das Filipinas.
- Neste processo também ocorrem vulcões. E depois de milhões de anos de acúmulo de lavas desses vulcões submarinos, formam-se inúmeras ilhas vulcânicas. Estas, por sua vez, dão origem aos arquipélagos, conhecidos como “arcos de ilhas”, situados atrás da zona de subducção (observe a FIGURA).
3. Limites transformantes ou conservativos
- É o deslizamento lateral de uma placa em relação à outra, ou seja, não há criação nem destruição da crosta. Neste caso, ocorrem as chamadas falhas de transformação, como a Falha de Santo André, nos Estados Unidos. Observe as figuras abaixo:
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Teoria das Placas tectônicas
Teoria das Placas tectônicas
Referências bibliográficas
MANSUR, Kátia. Teoria da Tectônica de Placas. Disponível em: <//www.drm.rj.gov.br/index.php/areas-de-atuacao/44-pedagogico/100-pedagogicoteoria>. Acesso em: 10 dez 2016.