A menina que vivia o mesmo dia todo dia

3,0 de 5 estrelas Resenha Instagram: @minhasecretapoesia
Por Karen Barbosa em 19 de junho de 2020

3,5/5

"Quando estamos observando o mundo usando muito mais que só nossos olhos vemos coisas surpreendentes."

"A menina que vivia no mundo dos sonhos" nos traz um relato de uma adolescente e a enxurrada de sentimentos vividos nesse período da vida, assim como as fases: estudos, relacionamentos, convivência social. Muitas vezes parecendo um diário, a autora cria uma conversa direcionada ao leitor e, dependendo do texto, insere ali conselhos provenientes dos pensamentos da personagem principal.

Temos textos interessantes, falando sobre a beleza da vida, sobre se aceitar, viver bem com você mesma. Contudo, como em uma montanha russa, temos posteriormente textos falando sobre relacionamentos e trazendo um pouco de negatividade. Claro, quando passamos por algumas fases da vida, nossos pensamentos fazem curvas e acabam chegando a um destino diferente do desejado.

O livro me fez me sentir bem em alguns momentos, mas em outros, a leitura se tornou um pouco arrastada, acredito que o motivo seja a própria personagem. Em certos casos, ela se mostra uma ótima conselheira, parecendo estar evoluindo e amadurecendo. Em outros, senti que, apesar de ela ter 17 anos, estava lendo a história de uma garota de 14, 15 anos - me imaginei falando/pensando algumas das coisas levando como referência o meu "eu" de 6, 7 anos atrás.

O que mais gostei no livro foram os pontos inseridos para dizer aos leitores que tudo bem ser do jeito que você é, que você não precisa seguir padrões previamente impostos. Podemos viver felizes com o que temos, nos aceitar - mesmo que Ingrid não se sinta assim, na maior parte do tempo, mas entendo seu lado pois já fui um pouco paranóica em certos momentos da vida.

"É a simplicidade das coisas que torna tudo mais especial e que torna mais fácil um sorriso ou até mesmo uma gargalhada."

Imagens nesta avaliação

A menina que vivia o mesmo dia todo dia

Viva. Durma. Recomece.

A menina que vivia o mesmo dia todo dia

Às vezes o espectador tem a impressão de ver o mesmo filme de novo e de novo...

Em 1993, Feitiço do Tempo consagrou a premissa de um personagem preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia repetidas vezes, até consertar suas atitudes e se libertar do ciclo. Bill Murray passava pela frustração, a aceitação e eventualmente a malandragem de aproveitar os conhecimentos sobre o dia para conquistar a personagem de Andie MacDowell.

Desde então, a ideia permaneceu popular e foi explorada em diversos filmes: Naken (2000), Dead End (2003), Camp Slaughter (2005), Repeaters (2010), Mine Games (2012), No Limite do Amanhã (2014)... Mas por algum motivo, o conceito voltou com força total em 2017.

Até agora, são quatro filmes baseados nesta premissa, apostando nas inevitáveis imagens de relógios e calendários, as repetições de pessoas acordando e o flerte com a morte como possibilidade de quebrar o ciclo. Pelo menos, eles partem de gêneros muito diferentes:

A menina que vivia o mesmo dia todo dia

O drama adolescente: Antes que Eu Vá

Em maio estreou nos cinemas Antes que Eu Vá, adaptado do livro de sucesso. Zoey Deutch interpreta uma garota popular na escola, até um acidente de carro provocar a sua morte. Inesperadamente, ela acorda no mesmo dia, e tem a possibilidade de mudar seu comportamento e talvez evitar a tragédia. O projeto arrecadou modestos US$12,4 milhões nos Estados Unidos, e levou 186 mil brasileiros aos cinemas.

A comédia de terror: A Morte Te Dá Parabéns

Tree (Jessica Rothe) é uma jovem popular, prestes a organizar uma enorme festa de aniversário. Às vésperas do evento, um homem mascarado entra em seu quarto e a mata. No dia seguinte, o mesmo dia recomeça. O projeto parece brincar com a premissa das repetições para apresentar uma série de mortes espetaculares numa perseguição de gato e rato entre a garota e o assassino anônimo. Do mesmo produtor de A Visita e Corra!. Estreia dia 12 de outubro.

O romance de ficção científica: 2:22 - Encontro Marcado

Dylan (Michiel Huisman) leva uma vida tensa, controlando o tráfego aéreo num aeroporto. Um dia, por descuido, ele quase gera uma colisão entre dois aviões. Depois desse dia, o destino coloca em seu caminho a bela Sarah (Teresa Palmer), passageira do avião, e condena o personagem a reencontrar as mesmas pessoas e mesmos acontecimentos exatamente às 2:22 - hora em que o incidente aconteceu. Estreia dia 7 de setembro.

A comédia pastelão: Nu

Baseado no filme sueco Naken, o filme traz Marlon Wayans no papel de um homem prestes a se casar. No entanto, no dia da cerimônia, ele acorda completamente nu dentro de um elevador, sem saber como foi parar no local. Enquanto tenta descobrir o que aconteceu e chegar na cerimônia a tempo, ele precisa reviver a mesma hora diversas vezes. Lançado diretamente na Netflix.