Como são os filhos de Iemanjá com Iansã?

Também fica fácil entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da água doce, os de Yemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.

Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.

Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Yemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.

Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Yemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Yemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.

Por Pai Pedro de Ogum

Iansã, a Guerreira

Neste artigo falaremos sobre Iansã, sua força, determinação e sabedoria.

Yabá dos ventos e tempestades, movimenta-se ora suave, ora arrebatador. É fiel às suas convicções. Uma guerreira que não foge às batalhas.

Conhecer essa deusa causa impacto e muita admiração em função de seu poder.

Origem de Iansã

Filha de Iemanjá com Oxalá, Iansã é irmã de Oxum, Obá e Oxóssi. Seu nome tem origem iorubá, sendo a contração da frase “Iyá omo mésàn” que significa mãe de nove filhos. Pois seu desejo pela maternidade era tão intenso que lhe foi concedido gerar nove herdeiros.

Iansã também é largamente conhecida como Oiá, nome que deriva de um rio que corre na região da Nigéria e denominado Odó Oiá.

Oiá é aquela que transporta os humanos após a morte. Ela recebeu essa função de seu amigo Obaluaê, senhor da terra, da morte e da cura. Ela é a responsável por levar o espírito desencarnado de Aiyê (terra) para o Orum (céu ou mundo dos encantados). É Iansã que permite que os eguguns (espírito de pessoas mortas) caminhem entre os vivos, podendo até mesmo serem vistos e cultuados.

Rainha do tempo

Iansã possui o domínio das tempestades e dos fenômenos climáticos, ela controla os ventos, as chuvas e os trovões. Por isso, durante as grandes chuvas, é muito propício a saudação para a deusa guerreira. Ela, porém, não possui o controle sobre os raios, já que esse elemento pertence ao seu esposo Xangô.

Os amores de Iansã

Iansã tem dois maridos, um deles é Ogum, o caçador. Um dia ele estava na mata caçando quando avistou um búfalo e preparou-se para atacá-lo. Antes, porém, ele ficou observando de longe até perceber que o animal parou. Em seguida, abaixou a cabeça e se despiu da pele que usava. De dentro dessa saiu uma linda e graciosa mulher, era a deusa guerreira, que enrolou as peles do animal junto com seus chifres e escondeu dentro de um formigueiro.

Depois que Iansã saiu caminhando em direção ao mercado, Ogum pegou suas roupas de búfalo, escondeu e foi encontrá-la. Ele ficou encantadíssimo com sua beleza e suntuosidade. Ela era maravilhosa, tinha vários adornos, como braceletes e colares, além disso, usava um turbante magnífico. Ogum não resistiu e a pediu em casamento, embora ela não tenha aceitado de primeira, acabou cedendo e se casando com o orixá guerreiro.

Eles se davam muito bem, afinal, Ogum é o senhor dos metais. E, assim como Iansã, têm uma relação muito próxima com a guerra. Ambos trabalhavam juntos na forja fabricando as ferramentas que ajudariam na construção do mundo.

Certa vez, Iansã e Ogum estavam forjando metais, quando Xangô foi até seu irmão a fim de encomendar armas para a guerra. Chegando lá, Xangô viu Iansã e ficou perdidamente apaixonado por ela, foi então que os dois ficaram juntos, e Iansã se tornou a rainha da coroa de Xangô.

Iansã era a esposa preferida de Xangô, eles se davam muito bem e costumavam trabalhar em equipe. Ele é o senhor da justiça e ela rainha do clima.

Iansã enviava seus ventos para limpar o mundo após as guerras, bem como também os trovões para anunciar que os raios pertencentes a Xangô estavam próximos de chegar.

Oiá aprendeu muito sobre a guerra com esses dois orixás, Ogum e Xangô. Por isso tornou-se uma Yabá obstinada que nada teme, nem mesmo a guerra. Ela sempre acompanha os guerreiros nas batalhas pois não nasceu para ficar em casa.

O ebó de Iansã

Quem desejar agradar a deusa deve lhe ofertar cabras, abará e acarajé – bolinho feito de feijão fradinho e frito no azeite de dendê, conhecido em diversas regiões da África como áráká -. Outro alimento que pertence à orixá guerreira é o bolinho de fogo de Iansã. Em contrapartida, em hipótese nenhuma, deve-se ofertar abóbora nem carne de carneiro.

