Engenharia Florestal quantos anos

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Você sabe o que faz um engenheiro florestal?

Este profissional, um dos autorizados a prescrever defensivos agrícolas e emitir receituário agronômico, é essencial em atividades que envolvem o manejo dos recursos florestais.

Neste artigo, preparamos um guia básico com tudo o que você saber sobre a profissão. Confira!

O que é um engenheiro florestal?

O engenheiro florestal é o profissional com graduação em engenharia florestal. Ele atua no estudo, auxílio ou desenvolvimento de atividades que se relacionem com o ecossistema florestal, de forma a promover a exploração e uso sustentável dos recursos.

No Brasil, o regulamento da profissão se dá pela Lei Federal nº 4.643 de 1965, que incluiu a engenharia florestal como uma das especializações a terem suas atribuições definidas pelo, na época, Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.

Hoje, o órgão que regulariza a profissão é o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Qual a função do engenheiro florestal?

De acordo com a Resolução nº 186 de 1966, publicada pelo Confea, o engenheiro florestal é responsável por atividades que tenham fins florestais, como:

  • Prescrição de defensivos agrícolas, por meio da emissão de receituário agronômico;
  • Experimentação e recomendação de tratores e outras máquinas;
  • Pesquisa, introdução, seleção, melhoria e multiplicação de matrizes, sementes e mudas de plantas;
  • Padronização, conservação, armazenagem, classificação, abastecimento e distribuição de produtos florestais;
  • Florestamento, reflorestamento, adensamento, proteção e manejo de florestas;
  • Exploração, utilização e industrialização de produtos florestais;
  • Levantamento, classificação, análise, capacidade de uso, redistribuição, conservação, correção e fertilização do solo;
  • Arborização e administração de parques, reservas e hortos florestais;

Dentro dos estudos florestais, o engenheiro pode se dedicar a áreas específicas, como:

  • Entomologia florestal: estudo dos insetos-praga em plantios florestais;
  • Xilologia: secagem, preservação e tratamento da madeira;
  • Silvimetria: estudo e definição das dimensões, volume e peso de árvores, de forma determinar a produção de um determinado recurso florestal;
  • Dendrologia: estudo de plantas lenhosas, como árvores e arbustos, e suas madeiras;
  • Métodos silviculturais: intervenções e tratamentos para melhorar a qualidade e produtividade dos recursos floresta

Em outros campos, o engenheiro florestal pode atuar, por exemplo, na fiscalização.

Neste caso, o profissional pode realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos e laudos.

Outra possibilidade, também nesse sentido, é do engenheiro florestal atuar no cadastro, extensão, estatística e realização de inventários florestais.

Caso o engenheiro florestal prefira trabalhar com ações de planejamento, é possível desenvolver ações  e projetos com fins florestais, desde a área política até a econômica.

Também, outra atribuição dos engenheiros florestais é em construções.

O profissional pode atuar quando as edificações não contém estruturas de concreto armado ou aço e, até mesmo, e de estradas que tenham interesse florestal.

Engenharia rural

Além dessas atribuições, o engenheiro florestal também pode atuar em atividades da engenharia rural que se relacionem com os recursos florestais.

Algumas delas, por exemplo, são:

  • Topografia: estudo das características artificiais ou naturais de um terreno;
  • Fotointerpretação: exame e identificação de objetos em fotografias aéreas;
  • Hidrologia: estudo da ocorrência, circulação e distribuição das diferentes formas de água, bem como de suas propriedades físico-químicas, na superfície terrestre;
  • Irrigação: prática que melhora a distribuição da água por meio de equipamentos;
  • Drenagem: remoção, natural ou artificial, do excesso de água do solo;
  • Açudagem: construção de açudes (tipo de barragem ou barreira artificial) para reter grandes quantidades de água em determinado local, com finalidades variadas (abastecimento de área agrícola, produção de energia elétrica, criação de peixes etc);
  • Instalação de equipamentos elétricos de baixa tensão.

Outras áreas da ciência

Além disso, outra possibilidade para os engenheiros florestais é estudar outras áreas da ciência e sua relação com as florestas.

Dentre os exemplos, temos:

  • Meteorologia: estudo dos processos da atmosfera terrestre;
  • Climatologia: estudo do clima e suas mudanças ao longo do tempo;
  • Ecologia: estudo das relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem
  • Fitopatologia: estudo de doenças das plantas;
  • Microbiologia: estudo dos microrganismos;
  • Parasitologia: estudo dos parasitas, seus hospedeiros e as relações entre eles.

O que é preciso para ser um engenheiro florestal?

Para ser um engenheiro florestal, é preciso cursar a graduação de engenharia florestal em uma universidade ou outra instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).

O exercício da profissão, assim como no caso do engenheiro agrônomo e de outros profissionais que cursaram graduação de engenharia, só é possível com registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado em que você reside ou atua.

Se a graduação em engenharia florestal ocorreu em outro país, é preciso realizar a reavaliação do diploma no Brasil para, depois, exercer a profissão.

Inclusive, é importante lembrar que atualmente, a reavaliação do diploma de graduação só é realizada por universidades públicas. Para isso, a instituição deve ter um curso reconhecido ou equivalente ao mesmo nível e área cursado pelo profissional no exterior.

Como é o curso de engenharia florestal? 

Em média, o curso de engenharia florestal tem duração de cinco anos. 

De acordo com as diretrizes do MEC, a graduação deve possibilitar a formação de profissionais que, em suas atividades, promovam o uso racional, integrado e sustentável do meio ambiente.

