LER é uma síndrome que inclui um grupo de doenças com sintomas como dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular e redução na amplitude do movimento.
LER (Lesão por Esforço Repetitivo) não é propriamente uma doença. É uma síndrome constituída por um grupo de doenças – tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo, mialgias –, que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores principalmente, e sobrecarrega o sistema musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade funcional da região comprometida. A prevalência é maior no sexo feminino.
Também chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), LTC (Lesão por Trauma Cumulativo), AMERT (Afecções Musculares Relacionadas ao Trabalho) ou síndrome dos movimentos repetitivos, LER é causada por mecanismos de agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse. Tal associação de terminologias fez com que a condição fosse entendida apenas como uma doença ocupacional, e que existem profissionais expostos a maior risco: pessoas que trabalham com computadores, em linhas de montagem e de produção ou operam britadeiras, assim como digitadores, músicos, esportistas, pessoas que fazem trabalhos manuais, por exemplo tricô e crochê.
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Diagnóstico
O diagnóstico é basicamente clínico. O mais importante é determinar a causa dos sintomas para eleger o tratamento adequado. Para tanto, muitas vezes, é preciso recorrer a uma avaliação multidisciplinar.
Sintomas
Os principais sintomas de LER são: dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular, alteração da temperatura e da sensibilidade, redução na amplitude do movimento, inflamação.
É importante destacar que, na maioria das vezes, esses sintomas estão relacionados com uma atividade inadequada não só dos membros superiores, mas de todo o corpo, que se ressente, por exemplo, se houver compressão mecânica de uma estrutura anatômica, ou se a pessoa ficar sentada diante do computador ou tocando piano por oito, dez horas seguidas.
Tratamento
Nas crises agudas de dor, o tratamento inclui o uso de anti-inflamatórios e repouso das estruturas musculoesqueléticas comprometidas. Nas fases mais avançadas da síndrome, a aplicação de corticoides na área da lesão ou por via oral, fisioterapia e intervenção cirúrgica são recursos terapêuticos que devem ser considerados.
Os conhecimentos da ergonomia, ciência que estuda a melhor forma de atingir e preservar o equilíbrio entre o homem, a máquina, as condições de trabalho e o ambiente com o objetivo de assegurar eficiência e bem-estar do trabalhador, têm-se mostrado muito úteis no tratamento e prevenção da LER.
Recomendações
- Procure manter as costas eretas, apoiadas num encosto confortável e os ombros relaxados enquanto estiver trabalhando sentado. Cuide também para que os punhos não estejam dobrados. A cada hora, pelo menos, levante-se, ande um pouco e faça alongamentos;
- Certifique-se de que a cadeira e/ou banco em que se senta para trabalhar sejam adequados ao tipo de atividade que você exerce;
- Não imagine que LER é uma síndrome que acomete apenas as pessoas que trabalham em determinadas funções. Quem usa o computador, por exemplo, para o lazer durante horas a fio, também está sujeito a desenvolver o distúrbio;
- Veja bem: qualquer região do corpo pode ser afetada por LER desde que seja exposta a mecanismos de traumas contínuos. Portanto, a síndrome pode manifestar-se em regiões do corpo como a coluna lombar, se a sobrecarga ocorrer na coluna lombar ou no tendão do calcâneo (tendão de Aquiles), se a pessoa caminha ou corre longas distâncias.
A lesão por esforço repetitivo (LER), também chamada de distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT) é uma situação que acontece devido à realização de movimentos repetitivos que acabam por sobrecarregar músculos, tendões e articulações causando dor, tendinite, bursite ou alterações da coluna, por exemplo.
A LER/ DORT são situações relacionadas com a atividade profissional desempenhada, acontecendo principalmente em pessoas que trabalham usando o computador, lavam ou passam roupa, realizam limpezas ou carregam muito peso, por exemplo.
