Por que a água da chuva é importante para a agricultura e para a alimentação humana?

O Brasil está passando atualmente por uma grave crise hídrica, que está afetando a qualidade de vida dos brasileiros e vários setores da economia. O problema é tão grave que, segundo a ONU, essa crise pode afetar a segurança alimentar da população em 2015.

Segundo a lei nº 11.346, de 15 de Setembro de 2006, a segurança alimentar e nutricional “consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.

Diante da falta de água, o direito de todos ao acesso ao alimento pode ser prejudicado. A escassez de água, além de prejudicar o abastecimento, dificulta a produção alimentícia. Sem uma boa safra, por exemplo, o preço dos produtos disponíveis aumenta consideravelmente, dificultando a compra por parte de uma grande parcela da população.

Cada alimento, seja de origem animal ou vegetal, necessita de certa quantidade de água para ser produzido. As plantas necessitam de água para estabelecer-se, e os animais, além de bebê-la, necessitam indiretamente da água utilizada na produção de vegetais que fazem parte de sua dieta ou da alimentação de suas presas.

O volume de água doce que é usado para produzir bens ou serviços, levando em consideração a quantidade de água consumida e poluída durante o processo, é chamado de Pegada Hídrica. Com esse importante indicador, podemos calcular a quantidade de água doce necessária para produzir alimentos e outros produtos, além de traçar estratégias para o uso inteligente desse importante recurso natural.

Apesar de muitas vezes pensarmos apenas na água que vamos ingerir, a pegada hídrica de certos produtos é muito maior do que podemos imaginar. Veja a seguir a quantidade de água necessária para produzir alguns produtos, segundo a Water Footprint Network:

→ Para produzir um 1 kg de carne bovina, são necessários 15.400 litros de água.

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→ Para produzir um único tomate de 250 gramas, são necessários 50 litros de água.

→ A cada quilograma de carne ovina são gastos 10.400 litros de água.

→ São necessários cerca de 553 litros de água para cada quilo de manteiga produzido.

→ Para produzir 1 kg de porco, são necessários 5.988 litros de água.

→ Para a produção de 1 kg de pão, são utilizados cerca de 1608 litros de água.

→ Para que um copo de 250 ml de leite seja produzido, são necessários cerca de 255 litros de água.

→ Para a produção de 1 kg de couro bovino, são necessários 17.093 litros de água.

→ Para a produção de chocolate, são necessários, a cada quilo, 17.196 litros de água.

→ São utilizados cerca de 74 litros de água na produção de apenas 250 ml de cerveja.

Podemos perceber, portanto, que a quantidade de água necessária para produzir alimentos de origem animal é maior. Sendo assim, é fácil concluir que as grandes criações de animais possuem um elevado impacto ambiental negativo.

Entretanto, a produção de alimentos, tanto de origem vegetal quanto animal, é necessária. Dessa forma, para que a pegada hídrica seja menor, devem ser criadas maneiras para que haja o melhor aproveitamento e o reúso da água. A irrigação de muitas culturas, por exemplo, é feita hoje por meio da água da chuva, o que diminui o uso exagerado de água, que pode ser então usada para o consumo da população.

É fundamental analisarmos nosso comportamento em relação ao uso da água, uma vez que a pequena parcela de água doce disponível deve ser compartilhada pela população, que a usará para beber, cozinhar, realizar atividades domésticas, produzir alimentos, entre várias outras ações. Fazer o uso consciente e buscar formas de reutilizar a água são medidas necessárias para que todos tenham qualidade de vida.


Por Ma. Vanessa dos Santos

No texto de hoje vamos discutir a quantidade e as formas de uso da água na agricultura. Já falamos aqui no blog que o setor agrícola é o que mais demanda água no país. E isso não é muito diferente no restante do mundo, sabia?

A água é recurso vital para a sobrevivência. Não somente para consumo, ela é fundamental para a produção de alimentos.

As primeiras civilizações se desenvolveram nas bordas de rios e córregos, o que permitiu se estabelecerem em comunidades fixas e produzir o próprio alimento.

A agricultura é uma atividade que demanda o uso da água para a cultura dos alimentos e a manutenção das lavouras em diferentes regiões do mundo.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a agricultura mundial consome 70% do montante de toda a água consumida no planeta. No Brasil este número sobe para 72% e cresce à medida que o país é menos desenvolvido.