Dessa forma, é imprescindível que o engenheiro florestal respeite a fauna e flora, além de assegurar a conservação e recuperação da qualidade do solo, do ar e da água.

Assim, na graduação, o estudante irá desenvolver competências e habilidades que o permitam:

  • Estudar a viabilidade técnica e econômica de atividades;
  • Planejar e desenvolver projetos;
  • Supervisionar e coordenar tecnicamente atividades e projetos; 
  • Prestar serviços de assistência, assessoria e consultoria; 
  • Realizar vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e pareceres técnicos; 
  • Atuar em atividades docentes no ensino técnico profissional e ensino superior, 
  • Pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão; 
  • Conhecer e compreender os fatores de produção e combiná-los com eficiência técnica e econômica; 
  • Aplicar conhecimentos científicos e tecnológicos; 
  • Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
  • Identificar problemas e propor soluções; 
  • Desenvolver e utilizar novas tecnologias; 
  • Avaliar o impacto das atividades profissionais nos contextos social, ambiental e econômico.

Quais são as matérias do curso de engenharia florestal?

Segundo o MEC, os conteúdos do curso de engenharia florestal devem ajudar a caracterizar a identidade do profissional.

Dessa forma, as disciplinas essenciais da grade curricular do bacharelado são:

  • Avaliação e Perícias Rurais;
  • Cartografia e Geoprocessamento;
  • Construções Rurais;
  • Comunicação e Extensão Rural;
  • Dendrometria e Inventário;
  • Economia e Mercado do Setor Florestal;
  • Ecossistemas Florestais;
  • Estrutura de Madeira;
  • Fitossanidade;
  • Gestão Empresarial e Marketing;
  • Gestão dos Recursos Naturais Renováveis;
  • Industrialização de Produtos Florestais;
  • Manejo de Bacias Hidrográficas;
  • Manejo Florestal;
  • Melhoramento Florestal;
  • Meteorologia e Climatologia;
  • Política e Legislação Florestal;
  • Proteção Florestal;
  • Recuperação de Ecossistemas Florestais Degradados;
  • Recursos Energéticos Florestais;
  • Silvicultura;
  • Sistemas Agrossilviculturais;
  • Solos e Nutrição de Plantas;
  • Técnicas e Análises Experimentais;
  • Tecnologia e Utilização dos Produtos Florestais.

Além delas, a instituição de ensino tem a liberdade de ofertar, conforme às peculiaridades locais e regionais, outras disciplinas que contribuam para o aperfeiçoamento do profissional.

Quais são as áreas em que um engenheiro florestal pode atuar?

Ecologia aplicada

Nesta área, o engenheiro florestal desenvolve projetos e ações em parques, reservas e hortos florestais.

Ele pode trabalhar na administração desses locais ou, também, em atividades de exploração sustentável e recuperação de áreas degradadas.

Educação

Engenheiros florestais podem trabalhar como professores de instituições de ensino privadas e públicas.

Além do diploma bacharelado, algumas dessas universidades e escolas podem exigir pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado) para que o engenheiro florestal lecione na instituição.

Também nesta área, outra possibilidade é de trabalhos com educação ambiental ou ecoturismo.

Manejo florestal

Nesta área, o engenheiro florestal trabalha em ações de reflorestamento.

É possível que o profissional atue na elaboração, supervisão ou monitoramento de projetos com essa finalidade.

Além disso, o engenheiro florestal também pode fazer pesquisas sobre as sementes, solo ou vegetação do local.

Nesse sentido, outra possibilidade na área de manejo florestal é a realização de melhoramento genético, tanto das sementes como da própria vegetação.

Tecnologias de produtos florestais

Para promover a utilização sustentável dos produtos florestais, o engenheiro pode trabalhar diretamente no desenvolvimento de novas tecnologias com essa finalidade.

Geralmente, as pesquisas e testes de novas tecnologias visam um melhor aproveitamento, extração e industrialização dos produtos florestais. Podem existir oportunidades tanto na área privada quanto pública.

Setor corporativo

No setor corporativo, o engenheiro florestal deve conhecer e entender os mercados agroindustrial e do agronegócio.

Nesse contexto, também é importante compreender e saber como atuar, com eficiência e responsabilidade, no gerenciamento empresarial e comunitário.

Aqui, além das habilidades de administração e liderança, também é necessário entender como executar e fiscalizar os serviços técnicos.

Dessa forma, é possível mensurar, padronizar e ter um controle de qualidades das atividades desenvolvidas.

Setor público

Engenheiros florestais também possuem espaço para atuar no setor público!

Nesta área, eles podem trabalhar em prefeituras, agências de defesa agropecuária, fundações ambientais e outras instituições com este cunho.

As atividades desenvolvidas variam de acordo com a função e o órgão no qual o profissional irá trabalhar. É possível, por exemplo, participar do desenvolvimento de políticas que se relacionem com os recursos florestais.

Nesse caso, o envolvimento com as ações pode ocorrer de diferentes formas — desde posições de liderança ou, até mesmo, consultorias.

Outra possibilidade é de atuar em cargos relacionados a fiscalização. Nesta função, os engenheiros florestais supervisionam empresas que utilizam produtos de origem florestal. Alguns exemplos são termelétricas, siderúrgicas, indústrias de cosmésticos, entre outras.

Qual é a média salarial de um engenheiro florestal?

Segundo o Vagas, a média salarial de um engenheiro florestal no Brasil é de R$ 4.512,00.

Inicialmente, o profissional pode ganhar R$ 3.094,00 e, depois, ter um salário de até R$ 6.453,00.

Jornalista e Analista de Conteúdo no Conexa, hub de inovação da Aliare.

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