Exemplos de contextualização em sala de aula

Em que momento devemos adaptar as experiências do Simplifica? Em todos os momentos que você julgar necessário. As adaptações não precisam ser realizadas só quando encontramos dificuldades. O seu espaço de ensino-aprendizagem acolhe uma pluralidade de perfis e o desejo de ajudá-los a desenvolver suas potencialidades é muito saudável. Preparamos 10 dicas para ajudar você nesse processo.

01

Ajuste as trilhas semanais para que possam ser apresentadas em formatos diferentes. Por exemplo, versões mais personalizadas, offline, ou com maior janela de tempo para a conclusão.


02

Ofereça material complementar para evidenciar os objetivos de aprendizagem de cada experiência. Os livros didáticos e recursos já conhecidos  por seus alunos são uma ótima forma de conectar as trilhas diárias ao que já vinha sendo abordado em suas aulas.  Crie uma lista de leituras de aprofundamento para os seus alunos.  Um outro excelente exemplo de recurso complementar é o portal da Khan Academy Brasil.


03

Esclareça, previamente, as palavras e instruções desconhecidas por seus alunos. Que tal criar um glossário, ou enviar os termos e instruções da semana via whatsapp ou SMS?  Caso tenha acesso a um ambiente digital compartilhado, crie uma área para esses esclarecimentos.


04

Não tenha medo de “desorganizar” as trilhas. Encontre uma sequência e frequência que seja realizável em seu contexto. Por exemplo, você pode alternar as aulas regulares e as experiências para melhor fixar o conteúdo programado para aquela semana.


05

Os Diários de Bordo funcionam como um registro, em tempo real, do aproveitamento de seus alunos. Estabeleça o melhor formato de receber essas anotações semanais. As mensagens de texto via SMS podem ser uma alternativa inclusiva para aqueles alunos com baixa conectividade. Caso os seus alunos tenham acesso a um ambiente digital de aprendizagem, como uma sala de aula Google, crie entregas do Diário de Bordo,  no calendário da turma, e as envie para todos os alunos. 


06

Forneça alternativas de áudio para  a expansão de qualquer conteúdo de texto. Utilize essas pílulas de voz como uma alternativa para suas intervenções e explicações à distância. Dessa forma, alunos com baixo letramento ou com necessidades especiais  se sentirão contemplados e assistidos. Você poderá gravar arquivos de áudio, usando o seu celular ou ferramentas que encontrará  na web.


07

Para estimular a comunicação entre alunos e a colaboração aplicada, organize-os em equipes, cada um com uma tarefa, mas com informações diferentes. Cada grupo poderá consultar as demais equipes a fim de encontrar as informações necessárias para a conclusão da tarefa. Essa é uma oportunidade para a criação de desafios semanais de expansão de conhecimento. Caso queira, use as seções  “Para saber Mais” como fonte de inspiração para os desafios. 


08

Incorpore momentos de “aluno tutor”  e peça  aos estudantes, com maior proficiência digital, que ensinem os outros alunos, ou professores, a utilizarem ferramentas, como mensagens de texto, whatsapp, câmera, ferramentas Google, ou qualquer outro recurso relevante para o compartilhamento e execução das experiências. Essa, também, é uma ótima maneira de desafiar aqueles alunos que estejam achando as atividades propostas pouco desafiadoras.


09

Repita alguns padrões e estratégias nas primeiras semanas para ajudar os seus alunos a  descobrirem como aprendem melhor. Por exemplo, sempre peça para que anotem as dúvidas que surgem, em cada experiência, em seus Diários de Bordo para que possam ser resgatadas durante os momentos “ao vivo” com você. 


10

Planeje as experiências sob uma lente transdisciplinar. Promova conexões entre as disciplinas. Torne a sua jornada Simplifica uma ação coletiva, em sua rede escolar.

