Como a higiene e segurança no trabalho impactam na vida do trabalhador?

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A segurança e a saúde no trabalho são temas diretamente relacionados à preservação da integridade de inúmeros trabalhadores no país. Diante da crise pandêmica em que a nação está vivendo, é ainda mais importante compreender a relevância desse aspecto dentro da sua empresa.

Se, por um lado, a segurança e a saúde no trabalho estão comumente atreladas à prevenção de problemas de ordem física, psicológica e emocional nos trabalhadores, agora, elas ganham um novo foco: evitar o contágio pelo novo coronavírus. Esse e outros assuntos relacionados à construção de um trabalho seguro serão abordados ao longo deste conteúdo.

Se você quer ficar por dentro do que realmente importa para fazer a diferença na segurança e saúde no trabalho dos seus colaboradores, fique conosco. Aproveite a leitura!

A Saúde e Segurança no Trabalho (SST) é um conjunto de normas e de procedimentos requisitados por lei para que os funcionários de uma empresa estejam menos expostos ao risco de acidentes de trabalho ou de doenças ocupacionais. Esses requisitos são tanto de responsabilidade da empresa quanto dos empregados.

Se preocupar com a saúde e a integridade física dos profissionais já não é mais uma opção, mas uma premissa básica para estabelecer um ambiente de trabalho produtivo e, sobretudo, seguro para atuar. É a partir disso que as empresas têm percebido cada vez mais valor nesse tipo de investimento, já que ele possibilita instituir a melhoria contínua dos resultados do negócio.

Quem regulamenta esses cuidados é a SST, por meio de um órgão específico que acompanha e incentiva a criação de políticas públicas voltadas para a segurança e saúde no trabalho. Além disso, é esse departamento que inspeciona as condições de trabalho em quaisquer ambientes corporativos, incluindo aqueles que atuam no varejo.

Para estar em dia com o conjunto de normas estabelecidas, é preciso cumprir com alguns eixos como:

• definição de uma política de segurança e saúde no trabalho da empresa;
• organização da implementação das medidas;
• planejamento devido para a sua execução;
• avaliações periódicas das ações.

Qual é a importância de investir nessa área?

Primeiramente, é importante salientar que as empresas são obrigadas a investir em práticas que aumentem a segurança e a saúde no trabalho, de acordo com o artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isso inclui uma boa infraestrutura e uma equipe preparada para acompanhar a segurança corporativa, no mínimo.

Por que isso é importante? Bem, o Brasil ocupa, hoje, o terceiro lugar no ranking mundial de mortes por acidente de trabalho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Nos acidentes não fatais, ocupamos o quinto lugar em números absolutos, atrás do México, da Colômbia, da Alemanha e da França.

Por isso, é extremamente importante que as empresas se posicionem de maneira proativa na prevenção dessas situações, exatamente para evitar o desenvolvimento de doenças ocupacionais e mitigar diversos riscos de acidentes. Isso é indispensável sob o ponto de vista da responsabilidade social do negócio, mas também colabora para a redução de processos judiciais e da carga de impostos.

Sob outros aspectos, uma organização que demonstra se preocupar com a integridade de seus colaboradores ganha muito mais credibilidade no mercado. O bem-estar dos funcionários acaba impactando, inclusive, na solidez da imagem da empresa.

A boa conduta organizacional promove a seriedade dos colaboradores quanto ao cumprimento de suas obrigações e conquista a confiança do público, atraindo-o como clientes, mas também como profissionais em busca de ótimas oportunidades. Em suma, todos só têm a ganhar!

O que a legislação fala sobre segurança e saúde no trabalho?

A segurança e a saúde no trabalho são direitos garantidos pela Constituição Federal. Ela define que todo trabalhador deve receber a “redução dos riscos inerentes a trabalho, por meio das normas de saúde, higiene e segurança”.

Além disso, a CLT reserva um capítulo específico para a definição de obrigações que as empresas devem cumprir para garantir que as normas de medicina e de segurança do trabalho sejam seguidas. É delas o dever de fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) de acordo com cada atividade, além de fazer com que as equipes utilizem corretamente cada um deles.

Os profissionais também têm sua parcela de obrigação, que é a de observar e de cumprir as regras instituídas, prevenindo os principais riscos no trabalho. Eles também podem participar ajudando a diagnosticar riscos, bem como monitorando o uso de equipamentos protetivos e reduzindo as chances gerais de problemas dessa natureza.

Existem ainda aqueles direitos reservados exclusivamente aos profissionais que desempenham suas funções em condições insalubres ou perigosas. De acordo com o artigo 193 da CLT, eles devem receber um adicional fixado de acordo com a intensidade do seu risco e a natureza da atividade.

