O mundo nao e mais o mesmo

O mundo nao e mais o mesmo

Uma frase que ficou marcante no filme Logan (Filme Fodastico) e: O mundo não é o mesmo Charles. Exemplifica muito como as coisas mudaram no mundo dos X-MEN, mas voltando ao mundo real concordo com o logan, o mundo já não é o mesmo.

Desde que iniciei minha evolução em 2001 passei por dezenas de fases e formas de jogo, festinhas de escola, festinhas de turma, grupos de rua, veio à internet e com ela o TC game (quer teclar?), no TC game tinha os bate papos UOL, TERRA, depois evoluiu para ICQ, depois com os primeiros celulares o voz game (descobria o numero do telefone da mulher, ligava e falava), SMS game, nesse meio tempo também teve o MSN que deu muita mulher e teve sua margem de sucesso, o divisor de aguas mesmo foi com a popularidade do facebook, quando existia apenas Orkut os sistemas de conhecer pessoas ainda eram “estáveis” o que mudou totalmente foi o facebook, depois dessa rede social que inventou o like, as mulheres não mais tinha empolgação para conhecer homens diferentes, descobriram que ter uma falsa vida on-line dava mais lucro, o numero de manginas e escravocetas foi explodindo com o tempo ajudando ainda mais para elas terem curtidas e comentários de elogios e se sentirem poderosas.

Com o passar dos anos também o numero de estupradores, golpistas, pedófilos, assassinos, criminosos de todos os tipos vieram pra internet e assim foi afastando totalmente as mulheres de conhecer caras novos on-line, usando os apenas como infladores de ego, há alguns meses atrás eu estava com umas coisas velhas em casa e lembrei que eu poderia vender aquilo nos grupos de facebook ou app OLX, afinal não sou nenhum acumulador.

Apareceram muitos interessados e uma coisa que eu notei é que sempre que eu vendia algo pra mulheres elas vinham com namorado, marido e isso me chamou atenção de como elas tem medo de se encontrar com pessoas que conheceram on-line, MUITO diferente de antigamente. Claro, elas têm toda razão, a internet hoje está lotada de gente perigosa, quem acompanhou a evolução dos bate papos sabe bem como isso não existia antigamente.

Com tudo isso o que eu constatei é que as pessoas (principalmente as mulheres) estão cada dia mais isoladas em pequenos grupos sociais, as mulheres estão fechadas, inseguras e com medo de conhecer pessoas novas fora de seus grupos, o fato das redes sociais que elas usam para aumentar a autoestima e inflar o ego, e também não podemos esquecer que com a popularização da internet as pessoas saem menos de casa assim contribuindo com o isolamento,  achar que você vai ter sucesso com as mulheres sem uma boa socialização, sem conhecer muita gente e sem interagir com grupos diferentes é loucura.

O mundo não é mais o mesmo, as mulheres também não.

No primeiro domingo depois que as torres gêmeas desabaram em Nova York, um repórter do Fantástico apareceu na tela afirmando que dificilmente os Estados Unidos voltariam a produzir ou exibir filmes de violência. Naquele 16 de setembro de 2001, muita gente concordou com o repórter.

Depois daquelas imagens dos prédios em chamas ruindo e as pessoas correndo da fumaça e do entulho que caia do céu, não fazia mais sentido exibir a violência gratuita no cinema ou na tela quente. Hoje, revendo aquela reportagem, parece uma piada.

Assim que o coronavírus surgiu em Wuhan, na China, desde que começou a se espalhar pela cidade, depois pelo país, seguiu para o Japão, a Coréia do Sul, alastrando-se pela Europa, devastando Bergamo, na Itália, a Espanha, a França e pelas Américas, matando milhares de pessoas, o assunto voltou à tona.

Muita gente passou a acreditar que o mundo nunca mais será mais o mesmo depois do vírus provocado por um pangolim.

A Terra virou de cabeça pra baixo. O comércio fechou, as ruas foram se esvaziando e poucos zumbis eram vistos circulando por elas, usando máscaras N-95 ou de pano mesmo. Não se viu mais uma viva alma na Praça de São Pedro, nenhum turista jogando moeda na Fontana de Trevi, ninguém fazendo uma foto como se estivesse segurando a Torre de Pisa, fazendo selfies na Torre Eiffel, no Big Ben, no Taj Mahal, na Muralha da China, no Coliseu de Roma, ninguém foi visto fazendo uma fotografia sentado ao lado de Fernando Pessoa na porta do café A Brasileira, em Lisboa.

Todas as cidades do mundo viraram, de repente, uma imensa cidade proibida.

A festa acabou. Os aeroportos esvaziaram, os gondoleiros de Veneza cobriram suas gôndolas, os ônibus do City Tour foram para a garagem e nunca mais saíram de lá. Os africanos vendendo réplicas de bolsas Louis Vuitton nas ruelas de Bolonha sumiram num piscar de olhos. Os bateaux mouches transbordando de japoneses nunca mais foram vistos singrando nas águas do rio Sena, em Paris, nem mesmo pessoas atravessando a Abbey Road, em Londres.

Por aqui, muita gente parou e pensou com os seus botões: Até que cozinhar não é tão difícil assim! E perguntou: pra que tantos sapatos? pra que tanta roupa dependurada no armário? pra que três pares de Havaianas ou quatro xampus diferentes no box do banheiro?

O importante agora é simplesmente lavar bem as mãos com água e sabão, passar álcool gel e ficar em casa quietinho.

Ficou a impressão de que o mundo nunca mais será o mesmo depois do coronavírus.

Pra que um carro desse tamanho ao preço de 180 mil reais? Só porque é um CRV da Honda? Porque comprar um par de sapatos de 200 euros? Só porque são da Tod’s? Por que comprar cerveja a a 39 reais a garrafa? Só porque vieram da República Checa? Por que pagar essa fortuna por uma posta de namorado ao molho de jabuticaba com um toque de physalis? Só porque estamos no Gero? Por que tomar esse cafezinho de 10 reais? Só porque é na Oscar Freire?

Hoje, parece que o mundo vai ser outro amanhã. Mas eu tenho cá minhas dúvidas.

Será que quando a vacina vier e o vírus desaparecer do mapa, o brasileiro nunca mais vai andar no acostamento nas estradas engarrafadas? Será que nunca mais vai jogar o automóvel em cima do pedestre quando o sinal verde abrir? Será que o racista vai deixar de ser racista? Será que o homofóbico nunca mais vai matar um homossexual? Será que vão parar e dar atenção aos moradores de rua?

Será que ninguém mais vai oferecer propina pro guarda que flagrou o carro em alta velocidade? Será que o brasileiro nunca mais vai cortar pela direita? Será que ninguém mais vai pisar na grama apesar da placa? Devolver o troco que veio a mais? Será que o brasileiro nunca mais vai xingar o juiz de ladrão? Bater na mulher? Puxar o tapete do outro? Estuprar a mocinha na escuridão?

Será que ninguém nunca mais vai estacionar o seu carro naquela vaga destinada ao idoso, a gestante ou a pessoa com deficiência?

Eu tenho cá minhas dúvidas.