Qual é a diferença entre o Império Bizantino e o Império Romano do Ocidente?

Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"

Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

  • Inscreva-se
  • Entrar

História da Igreja Antiga

Antes de abordar as controvérsias cristológicas do século quinto, recordar a figura do grande bispo-monge São João Crisóstomo é um grande refrigério

A aula passada contemplou alguns aspectos da vida monástica. Nesta, se pretende caminhar em direção ao 5º século, no qual ocorreram as grandes controvérsias cristológicas, que culminaram nos concílios de Éfeso, em 431 e Calcedônia, em 451.

Para compreender a transição entre uma e outra época é preciso volver o olhar para algo que estava apenas nascendo: o Império Bizantino. Oficialmente, naquele tempo não se chamava “Império Bizantino", posto que esse termo foi criado pelos historiadores para descrever os mil anos em que o Império Romano do Oriente assumiu algumas características próprias.

Quando o Império Romano era centrado em Roma, possuía características mais jurídicas, racionais, práticas e militares. A mentalidade romana era muito simples, reta, prática, sem grandes paixões. A diferença entre o romano do ocidente e do oriente é visível até hoje por meio da liturgia. O cânon romano é mais seco e preciso, já o oriental é mais poético, escrito para fazer surgir devoção, mais emocional.

O espírito bizantino caracteriza-se por uma mistura de três ingredientes: 1. a mentalidade romana que influenciou e entrou no Império Bizantino; 2. o...

Seja família conosco

Inscreva-se

A assinatura inclui

  • Acesso ilimitado aos 44 cursos da plataforma
  • Participação das aulas ao vivo exclusivas
  • Garantia de acesso aos lançamentos de novos cursos
  • Bibliografia
  • Download das aulas (.mp3)
  • Suporte personalizado

Assine Agora

  • Império Romano - República - Da crise ao Principado
  • Império Romano - Alto Império - Da sagração de Otávio à plenitude
  • Império Romano - Cristianismo - Da pregação de Jesus a Constantino
  • Império Romano - Baixo Império - Crises e decadência

O desguarnecimento do limes (ou fronteiras) tornava-se ainda mais grave naquelas regiões onde as fronteiras naturais do Império (desertos, montanhas, oceano) eram mais frágeis. E essa fragilidade mostrava-se mais acentuada na fronteira do Império com a vasta região conhecida como Germânia, a qual tinha como fronteira básica os rios Reno e Danúbio.

A região conhecida pelos romanos como Germânia abrigava uma série de povos, genericamente chamados de germânicos, como francos, vândalos, visigodos, ostrogodos, anglos, saxões, jutos, hérulos, burgúndios, lombardos e vários outros. Tais povos representavam um potencial numérico muito grande e uma ameaça efetiva ao Império, notadamente num quadro de retração do seu poderio militar.

Tetrarquia e divisão do Império

A crise econômica teve também uma clara manifestação administrativa. A redução da arrecadação gerou uma queda no número de funcionários do Estado, tornando a administração mais difícil, principalmente nas províncias mais distantes de Roma.

Numa tentativa de sanar esse problema, o imperador Diocleciano dividiu o Império em duas partes: o Ocidente, com capital em Roma, e o Oriente, com capital em Bizâncio, às margens do mar Negro. Em cada uma dessas partes havia um imperador, com o título de Augusto, e um outro governante para as regiões mais distantes, com o título de César. Por contar com, na verdade, 4 governantes, essa forma de divisão foi chamada de Tetrarquia.

A Tetrarquia durou pouco tempo. Já no início do século 4, o imperador Constantino reunificou o Império. Entretanto, como o risco de invasão fosse maior na parte ocidental, ele transferiu a capital para Bizâncio, mais protegida e, na época, mais rica. Ali, ele ergueu uma cidadela para servir de sede ao governo, dando a ela o nome de Constantinopla, nome que, durante séculos, acabou designando toda a cidade.

Durante o século 4, o Império manteve-se unificado, com sua sede em Constantinopla. No final do século, o imperador Teodósio estabeleceu, em 395, a divisão definitiva: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino, com capital em Constantinopla.

Decadência e êxodo urbano

Ao mesmo tempo em que o Império se debatia com toda a sorte de dificuldades administrativas e militares, os aspectos econômico e social da crise iam gerando uma nova realidade. O declínio do comércio gerava uma decadência de toda a atividade urbana. E a incapacidade crescente do Estado romano de manter a ordem e a paz internas transformava as cidades em alvo de ataques e saques. Outro elemento era a impossibilidade de manter a política de concessão de alimentos à plebe miserável, tornando impossível sua permanência em Roma.

Esses elementos vão gerar um processo de êxodo urbano. A grande massa que sai das cidades para o campo vai passar a viver e trabalhar naqueles mesmos latifúndios em que, até então, utilizava-se a mão-de-obra escrava. O declínio da escravidão abria espaço, portanto, para o trabalho plebeu, mas em condições significativamente diferentes.

