O que você sabe SOBRE as comunidades remanescentes de quilombos

Plano de Aula

Plano 9 de uma sequência de 10 planos. Veja todos os planos sobre Conceitos introdutórios sobre população.

Peça para registrarem do que se trata o conteúdo.

ContextualizaçãoEncaminhe as oito imagens previstas no plano original, nos slides da contextualização.Peça aos alunos para registrarem o que veem nas imagens, de preferência, em uma tabela, como no modelo abaixo.Para a construção da tabela, é importante que assistam ao seguinte vídeo:

     - Como inserir uma tabela no Word – disponível aqui.

Conforme previsto nas orientações do plano original, é importante e espera-se que os alunos percebam:     - As vestimentas;     - O ambiente;     - O plantio;     - As moradias;     - A criação de animais;

     - As expressões religiosas, de dança e música.

A percepção desses elementos semelhantes nas imagens é que evidencia as tradições afro-brasileiras preservadas nas comunidades quilombolas de todo o território brasileiro.

Problematização
Encaminhe o slide a seguir aos alunos:

Peça para refletirem sobre a situação das comunidades quilombolas hoje, principalmente diante da situação imposta pela Covid-19.

A ideia é que os alunos percebam que as comunidades quilombolas fazem parte da identidade do nosso país; portanto, preocupar-se com a preservação dessas comunidades é cuidar de hábitos e tradições que vivem em nós.

Faça questionamentos à turma, de maneira sincrônica, ou encaminhe-os de maneira assincronica: será que que há algum elemento no nosso dia a dia, como, por exemplo, comida, dança ou religião, que também está presente no cotidiano de uma comunidade remanescente de quilombo?

Insira agora a questão-problematizadora prevista no plano original: que elementos da cultura quilombola estão presentes em seu lugar de vivência?
Diga aos alunos que podem conversar com os familiares para refletirem sobre essa questão.

Ação propositiva
Peça aos alunos que utilizem o Google Desenhos para fazer o registro destacando os elementos da cultura afro-brasileira das comunidades quilombolas que estão presentes no local onde moram ou até no seu dia a dia, a partir da reflexão da etapa anterior.

Lembre-se que, para usar essa ferramenta e poder compartilhar o resultado posteriormente com o professor, é necessário ter um e-mail do Google.

Para ajudar no uso da ferramenta, acesse o tutorial disponível aqui.

Sistematização
Peça aos alunos para criarem um caça-palavras com o tema: Aspectos da cultura afro-brasileira onde moro.

Os alunos precisam:     1. Escolher as palavras que serão utilizadas;

     2. Assistir ao tutorial para criar caça-palavras, disponível aqui;


     3. Acessar o site Educolorir, disponível aqui, e fazer o caça-palavras;
     4. Tirar uma foto e compartilhá-la com o professor e os amigos da turma.

Os alunos podem compartilhar o caça-palavras por WhatsApp, e-mail, agenda digital ou na página ou grupo virtual da classe.

Convite às famíliasAcessem e assistam juntos aos vídeos:

     - Quilombolas (documentário) - disponível aqui;


     - Direito à terra: povos indígenas e comunidades quilombolas - disponível aqui;
     - Maior comunidade quilombola do Brasil mantém tradições no interior de Goiás - disponível aqui;
     - Vida no quilombo: quilombolas preservam tradições, mas não querem parar no tempo - disponível aqui.

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola

Professor: Karina Steluti

Mentor: Lilian Agliardi

Especialista: Judith Maida

Assessor pedagógico: Laercio Furquim

Ano: 4°ano

Unidade temática: O sujeito e seu lugar no mundo

Objetivo(s) de aprendizagem: Reconhecer no lugar de vivência, aspectos da cultura afro-brasileira.

Habilidade (s) da Base: (EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

O 4º do art. 3º do Decreto nº 4.887, de 20/11/2003, reserva à Fundação Cultural Palmares – FCP a competência pela emissão de certidão às comunidades quilombolas e sua inscrição em cadastro geral.

Esclarecemos que esta FCP não certifica essas comunidades a partir de um trabalho de conferência de quem é ou não quilombola, mas, sim, respeitando o direito à autodefinição preconizado pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), certifica aquelas comunidades que assim se declaram.

Para isso, três documentos são exigidos, de acordo com a Portaria FCP nº 57, de 31/03/2022: Ata de reunião específica para tratar do tema de Auto declaração, se a comunidade não possuir associação constituída, ou Ata de assembleia, se a associação já estiver formalizada, seguida da assinatura da maioria de seus membros; breve Relato Histórico da comunidade (em geral, esses documentos apresentam entre 2 e 5 páginas), contando como ela foi formada, quais são seus principais troncos familiares, suas manifestações culturais tradicionais, atividades produtivas, festejos, religiosidade, etc.; e um Requerimento de certificação endereçado à presidência desta FCP.

Outros documentos podem ser agregados, a critério da comunidade solicitantes, como fotos, registros de nascimento e óbito, títulos de propriedade ou posse, pesquisas e reportagens.