Ainda na atualidade torna-se notório o alto quantitativo de alunos com dificuldades de aprendizagem, que podem surgir por meio de influências diversas sejam do meio, sejam pela falta de motivação ou até mesmo por causas de natureza pessoal, biológicas ou psicológicas. Destaca-se também a falta de motivação, em alguns casos, como aspecto que vem interferindo no processo ensino-aprendizagem. Neste contexto o professor deve estar preparado para lidar com tais situações cotidianas, embora geralmente este aprendizado não seja obtido durante a trajetória acadêmica deste profissional. Para Tardif (2002) o saber não se reduz apenas a processos mentais, nos quais o suporte seja a atividade cognitiva dos alunos, mas se expressa também como um saber social que se manifesta nas complexas relações existentes entre professores e alunos. Assim, o autor corrobora para a compreensão de que através das contínuas ações e descobertas, bem como experiências vivenciadas, a aprendizagem se torna concreta e possibilita o surgimento de estratégias para a superação das dificuldades encontradas.

Objetivando discutir a importância da contextualização na prática pedagógica, apresentamos este conceito como um recurso a ser utilizado para tirar o aluno da condição de espectador passivo com a finalidade de promover a aprendizagem significativa. Esta concretude se faz presente ainda que em meio a um cenário que denota inúmeras dificuldades para o desenvolvimento desta prática em si, dado que os professores têm ideias, atitudes e comportamentos sobre o ensino construídos durante sua formação na escola básica, que geralmente se deu por meio de aulas tradicionais (Carvalho, 2009). Esse inclusive representa um fator que pode vir a influenciar no cotidiano escolar, possivelmente resultando em obstáculos para mudanças da prática pedagógica.

Kato & Kawasaki (2011) ressaltam que a necessidade da contextualização do ensino surgiu em um momento da educação formal no qual os conteúdos trabalhados em sala de aula eram apresentados de forma fragmentada e isolada, separados de seus contextos de produção científica, educacional e social. Assim, o presente artigo busca tecer uma reflexão sobre a importância de se estabelecer a relação entre a teoria e a prática, utilizando-se da contextualização como forma de trazer significado àquilo que se aprende.

Segundo Fazenda (1994, p. 31) “o estudo contextualizado determina uma forma de aprendizagem dinamizada e integrada com a realidade de cada aluno.” Neste sentido, embora seja mais trabalhoso de se pôr em prática tal processo, por necessitar de planejamento prévio e conhecimento do contexto em que os alunos estão inseridos, os resultados geralmente se dão de forma mais favorável quando desenvolvido no contexto escolar. Kato & Kawasaki (2011, p.37) também corroboram para reafirmar a importância da contextualização, ao relacionar o conceito ao ato de “trazer a própria realidade do aluno, não apenas como ponto de partida para o processo de ensino-aprendizagem, mas como o próprio contexto de ensino.”

Considerando, portanto, a importância da contextualização no processo de produção do conhecimento, apresentaremos a seguir a metodologia utilizada no presente trabalho, seguida da abordagem dos aspectos essenciais para a compreensão do conceito de contextualização, atrelado à sua respectiva relevância no contexto escolar.

2. Metodologia

Pereira et al (2018) afirmam que o aprendizado de modo prático, continuado e participativo permite que alunos e professores melhorem sua formação e desenvolvam uma rica experiência. Neste sentido, a abordagem da contextualização expressa sua importância por propiciar a reflexão sobre novas formas de conduzir o processo ensino-aprendizagem, com vistas à melhoria do desempenho do estudante.

Pautado nesta reflexão, o presente artigo se ocupa de um nível de realidade tratado por meio da história e das relações existentes no ambiente escolar (Minayo, 2013), configurando um estudo de natureza qualitativa. No que se refere aos procedimentos técnicos, utilizamos a pesquisa bibliográfica, que consiste no estudo sistematizado que tem por base material publicado em livros, revistas, redes eletrônicas e jornais, como destaca Vergara (1998). Sobre esta forma de pesquisa, Boccato (2006) a associa a uma forma de resolver problemas variados através de referenciais teóricos publicados, que possibilitam analisar e discutir as mais variadas contribuições científicas.

Importante ressaltar que o estudo em relevo não esgota a reflexão sobre a temática, mas busca contribuir para que práticas mais participativas sejam desenvolvidas nas salas de aula.

