Qual o objetivo de Cildo Meireles ao fazer esse tipo de obra de arte?

Desde o fim da década de 1960, Cildo Meireles tem se afirmado como voz única na arte contemporânea, construindo uma obra impregnada pela linguagem internacional da arte conceitual, mas que dialoga de maneira pessoal com o legado poético do neoconcretismo brasileiro de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Seu trabalho, pioneiro no campo da arte da instalação, prima pela diversidade de suportes, técnicas e materiais, apontando quase sempre para questões mais amplas, de natureza política e social. Neste sentido, Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, no primeiro deles, Impregnação, nos deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, tem lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida.

Desde o fim da década de 1960, Cildo Meireles tem se afirmado como voz única na arte contemporânea, construindo uma obra impregnada pela linguagem internacional da arte conceitual, mas que dialoga de maneira pessoal com o legado poético do neoconcretismo brasileiro de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Seu trabalho, pioneiro no campo da arte da instalação, prima pela diversidade de suportes, técnicas e materiais, apontando quase sempre para questões mais amplas, de natureza política e social. Neste sentido, Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, no primeiro deles, Impregnação, nos deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, tem lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida.

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Cildo Meireles é artista plástico e nasceu no Rio de Janeiro em 1948.

Iniciou sua carreira desenhando, mas foi com uma arte totalmente diferente das artes tradicionais que Cildo se tornou conhecido no Brasil e no exterior.

Este reconhecimento se deu partir de 1970, durante o regime militar no Brasil, mais precisamente depois da promulgação do AI-5. Nesta época as obras de Cildo ganharam um caráter político muito forte. Como, por exemplo, nos trabalhos: Tiradentes – Totem-monumento ao Preso Político (1970); Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970) e Quem Matou Herzog? (1970) .

Além do caráter político, estas obras tem também um caráter conceitual, a começar pela forma em que eram concebidas e como circulavam.

No caso da obra Quem Matou Herzog? (1975), Cildo Meireles carimbou várias notas de de um cruzeiro com a frase: “Quem matou Herzog?”.

Vladimir Herzog era um jornalista militante do Partido Comunista Brasileiro que foi chamado pelos militares para um interrogatório e nunca mais voltou. Segundo os militares ele havia se suicidado, mas estava bem claro que ele havia sido torturado até a morte.

Com a pergunta carimbada nas notas, Cildo fez com que sua indignação e seu protesto passasse de mão em mão sem sofrer qualquer tipo de repressão. Foi assim também com o Projeto Coca-Cola, no qual Cildo imprimia em branco nas garrafas de Coca-Cola vazias frases de caráter crítico- ideológico, como por exemplo “yankees, go home!”. Estas garrafas iam para fábrica, eram reabastecidas e depois vendidas,e estas frases desta forma iam circulando livremente.

Já em Tiradentes – Totem-monumento ao Preso Político (1970), Cildo executou uma ação realmente inesperada:diante de uma platéia atônita, o artista amarrou dez galinhas a uma estaca de madeira e, depois de encharcá-las com gasolina, incendiou-as vivas, num ritual público de grande crueldade. Esta apresentação aconteceu em Belo Horizonte em um evento de Vanguarda “Do corpo à terra”, que fazia parte das comemorações oficiais da semana da Inconfidência Mineira, para a qual Cildo foi convidado por Frederico Moraes a participar.

Sobre este trabalho ele deu uma entrevista, na qual explicou : “Este trabalho foi feito na semana que comemorou a Inconfidência. A figura deTiradentes estava sendo usada pelo regime militar de maneira muito cínica. Ele representava a antítese do que defendiam os militares. O regime militar tinha de fato transferido a capital de Brasília para Ouro Preto, perto do local da exposição, em Belo Horizonte. A exposição era parte de seu programa comemorativo, elegendo Tiradentes como “seu” herói nacional. Claro, a hipocrisia dessas manobras simbólicas era evidente, e eu decidi fazer um
trabalho sobre isso.” (MEIRELES, Cildo. Entrevista a Gerardo Mosquera. In: HERKENHOFF, Paulo. (et alii). Cildo Meireles . São Paulo: Cosac & Naify, 2000, p. 15)

Por esta postura consciente e engajada com as questões do seu tempo, Cildo Meireles é considerado por alguns críticos como um dos artistas mais lúcidos da sua geração.

Algumas de suas obras:

Bibliografia:
//www.itaucultural.org.br
Freitas, Arthur ; Contra – Arte: vanguarda, conceitualismo e arte de guerrilha –1969-1973

Sobre artebrasileirautfpr

Um endereço para aproximar, experimentar e [re]conhecer a arte brasileira.

Qual o objetivo da arte de Cildo Meireles?

Seus trabalhos são famosos por mostrarem engajamento político e estimularem a interação do público. Com um repertório bastante diversificado, que engloba desde grandes instalações até notas falsas e garrafas de Coca-Cola, Meireles promove a experimentação por meio de suas obras.

Qual a intenção do artista Cildo Meireles com sua série de obras de artes Inserções em circuitos ideológicos?

As séries de inserções em circuitos ideológicos de Cildo Meireles procuraram explorar alternativas comunicacionais e artísticas para executar uma verdadeira guerrilha contra o sistema repressor da ditadura militar.

Quais as principais características das esculturas criadas por Cildo Meireles?

Cildo Meireles é um escultor e pintor brasileiro. Conhecido internacionalmente, Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil e a dependência do país na economia global.

Qual a importância de Cildo Meireles para a arte contemporânea brasileira?

Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, 1948 Cildo Meireles é um dos artistas originais mais relevantes do Brasil contemporâneo. Permeado por ações e proposições políticas e filosóficas, sua abordagem frente à arte conceitual é uma das influências mais marcantes no âmbito da produção artística brasileira das últimas décadas.

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