Show Este é de longe o tema mais “clubista” da aviação, e gerador de paixões e discussões intermináveis. É possível que muitos leitores roguem pragas ao ler este artigo. Opto por dar algum contexto e fatos para que o leitor possa formar a sua opinião, com um mínimo de fundamento saudável. A Airbus é um consórcio europeu formado no final dos anos 60, principalmente por franceses e alemães para construir o Airbus A300, suportados pelo orçamento de estado dessas nações. Os ingleses, sempre um passo atrás em tudo o que metesse os franceses a abjetos a assustar a relação com os americanos, tiveram apenas a participação privada da Hawker Siddeley, que mais tarde se veio a saber ter sido financiada por um estado alemão com dinheiro que devia da proteção militar durante da Guerra Fria. Pode-se dizer que o Airbus é um projeto da equipa do Concorde, Caravelle e HS Trident, estando nas suas raízes também a Messerchmitt e a CASA espanhola. Hoje em dia até fábricas nos EUA tem, e recentemente tomou conta do modelo canadiano C-Series, criado pela Bombardier (a mesma dos aviões da SATA e comboios). A Boeing é muito mais antiga, como empresa independente. Porta o nome do fundador, filho de imigrantes alemães, que estudou na Suíça. Este fundou a Boeing no início do século XX, bem como a United Airlines (sempre teve esse nome, não resulta de fusões posteriores) e a United Technologies (gigante que possui os elevadores Otis). A Boeing sempre foi forte na aviação civil e militar, onde se afirmou com os hidroaviões da Pan Am (no filme “Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida” vê-se um “Clipper” a caminho de Lisboa), o B-29 “Enola Gay” das bombas atómicas, mas sobretudo os comerciais a jato 70-número. O mais emblemático foi o Boeing 747 (“Jumbo”) que a TAP operou nos 70 e 80, e que muita gente transportou nos tempos do Ultramar. Absorveu a McDonnell Douglas nos anos 90, motivada pelo negócio militar, e desde modo se instalou o duopólio Airbus & Boeing. Muito dificilmente assistiremos ao seu destrono, sem que haja alguma mudança disruptiva no modo como a aviação funciona. Estas duas empresas têm como ponto comum a inovação, mentalidade de desenvolver para o cliente, pensamento global, acesso à melhor tecnologia dos seus fornecedores, standards imbatíveis de qualidade e segurança, serviço ao cliente, rentabilidade do investimento, e sobretudo independência da política no seu funcionamento (em comparação com outras, existe grande diferença). O diretor comercial dos anos de ouro da Airbus foi um americano. É possível dizer que uma é melhor que a outra? Não. É possível dizer que alguns modelos têm mais sucesso que outros, comparando caso a caso. Em primeiro lugar ambas têm acesso aos mesmos motores, a real razão porque um avião é mais ou menos eficiente economicamente. Basta ver que o primeiro Airbus de sempre voou com motores americanos General Electric. Argumentos – válidos ou não – em discussão sempre que se toca neste assunto, alguns deles verdadeiros “mitos urbanos”:
Comparar os modelos é mais complicado. Nem sempre são competidores no mesmo segmento, nem estão na mesma fase do ciclo de vida. A família A320neo (A319, 20 e 21) está par e par com o 737MAX, mas o A321LR não sofre concorrência do B737MAX10 (o concorrente mais direto seria o obsoleto B757, cuja produção parou em 2005). Logo a seguir, em termos de segmento de mercado, entra o A330 onde até há pouco tempo a Airbus nem tinha competição, dado que o Boeing 767 passou a fabricar-se apenas como cargueiro. Fala-se num futuro Boeing 797 para atacar em força este segmento. Na gama entre os 300 e 450 passageiros é o domínio quase total da Boeing. O Boeing 777, cuja versão 777-8 e 777-9 está para entrar em produção em breve, nunca teve competição do A340-500 / 600. Juntando o Boeing 787 fica o A350 (também feito de compósitos, mas sob a forma de anéis e não peças únicas) com uma honrosa medalha de bronze. Acima disso o A380 arrumou com o B747-8i, neste momento apenas disponível a versão carga. Dado os volumes de negócios e dinheiro disponível para investigação e desenvolvimento nenhuma se coibiu de criar uma versão sem sucesso comercial só para fazer frente à outra. O B777LR e o A340-500 somados nem às 100 unidades chegaram, porque só tinham o propósito de fazerem voos ultralongos, para os quais o mercado é ínfimo. O A318 (pouco mais de 100 unidades) e o B737-600 (cerca de 60) serviram para – agressivamente – “meter na linha” as concorrentes que pensavam em meter o nariz no mercado dos aviões grandes. Quem realmente gosta de aviação quer ver modelos novos e o sucesso de todas as construtoras, inclusive Brasileiras, Canadianas, Suíças, Russas, Chinesas, Japonesas e Ucranianas. Quem é maior Airbus ou Boeing?As maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo, Airbus (AIRB34) e Boeing (BOEI34), divulgaram nos últimos dias os resultados do segundo trimestre de 2022. Os números mostram como, na competição para a liderança global do setor de aviação civil, a Airbus está na frente da rival Boeing.
Qual a diferença entre o Boeing e Airbus?A Airbus é uma corporação aeroespacial multinacional européia, a Boeing é uma empresa americana. A Airbus usa sidestick para manobrar, mas a Boeing usa manche. A forma do nariz e do para-brisa. Localização de alguns componentes que levariam dias para listar.
Qual é o avião mais seguro do mundo?Entre os jatos com menos de um milhão de decolagens sem nenhuma fatalidade estão: 747-8 (Boeing) A220 (Airbus) A320/321/319 Neo (Airbus). 717 (Boeing). 787 (Boeing). A340 (Airbus). CRJ-700/900/1000 (Bombardier). Qual é o maior avião do mundo?O Antonov tinha 84 metros ou 275 pés de comprimento, com a maior envergadura das asas de qualquer avião em operação. Até hoje, é a aeronave mais pesada já construída. A destruição do gigante foi anunciada em 27 de fevereiro de 2022.
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