Dados da Embrapa revelam que a irrigação é a que mais consome desse percentual, sendo 11% dessa água para matar a sede dos rebanhos e apenas 1% para abastecer as áreas rurais.

Com essa quantidade, podemos ter uma noção do impacto que a falta ou má qualidade desse recurso causaria na agricultura e na saúde humana.

Assim, a forma de gerenciar o uso da água e como diminuir seu consumo sem alterar a produtividade têm sido as perguntas que pesquisadores e líderes governamentais têm feito nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil conta com uma área irrigável de aproximadamente 29,6 milhões de hectares.

Hoje, o segmento do agronegócio contribui fortemente para a elevação do PIB brasileiro. Por isso, as inovações tecnológicas e o apoio dos órgãos gestores são essenciais para a sustentabilidade do setor agrícola.

A irrigação no Brasil

A irrigação é fator essencial para o cultivo de algumas lavouras. Em algumas regiões, como o Centro-Oeste, tem-se chuva em quantidade suficiente para atender as necessidades de uma cultura. Entretanto, isso não ocorre durante o ano todo.

Em outros lugares, como o semiárido nordestino, há grande deficiência de chuvas, tornando inevitável o uso da irrigação. Mesmo em períodos chuvosos, um sistema de irrigação pode evitar a falta de água provocada por possíveis estiagens e garantir a produtividade.

Entretanto, o processo de irrigação não é tão simples assim. É necessário conhecimento da quantidade de água que as plantas necessitam para não usá-la com desperdício. O ideal é medir a quantidade de água no solo e as condições climáticas do local, pois alteram o consumo de água da planta.

Além disso, precisa-se de equipamentos, energia e técnicas adequadas para a correta aplicação da água nos mais diversos cultivos. De acordo com o IBGE, as culturas mais irrigadas no Brasil são a cana-de-açúcar, arroz, soja, milho, feijão, laranja, café, cebola, melancia, algodão e o trigo.

A Embrapa afirma que o método pressurizado tem sido o sistema de irrigação mais utilizado no Brasil. Sendo 35% para sistema convencional, 19% para sistema pivô e 8% para sistemas localizados. Em seguida tem-se 24% com o sistema de inundação, 6% de sistemas de sulcos e outros 8% de métodos variados na área total irrigada no país.

São diversos tipos de irrigação não é mesmo?

Não detalharei cada uma delas, pois não é nosso objetivo neste texto. Porém, a imagem abaixo apresenta as classificações dos métodos de irrigação e suas subclasses.

A FAO indica que 60% da água utilizada em projetos de irrigação é perdida com fenômenos como a evaporação. E acentua que uma redução de 10% no desperdício poderia abastecer o dobro da população mundial atual.

Apesar disso, a ANA destaca que as culturas irrigadas resultam em aumento da oferta de alimentos e preços menores que àquelas produzidas em áreas não irrigadas, pois aumentam significativamente a produtividade.

O que contribui para o bom uso da água na agricultura?

Vimos que a irrigação é tratada como a grande vilã do uso da água na agricultura. Mas como podemos contribuir com a redução do desperdício de água no cultivo?

A agricultura é necessária para a sociedade, de fato. Sem ela, não é possível produzir a maioria dos alimentos e produtos primários. Assim, a perspectiva da sustentabilidade é importante para a agricultura e para a preservação da natureza em geral.

Hoje em dia existem infraestruturas e tecnologias que objetivam reduzir o desperdício de água. É importante lembrar sempre da quantidade de água que uma planta exige e das perdas que ocorrem nesse percurso.

Tanto para as lavouras irrigadas quanto para as dependentes da chuva, já existem práticas agrícolas que auxiliam nessa redução. Uma técnica mais simples e bastante difundida é a construção de reservatórios. O objetivo é armazenar água para utilizar tanto na irrigação quanto para outros fins, como na hidratação de animais.

Segundo a Embrapa, com políticas públicas adequadas, é possível incentivar o plantio direto e a construção de terraços nas áreas de produção de grãos e terraceamento nas áreas produtivas de fruteiras, florestas plantadas e pastagens. Essas ações intensificam a infiltração de água no solo e auxilia nos níveis dos aquíferos e lençóis freáticos.