A segurança e a saúde no trabalho também estão presentes em diversas convenções da Organização Internacional do Trabalho (IOT). Ela amplia o entendimento sobre “saúde” e aprofunda as ações em um cunho mais preventivo, no que tange também os aspectos mentais e emocionais aos quais todo trabalhador está submetido.

Existem ainda aquelas definições presentes nas 37 Normas Regulamentadoras da Lei 6.514/77 – Portaria 3.214/78 vinculadas à Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia (antigo Ministério do Trabalho). São elas que determinam aspectos práticos da aplicação daquilo que dispõe a CLT, ou seja:

• edificações;
• modo de iluminação dos ambientes de trabalho;
• conforto térmico nos espaços;
• instalações elétricas seguras;
• condições de armazenagem de materiais;
• proteção contra atividades insalubres.

Tudo isso tem o objetivo de aumentar a segurança dos trabalhadores, sinalizar os riscos e evitar acidentes. Por essa razão, as ações tomadas como forma de conscientizar e treinar as equipes para condições seguras também podem ser consideradas uma forma de promover a saúde no trabalho.

Como a produtividade da equipe é afetada por essas estratégias?

Do ponto de vista corporativo, um dos principais benefícios percebidos ao adotar uma estratégia de segurança e saúde no trabalho é o aumento da produtividade da equipe e do negócio como um todo. Assim como uma boa remuneração, a saúde também é um aspecto que afeta muito o rendimento de uma pessoa.

É inegável que um afastamento das atividades, por quaisquer razões que sejam, afeta o desempenho dos times. O funcionário fica menos tempo disponível para a empresa e para a execução de suas funções. Isso tudo sem considerar as paradas necessárias sempre que algum acidente ocorre, por exemplo.

Por outro lado, quando um profissional está em plena saúde e condições físicas e mentais, ele trabalha mais motivado, ou seja, produz mais. É por isso que o investimento em segurança e em saúde no trabalho é uma premissa básica para o bem-estar na empresa e, consequentemente, para o desempenho da equipe.

Da mesma forma, trabalhar em um ambiente seguro e saudável, no qual o funcionário sente que está sendo cuidado e que será amparado caso qualquer imprevisto ocorra, é apenas mais uma razão para aumentar a sensação de pertencimento ao grupo profissional. Logo, essa estabilidade também provoca a satisfação dos trabalhadores.

Quais são os impactos do investimento em segurança e em saúde no trabalho?

A decisão de investir preventivamente em segurança e em saúde no trabalho gera uma série de impactos que podem ser percebidos no dia a dia do varejo. Confira os principais deles a seguir.

Redução de custos

Geralmente, quando um gestor olha para a quantidade de custos necessários para implementar uma estratégia eficiente de segurança e de saúde no trabalho, não consegue perceber muitas vantagens atreladas à… redução de custos! O que acontece é que o retorno sobre o investimento, apesar de ser lento, vale muito a pena.

Quando esses cuidados são implementados de maneira bem-feita, vários outros custos começam a decair. Entre eles, as indenizações por acidente de trabalho, que, normalmente, são concedidas pela Justiça, e as despesas com processos trabalhistas, por exemplo.

Se, em caso de acidente de trabalho, a empresa conseguir comprovar que cumpriu as suas obrigações, ela pode se ausentar de algumas responsabilidades. Isso é válido principalmente nas fatalidades, que podem resultar em processos trabalhistas bastante onerosos para o negócio.

Prevenção de acidentes

Parece óbvio, mas, ainda assim, esse é um benefício que precisa ser salientado. Mais do que qualquer custo que venha incidir sobre as responsabilidades da empresa, o mais importante é preservar a vida e a segurança dos trabalhadores, ou seja, evitar os acidentes que podem ou não ser fatais.

Ao adotar as ferramentas certas e investir no desenvolvimento profissional da equipe responsável pela segurança e saúde no trabalho, a empresa consegue prevenir situações que resultem em riscos graves para os trabalhadores. Isso impedeque eles terminem um dia convencional feridos, por exemplo. É por isso que manter a integridade física e a saúde deve estar entre as prioridades do negócio.

Minimização de multas e de causas trabalhistas

Como você já viu, as multas e as causas trabalhistas decorrentes da falta de segurança e de saúde no trabalho podem provocar custos elevados para a empresa. Por isso, um trabalho preventivo e de contenção de riscos faz toda diferença nessa conta, afinal, por que pagar por algo que poderia ser evitado, não é mesmo?

Como zelar pela integridade dos funcionários é uma obrigação legal que a empresa deve cumprir, negligenciar essa demanda é assumir um risco altíssimo de ter que arcar com ela ali na frente, com um montante maior e um impacto financeiro significativo. Portanto, é preciso evitar irregularidades.

Além disso, é impossível deixar de mencionar o impacto social e de mercado que um acidente de trabalho, fatal ou não, pode ter sobre a reputação da empresa. Quando isso envolve a Justiça, a imagem pública do negócio fica ainda mais vulnerável. Portanto, vale evitar esse desgaste, concorda?

Atração de profissionais e clientes melhores

Pessoas se conectam com causas. Se você adota uma tecnologia de baixo carbono, por exemplo, tende a atrair um público preocupado com a preservação e o futuro ambiental. Esse grupo pode incluir seus próximos clientes ou mesmo os profissionais que trabalharão na sua equipe.

As características e as qualidades desse público serão definidas pela imagem transmitida pela empresa no mercado. Com cada ação, ela ganha uma determinada reputação e, consequentemente, autoridade naqueles assuntos que foca.

Um negócio reconhecido por suas boas práticas de segurança e de saúde no trabalho acaba atraindo mesmo aqueles profissionais mais qualificados do mercado para os seus processos seletivos. Isso porque essas pessoas passam a acreditar na seriedade e no comprometimento da marca com a integridade da sua saúde e condições físicas.

O contrário também é verdadeiro. Empresas com um longo histórico de causas e processos trabalhistas decorrentes, principalmente, de acidentes, afasta aqueles trabalhadores mais sérios e comprometidos. Portanto, o negócio acaba perdendo tanto na qualidade da sua mão de obra, quanto no seu capital intelectual adquirido.

Quais são as melhores estratégias para aplicar no varejo?

Agora que você já entendeu a importância e os impactos da segurança e saúde no trabalho, chegou a hora de conferir algumas dicas para aplicar essa estratégia no varejo. Vamos lá? Aproveite!

Crie uma cultura de segurança no trabalho

Quando a sua equipe trabalha a partir de uma cultura de segurança no trabalho, seguir as normas e as diretrizes se torna algo absolutamente natural, com o que as pessoas estão acostumadas desde que são admitidas. Isso é o que fará a diferença entre um colaborador que toma determinados cuidados apenas por obrigação e quando há alguém por perto, e aquele que realmente entende a importância de fazer sua parte.

Para isso, é essencial instituir programas de conscientização, incluindo palestras de especialistas e treinamentos práticos sobre o uso de EPIs, por exemplo. Além disso, promova a distribuição de folhetos com informações relevantes sobre o tema, além de solicitar que os supervisores de cada departamento reforcem a mensagem.

Tenha estratégias de prevenção

No comércio varejista, todas as áreas devem fazer a sua parte na criação de estratégias de prevenção a acidentes e doenças ocupacionais. Quanto mais pessoas pensando acerca de um mesmo tema, mais ideias valiosas tendem a surgir.

Parta das ações básicas que já são amplamente disseminadas, como o uso de placas em áreas molhadas, mas não deixe de aprimorar suas práticas. Observe, principalmente, onde estão as maiores reincidências de acidentes na sua empresa, bem como as principais causas de doenças como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e afins.

Desenvolva o hábito da fiscalização constante

Mais do que focar sua atenção nas estratégias de segurança e de saúde no trabalho, é importante garantir que elas estejam sendo executadas de forma adequada. Por isso, certifique-se de fiscalizar pessoalmente, ou designar alguém para fazê-lo de tempos em tempos no ambiente de trabalho.

Também é importante criar uma comissão, como a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ela é obrigatória em todas as empresas que têm mais de 20 empregados,de acordo com o CNAE. Em caso de não obrigatoriedade, a empresa deve manter 1 empregado designado da CIPA treinado em 20h. Eles serão os principais responsáveis por fiscalizar os colegas e por ajudar a instituir melhorias no ambiente de trabalho, intensificando a prevenção de acidentes.

Adote uma cultura de feedbacks

Outro passo importante para aprimorar suas práticas na prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais é adotar o hábito de dar e receber feedbacks dos colaboradores. Manter esse canal de comunicação aberto e funcionando de maneira eficiente é primordial para coletar informações relevantes sobre as estratégias adotadas, além de sugestões.

Os seus funcionários são os principais olhos e ouvidos atentos a tudo o que acontece em termos de segurança e de saúde no trabalho no varejo. São eles que estão diariamente expostos aos riscos. Por isso, precisam ser meios e canais para fazer denúncias, propor melhorias e assim por diante.

Promova treinamentos

A essa altura, você já sabe como planejar, implementar e até coletar informações para melhorar a sua estratégia de segurança e saúde no trabalho. Agora é hora de compreender a importância de preparar a sua equipe para colocar em prática, no dia a dia, as ações recomendadas.

Se você tem um colaborador que trabalha diretamente com a separação de resíduos, como material reciclável do não reciclável, será preciso que ele tome alguns cuidados, especialmente ao manusear itens cortantes, perfurantes e tóxicos, se houver. É importantíssimo ter um treinamento adequado para isso.

Busque ajuda especializada

Não se preocupe caso pareça complicado demais no início implementar algumas mudanças. Isso é absolutamente normal. Nesses casos, você pode buscar ajuda especializada, de um profissional com expertise nessa área, ou de uma empresa com experiência no mercado.

O ideal, nesse ponto, é buscar alguém que tenha conhecimento específico no varejo, afinal, isso facilitará muitos processos. Outra ideia interessante é buscar, na sua cidade, algum profissional que esteja responsável por uma rede de lojas, por exemplo. Dessa forma, ele pode realizar algumas consultorias para a sua empresa, adequando-a à legislação e orientando sobre os principais investimentos.

Como o tema se relaciona com os cuidados contra a COVID-19?

Frente a pandemia decorrente da COVID-19, muitos profissionais de segurança e saúde no trabalho tiveram que se atualizar sobre as práticas mais indicadas para conter a contaminação pelo vírus nos ambientes empresariais. As empresas foram obrigadas a implementar uma série de medidas e cuidados para preservar suas equipes e clientes.

Novas medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual foram adotados, transformando absolutamente todos os ambientes de trabalho. Isso ocorreu principalmente porque o vírus é um agente que não pode ser identificado no ambiente, assim como o portador não pode ser determinado imediatamente. Logo, todo ambiente precisa ser considerado de risco.

Ele também pode ser caracterizado como uma doença de ordem ocupacional, mesmo que não seja comprovada a relação da contração do vírus com as atividades profissionais. Por isso, a empresa precisa cumprir rigorosamente as orientações e as normas disponibilizadas.

Entre as principais recomendações estão:

• distanciamento social no ambiente de trabalho;
• uso de máscaras durante todo o tempo de permanência em locais compartilhados;
• higienização periódica das mãos, com sabonete ou álcool em gel.

Porém, aos olhos da segurança e da saúde no trabalho, isso não é tudo. Ainda existe outro fator crucial: a documentação relativa a esse período, que inclui todos os levantamentos e o monitoramento da situação. É preciso registrar as medidas de controle, os treinamentos realizados e incluir novas diretrizes na política da loja. É importante que isso seja atualizado quanto antes.

Como a pandemia não tem um fim previsto, é importante que as empresas incorporem esses cuidados como parte da sua rotina.

Além disso, é importante que as empresas também se mantenham atentas às doenças psíquicas inerentes a esse momento tão delicado. A atual geração de profissionais nunca enfrentou uma pandemia ou mesmo o estresse prolongado ao qual está sendo submetida. Portanto, muitos problemas psicológicos podem surgir nessa fase, como ansiedade e depressão.

Uma boa ideia, nesse caso, é investir em um ambiente inovador, com uma rede de apoio emocional e psicológico para os profissionais, momentos de descontração e de conversas sobre a situação atual, tentando tranquilizar a todos. O interessante é que isso seja feito com a mediação de um profissional de psicologia, que pode trazer dinâmicas e vivências para intensificar a prática.

Você acabou de conferir uma série de informações extremamente relevantes sobre a importância da segurança e da saúde no trabalho. Além disso, pode conferir os benefícios desses cuidados na empresa. Entre eles:

• redução de custos com acidentes, afastamentos e improdutividade;
• prevenção de acidentes e de doenças decorrentes das atividades laborais;
• expressiva minimização de multas e causas trabalhistas por acidentes fatais ou não fatais;
• atração de profissionais talentosos e capacitados, interessados na credibilidade da empresa.

Também checou as principais estratégias que podem ser utilizadas no varejo para prevenir acidentes e doenças ocupacionais, como:

• tornar a segurança e a saúde no trabalho parte da cultura empresarial;
• adotar estratégias preventivas;
• fiscalizar constantemente as ações adotadas;
• adotar o hábito de trocar feedbacks com os colaboradores;
• promover treinamentos e capacitações;
• buscar ajuda especializada caso seja necessário.

Com todo esse conhecimento, você já pode dar os primeiros passos em direção a uma estratégia mais concisa que garanta a saúde e a integridade física e psíquica dos seus colaboradores, mesmo durante períodos como os da pandemia por COVID-19.

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