Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal

I Jogos dos Povos Indígenas/1996

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:34 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:33 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 12106

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
Cidade Sede: Goiânia / GO
Data: 16/10/1996 à 20/10/1996
Lema: Programa do Índio - Os povos indígenas vão mostrar que esporte não é reservade branco.

Histórico

O I Jogos dos Povos Indígenas reuniu mais de 400 atletas, de 29 etnias, em Goiânia (GO), entre os dias 16 e 20 de outubro de 1996, num exemplo de integração de tradição e sabedoria seculares. Com patrocínio do governo federal, em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer de Goiás e com o apoio da FUNAI e do Comitê Intertribal, o projeto foi montado e financiado em apenas dois meses.

Os organizadores, incentivados pelo então Ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento (Pelé), percorreram algumas aldeias e se reuniram com as lideranças indígenas para discutir a realização. Grandes dificuldades foram encontradas. Nunca tantas etnias se encontraram de uma só vez evento de tamanha proporção. Contudo, o sonho dos organizadores, entre eles Carlos Terena, Articulador Cultural e Desportivo Indígena, se tornou realidade e as modalidades foram definidas.

O Secretário de Esportes e Lazer de Goiás, Ricardo Yano, e seus assessores, propuseram a realização dos I Jogos na capital goiana, que foi transformada em uma grande "Nação do Esporte Indígena". No dia 15 de outubro, as delegações chegaram à cidade, foram credenciadas e receberam um kit contendo bolas, camisetas, calções e boné. O ministro Edson Arantes, juntamente com o governador do estado, Maguito Vilela, o ministro da Justiça, Nelson Jobim, e demais autoridades que estavam trabalhando na época, assistiram à abertura do evento no dia 16, quando os índios desfilaram apresentando suas etnias. Uma atleta Terena foi chamada para cantar uma estrofe do Hino Nacional em Português, e uma Kaingang cantou em sua língua materna.

Milhares de pessoas prestigiaram o evento. As competições começaram com o futebol de campo e o voleibol, modalidades disputadas na manhã do dia 17 de outubro, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico e no Clube Ferreira Pacheco. A natação foi disputada de maneira não tradicional em uma piscina, para medir a velocidade dos competidores. As modalidades tradicionais indígenas foram a canoagem, realizada no Clube Jaó, o arco e flecha, o arremesso de lança, as demonstrações de lutas e a corrida de tora. A natação teve que ser disputada em uma piscina olímpica (para medir a velocidade dos competidores), e não em um rio, como de costume.

As etnias presentes nos I Jogos foram Bakairi - MT; Bororo- MT; Fulni-ô - PE; Gavião - RO; Guarani - SP e MS; Guató - MS; Kadiwéu - MS; Kaingang - SP, SC e RS; Kamayurá - Xingu - MT; Karajá - TO e GO; Kaiowá - MS; Krahô - TO; Krikati - MA; Saterê-Maués - AM; Ofaié - MS; Paresi - MT; Terena - MS; Tukano - AM; Xucuru - Kariri - AL; Yawalapiti, Xingu - MT; Kuikuro, Xingu - MT ; Wuará, Xingu - MT; Xavante - MT, Kalapalo, Xingu - MT; Trumai, Xingu - MT; Mehinaku, Xingu - MT; Kaiapó - PA; Javaé - TO; Kanela - MA.

II Jogos dos Povos Indígenas/1999

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:32 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:32 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 8774

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
Cidade Sede: Guaíra / PR
Data: 14/10/1999 à 20/10/1999
Lema: A Terra de todas as Tribos

Histórico

A segunda edição dos Jogos dos Povos Indígenas ocorreu entre os dias 14 e 20 de outubro de 1999, e teve como palco das disputas o Centro Náutico da cidade de Guaíra (PR). A cidade acolheu mais de 500 índios, de 25 etnias, que disputaram 13 modalidades esportivas. O evento foi patrocinado pelo Ministério dos Esportes e Turismo, em parceria com a prefeitura local, com o apoio da Funai e do Comitê Intertribal.

A organização dos II Jogos para 1997 teve que ser a ser interrompida, devido à falta de planejamento e critérios para a escolha da sede. Os estados de Amazonas e Paraná se candidataram. Mas, devido à indefinição do governo amazonense, o Paraná foi escolhido para sediar a segunda edição dos Jogos em 1999, pois em 1998 seria realizada a Copa do Mundo de Futebol, na França.

Guaíra foi a cidade escolhida, por possuir o complexo da Marina Náutica, que tinha toda a estrutura para abrigar um evento desse porte, uma vez que já havia sediado os Jogos da Natureza e por ter características semelhantes às aldeias indígenas.