Outra técnica, por exemplo, é a utilização da cobertura morta (resíduos de cultivos) que diminuem a evaporação da água. Uma solução mais tecnológica é o melhoramento genético das plantas que busca variedades mais resistentes ao déficit hídrico.

É importante ressaltar que o uso excessivo de agrotóxicos e sem o devido controle colaboram com a contaminação das águas. Isso torna o recurso impróprio para consumo e prejudica também a própria irrigação das lavouras.

E como a sociedade e os diversos órgãos competentes podem ajudar?

Um outro fator fundamental é o reflorestamento e a preservação das matas ciliares. Garantir a disponibilidade dos recursos hídricos é de responsabilidade não somente dos agricultores, mas da sociedade em geral. Além disso, é preciso prever e planejar medidas para épocas de escassez de chuvas para garantir a produção dos alimentos.

Muito além de tecnologias e métodos, capacitar os produtores pode ser a melhor forma de buscar novas medidas na agricultura e obter uma melhor qualidade na produção. O conhecimento do dia-a-dia do negócio aliado ao conhecimento técnico de manejo pode resultar em inovações para o setor e contribuir com a economia de água no campo.

Algumas considerações

Vimos ao longo do texto que o principal uso da água no campo é para irrigação das lavouras. Apenas uma pequena parcela é utilizada para os animais e para o abastecimento da zona rural.

Por isso, desenvolveram-se diversas tecnologias e métodos para reduzir o desperdício da água na agricultura.  Tal preocupação tange o objetivo da Lei nº 9.433/97, conhecida como Lei das Águas, que visa o manejo sustentável dos recursos hídricos a fim de preservar a quantidade e boa qualidade da água do disponível no país.

O Código Florestal também é uma legislação relevante quando o assunto é água. Nele encontram-se diretrizes que pregam pela preservação das matas e também dos recursos hídricos.

Em agosto de 2012, a ex-presidente Dilma Rousseff publicou o Decreto nº 7.794 que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população por meio do uso sustentável dos recursos naturais.

Relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o uso da água tem crescido a uma taxa duas vezes maior que o crescimento populacional ao longo do último século. Assim, é preciso deixar a agricultura na perspectiva sustentável.

No Brasil, a abundância de recursos hídricos é evidente bem como as leis ambientais que dão inveja à muitos países. Entretanto, as boas práticas de gestão do uso da água devem vir não só do governo como também da população.

Os produtores agrícolas, ciente de suas necessidades, devem ponderar sobre a quantidade e possibilidades de redução de desperdícios de água. Tecnologias não faltam. Cabe ao produtor e ao governo encontrarem os melhores investimentos a serem realizados.

Tem alguma contribuição a fazer? Sabe de alguma outra forma do uso da água na agricultura? Conhece alguma inovação ou tecnologia para redução do desperdício de água no campo?  Fale com um de nossos especialistas, queremos saber sua opinião!

Porque a água da chuva é tão importante para agricultura e para alimentação humana?

Na agricultura a água das chuvas pode ser aproveitada para a irrigação de plantações. Esse sistema permite aumento da produtividade, reduz a sazonalidade da oferta de alimentos no decorrer do ano e permite a produção de alimentos onde a falta de chuvas é um fator limitante.

Por que a chuva é importante para os seres humanos?

A chuva é vital para a agricultura, para as plantas e animais. Ela também é importante para regular o clima em nosso planeta. A chuva é tão importante que, até em lugares onde ela raramente ocorre, como em desertos, o pouco que cai é o suficiente para alimentar todos os tipos de vida que ali se adaptaram.

Por que a chuva é importante para a plantação?

Por causa de tudo isto é que a água da chuva deixa as plantas mais verdes, pois vem rica em nitrogênio, que faz as plantas crescerem, verdejarem e funcionarem mais ativamente. Por isto devemos preferir a água da chuva para regarmos nossas plantas, pois é rica em nitrogênio e não possui cloro como as águas tratadas.

Quais são os benefícios da água da chuva?

Ao chegar ao solo a água da chuva molha as plantações, escorre em rios e lagos e é utilizada das mais diversas formas e benefícios aos seres vivos. A água da chuva também realiza a limpeza do ar, pois assenta a poeira e outras impurezas do mesmo.

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