Quais países foram importantes para a evolução da Educação Física?

A ginástica, enquanto atividade física tem suas origens na Antiguidade, uma vez que os exercícios típicos do esporte já eram desempenhados pelos homens pré-históricos com o intuito de se protegerem de ameaças naturais. Por volta de 2600 a.C., especialmente em civilizações orientais, os exercícios da ginástica passaram a fazer parte de festividades, jogos e rituais religiosos.

Contudo, pode-se dizer que foi na Grécia que a ginástica ganhou grande destaque, se tornando um elemento fundamental para a educação física dos gregos. De fato, os mesmos a conceberam como uma forma de busca por corpos e mentes sãos, dando à modalidade um papel fundamental na busca do equilíbrio entre aptidões físicas e intelectuais. Além disso, a valorização grega do ideal de beleza humana favoreceu ainda mais a evolução da ginástica, uma vez que sua prática era vista como uma forma de cultuar o corpo.

Posteriormente, na civilização romana, o esporte se afastou bastante de sua faceta grega, já que a valorização do corpo era vista como algo imoral pelos romanos. Assim, nesta época, a prática da ginástica se resumiu apenas a exercícios destinados à preparação militar. A rejeição do culto à beleza física também foi registrada durante a Idade Média, aspecto que resultou na perda da importância do esporte na época. Desta forma, a ginástica retomou sua evolução somente com o Renascentismo e a revalorização das referências culturais da antiguidade clássica.

Para a maioria dos especialistas, a ginástica atual teve no início do século XIX seu grande momento, pois foi neste período que surgiram as quatro grandes escolas do esporte (Inglesa, Alemã, Sueca e Francesa) e os principais métodos e aparelhos ginásticos. Desde então, a modalidade não parou de se desenvolver. Em 23 de julho de 1881, foi fundada a Federação Europeia de Ginástica, entidade que se tornaria posteriormente, em 1921, a atualmente conhecida FIG (Federação Internacional de Ginástica).

História da Ginástica


Atividade 2

Agora, para consolidar a compreensão histórica do texto  lido sobre a evolução da ginástica assista o vídeo:

Afirmar, de forma convicta, quando nasceu a Educação Física ninguém o poderá fazer. No entanto, poder-se-á dizer que a mesma deverá ter tido o seu início quando o homem primitivo, há milhares de anos, nas suas andanças pelo mundo, sentiu necessidade de realizar longas caminhadas ao procurar novas pastagens para o gado ou caçar para poder sobreviver.

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É neste contexto que passa a executar diversos e variados movimentos corporais, dos mais básicos aos mais complexos, como sejam correr perseguindo animais, subir, trepar, agarrar, puxar, transportar, empurrar, fugir, lutar etc.

Apoiados no pensamento de Nascimento e Cruz (2005), aclaramos que a civilização que mais distinguiu e desenvolveu a Educação Física foi a Grega, através de sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão e Aristóteles ajudaram, e muito, na valorização e afirmação da Educação Física e da Pedagogia, definindo conceitos que foram aceites e transmitidos de geração em geração até aos nossos dias, fazendo a ligação do corpo e alma através das atividades corporais e da música. É de Platão o conceito de equilíbrio entre o corpo e o espírito ou mente.

Segundo Pereira (2004):

(…) a afirmação progressiva da EF ao longo da história deveu-se, entre outras coisas, ao facto de ter sido considerada parte importante e até fundamental do processo educativo e ainda de lhe ser reconhecido ao longo dos tempos um significativo e importante papel em todas as culturas. A evolução da educação física aconteceu de forma gradual, acompanhando a evolução cultural dos povos, estando diretamente ligada aos sistemas políticos, sociais, económicos e científicos das diferentes sociedades. (p.6).

Estrela (1994) refere que “D. António Costa, político considerado como progressista da segunda metade do século XIX, que ocupou a pasta do Ministério da Instrução Pública, apresentou em 1870, um programa para a reforma da então escola primária, no qual inseria para o 1.º grau, a “ginástica elementar combinada com exercícios vocais”, a “ginástica e os princípios higiénicos deveriam ser ministrados no 2.º grau. Preconiza a introdução da ginástica nas escolas normais de formação de professores primários.

Desde 1836, que a lei considera a obrigatoriedade da prática do exercício físico nas escolas. No entanto ou não era cumprida por falta de meios ou adiada, ou mesmo revogada por outras razões.

Segundo Ferreira (2004):

A obrigatoriedade da disciplina de (EF) aparece nas reformas do ensino primário em 1902 e do ensino secundário em 1905. A duração da disciplina tem variado ao longo dos tempos, dependendo da importância que os órgãos governamentais lhe conferem e das condições consideradas indispensáveis que as escolas dispunham. Em 1991 é aprovado o regime jurídico da disciplina de EF e do Desporto Escolar: a EF passa a ser uma disciplina curricular obrigatória do ensino básico e secundário, desenvolve-se através de programas próprios e dispõe de três horas semanais. (pp.91-92)

Carvalho (2001) refere em vários documentos escritos que existe situação de exclusão, não apenas da EF, mas também dos seus professores no âmbito escolar. Segundo o mesmo

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autor, chegava-se ao ponto de se afirmar que estes eram desqualificados em termos de recompensa e de apoios ao seu trabalho, ou em termos das apreciações que outros, (colegas, chefias, alunos, famílias) deles faziam. Essas apreciações e comentários eram proferidos de forma injusta e infundada, dizia-se que a disciplina não tinha um significado verdadeiramente académico, era anti-intelectual e periférico das restantes disciplinas lecionadas.

