O que pode ser dor no tórax ao se movimentar?

Mãos sobre o peito e olhar aflito. A dor ou desconforto na parte frontal do corpo, abaixo do pescoço e acima do abdômen superior, gera apreensão e logo é associada ao infarto. No entanto, a dor no peito pode ser sintoma de muitas outras questões de saúde. Entre elas, refluxo, úlceras, problemas na vesícula biliar, nos pulmões e dores musculares. 

De qualquer maneira, a dor no peito é um sinal do corpo de que algo precisa ser visto. Por isso, o sintoma deve ser considerado, investigado e ter sua causa conhecida para o tratamento mais adequado. 

Mas como identificar a dor no peito e associá-la às diferentes queixas? Como saber quando a dor no peito é de origem cardíaca e pode sinalizar, de fato, um infarto do miocárdio ou angina? 

Para esclarecer essas e outras dúvidas sobre dor no peito, preparamos este artigo. Acompanhe e leitura e cuide da sua saúde e do seu coração. 

Dor no peito e a busca por atendimento de emergência 

Antes de falarmos sobre as possíveis causas de dores no peito e suas particularidades, vale destacar que a queixa de dor no peito está entre os principais motivos de busca por atendimento médico de urgência e emergência, justamente, por ser logo associada ao infarto.

De acordo com artigo publicado pela Faculdade São Fidélis, de Joinville, em Santa Catarina, nos Estados Unidos, a dor torácica é queixa de 5,8 milhões de indivíduos, dos 113 milhões que dão entrada, em  média, nos serviços de pronto-atendimento, por ano. 

No Brasil, em consonância com o cenário mundial, anualmente, há estimativa de 4 milhões de atendimentos por queixa de dor no peito. 

Veja também: 8 Sinais que o corpo dá antes do infarto: dor no peito não é o único

Dor no peito é sempre um sintoma cardíaco? 

Nem sempre. As doenças cardiovasculares estão entre as que podem provocar o sintoma da dor no peito e a incidência delas tem crescido nas últimas décadas. Em 2011, aproximadamente 20 milhões de indivíduos foram acometidos por doenças cardiovasculares no mundo todo. Desse total, 12 milhões foram a óbito. 

Por aqui, as doenças relacionados ao coração figuram como primeira causa de mortalidade. No ano de 2009, o Brasil contabilizou um milhão de internações. No entanto, as dores no peito podem ter causas variadas, que envolvem outros órgãos e funcionalidades do corpo. 

No estudo feito pela Faculdade  de São Fidélis, em uma unidade de pronto-atendimento de Joinville, a incidência de dor torácica como sintoma de infarto agudo do miocárdio correspondeu a 1% da amostra. Na abordagem, diversas outras causas foram apontadas.

Alguns aspectos podem sugerir que a dor no peito não se trata de uma dor cardíaca. Veja só:

  • Gosto amargo na boca;
  • Dificuldade para engolir;
  • Dor que varia de intensidade ao mudar de posição
  • Dor que se agrava quando respira fundo ou quando tosse
  • Sensibilidade na região do peito

Então, o que pode ser a dor no peito?

Vamos lá! O incômodo na parte frontal do corpo, geralmente, logo abaixo do pescoço e acima do abdômen superior, pode ser um sinal de:

  • gases em excesso

O acúmulo de gases no intestino pode pressionar outros órgãos e essa compressão pode causar dor. O que caracteriza esse incômodo é que, geralmente, a dor se parece com fortes pontadas, que somem e reaparecem de forma rápida. 

  • refluxo

Chamado de gastroesofágico, o refluxo se dá quando os ácidos do estômago sobem até o esôfago, gerando inflamação. A dor é como uma queimação, que pode chegar na altura do peito.

  • problemas na vesícula e fígado 

A vesícula biliar pode sofrer inflamação pela presença de pedras. O desconforto gerado, muitas vezes insuportável, pode irradiar a dor até o peito. A dor aqui se caracteriza por um incômodo no peito direito, que costuma irradiar para o ombro direito e o abdômen. 

Há também a possibilidade da dor no peito estar associada a um problema no funcionamento do fígado.

  • pressão alta

O aumento da pressão sanguínea pode levar a dores no peito e as pessoas que sofrem de pressão alta devem procurar pelo atendimento médico imediato ao primeiro sinal do sintoma. 

