Porque durante uma tempestade Primeiro vemos o raio é só depois ouvimos o trovão?

Criado em 10/03/16 12h02 e atualizado em 10/03/16 12h21
Por Blog sobre Saúde Infantil - Hospital Infantil Sabará

É muito comum a gente olhar para cima em dias de chuva forte e ficarmos observando como o céu se comporta. Algumas vezes o que se vê são as nuvens nubladas e as chuvas, noutras o céu vira um verdadeiro palco de luzes e os relâmpagos tomam conta da cena, além, claro, dos trovões, que são bem desagradáveis para a maioria das pessoas. Mas, apesar de pegarem muita gente desprevenida, os trovões são um dos fenômenos mais curiosos da natureza. Quem nunca levou um susto daqueles com um trovão que chegou de forma desavisada? Como será que se dá o fenômeno trovões? De onde eles vem? No artigo de hoje você vai se aprofundar mais sobre este tema, mas sem levar susto!

Trovões

Os trovões são nada mais do que fenômenos sonoros que são gerados a partir de movimentos de cargas elétricas em nossa atmosfera. E assim como todos os sons, eles também são propagados através de vibrações sonoras. Tudo o que captamos através de nossos ouvidos é resultado de vibrações sob a forma sonora no ambiente. Aquele som assustador que chega logo após um relâmpago não é nada diferente, sendo resultado de uma vibração de origem externa, que neste caso é gerado por uma descarga elétrica de alta potencia que se instala entre o solo e as nuvens. Esse raio gera correntes elétricas que ionizam o ar em seu percurso, produzindo um rastro de luz altamente aquecido, o qual damos o nome de relâmpago. O ar que envolve essa corrente é aquecido rapidamente, atingindo temperaturas de até 27.000ºC.

Mas, de onde vem o som do trovão?

Primeiramente, vemos o relâmpago e o trovão vem somente depois. Isso acontece porque a velocidade da luz é absurdamente mais rápida em comparação com a velocidade do som. Geralmente, os trovões provocam um grande estouro. Contudo, dependendo da região ou do terreno, eles podem multiplicar-se em múltiplos ecos, principalmente em cidades que apresentam inúmeros prédios ou túneis. A distância de um raio em relação ao seu observador pode ser estabelecida através da contagem dos segundos entre o relampejo e o trovão. Nesse cálculo, cada segundo que distancia os eventos significa, em média, 300 metros de distância.

O som captado pelo ouvido humano é resultado da combinação de três momentos que acontecem muito rapidamente durante a descarga elétrica. Primeiramente, ocorre um curto estalo (som agudo que pode até deixar uma pessoa surda), seguido de um som intenso e que dura mais tempo, e finalmente a expansão dos sons mais graves ao longo da atmosfera e acerca do relâmpago. Por vezes, essa percepção pode se dar de outra forma, mas a ordem da magnitude do trovão será sempre a mesma do relâmpago. Isso quer dizer que é sempre recomendável que as pessoas fiquem longe de regiões com mais evidencias de relâmpagos a fim de evitar que elas sejam atingidas pelos relâmpagos.

Curiosidade

Você sabia que existe um nome para o medo excessivo de raios, trovões e tempestades? É a brontofobia. Seus principais sintomas são: nervosismo excessivo durante chuvas fortes, preocupação constante com o clima, pânico, ansiedade, desmaios, sudorese e aumento da frequência cardíaca.

Creative Commons - CC BY 3.0

Ilustração: Diogo Puhl Pereira

— Vó, vóóóóóó!!!

— O que aconteceu, menino? Que gritaria é essa?

— Não adianta, vó, eu não consigo dormir. O clarão na janela e os estouros no céu não me deixam pegar no sono. Estou com medo, vovó!

— Mas, querido, faz parte da chuva.

— Chuva? Isso é uma tempestade! E logo hoje, no meu primeiro dia de férias? Chovendo desse jeito, amanhã não vai dar para pescar no rio com o vovô.

— Calma, é uma tempestade de verão! Você vai ver que amanhã cedinho vai sair sol e o dia vai ser bem quente para tomar banho no rio e pescar com o vovô. Mas, para poder aproveitar, você precisa descansar essa noite. Vamos, Marcelo, é só uma chuva! Feche os olhos e tente dormir, pois já é tarde e sua mãe não vai gostar nada de saber que você ainda está acordado a uma hora dessas.

— Ah, vó, fica aqui comigo? Por favor! Quando eu vejo um clarão no quarto, já tapo meus ouvidos e vou para debaixo da coberta, porque sei que em seguida vai dar um barulhão.

— Hum, e você sabe por que isso acontece?

— Isso o quê?

— Primeiro o clarão no céu e depois o barulhão?

— Não sei! Só sei que é assustador. Parece que a casa chega a tremer.

— Mas mesmo que seja assustador, faz parte da natureza e tem uma explicação.