Os professores reconheciam a existência de uma hierarquia de disciplinas, que a EF era desvalorizada e a sua colocação em segundo plano ficava a dever-se quase sempre ao invocar de razões que se prendiam com a falta de condições materiais para o exercício da disciplina, ao não reconhecimento da sua importância na formação dos alunos e também ao não reconhecimento das competências dos profissionais (Sousa, 2004).

Aliás, Brito (2002), nos seus escritos sobre a evolução da EF, menciona que, antigamente, a EF era considerada “arte menor”, no contexto escolar e os seus professores eram considerados como professores de “segunda” e tinham estatutos e vencimentos em conformidade.

Também Rocha (1996) ao referir-se ao estatuto que a disciplina de EF tem em comparação com as outras áreas curriculares afirmava:

Esta era normalmente considerada com um estudo periférico em relação às outras componentes do currículo e, por este motivo, não tinham, nos mais variados aspetos, a atenção e os recursos considerados necessários à sua realização. Isto é, apesar de ter um lugar no currículo, a EF continuava sem ter a valorização e a consideração indispensáveis a um reconhecimento generalizado das suas potencialidades educativas. Não se lhe reconhecia alcance cultural nem se dava valor aos conteúdos que ensinava. (p.44)

Assistia-se e, ainda hoje em determinadas situações, observa-se uma preocupação excessiva com o desenvolvimento cognitivo, por um lado, e a preferência por abordagens teóricas, por outro, o que tem contribuído para um empurrar da EF para um estatuto de menoridade que a coloca com alguma frequência numa situação de subalternidade” (Rocha, 1996, p.14).

Tais factos contribuíam para o desenvolvimento de uma ideia que se baseava em muito no princípio de que a educação física escolar não era mais do que um espaço de animação onde os jovens se exibiam e manifestavam apenas os talentos com que nasceram. Era com base nessas práticas que as suas aptidões eram certificadas e desenvolvidas em função das possibilidades de cada um (Monteiro, 1998).

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Para Monteiro (1998, p.29), “o alimentar desta opinião permitia e, infelizmente ainda permite, que os alunos, os pais, outros professores e restantes cidadãos vejam na Educação Física escolar qualquer coisa que é divertida ou gira, contudo sem grande importância no currículo do aluno”. Ainda e segundo opinião do mesmo autor, estas razões têm contribuído para que a comunidade educativa, na sua grande maioria não tenha reconhecido o significado e a importância da EF na educação e formação de crianças e jovens em idade escolar.

Monteiro (1998, p.31) considerava que “a Educação Física escolar deveria ter uma avaliação, exatamente com o mesmo estatuto institucional que as restantes disciplinas do currículo dos alunos, em especial daquelas que acompanham o aluno ao longo dos doze anos de escolaridade caso do Português e a Matemática”.

Mais tarde, com a aprovação do Decreto-Lei 74/2004 e legislação complementar, de 26 de Março, a disciplina de Educação Física passou a ser reconhecida como disciplina obrigatória para todos os alunos do ensino básico e secundário e passa a ser considerada para efeitos de transição de ano, de aprovação na disciplina e de conclusão de ciclo de estudos como qualquer outra disciplina (com exceção de Educação Moral e Religiosa, de frequência facultativa). No atual plano de organização curricular do Ensino Básico e do Ensino Secundário, o estatuto da EF é equivalente ao das outras áreas disciplinares. Comédias (2004, p.10).

Ainda de acordo com Comédias (2004), “recentemente, a partir do desenvolvimento da reforma do Sistema Educativo, foi redefinido o estatuto curricular desta disciplina, determinando-se a especificidade do seu contributo, a sua articulação horizontal com outras disciplinas ou áreas disciplinares e o sentido da sua progressão ao longo da escolarização”. (p.11)

Poder-se-á considerar como um momento muito especial para a disciplina, para os professores e para os alunos uma vez que foi atribuído o estatuto devido à disciplina de Educação Física, que a coloca em igualdade com as restantes áreas disciplinares e que há muito tempo vinha sendo reivindicado por todos.

Assim, e apoiados nas nossas práticas, vivências e contactos diárias com a comunidade educativa, é possível perceber que a EF tem vindo a passar por grandes transformações ao longo da história, continuando em transformação. A opinião de pais alunos e comunidade

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educativa têm vindo a modificar-se, sendo certo que este processo evolutivo e de afirmação irá continuar nos próximos anos.

No documento Importância da educação física no currículo do 1º ciclo do ensino básico (páginas 44-48)

Qual foi o país que surgiu a Educação Física?

A EDUCAÇÃO FÍSICA surgiu na Grécia antiga, por volta de 386 a.C. Na época, a disciplina estava incluída na Academia de Platão, considerada a primeira escola de Filosofia do mundo ocidental.

Como aconteceu a evolução da Educação Física no mundo?

A evolução da Educação Física acontece gradativamente à evolução cultural dos povos, estando interligada aos sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos das sociedades. Porém, é necessário ressaltar que nem todos os povos atravessavam os mesmos estágios simultaneamente.

Quais povos contribuíram para o desenvolvimento da prática de atividades físicas?

Resposta: Na Antiguidade, os gregos, entretanto, mais evoluídos, visavam ao desenvolvimento físico e moral do homem. Já entre os romanos, que herdaram com a conquista da Grécia as atividades físicas dos gregos, em plena decadência, orientavam a educação física, objetivando o desenvolvimento das massas musculares.

Qual a civilização que marcou o desenvolvimento da Educação Física?

Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura.