Em 2022 havia 8048701 alunos matriculados em cursos de graduação no brasil

Em 2022 havia 8048701 alunos matriculados em cursos de graduação no brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Ensino superior privado: Região Sul registra queda de 8% nas matrículas presenciais

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De acordo com o Mapa do Ensino Superior 2022 apresentado na quarta-feira, 14, pelo Instituto Semesp, o ensino superior privado da Região Sul registrou queda de 8% nas matrículas presenciais. A tendência de queda e de redução de estudantes é nacional.  O Semesp representa e assessora mantenedoras do ensino superior em todo o país.

Segundo o levantamento, o total de matrículas nas instituições de ensino superior (IES) no Brasil cresceu apenas 0,9% de 2019 para 2020.

Esse número, apesar de positivo, disfarça uma queda de 50% em comparação  ao período anterior, quando as matrículas haviam aumentado 1,8%. A projeção para 2021 feita pela pesquisa, com base na PNAD Contínua do IBGE, deverá registrar uma redução de cerca de 7,0% no total das matrículas.

NESTA REPORTAGEM

Ainda não há números para avaliar 2022, a não ser a tendência de queda acentuada no número de matrículas e de migração do modelo presencial para o EaD.

Os números do Censo da Educação Superior 2020 apontam uma realidade preocupante: a diminuição no número de jovens ingressando no ensino superior, o que afeta diretamente a taxa de escolarização líquida (que mede a proporção de pessoas de 18 a 24 anos que frequentam o ensino superior em relação à população dessa faixa etária).

Em 2020, a taxa registrou uma redução de 0,3 ponto percentual e chegou aos 17,8%. Com o EAD ainda atraindo um público mais velho, entre 29 e 44 anos, que já está inserido no mercado de trabalho, os mais jovens seguem excluídos da educação superior.

Decadência das Políticas Públicas prejudicou o desempenho

Em 2022 havia 8048701 alunos matriculados em cursos de graduação no brasil

Foto: Reprodução/Vídeo

Rodrigo Capelato, economista e diretor-executivo do Semesp

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“Sem atrairmos os jovens para o ensino superior, estamos não apenas nos afastando da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece uma taxa de escolarização líquida para o ensino superior de 33% em 2024, mas também comprometendo o próprio desenvolvimento do país a médio e longo prazo”, afirma o economista e diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

Em sua apresentação da pesquisa, destacou o crescimento do ensino superior privado depois da metade da década de 1990, devido às políticas públicas implementadas a partir da LDBEN, com novo incremento em 2005, com ferramentas de financiamento e inclusão das camadas de baixa renda, por meio do ProUni e Fies.

Segundo Capelato, ao ser questionado pelo Extra Classe sobre o impacto da retração das políticas públicas nas matrículas e na evasão de estudantes do ensino superior, “há uma correlação direta tanto no ingresso quanto na manutenção do ensino superior privado. Houve crescimento de 2000 a 2020, principalmente por conta de políticas públicas de acesso à universidade (ProUni, ReUni, sistema de Cotas e Fies), para as privadas, principalmente ProUni e Fies”.

O economista avalia que, a partir de 2015, ocorre uma decadência desses programas por terem chegado no seu limite. No entanto, o Fies ainda tinha campo para crescimento, mas caiu absurdamente. “Isso explica o tanto que foram importantes os programas para as classes menos favorecidas acessarem o ensino superior, que quando houve a retração do Fies, passou a crescer o EaD, que é o que cabe no bolso.”

“Outro dado interessante é que há muito menor evasão entre os estudantes da rede privada que ingressam com Fies e os demais. Isso mostra que essas políticas são importantes para inclusão e permanência dos estudantes de baixa renda no sistema educacional”, acrescenta.

“Não há perspectivas de retorno ou melhorias das políticas públicas de acesso à universidade. Por outro lado, caso não haja novas políticas para o setor no próximo governo, não há como desenvolver o ensino superior nem a educação como um todo”, afirma.

Ele vê com preocupação o crescimento (aumento) vertiginoso do EaD, pois teme por um crescimento que está sendo forçado por uma demanda de estudantes que buscam formação com mensalidades baixas e que isso possa ficar insustentável. Conforme ele, os mais jovens acabam nem se matriculando, e o perfil dos estudantes que buscam o EaD é dos mais velhos que procuram melhor remuneração em suas atividades.

No RS, a mensalidade média de um curso presencial é de R$ 1.544, desconsiderando o curso de Medicina. No EAD, a mensalidade média é de R$ 313.

“Sobre as políticas públicas, o Semesp apresentou uma proposta de ampliação do ProUni e de reformulação do Fies para que se torne mais sustentável, baseado no modelo de financiamento do Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia”, conclui.

EaD salta à frente do presencial no ensino superior

Em 2022 havia 8048701 alunos matriculados em cursos de graduação no brasil

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Os cursos presenciais privados tiveram uma variação negativa nas matrículas (-10%), enquanto a variação da modalidade EaD saltou para 28,6% positivo.

O crescimento no número de matrículas na modalidade EaD aumentou 7,7 pontos percentuais de 2019 para 2020, passando de 19,1% para 26,8%.

Com uma queda de 3,8% em 2019, as matrículas presenciais diminuíram ainda mais 5,6 pontos percentuais, chegando a uma redução de 9,4% em 2020.

Região Sul registra queda de 8% nas matrículas presenciais

Com pouco mais de 30 milhões de habitantes divididos em três estados (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), a Região Sul é a terceira em número de matrículas, com 1,5 milhão de estudantes no ensino superior. Juntando as modalidades presencial e EAD, a região representa 17,5% da educação superior do país.

Mesmo com os impactos do primeiro ano da pandemia da covid-19, a região registrou crescimento de 4,1% no número de matrículas. E foi a única do país em que todos os seus estados apresentaram variação positiva nas matrículas de 2019 para 2020, ainda que por causa do aumento dos alunos na modalidade EAD. A modalidade presencial teve recuo de 8% no período. Já as matrículas EAD saltaram 24,4%.

EaD tem mais estudantes matriculados do que em cursos presenciais

Outra peculiaridade da região é que, na rede privada, o número de estudantes matriculados em cursos EAD é maior do que o dos cursos presenciais em todos os estados. O número de ingressantes em cursos EAD também superou o de calouros presenciais nos três estados da região.

RS registrou o menor aumento de matrículas da Região Sul

Com 11,5 milhões de habitantes divididos em sete mesorregiões e 497 municípios, o Rio Grande do Sul possui 113 IES que ofertam cursos presenciais e 104 IES que possuem cursos EaD.

O estado registrou o menor aumento de matrículas da Região Sul em 2020, 3,1%, totalizando 535 mil alunos cursando o ensino superior.

Nos cursos presenciais, o Rio Grande do Sul vem registrando redução nas matrículas desde 2016, com mais um decréscimo de 9,0% de 2019 para 2020.

No mesmo período, o número de matrículas em cursos EaD aumentou 24,6%, seguindo a tendência de crescimento das matrículas de educação a distância verificada nos últimos anos.

O EaD já representa 43,6% das matrículas do Rio Grande do Sul. A modalidade representa 54,4% das matrículas da rede privada, superando já o número de alunos presenciais nas IES particulares do estado.

Perda de representatividade no ensino superior

Com 535 mil de estudantes no ensino superior, o Rio Grande do Sul representa 6,2% do total de alunos de graduação do país. Em relação à Região Sul, o estado detém 35,2% do total das matrículas.

No cômputo geral, com a queda de 15,9% das matrículas presenciais de 2019 para 2020, a rede privada vem perdendo representatividade no estado, concentrando 62,7% dos alunos da modalidade (era 67,9% em 2019). A diminuição de matrículas no total foi de 9% no mesmo período, com a rede pública registrando um aumento de 5,7%.

Entre 2009 e 2020, houve uma queda de 12,3% nas matrículas presenciais. Essa redução foi puxada pela rede privada que, no mesmo período, teve queda de 32%, com decréscimos registrados desde 2016.

Menor taxa de escolarização 

O Rio Grande do Sul possui uma taxa de escolarização líquida (que mede o total de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior, em relação ao total da população da mesma faixa etária) de 22,1%, uma queda de 0,5 ponto percentual em comparação com o período anterior, ainda assim sendo acima da média nacional (17,8%).

O estado possui a menor taxa de escolarização líquida da Região Sul. 230 mil novos alunos ingressaram no ensino superior no estado em 2020, sendo 64,5% deles em cursos EAD, acima da média dos outros estados.

No que diz respeito aos concluintes, o Rio Grande do Sul formou 70,9 mil alunos em 2020, sendo 40,2% deles advindos de cursos EAD.

De 2019 para 2020, o número de concluintes em cursos presenciais caiu 16,7%: queda de 13,3% na rede privada e de 26,9% na rede pública. No EAD, o aumento de concluintes foi de 24,6%, sendo 21,5% na rede privada e 266% na rede pública.

Quantas pessoas tem ensino superior no Brasil 2022?

OCDE aponta que 21% dos brasileiros possuem Ensino Superior O estudo integra o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, divulgado nesta terça-feira (14/6), e traz os primeiros números oficiais sobre o impacto da pandemia de Covid no ensino superior.

Quantos alunos estão matriculados no ensino superior 2022?

De acordo com o censo, 8.033.574 alunos estão matriculados no ensino superior.

Quantos alunos estão matriculados no ensino superior?

Os 7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação no Brasil estão distribuídos em 31.866 cursos, oferecidos por 2.416 instituições — 304 públicas e 2.112 particulares. O total de estudantes que ingressaram no ensino superior em 2012 chegou a 2.747.089. O número de concluintes, a 1.050.413.

Qual a porcentagem de pessoas com ensino superior no Brasil?

Apenas 21% dos jovens brasileiros, entre 25 e 34 anos, concluíram o Ensino Superior, segundo o levantamento 'Education at Glance', elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado no final de 2021.