3. Contextualização: Um conceito em debate

Para fins de melhor compreensão do conceito de contextualização, é preciso inicialmente reconhecer que o processo de socialização tem se realizado de diferentes formas na atual sociedade. Atualmente se espera que os conteúdos trabalhados tenham relação com a vida do aluno, visto que quando não se contempla a realidade dos sujeitos envolvidos neste processo, ocorre o estímulo para a formação de indivíduos treinados para a repetição de conceitos, aplicação de fórmulas e armazenamento de termos, sem que de fato reconheçam as possibilidades de associá-los ao seu cotidiano (Lobato, 2008).

Tafner (2003) afirma que é necessário construir uma ligação entre o mundo real e o mundo da escola pois, de acordo com o autor, a forma como os conteúdos são trabalhados por esta instituição denota que a contextualização na maior parte das vezes não se faz presente, evidenciando um cenário preocupante, dado que para o aluno o conteúdo perde o sentido ao não se atribuir significado a este. Visto por este ângulo, Coelho (1999 apud Spinello, 2014) explana que a prática do professor em sala de aula se apresenta de forma decisiva no processo de desenvolvimento dos estudantes, de forma que talvez seja este o momento em que o professor deva rever a metodologia utilizada durante o exercício da prática docente.

Brousseau (1996) destaca que contextualizar representa o ato de apresentar o conteúdo ao aluno por meio de uma situação problemática que seja compatível com uma situação real, de forma que seus respectivos elementos venham a dar significado ao conteúdo a ser ensinado. Ainda segundo o autor, o contexto deve estar associado a algo que dê sentido aos conhecimentos trabalhados, direcionando a aprendizagem e corroborando para compreendermos que o processo ensino-aprendizagem representa um desafio ainda nos dias atuais, por estar relacionado à necessidade de saberes que possibilitem a abertura necessária para assumir o desafio da criação, da inovação, conforme cita Alliaud (2017). Neste parâmetro, propõe-se uma prática de caráter transformador e emancipador do indivíduo.

Kato (2007) explica que o vocábulo contextualização deriva do termo “contexto”, que tem sua origem no latim contextu e pode ser associado à forma como estão ligadas entre si as diferentes partes de um todo organizado. Compreende-se, então, as variações existentes de contexto para contexto, de maneira que não se pode determinar um único significado para o vocábulo e que relacionar aquilo que se aprende em sala de aula com as experiências trazidas pelos alunos é de fundamental importância para que a aprendizagem se dê de forma motivadora e com vistas a bons resultados, pois quando a prática docente se apresenta por meio da fragmentação e isolamento de conteúdos, sem que os alunos vislumbrem a real necessidade do que estão aprendendo, ocorre a mecanização do conhecimento, que é definida por Ausubel (2006, p.16) como “aquela em que novas informações são aprendidas praticamente sem interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva, sem ligarem-se a conceitos subsunçores específicos.” Neste processo, o acúmulo de conhecimento obtido pelo sujeito geralmente se distancia daqueles que são necessários para a obtenção de suas aspirações sociais ou até mesmo necessidades pessoais.

Perrenoud (1998) aborda que grande parte dos conhecimentos trabalhados nas escolas se apresentam fora de qualquer contexto e por esse motivo convém que os saberes sejam relacionados constantemente com sua operacionalização em situações complexas. Desenvolve-se, portanto, a necessidade de desenvolver uma forma de aprendizagem sócio-interativa, na qual o conteúdo trabalhado na sala de aula passe a ter significado para o indivíduo. A partir de então, compreende-se que é necessário promover situações diferentes daquelas que deram origem ao conhecimento, para que este de fato se dê de forma plena.

Para Ricardo (2003) a contextualização visa dar significado àquilo que se pretende ensinar para o aluno, auxiliando na problematização dos saberes e fazendo com que este sinta a necessidade de adquirir novos conhecimentos. Ressalta-se, assim, a importância do professor na prática educativa, estimulando o sujeito quanto ao ato de pensar, criticar e gerar dúvidas voltadas para a produção do conhecimento. Assim sendo, a contextualização facilita o processo de aprendizagem e contribui para a construção de conhecimento e formação de capacidades intelectuais superiores (Fernandes, 2006), devendo ser desenvolvida por meio de práticas dialógicas que considerem o conhecimento, experiência e potencial cognitivo de cada indivíduo.