As etnias participantes nessa edição foram: Guarani - SP; Potiguara - PB; Pankararu - PE; Maxacalí - MG; Krenak - MG; Xacriabá - MG; Paresi - MT; Umutina - MT; Kaingang-SC; Kaiowá - MS; Kadiwéu - MS; Bakairi - MT; Bororo - MT; Erikbaktsa - MT; Kanela - MA; Matis - AM; Krahô - TO; Kayapó - PA; Xavante - MT; Karajá - TO; Jawaé - TO; Kuikuro, Xingu - MT; Kamaiurá, Xingu - MT; Yawalapiti, Xingu - MT, Suyá, Xingu - MT; Waurá, Xingu - MT e Terena - MS.

A novidade ficou por conta da participação do povo Matís, da Amazônia, contatados há menos de vinte anos. Eles levaram uma delegação de apenas cinco pessoas. Os habitantes do Vale do Javari, localizado no sudoeste do Amazonas, mostraram pela primeira vez suas habilidades com a zarabatana.

A cerimônia de abertura do evento foi presenciada pelo ministro dos Esportes, Rafael Greca, e o prefeito Manoel Kuba, que entregaram a simbólica chave da cidade para o cacique Matís, Bina Tucum. As delegações desfilaram pelas ruas de Guaíra e se apresentaram na pista de atletismo do Centro Náutico. Durante a cerimônia de abertura foram realizados o ritual da cerimônia do fogo e o hasteamento das bandeiras. Os índios kaingang cantaram o hino nacional em sua língua tradicional.

As competições tiveram início no dia 15 de outubro com as partidas de futebol no Estádio Ney Braga, na parte da manhã, e as demais na arena construída no Centro Náutico. Atletismo e Arco e Flecha inauguraram as competições tradicionais indígenas. O período noturno ficava reservado à apresentação das manifestações culturais indígenas (danças, canto e cerimônias tradicionais), no anfiteatro da Marina, bem como as apresentações folclóricas tradicionais da região.

No segundo dia de competições houve a demonstração de dois esportes tradicionais do povo Paresi: O Xikunahity (uma espécie de futebol, praticado com a cabeça, somente pelos homens) e Tihimoré (modalidade esportiva semelhante ao boliche, praticada pelas mulheres). Essa foi a primeira vez que as duas modalidades foram apresentadas ao público. Os Matís demonstraram sua habilidade no manejo da zarabatana. Geralmente, os índios utilizam a arma contra alvos móveis (um pássaro ou macaco). Mas, nos Jogos Indígenas, o alvo foi adaptado às condições do local. Uma melancia foi pendurada em um tripé, e os índios deveriam acertá-la a uma distância de 20 metros. No mesmo dia, foram realizadas as provas de canoagem e natação/travessia.

As competições de arco e flecha, corrida de toras e as lutas corporais começaram no dia 17. Apenas demonstrativas, as duas modalidades atraíram bastante a atenção do público, que pôde ver os diferentes estilos de luta de cada povo. A corrida de toras foi realizada por três etnias: os Xavante, os Kanela e os Krahô. Cada etnia levou suas respectivas toras, feitas do tronco da palmeira buriti, algumas chegando a pesar 150 kg. As mulheres indígenas, que também praticam a corrida, levaram toras de até 70 kg.

Outra modalidade tradicional disputada foi o cabo-de-guerra, que visa a medir a força de cada etnia. A prova de natação foi realizada numa piscina semi-olímpica, de 25 metros, devido ao interesse da coordenação do evento em medir a velocidade de cada atleta indígena. As provas foram realizadas por homens e mulheres, nas modalidades: individual, de 25 metros, revezamento 4 x 25 e revezamento 4 x 50. Essa modalidade de natação de velocidade, realizada em piscinas, foi excluída das próximas edições dos Jogos, por não atender aos objetivos do evento.

III Jogos dos Povos Indígenas/ 2000

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:31 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:31 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 9052

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
Cidade Sede: Marabá / PA
Data: 15/10/2000 à 21/10/2000
Lema: A União das Tribos

Histórico

Nos III Jogos dos Povos Indígenas, 34 etnias indígenas de todo o Brasil participaram do, até então, maior evento de integração das sociedades indígenas. A equipe de organização do evento escolheu a ilha do Tucunaré, na cidade de Marabá - PA, para a realização do evento. Por seu ambiente natural semelhante ao de uma aldeia indígena. De 15 a 21 de outubro de 2000, cerca de 900 índios competiram e fizeram apresentações culturais.

Uma "aldeia olímpica" e uma arena com capacidade para cerca de 10 mil pessoas foram montadas com apoio do Ministério do Esporte e Turismo, do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte - INDESP, do governo do estado do Pará, da Secretaria Executiva de Esporte e Lazer, da Prefeitura da cidade de Marabá, da Funai e do Comitê Intertribal. Com o objetivo de promover a integração esportiva e cultural, os organizadores e os índios fizeram da cidade de Marabá uma grande "aldeia".