  • úlceras e gastrites

Dores no estômago, causadas por úlceras e gastrites, podem ser, muitas vezes, confundidas com dores no peito, pois os órgãos em questão – estômago e coração – ficam bem próximos um do outro. 

  • problemas pulmonares

Infecções nos pulmões, como pneumonia e bronquite, podem causar dor e desconforto ao respirar. Como no caso das doenças relacionadas ao sistema digestivo, os problemas pulmonares também são confundidos com dores cardíacas pela proximidade dos órgãos.

  • lesões musculares

Durante uma atividade física, em crises de tosse e em situações de estresse e ansiedade, os músculos podem ser muito exigidos e ficar enrijecidos, gerando dor. Esta dor também pode ser na região do peito, principalmente, ao respirar profundamente. 

Quando a dor no peito é sinal de infarto?

Agora, vamos tratar da grande preocupação quando se fala em dor no peito: o infarto do miocárdio. Como é essa dor? A dor no peito que pode estar relacionada ao infarto se caracteriza por ser muito forte, localizada no meio do peito, que acompanha a sensação de queimação ou opressão.

A dor dura minutos e irradia para pescoço, mandíbula e braços. Normalmente, há algum tipo de formigamento que alcança o braço esquerdo. Nesta situação, é necessário procurar por um médico imediatamente.

Em suma, os sintomas mais comuns de dor no peito que podem indicar uma causa cardíaca são:

  • sensação de aperto no peito (muitas pessoas fecham a mão sobre o peito para sinalizar essa dor e como ela é);
  • dor que se espalha pelo corpo – costas, pescoço, nuca, ombros e braços (em especial o esquerdo);
  • dor recorrente com duração de  5 a 20 minutos, casos de angina, ou superior a 20 ou 30 minutos, em casos de infarto do miocárdio;
  • dor acompanhada de falta de ar, tontura, náusea e sudorese.

Assim, nos quadros em que a dor no peito se apresenta dessa forma, a indicação é a busca por atendimento médico imediato. Tanto o infarto como a angina devem ser tratados e acompanhados por um cardiologista. 

Fatores de risco para dor no peito e doença cardiovascular:

  • idade maior que 40 anos;
  • histórico de isquêmica cardíaca;
  • sedentarismo e dieta rica em gorduras saturadas;
  • histórico familiar de doença isquêmica cardíaca;
  • tabagismo;
  • obesidade;
  • diabetes mellitus;
  • hipertensão arterial;
  • colesterol alto; 
  • insuficiência renal crônica;
  • uso de cocaína. 

O que pode ser dor no tórax ao se movimentar?

Como prevenir as causas das dores no peito?

Por fim, o que é possível fazer para evitar os males que causam a dor no peito? Cuidar do corpo, do coração e da mente, adotando um estilo de vida mais saudável é, sem dúvidas, a melhor forma de prevenção. Então,

  • inclua a prática de exercícios físicos na sua rotina, 
  • mantenha uma dieta alimentar equilibrada,
  • descanse,
  • durma bem,
  • tenha tempo de lazer e descontração,
  • diminua o consumo de álcool e evite cigarros e outras drogas,
  • faça seus exames e consultas de rotina.

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Quando a dor no tórax e preocupante?

Como existem muitas possibilidades para uma dor no peito, é importante ir ao hospital sempre que a dor durar mais que 20 minutos para diminuir ou quando piora ao longo do tempo, especialmente quando surgem outros sintomas como tonturas, sudorese fria, dificuldade para respirar, formigamento nos braços ou dor de cabeça ...

Como saber se a dor no tórax e muscular?

A dor pode ser do tipo aperto/pressão, queimação ou “em facada” e pode vir acompanhada de outros sintomas, como falta de ar, sudorese, palidez e tontura. Já a dor no peito provocada por lesões musculares se dá em decorrência da prática de alguma atividade física, na maioria das vezes.

O que causa dor no meio do tórax?

A dor torácica no centro ou no meio do tórax ou na parte superior das costas pode resultar de distúrbios do esôfago, do coração ou da aorta, problemas nas vértebras ou musculares, sendo que todos os sintomas podem ser similares.

O que é dor muscular no tórax?

A dor muscular geralmente é causada pela torção dos músculos devido à realização de esforço e atividade física, ou quando o paciente estende excessivamente os músculos, a ponto de romper as fibras que compõem esse tecido, na chamada distensão.