Ainda que a contextualização favoreça a aquisição de novas aprendizagens, esta não é uma tarefa fácil, pois exige sair do habitual e colocar em prática estratégias que dinamizem o ensino, contribuindo para a formação do aluno, a fim de torná-lo crítico e reflexivo. É preciso, ainda, que o professor conheça um pouco da história de vida de seus alunos, visto que algumas falas podem impactar ou ocasionar desconforto, propiciando a dispersão caso o profissional não saiba envolver o grupo no processo de aprendizagem ou até mesmo como reagir diante dos fatos. Ou seja, o ensino deve ser algo significativo, buscando proporcionar a aquisição e armazenamento de vasta quantidade de ideias e informações representadas em qualquer campo do conhecimento (Ausubel, 1963). Entretanto, para que este processo se dê por meio da contextualização, são necessárias algumas práticas diferenciadas no que se refere à formação de professores, pois como desenvolver uma ação sem dominar os processos necessários para que esta se dê de forma exitosa?

Com base neste questionamento, far-se-à uma breve abordagem sobre as dificuldades encontradas por professores na contextualização das aulas, como consequência de uma formação acadêmica que ainda se mostra insipiente para resolver tais questões.

4. A contextualização e a fragmentação da formação docente

A busca pela qualificação docente como forma de melhoria do ensino ministrado nas escolas influenciou de forma favorável no processo de institucionalização da formação continuada. Assim, desde a década de 1990, o Ministério de Educação (MEC), em parceria com os sistemas de ensino, vem desenvolvendo constantes programas de formação continuada para os profissionais da educação básica, bem como elaborando e implementando um conjunto de marcos legais e regulatórios, tal como a Lei 9394/96, que define as diretrizes e bases da educação nacional brasileira.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (1998) a contextualização do conhecimento representa o recurso que a escola tem de retirar o aluno da condição de espectador passivo. Sendo bem trabalhada pode permitir que ao longo da transposição didática sejam provocadas aprendizagens significativas capazes de mobilizar o aluno e estabelecer entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. Entretanto, para isto se faz necessário que o professor busque constante atualização em relação aos acontecimentos diários, desenvolvendo e estimulando uma postura investigativa diante das situações que se apresentam. É necessário, ainda, que o professor compreenda a necessidade que o estudante possui no sentido de entender o conteúdo dentro de sua realidade, como destacam Gomes & Bezerra (2017), para que estes estudantes venham a desenvolver o senso crítico e uma percepção de mundo que os faça desenvolver suas potencialidades.

Pacheco & Flores (1999) ressaltam que os professores são atores indispensáveis no processo curricular, de forma que deles depende qualquer processo de inovação na área escolar, ciente de que a sua formação constitui um importante aspecto que não se pode escamotear. Conforme enfatizado pelo autor, numa escola que se quer em permanente transformação, acompanhando os acelerados processos de transformação social e econômica, a profissão docente se vê atrelada a este constante processo de reconstrução, sendo alvo de discussão, problematização e críticas. Ressalta-se o hiato verificado já na formação inicial de professores, que muitas vezes distancia a prática da teoria, dificultando a trajetória docente, frente aos desafios com os quais este profissional há de se deparar no exercício da profissão docente.

Acrescenta-se às dificuldades apresentadas no exercício da docência, o processo de globalização, enquanto fenômeno multifacetado, com dimensões econômicas, sociais, políticas, culturais e jurídicas interligadas de forma bastante complexa, provocando também a necessidade de mudanças na área da Educação (Sousa Santos, 2002).

Imersos em rigidez burocrática e nos desafios de se romper uma rotina cristalizada, os professores são estimulados a se manterem ágeis e assumirem riscos em prol da reformulação docente e melhoria da respectiva prática, sem que lhes sejam disponibilizadas estratégias que possibilitem o alcance de tais objetivos.