Os símbolos e a saudação para Iansã

Como toda grande guerreira, Iansã tem entre seus símbolos uma espada, que usa para guerrear e se proteger. Também usa um eruexin, instrumento confeccionado a partir do rabo de animais como búfalo ou boi. Esse instrumento é uma espécie de abanador com o qual ela movimenta os ventos, controlando o mundo dos mortos e dos vivos. Com ele, afasta os Eguns, isto é, os espíritos desencarnados. A senhora da guerra carrega, em sua cintura, um chifre de búfalo, animal no qual se transforma.

A saudação dirigida à rainha das ventanias e das tempestades é Epa Heyi Oiá, que é a mesma coisa de dizer: “Olá, Iansã” ou “oi, Iansã”. Suas cores são o vermelho, marrom, amarelo e o rosa, suas contas são de cores amarela e vermelha. 

Entre a luta e a dança

Quando dança, a yabá traduz a leveza dos ventos nos pés, seus passos são guiados pelo balançar da brisa que ela controla. Oiá é a mais ligeira entre os orixás, ao dançar ela coloca as mãos para trás, na altura do quadril, enquanto se movimenta pelo espaço de maneira rápida e perspicaz, lembrando a força e poder das tempestades. Evidenciando a guerra, os passos empregados nas coreografias para Iansã simulam o movimento das lutas e batalhas.

As filhas e os filhos de Iansã

As filhas e os filhos de Iansã são pessoas audaciosas, que exalam poder e autoridade. São bastante batalhadores e contam com o auxílio dela para vencer as lutas travadas na vida. As pessoas que têm Oiá como mãe são obstinados e audaciosos, expressam bastante sensualidade e revelam ciúmes daquelas pessoas com quem estão se relacionando.

São extremamente inteligentes e estão sempre em busca do conhecimento, tal qual Iansã. São também muito intensos e com dificuldade de dominar seus impulsos, seja de amor, de ódio ou de raiva.

Oiá é muito protetora, guardando todos os seus filhos e filhas das tempestades da vida. Ela cuida das mulheres que vivem da feira livre e do comércio, e assegura proteção a todas as lideranças femininas. Iansã não é dominada por ninguém, nem por homens nem por mulheres, ela é livre e nos guia pelos caminhos da liberdade.

Autenticidade e identidade

Iansã é uma mulher majestosa, sem deixar de ser guerreira. Aprendemos, com Oiá, a nos posicionar no mundo e a reivindicar os nossos espaços. Ela também nos ensina a sempre caminhar com a cabeça erguida, com orgulho de sermos quem somos.

Iansã nos lembra que carregamos a força das guerreiras, que vão para a batalha com condições de vencer suas lutas. Mesmo que as tempestades cruzem os nossos caminhos e por vezes sejam devastadoras, elas sempre passarão, os trovões e as ventanias são Iansã brincando com o seu poder e nos lembrando da força e da garra que habita dentro de nós.

Referências bibliográficas:

PASSOS, MARLON MARCOS VIEIRA PASSOS. Oyá-Bethânia: os mitos de um orixá nos ritos de uma estrela. Dissertação (mestrado Estudos Étnicos e Africanos). Universidade Federal da Bahia: 2008.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das letras, 2001

VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Salvador: Corrupio, 2002.

Como são as filhas de Iemanjá com Iansã?

São tão generosas que criam até mesmo os filhos dos outros. Os filhos são tudo para essas mulheres, que mantém com eles os conceitos de respeito e hierarquia sempre muito claros. São alegres, leais, generosas, trabalhadores, fiéis e muito ativas. Elas gostam de se doar, seja para as pessoas ou para uma causa.

Qual é a ligação de Iansã com Iemanjá?

Filha de Iemanjá com Oxalá, Iansã é irmã de Oxum, Obá e Oxóssi. Seu nome tem origem iorubá, sendo a contração da frase “Iyá omo mésàn” que significa mãe de nove filhos.

Como saber se sou filha de Iansã e Iemanjá?

Quais são as características dos filhos de Iemanjá? Majestosos, belos e calmos como a mãe. Os descendentes de Iemanjá apresentam características muito parecidas com as da deusa. Eles são imponentes, sensuais e cheios de dons fascinantes, assim como o canto da sereia.

O que Iemanjá não gosta?

4 - Sociáveis. São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta de estar em grupo e costumam apegar-se a um parceiro cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis e preferem suas casas, onde podem controlar o ambiente a manter suas rotinas exatamente como de costume.

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