20 setembro 2017
Crédito, AFP
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Terremoto abalou a capital mexicana e outras cidades na região central do México
Um poderoso terremoto de magnitude 7,1 abalou a região central do México na terça-feira, às 13h24 do horário local (15h24 em Brasília), deixando um rastro de destruição e mais de 200 mortos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos localizou o epicentro do terremoto a 51 km de profundidade nos arredores da cidade de Axochiapan.
Coincidindo com o 32º aniversário do devastador terremoto de 1985, que causou milhares de mortes no país, o sismo de terça-feira levou pânico aos 20 milhões de habitantes da capital mexicana.
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O terremoto veio menos de duas semanas depois de o sudoeste do México ser sacudido por outro tremor, de magnitude 8,1, que deixou pelo menos 100 mortos.
Mas por que o México é tão propenso a sofrer tantos e tão fortes movimentos sísmicos?
A resposta está em sua localização geográfica.
Círculo de fogo
O país encontra-se no Círculo de Fogo do Pacífico, uma grande área em formato de ferradura com alta atividade sísmica e que liga a América e a Ásia.
"90% de todos os terremotos no mundo e 80% dos maiores terremotos ocorrem no Círculo de Fogo do Pacífico", destaca Hernando Taveras, diretor do departamento de sismologia do Instituto de Geofísica do Peru (IGP).
Além do México, esta região - também conhecida como Anel de Fogo - inclui, no lado da costa Pacífica do continente americano, Equador, Chile, Estados Unidos, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Guatemala e parte do Canadá.
Na altura das Ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, entre o Alasca e a península de Kamchatka, na Rússia, fica a curva superior da ferradura, que então dobra para a esquerda, incluindo a costa e ilhas da Rússia, Japão, Taiwan, Filipinas, Indonésia, chegando a Papua-Nova Guiné e Nova Zelândia.
O leito do Oceano Pacífico repousa sobre várias placas tectônicas e "o fato de a atividade sísmica ser intensa no Círculo de Fogo se deve à convergência destas e a sua fricção, o que faz com que a tensão seja liberada", explica Taveras. O México, especificamente, tem abaixo de seu território três das principais placas tectônicas do planeta: Cocos, Norte-Americana e do Pacífico.
Também no Anel de Fogo estão mais de 75% dos vulcões ativos e inativos no mundo, com 452 crateras.
O México também tem um histórico de atividade vulcânica. Os vulcões Popocatépetl e Ixtaccíhuatl, por exemplo, a sul da Cidade do México, ocasionalmente expelem gases que podem ser claramente vistos da capital. Em 1994 e 2000, o Popocatépetl ficou ativo e forçou a evacuação de vilas e cidades nos seus arredores.
Abalos Sísmicos
Recentemente, o mundo se comoveu com as tragédias causadas pelos terremotos ocorridos no Haiti e no Chile. Muitas vezes avassaladores, esses fenômenos
da natureza se propagam por meio de vibrações e ocorrem em virtude
da movimentação das placas tectônicas, de vulcanismos ou por
desmoronamentos internos. Vamos aprender mais sobre esse assunto.
O planeta Terra é dividido em várias camadas. A mais importante para os seres vivos é a litosfera, que corresponde à parte sólida do globo, atinge 50 km de espessura e apresenta-se dividida em várias placas.
As principais placas tectônicas são a do Pacífico, a de Nazca, a Sul-Americana, a Norte-Americana, a Africana, a Antártica, a Indiana, a Australiana, a Eurasiática, a Arábica e a das Filipinas.
Elas são gigantescos blocos que flutuam sobre o manto terrestre. Ele, por sua vez, é formado por rochas aquecidas, as quais se movimentam constantemente e empurram as placas, aproximando-as ou distanciando-as umas das outras. Há vários tipos de movimento das placas, porém os mais importantes são: convergente (quando se chocam) e divergente (quando se movimentam em direções contrárias).
Os abalos sísmicos podem ocorrer pela movimentação das placas tectônicas, por atividades vulcânicas e por desmoronamentos da estrutura interna da Terra. Em todos os casos, acumula-se uma imensa quantidade de energia, levando a Terra a tremer.
Quando esses abalos ocorrem nos continentes são chamados de terremotos; já quando acontecem nos oceanos correspondem aos maremotos, que podem resultar na formação de ondas gigantescas denominadas tsunamis.
A intensidade dos tremores varia bastante, mas não há um limite máximo. Sua força é medida por um aparelho chamado sismógrafo. A escala mais utilizada para determinar a energia liberada é a Richter, em alusão ao seu criador, Charles Francis Richter.
De forma geral, os abalos de 3.5 pontos ou menos são raramente percebidos; de 3.5 a 6.0 são sentidos, mas não são muito perigosos; entre 6.1 e 6.9, podem ser destrutivos e causar estragos em um raio de 100 quilômetros de onde ocorreu; entre 7.0 e 7.9, causam sérios danos em
áreas maiores; e de 8 em diante são imensamente destrutivos. No Haiti, o terremoto ocorrido em 12 de janeiro de 2010 chegou a 7.0 de magnitude; já o do Chile, em 27 de fevereiro, registrou 8.8 pontos, ambos megaterremotos que deixaram suas fatais consequências.
Depois disso tudo, você deve estar se perguntando: e o Brasil, por que não é afetado por terremotos? Na verdade, não ocorrem terremotos de grande intensidade, pelo fato do País estar localizado no centro de uma placa tectônica – a
Sul-Americana –, e os maiores abalos ocorrerem nas bordas das placas.