Neste âmbito, preza-se por uma “educação de qualidade” fundamentada no desempenho satisfatório em avaliações externas, na supervalorização da competitividade e da produtividade e em novos métodos de gerenciamento de sistemas e instituições educacionais (Moreira & Kramer, 2007). Coloca-se, portanto, em pauta as dificuldades oriundas da própria formação docente, que geralmente prioriza a sistematização do ensino e a apropriação de saberes de forma conteudista e distanciada da realidade dos alunos. Assim sendo, cientes das lacunas existentes na formação inicial, faz-se necessário que os professores se mantenham atualizados em todo o tempo, reconhecendo que a formação docente se processa ao longo de todo o percurso profissional.

No que tange à atualização profissional, a contextualização se apresenta como um conceito que deve ser mais explorado durante a formação docente, pois “significa, em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto (...).” (Brasil, 1998). Nesta direção, a tarefa docente assume uma perspectiva ainda mais ampla do que aquela para o qual foi inicialmente criada, estando voltada não somente para o mero ensinamento de conteúdos, mas no ato de “ensinar” a pensar certo (Freire, 1996), ou pelo menos proporcionar o despertamento pelo ato de refletir ao longo da vida.

Voltado para este processo de reflexão que deve ser despertado nas escolas, deve-se proporcionar ao estudante a aquisição de conhecimentos que possibilite um bom desempenho no mundo imediato, bem como a análise e transcendência de seu universo cultural, utilizando-se para isso da valorização, acolhimento e críticas das vozes e experiências dos envolvidos neste processo (Moreira & Kramer, 2007). Não seria este mais um processo de contextualização do ensino propriamente dito?

Vasconcelos e Rêgo (2010) destacam o recurso à contextualização como uma ação motivadora da aprendizagem, visto que ao abordar conteúdos que sejam de interesse dos alunos ou que se relacionem ao contexto cultural deles, o professor dá ênfase ao assunto estudado e à sua respectiva importância e aplicações. Entretanto, apesar de reconhecer a relevância das situações contextualizadas, é preciso lembrar que a sala de aula é composta por indivíduos de origens e realidades diferentes, caracterizando uma notória heterogeneidade. Desta forma, os contextos apresentados podem representar significados diferentes para cada um deles, de maneira que aquilo que for interessante para alguns, não necessariamente o será para os outros.

Wharta & Alário (2005) nos trazem importantes contribuições para a compreensão do conceito, apontando que o processo de contextualização busca incorporar vivências concretas e diversificadas no processo de aprendizagem, de forma que que se relaciona ao ato de construir significados e significados que não são neutros e incorporam valores porque exploram e apresentam o cotidiano, favorecendo na compreensão de problemas do entorno social e cultural e proporcionando aos sujeitos envolvidos viver o processo da descoberta.

Feitas tais considerações, a contextualização não deve ser vista como uma “varinha mágica” que por si só tenha o poder de resolver os problemas da educação, como se fosse a única forma de conduzir os estudantes à aprendizagem (Santos, 2008). O simples ato de utilizar questões do quotidiano durante a prática docente não significa que discussões relevantes para a formação do aluno sejam trabalhadas, nem propicia de forma isolada a motivação e interesse dos alunos pelos conteúdos, sendo necessário que as aulas sejam mais dinâmicas e com o uso de metodologias diferenciadas.

Destaca-se que questões que envolvem o processo de contextualização muitas vezes passam despercebidas nos cursos de formação inicial, de maneira que apenas são enfatizadas nos cursos de formação continuada na área de Educação. Sobre isto, Lobato (2008) questiona sobre de que adianta um profissional da educação ter um bom conhecimento da prática a ser desenvolvida no cotidiano escolar se não souber fazê-lo? Para muitos educadores e escolas, a mudança da prática pedagógica tem representado um grande obstáculo a enfrentar, visto que sair do que é habitual sempre provoca certa insegurança, até mesmo porque exige um conhecimento maior a ser dominado e exercitado na rotina profissional.

É nesse sentido que enfatizamos a importância de que durante a formação acadêmica o futuro professor se aproprie de modelos, experiências e fundamentações teóricas e práticas que o instrumentalizem no sentido do exercício de uma prática docente diferenciada e mais próxima da realidade dos estudantes, expressando assim uma complexidade a ser trabalhada durante os cursos de formação inicial e continuada de professores.