O diagnóstico pode ser feito pelo médico ortopedista ou médico do trabalho com base nos sintomas e exames, como raio X ou ultrassom, de acordo com a necessidade. O tratamento pode incluir a toma de remédios, fisioterapia, cirurgia nos casos mais graves, e pode ser preciso trocar de posto de trabalho ou se aposentar mais cedo.
Sintomas de LER/ DORT
Normalmente os sintomas iniciam de forma leve e pioram apenas nos momentos de pico de produção, no final do dia, ou no final da semana, mas se o tratamento não for iniciado e se não forem tomadas medidas de prevenção, existe uma piora do quadro e os sintomas se tornam mais intensos e a atividade profissional fica prejudicada. Os sintomas mais comuns de uma LER/ DORT incluem:
- Dor localizada;
- Dor que irradia ou que é generalizada;
- Desconforto;
- Fadiga ou sensação de peso;
- Formigamento;
- Dormência;
- Diminuição da força muscular.
Estes sintomas podem ser exacerbados ao realizar determinados movimentos mas também é importante observar quando tempo duram, quais atividades o agravam, qual a sua intensidade e se há sinais de melhora com o repouso.
É comum que as pessoas que possuem LER/ DORT tenha como consequência tendinite de ombro ou punho, epicondilite, cisto sinovial, dedo em gatilho, lesão do nervo ulnar ou síndrome do desfiladeiro torácico, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico de LER/ DORT deve ser feito pelo ortopedista ou médico do trabalho, sendo realizada uma avaliação dos sintomas apresentados levando em consideração o histórico de saúde da pessoa, seu cargo e funções que desempenha. Além disso, é indicada a realização de exames de imagem como raio X, ultrassom, ressonância magnética ou tomografia, além da eletroneuromiografia que também é uma boa opção para avaliação da saúde do nervo afetado.
Ao chegar ao diagnóstico, e em caso de afastamento do posto de trabalho o médico de medicina do trabalho deve encaminhar a pessoa para o INSS para que possa receber seu benefício.
Tratamento para LER/ DORT
O tratamento para LER/ DORT normalmente envolve a realização de sessões de fisioterapia, podendo também ser indicado o uso de medicamentos ou a cirurgia, em casos mais graves. Além disso, de acordo com a LER/ DORT e a gravidade, pode ser também necessário o afastamento do posto de trabalho.
De forma geral, a primeira linha de tratamento corresponde ao uso de medicamentos anti-inflamatórios com o objetivo de promover o alívio da dor e do desconforto. Aconselha-se também a reabilitação através da fisioterapia, onde podem ser usados equipamentos de eletroterapia para combater a dor aguda, técnicas manuais e exercícios corretivos podem ser indicados para fortalecer/alongar os músculos de acordo com a necessidade de cada pessoa.
Na fisioterapia também são dadas recomendações para o dia a dia, com movimentos que devem ser evitados, opções de alongamentos e o que pode fazer em casa para se sentir melhor. Uma boa estratégia caseira é colocar uma compressa de gelo sobre a articulação dolorida, deixando atuar por 15-20 minutos.
O tratamento em caso de LER/DORT é lento e não é linear, havendo períodos de grande melhora ou de estagnação, e por isso é preciso ter paciência e cuidar da saúde mental durante esse período para evitar o quadro depressivo. Atividades como caminhada ao ar livre, corrida, exercícios como o método Pilates ou hidroginástica são boas opções.
Como prevenir
A melhor forma de prevenção da LER/DORT é realizar ginástica laboral diariamente, com exercícios de alongamentos e/ou fortalecimento muscular no próprio ambiente de trabalho. O mobiliário e as ferramentas de trabalho devem ser adequadas e ergonômicas, e deve ser possível a troca de tarefas ao longo do dia.
Além disso, devem ser respeitadas as pausas, para que a pessoa tenha cerca 15-20 minutos a cada 3 horas para poupar os músculos e os tendões. Também é importante beber bastante água ao longo do dia para manter todas as estruturas bem hidratadas, o que diminui o risco de lesões.