Ao contrário do que se pensa e em conformidade com o que já explicamos, as visitas técnicas só ocorrem em casos excepcionais, quando a equipe técnica se depara com dúvidas insanáveis por meio de trabalhos de gabinete ou com denúncias realizadas pelo próprio movimento social, órgãos de governo, ministério ou defensoria pública.

As informações sobre as comunidades quilombolas certificadas são atualizadas mensalmente.

Em caso de dúvidas, entre em contato conosco pelo 61 3424-0110 ou .

CERTIDÕES EXPEDIDAS ÀS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS (CRQs)
PUBLICADA NO DOU DE 20/01/2022.

– Download do PDF das Comunidades certificadas (Certidões expedidas)

– Download do XLS das Comunidades certificadas (Certidões expedidas)

– Download do CSV das Comunidades certificadas (Certidões expedidas)


Quadro Geral por Estados e Regiões

– Download do PDF

– Download do XLS

– Download do CSV


Comunidades com processos abertos

Em análise técnica:

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– Download do XLS

– Download do CSV

Aguardando visita técnica:

– Download do PDF

– Download do XLS

– Download do CSV


Processos aguardando complementação de documentos:

– Download do PDF

– Download do XLS

– Download do CSV

Quilombos eram comunidades formadas por escravos fugidos das fazendas.

Esses lugares se transformaram em centros de resistências dos escravos negros que escapavam do trabalho forçado no Brasil.

Origem

A palavra quilombo vem do idioma banto, sendo uma referência a "guerreiro da floresta".

A primeira definição de quilombo na administração colonial ocorreu em 1740. Quem a fez foi o Conselho Ultramarino Português. Para esta instituição, o quilombo era:

"toda a habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem achem pilões neles".

Como era a Vida no Quilombo?

O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades mercantis.

Nesses locais, os negros tratavam de reviver suas tradições africanas. O melhor de tudo era que podiam voltar a ser livres, cultuar seus deuses e praticar suas danças e músicas.

No entanto, não se esqueciam dos companheiros que ficaram escravizados. Era comum ajudarem a organizar fugas nas fazendas ou economizar o dinheiro que obtinham da venda dos seus produtos para comprar a liberdade daqueles escravos.

A existência de quilombos era tamanha que se criou no Brasil uma profissão específica denominada "capitães do mato". Eram homens conhecedores das florestas contratados para recapturar os escravos fugidos.

O processo de resistência era permanente. Mesmo quando destruídos, os quilombos ressurgiam em outros locais e eram mais uma peculiaridade da sociedade escravocrata brasileira.

Quilombo dos Palmares

Historiadores relatam conflitos de negros fugidos para os Palmares já no início do século XVII. A primeira expedição em busca de escravos fugitivos ocorreu em 1612.

Em 1640, havia nove aldeias em Palmares: Andalaquituche, Macaco, Subupira, Aqualtene, Dambrabanga, Zumbi, Tabocas, Arotirene e Amaro.

O processo de perseguição ao Quilombo dos Palmares acentuou-se com a expulsão dos holandeses. Em 1670, os portugueses passaram a atacar as aldeias sistematicamente. Em 1694, o quilombo foi destruído, com a morte de seu último rei, Zumbi.

Leia mais em Quilombo dos Palmares.

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares foi uma liderança negra que nasceu no Estado de Alagoas em 1655. É considerado símbolo de resistência por ter sido o último rei do Quilombo dos Palmares, o maior do Brasil.

O nome de batismo de Zumbi era Francisco. Ele nasceu um homem livre e somente aos 15 anos, após ser catequizado na Igreja Católica, decidiu morar no Quilombo dos Palmares.

Morreu em 1695, no dia 20 de novembro. Hoje, esta data é lembrada como o Dia da Consciência Negra e, inclusive, é feriado em alguns estados brasileiros.

Quilombos no Brasil

Mapa do Brasil apontando as terras de quilombos tituladas e por titular. Ano: 2015

Embora o Quilombo de Palmares seja o mais famoso e tenha entrado para história do Brasil, existiram quilombos em praticamente todos os estados brasileiros.

Muitos desses locais resistiram infinitamente e seus moradores passam a ser chamados de remanescentes das comunidades de quilombos. São os filhos e netos dos grupos que conseguiram sobreviver.

Comunidades Remanescentes de Quilombos

Meninas praticam o jongo no Quilombo do Campinho em Paraty/RJ

Calcula-se que existam hoje no Brasil cerca de três mil comunidades quilombolas.

Os habitantes dessas regiões vivem, muitas vezes, em situação precária. Porém, ainda conservam tradições dos antepassados como o jongo, o lundum, a desfeiteira, o artesanato e técnicas de cozimento e cultivo.

Igualmente, não estão parados no tempo e jogam futebol, dominó e escutam música atual. Interagem com a vizinhança não-quilombola e assim congregam com a comunidade nas festas de santos.

A reivindicação pela propriedade da terra dos quilombolas foi incorporada na Constituição de 1988. O artigo 68 da Carta Magna prevê o reconhecimento de titularidade das terras das comunidades remanescentes de quilombos.

Esse processo não tem prazo para conclusão e poucas foram as comunidades que obtiveram o título de propriedade.

Leia mais sobre o tema:

  • Escravidão no Brasil
  • Escravidão

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