Considera-se então a vasta abrangência do fazer docente, que deve proporcionar o favorecimento de uma educação que vá além dos muros da escola, de maneira que aprender tenha significado para a vida e os ensinamentos obtidos durante a trajetória escolar contribuam para resolver os problemas cotidianos. Assim, de acordo com os dados obtidos por meio de pesquisa bibliográfica na área de Educação, pode-se afirmar que embora a contextualização de conteúdos seja um processo ainda em fase de experimentação e cercado de dúvidas e questionamentos pautados nas lacunas deixadas pela formação docente, caracteriza também uma ferramenta facilitadora de aprendizagens diversificadas, favorecendo inclusive no surgimento de valores como cooperação e respeito mútuo. Até mesmo porque neste processo de confronto de pensamentos nada se exclui, mas tudo se complementa em prol de um objetivo comum, que é a aquisição de novas aprendizagens.

5. Considerações finais

Vivemos em uma sociedade na qual as informações são disseminadas com extrema rapidez e em grandes proporções. Assim, para que a escola tenha sentido para o aluno destaca-se a importância da contextualização na prática pedagógica. Esta prática se torna relevante não somente para o estudante, como também para o professor que, ao preparar aulas contextualizadas, tende a analisar a forma como suas aulas são desenvolvidas, propiciando assim a reconstrução de sua postura profissional.

Ao abordar o conceito de contextualização é preciso reconhecer que a partir dos saberes já interiorizados pelos alunos, por meio de suas vivências e experiências, se estabelecem condições de problematização, fazendo com que os alunos se sintam como produtores do conhecimento, dentro de um processo contínuo e dinâmico de aprendizagem.

Apesar deste processo despertar o interesse dos alunos e, consequentemente, proporcionar resultados exitosos no que se refere à aprendizagem, ainda temos muitos professores despreparados para o exercício desta prática por motivos variados, tais como a compartimentação da própria formação docente, que deveria contribuir para estabelecer as bases sólidas do conhecimento e desenvolvimento deste profissional.

Um outro fator que interfere quanto à aplicabilidade da contextualização na sala de aula se dá em razão do desconhecimento das questões sociais e culturais que envolvem cada um dos alunos envolvidos neste processo. Conhecer a realidade sociocultural dos alunos se torna um fator essencial para compreender os significados que serão atribuídos às atividades trabalhadas e obter resultados favoráveis no processo ensino aprendizagem.

Neste quadro, exige-se do professor um novo perfil de competências, com foco na articulação de saberes dentre as várias áreas do conhecimento, de forma a contribuir para que os alunos sejam capazes de buscar soluções para os problemas apresentados, tornando-se mais crítico, reflexivo e capaz de respeitar a opinião alheia.

Por fim, torna-se necessária a ampliação de estudos que aprofundem a temática da contextualização como um mecanismo de aprendizagem, reconhecendo ainda que neste processo torna-se imprescindível respeitar, valorizar e ampliar a percepção de mundo e o conhecimento prévio do aluno.

O que é contextualização exemplos?

O que é Contextualizar: O fato de contextualizar é importante para atribuir um melhor sentido a determinado assunto, de maneira que este fique totalmente esclarecido. Ele mostra as circunstâncias que estão ao redor de algo. Exemplo: “O advogado da empresa buscou contextualizar todas as provas do caso”.

O que colocar na contextualização de um plano de aula?

Durante essa reflexão, o professor deve considerar uma contextualização que inclua, por exemplo, questões culturais, econômicas, físicas, sociais, etc.

Como se faz uma contextualização exemplos?

5 passos que você deve seguir para contextualizar o tema.
Atente para a estrutura básica de uma introdução. ... .
Delimite o tema. ... .
Evite informações desconexas ou pouco construtivas. ... .
Evite rebuscamento em excesso. ... .
Siga as principais regras de formatação..

Como contextualizar as aulas?

Dicas para contextualizar.
Ajuste as trilhas semanais para que possam ser apresentadas em formatos diferentes. ... .
Ofereça material complementar para evidenciar os objetivos de aprendizagem de cada experiência. ... .
Esclareça, previamente, as palavras e instruções desconhecidas por seus alunos..