Tais latifúndios continuavam com sua mesma extensão, sendo necessário que várias famílias vivessem e trabalhassem dentro de uma mesma propriedade. Assim, a paisagem rural do Império, notadamente no ocidente, passou a se caracterizar por um tipo de propriedade à qual os romanos davam o nome de vilas, nas quais várias famílias de trabalhadores vivem e trabalham numa terra que não lhes pertence.

Bases do feudalismo

Esse processo de ruralização apresentava outras características. Esses trabalhadores, apesar de serem livres, não eram proprietários da terra. Ao mesmo tempo, a escassez de moedas inviabilizava o pagamento de salários. Dessa forma, a única possibilidade de vida para esses trabalhadores era extrair da terra o seu sustento, entregando ao proprietário um excedente - como forma de pagamento pelo uso da terra. São os primeiros rudimentos econômicos do feudalismo, já presentes na crise do Império.

Ao lado desses elementos, outra realidade se desenrolava. Desde o início do século 3, o Império havia adotado a política de permitir que tribos bárbaras se instalassem dentro das suas fronteiras. Essa relação estabelecia-se com o Império cedendo a essas tribos terras, chamadas pelos romanos de feudus.

Esses bárbaros eram admitidos na condição de colonos, segundo a qual, em troca da terra, eles se comprometiam a cultivá-la, pagar tributos ao Império e, por lei, estar presos à terra, não podendo deixá-la. Isso se explica pela necessidade romana de usar esses povos para a própria defesa das regiões fronteiriças. Tanto que esses bárbaros eram também considerados como federados ao Império, termo que tinha uma conotação de aliados militares.

Quando a crise no interior do Império agravou-se, no final do século 3, com Roma cada vez mais dependente da produção agrícola, o regime de colonato foi estendido para as próprias populações romanas. Tal medida foi baixada pelo imperador Diocleciano, tornando o colonato uma instituição.

Os hunos, os povos germânicos e o fim do Império

A partir do final do século 4, a situação do Império tendeu ao colapso. Já por volta de 370, a presença de um povo asiático - os hunos - no sul da Europa contribuiu para destruir o frágil equilíbrio em que ainda se assentava o Império e sua relação com os povos bárbaros.

Ao longo de quase um século, os hunos assolaram regiões da Europa, chegando mesmo a sitiar Roma em 452. Ferozes, saqueadores e extremamente numerosos, eles espalharam terror por várias regiões da Europa, incluindo a Germânia.

Para vários historiadores, os ataques dos hunos contribuíram largamente para pressionar os povos germânicos em direção às terras pertencentes a Roma, acelerando o processo de invasões. Tais invasões se estenderam ao longo do século 5. Os visigodos saquearam Roma em 410, e os vândalos em 455; os francos, após saquearem Roma, ocuparam a Gália; anglos, saxões e jutos invadiram a Bretanha; burgúndios, o sul da França; lombardos, o norte da Itália; e, em 476, os hérulos, seguidos pelos ostrogodos, depuseram o último imperador, Rômulo Augústulo.

Esse evento assinala oficialmente o fim do Império Romano do Ocidente. A parte oriental do Império manteve-se unificada até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos. Entretanto, a influência do chamado Império Bizantino sobre a Europa foi rapidamente esvaindo-se. As áreas dominadas pelos vários povos germânicos deram origem a uma série de reinos fragmentados, destruindo a unidade imposta pelos romanos. Também esse evento assinala o início da Idade Média europeia, erigida a partir justamente da integração entre elementos romanos e germânicos.

Qual é a diferença entre o Império Bizantino e o Império Romano do Ocidente?

A principal diferença entre o Império Romano Ocidental e o Oriental era que no Oriente continha mais riquezas, sendo que determinadas regiões como Egito, Síria, Palestina e Anatólia faziam parte do governo de Constantinopla.

Quais as diferenças entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente no que se refere à religião?

E no setor ocidental a língua principal era o latim. Outra diferença importante é que, enquanto no oriente, Licínio era grande opositor do cristianismo, no ocidente, Constantino havia assinado o Edito de Milão, em 313, dando liberade de culto aos cristãos.

Que características são comuns ao Império Romano do Ocidente e ao Império Bizantino?

A partir disso, que características são comuns ao Império Romano do Ocidente e ao Império Bizantino? I Diversidade étnica no território, incluindo os chamados povos bárbaros. II Centralização política e administrativa, expressa na figura do imperador.

Qual é a relação do Império Bizantino com o Império Romano?

O Império Bizantino surgiu por meio da divisão do Império Romano feita pelo imperador Teodósio, em 395, correspondendo à parte oriental. Sua capital era Constantinopla, antiga Bizâncio, que, por conta da sua posição geográfica, possibilitou o desenvolvimento do comércio.

Toplist

Última postagem

Tag