O homem é o lobo do homem quem disse

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O homem é o lobo do homem quem disse

Max Pirner, Homo homini lupus (1901), akvarel 960 x 474 mm

Lupus est homo homini lupus é uma expressão latina que significa “o homem é o lobo do próprio homem”.[1] Foi criada por Plauto (254-184 a.C.) em sua obra Asinaria,[2][3] mais tarde sendo popularizada por Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVII, na sua obra Do Cidadão.

História[editar | editar código-fonte]

Uma variação do provérbio apareceu na linha 495, na peça Asinaria de Plauto: "Lupus est homō hominī, nōn homō, quom quālis sit nōn nōvit",[4] que foi traduzido como "O homem não é homem, mas um lobo, para um estranho", ou mais precisamente "Um homem é um lobo, não um homem, para outro homem que ele ainda não conheceu".

Como contraponto, Séneca escreveu em sua obra Epistulae morales ad Lucilium (especificamente, Epistula XCV, parágrafo 33), "homō, sacra rēs hominī",[5] que foi traduzida como "homem, objeto de reverência aos olhos do homem".

Referências

  1. Zygmunt Bauman (18 de março de 2011). Vida em fragmentos: Sobre ética pós-moderna. [S.l.]: Zahar. p. 342. ISBN 978-85-378-0676-0
  2. Roberto Cortes de Lacerda; Helena da Rosa Cortes de Lacerda; Estela dos Santos Abreu (2003). Dicionário de provérbios: francês, português, inglês. [S.l.]: Editora UNESP. p. 279. ISBN 978-85-7139-525-1
  3. Alceu Dias Lima (1995). Uma estranha língua?: questões de linguagem e de método. [S.l.]: Editora UNESP, Fundação para o Desenvolvimento da Universidade Estadual Paulista. p. 89. ISBN 978-85-7139-079-9
  4. Tito Mácio Plauto. «Asinaria». The Latin Library. Consultado em 28 de junho de 2015
  5. Séneca. «Epistulae morales ad Lucilium». The Latin Library. Consultado em 28 de junho de 2015

  • Leonardo Barros de Souza Universidade de Fortaleza
  • Aline Gabriele Carvalho de Lima Universidade de Fortaleza https://orcid.org/0000-0002-0276-3277
  • Maria Celina Peixoto Lima Universidade de Fortaleza

Resumo

Freud no texto “o mal estar na civilização” discute a afirmativa de Hobbes “O homem é o lobo do homem”. Para o autor essa afirmativa põe em cena põe em cena a agressividade com a qual lidamos com o outro. Beck em “sociedade de risco” propõe que viveriamos hoje numa sociedade onde a produção de riscos supera o acúmulo de poder tecnológico-econômico. Interrogamos, neste cenário, o surgimento de uma figura perigosa, considerada o lobo da sociedade, um risco vivente: o bandido. Para tanto, nos valemos da noção de vida nua com Agamben, para pensar no estatuto próprio dessa figura, o de uma vida matável, sem valor. Se cada sociedade elege seus homo sacer, o bandido se apresenta como homo sacer para a sociedade de risco. Num esforço de calcular e medir o impossível, a sociedade de risco termina por produzir um efeito indesejado: põe em evidência o caráter de vida nua inerente a cada um dos viventes. O bandido é eleito como figura perigosa, portadora da agressividade do lobo, e seu lugar seria aquele de um vivente já habitado pela morte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agamben, G. (2010). Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Editor UFMG.

Beck, Ulrich (2011). Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34.

Benslama, F. (2016). L’avenir de laségrégation. Cliniques Méditerranéennes. 94, 9-19.

Endo, P. C. (2005). A violência no coração da cidade: um estudo psicanalítico. São Paulo: Escuta/Fapesp.

Freud, S. (1930/2010). Obras completas, volume 18: O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-36) – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das letras.

Lacan, J. (1969-70/1992). O seminário livro 17: O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lacan, J. (1974/2016). A terceira. Revista da Escola Letra Freudiana, Ano XXXV, 0, 179-205.

Roach, M. (2015). Curiosidade mórbida: a ciência e a vida secreta dos cadáveres. São Paulo: Companhia das Letras.

Sposito, M.E.B., &Goés, E. M. (2013). Espaços fechados e cidades: insegurança urbana e fragmentação socioespacial. São Paulo: Editora Unesp.

  • PDF
  • EPUB
  • MOBI

Como Citar

de Souza, L. B., Carvalho de Lima, A. G., & Lima, M. C. P. (2019). “O homem é o lobo do homem”: o lugar do bandido na sociedade de risco / “The man is the man’s wolf”: the bandit as figure of naked life on the society of risk. Revista De Psicologia, 10(2), 141 - 148. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/39499

Quem disse que o homem é o lobo do próprio homem?

Thomas Hobbes foi quem disse que “o Homem é o Lobo do Homem”. Mas a frase original não é de sua autoria, ele apenas popularizou uma ideia de um dramaturgo romano. Este texto está em seu livro mais famoso, Leviatã.

Por que Hobbes diz que o homem é o lobo do homem?

Segundo Hobbes, em um estado natural, o individualismo do ser humano o compele a viver em guerra uns com os outros. Esta frase expressa o conflito entre os homens, indicando que de todas as ameaças que um ser humano pode enfrentar, a maior delas é o confronto com outras pessoas.