Um público acima do esperado, juntamente com autoridades, assistiu à abertura e às competições dos Jogos, conhecendo um pouco de cada etnia presente. Índios e índias iniciaram as competições na manhã do dia 16, com o futebol de campo, uma modalidade não tradicional indígena. O público também presenciou disputas de arco e flecha, zarabatana, cabo de guerra, arremesso e canoagem, provas tradicionais dos indígenas. O futebol e a natação, esportes não tradicionais dos índios, também empolgaram o público com disputas acirradas. A premiação e o encerramento ocorreram na tarde do dia 21 de outubro.

As etnias que participaram dos III Jogos foram Bororo - MT; Bakairi - MT; Xavante - MT; Xickin - MT; Arara - PA; Munduruku - PA; Krahô - TO; Tembé - PA; Suruí - PA; Kaapor - PA; Parakanã - PA; Matis - AM; Kaiowá - MS; Guarani - SP; Mbyá - PA; Kaingang - PR; Pataxó - BA; Karajá - TO; Asurini - PA; Gavião Parkatejê - PA; Terena - MS; Kanela - MA; Wai Wai - PA; Yawalapiti, Xingu - MT; Kuikuru, Xingu - MT, Kamayura, Xingu - MT; Kalapalo, Xingu - MT; Waurá, Xingu - MT; Mehinaku, Xingú- MT; Erikbatsa - MT; Jawaé - TO; Suyá, Xingu - MS; Arawete - PA; Assurini - PA e Kayapó - PA .

Essas etnias começaram a entender, de fato, o objetivo dos Jogos, pois buscaram a autenticidade em cada modalidade de seus esportes tradicionais. Contudo, destacaram-se nas apresentações de suas manifestações culturais, como pinturas corporais, danças, vestimentas, plumagem, cantos e nas características de seus artesanatos. Essas atividades culturais não ficaram restritas apenas aos indígenas. Os grupos folclóricos da cidade também tiveram seu espaço na Arena para apresentar suas danças e músicas. Um grande intercâmbio cultural e social foi o que marcou a semana dos III Jogos dos Povos Indígenas.

IV Jogos dos Povos Indígenas - 2001

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:29 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:28 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 7110

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
Cidade Sede: Campo Grande / MS
Data: 20/10/2001 à 27/10/2001
Lema: Compromisso com nossas Tribos

Histórico

A capital do Mato Grosso do Sul foi a cidade escolhida para sediar, no ano passado, o maior evento esportivo e cultural envolvendo índios brasileiros. Campo Grande acolheu cerca de 850 atletas de 40 etnias, num evento único no país, em modalidades esportivas com características próprias das comunidades.

Os IV Jogos dos Povos Indígenas foram realizados pelo Ministério do Esporte e Turismo, com o apoio da prefeitura local e do governo do estado. O evento atingiu o objetivo de confraternizar diferentes nações indígenas, muitas delas habitantes de regiões remotas e que foram contatadas pela civilização branca há pouco tempo.

Durante uma semana, o Parque das Nações Indígenas, uma das maiores reservas naturais do planeta, foi palco de competições em 11 modalidades esportivas, entre elas arco e flecha, canoagem, travessia a nado (em águas abertas), corrida de tora e cabo de guerra. As inscrições podiam ser efetuadas até meia hora antes do início de cada disputa.

Nos Jogos Indígenas todos são ganhadores. Independente da colocação, cada atleta recebe sua medalha, de acordo com a tradição entre as comunidades: o importante é competir. O regulamento, em Campo Grande, foi seguido à risca pelos participantes, num clima de muito respeito, inclusive o não consumo de bebidas alcoólicas em qualquer ambiente do Parque - que implicaria a expulsão permanente do evento.

V Jogos dos Povos Indígenas/2002

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:24 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:24 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 9348

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
Mais um vez o Ministério do Esporte e Turismo, por meio da Secretária Nacional do Esporte, patrocinou entre os dias 14 a 22 de setembro de 2002 a realização dos V Jogos dos Povos Indígenas, na cidade de Marapanim, Pará.

Este evento se consolida de vez como o maior encontro desportivos cultural tradicional indígenas da América, com a participação de 1050 atletas indígenas de 60 etnias.