— Tem, é?

— Está bem, você venceu, mocinho! Já que o seu medo me fez perder o sono, vou aproveitar para tentar te explicar direitinho como surgem esses fenômenos.

— Iupi! Boa ideia, vó! Assim, a senhora me faz companhia, e a noite passa mais depressa.

— Então, preste atenção: quando a parte de uma nuvem acumula muita carga elétrica, acontece um fenômeno chamado relâmpago. A carga elétrica é formada pelo choque que acontece entre o ar quente e a água que está congelada dentro da nuvem. Sabe quando o céu fica cheinho de nuvens enormes e escuras? São essas nuvens que produzem as descargas elétricas que atingem o chão, formando o que chamamos de raios. Ou seja: os raios que caem em direção ao solo produzem os clarões que vemos no céu. São apenas relâmpagos, não precisa ter medo!

— Ah, entendi, vovó! Mas os relâmpagos não são tão assustadores quanto o barulho que vem depois.

— Mas também há uma explicação para os barulhos que assustam você.

— É mesmo?

— Sim! Os estrondos que nós ouvimos se chamam trovões. Eles acontecem porque uma parte do raio se aquece muito rápido fazendo com que o ar se desloque e se espalhe com violência causando um barulho muito forte.

— “O ar se espalha com violência”? Como assim?

— É que quando o relâmpago sai da nuvem para o chão, as descargas elétricas deixam o ar muito quente e provocam uma espécie de explosão. Aí o som vai se espalhando e causa um barulho que deixa muita gente assustada.

— Mas por que primeiro vemos o relâmpago e só depois ouvimos o trovão?

— Porque a velocidade da luz é maior que a velocidade do som. Por isso que, às vezes, quando você vê o clarão, dá tempo de se esconder debaixo da coberta, porque a luz chega mais rápido que o som. Quando vemos o relâmpago e logo conseguimos ouvir o som do trovão, significa que o raio caiu em algum lugar perto de nós. E quando demoramos mais tempo para ouvir o estrondo, significa que o raio caiu em algum lugar mais distante.

— Então quer dizer que estamos em perigo com uma tempestade como essa?

— Quer dizer que, durante uma tempestade, precisamos nos abrigar em um local seguro, como aqui dentro de casa. E também quer dizer que não devemos ficar embaixo de árvores, em espaços abertos, na piscina e no mar, por exemplo, porque os raios caem mais facilmente em lugares como esses.

— Puxa, vovó, quanta coisa interessante! Como é que a senhora sabe tudo isso?

— Ué, sendo curiosa, lendo e pesquisando muito. Os fenômenos da natureza são explicados pela Ciência, e nós precisamos acreditar na Ciência, porque os cientistas estudam muito para descobrir e explicar todas essas coisas. Para pesquisar sobre os raios, por exemplo, eles precisam ser ágeis e usar câmeras rápidas e de ótima qualidade porque tudo o que acontece em um raio, acontece muito rápido, durando, no máximo, dois segundos.

— Que legal, vovó. Eu acho que, quando eu crescer, vou querer ser cientista!

— Excelente escolha, meu neto! Nós precisamos da Ciência para sobreviver. Mas esses planos ficam para outro dia. Hoje, você precisa dormir.

— Nossa, vovó, foi tão bom aprender sobre os raios e trovões que eu nem percebi que já parou de chover.

— Viu só? Eu te disse que era uma chuva passageira de verão. Quando você acordar, um lindo dia de sol estará te esperando. Mas agora feche os olhos e tente descansar porque já passou da meia-noite e nós precisamos dormir.

— Tá bem, vó, mas será que a senhora pode deixar a luz acesa? Pode ser que volte a chover.

— Você não tem jeito mesmo, não é? Boa noite, querido!

— Boa noite, vovó!

Por que vemos primeiro o raio para depois ouvimos o trovão?

O trovão sempre acontece logo após o relâmpago, porque a velocidade da luz é muito maior do que a velocidade do som.

Por que numa tempestade Primeiro vemos o relâmpago?

Primeiramente, vemos o relâmpago e o trovão vem somente depois. Isso acontece porque a velocidade da luz é absurdamente mais rápida em comparação com a velocidade do som. Geralmente, os trovões provocam um grande estouro.

O que vem primeiro o trovão ou o raio?

Como a velocidade de propagação da luz é muito superior à velocidade de propagação do som no ar, sempre perceberemos o raio primeiro e só posteriormente ouviremos o trovão.

Por que ouvimos o som do trovão após vermos o relâmpago como estimar a distância em que o raio aconteceu por meio da diferença de tempo entre o raio é o trovão?

A resposta é simples: a velocidade da luz é muito maior que a velocidade do som. Enquanto a velocidade da luz alcança 299.792.458 m/s, a velocidade do som apenas chega a 340 m/s.

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