A equipe da Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (SEEL/PA), mais uma vez demonstrou capacidade e competência na execução desses trabalhos, ao escolher conosco a Praia do Crispim, a 18 quilômetros de Marapanim. Um local inóspito e inimaginável para a realização de qualquer evento de tamanha envergadura, pois não havia praticamente acesso e infra-estrutura para o público, que se deslocaria debaixo de um calor de mais de 35º C. Os comentários entre outros coordenadores eram de que resultaria num total fracasso. Porém em nenhum momento desanimamos. Estávamos determinados em perseguir os nossos objetivos. O cenário ficou pronto com a construção de 34 ocas e uma arena com arquibancadas para 7 mil pessoas. Apesar de várias dificuldades administrativas, na tarde do dia 14 de setembro, 60 delegações indígenas adentram à arena para o desfile de abertura. Cada povo caracterizado com suas: vestes, cantos, pinturas corporais, indumentárias tradicionais próprias de uma beleza natural sem descrição. A partir daí, a Terra da Borboletinha do Mar; como é conhecido Marapanim, tornou-se o cenário para realização dos V Jogos dos Povos Indígenas - 2002.

Uma verdadeira Torre de Babel estava configurada, pois foram faladas nessa grande aldeia cerca de 40 línguas diferentes.

Estabelecemos um cronograma de programação de atividades desportivas e culturais, obedecendo as características e a diversidade cultural singular de cada povo indígena convidado. As nossas expectativas foram sendo superadas ao se concretizarem, em fatos, o que havíamos planejado em tese. Todos os povos envolvidos nessas atividades procuraram cumprir rigorosamente em detalhes aquilo que recomendamos, que é demonstrar nas apresentações a sua forma mais tradicional. Estávamos superando essa etapa de fazer entender com que cada etnia e atleta procurasse evidenciar, o que de fato são.

Superamos e fizemos os jogos acontecerem com uma equipe aguerrida e bem reduzida, fazendo movimentar dentro de nosso cronograma diário, mais de 1050 atletas e etnias com línguas e costumes diferenciado uma das outras. Cumprindo-se com sucesso e rigorosamente toda programação, sem nenhum atropelo ou mesmo ensaio preliminar na provas tradicionais e culturais.

A interação com o publico foi conseqüência natural sob todos aspectos, principalmente com a apresentação dos grupos de dança regional do carimbó na arena, criou-se assim maior empatia e aproximação da sociedade regional com os indígenas, estabelecendo-se laços de amizade e o inicio de um processo pré-educacional que afastam o preconceito.

Fica evidente que os jogos proporcionam diversos fatores positivos, como o fortalecimento da identidade cultural. Todo segmento da sociedade brasileira precisa descobrir e conhecer as formas tradicionais dos primeiros brasileiros, pois ignorâncias geram preconceitos. O conhecimento favorece a aceitação e o respeito, e uma das oportunidades é o evento, único do gênero no mundo a reunir, em um mesmo tempo e lugar, os povos mais autóctones de nosso país.

Estamos buscando parcerias para que possamos melhorar nosso desempenho nesse segmento, e procurando responder à altura de nossas responsabilidades. Para tanto, já estabelecemos junto ao governo canadense conversação de intenções para desenvolver oficialmente intercâmbio sociocultural desportivo com indígenas daquele país, razão pela qual estiveram presente, nos jogos três líderes indígenas do Canadá. Essa questão também envolve a Secretaria Nacional do Esporte em prosseguir com os trabalhos entre os indígenas na área das atividades do desporto social, a exemplo do Projeto Esporte Solidária. O estado do Pará nos deu pela segunda vez a oportunidade de mostrar ao Brasil e ao mundo os indígenas. As cidades de Marapanim, Marudá, Bacureteua, Vista Alegre e toda região nos deixam saudades. A chama do fogo dos jogos se apagou. Porém, nos corações indígenas, reascende esperanças de que uma pequena semente foi plantada na alma de cada pessoa presente no evento.Fazendo-os pensar índio.

VI Jogos dos Povos Indígenas/2003

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:21 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:17 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 14407

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
A sexta edição dos Jogos dos Povos Indígenas será realizada no período de 1º a 08 de novembro próximo, na Praia da Graciosa, em Palmas, Estado de Tocantins.

Reunirá mais de mil indígenas, de 60 diferentes povos do País, além de contar com a presença de indígenas do Canadá e da Guiana Francesa. O evento é realizado desde outubro de 1996, sob o patrocínio do Ministério Extraordinário dos Esportes, por meio das secretarias de esporte e prefeituras dos estados que acolhem o evento, com o apoio da Funai, responsável pela mobilização dos participantes do evento.

A experiência das cinco edições anteriores permitiu aos organizadores aprimorar a realização do evento, corrigir as falhas, observar e definir novas linhas de ações para alcançar a meta principal, hoje conhecidas por todos: a consolidação dos Jogos dos Povos Indígenas como a maior e mais importante festa de congraçamento dos povos indígenas, nascida de um sonho dos próprios índios. O critério para a participação é a força cultural das etnias, considerando tradições como a língua, a dança, os rituais, os cantos, as pinturas corporais, o artesanato e os esportes tradicionais.

A primeira edição ocorreu em Goiânia, em outubro de 1996, com a presença de 25 etnias e mais de 400 atletas e contou com a presença de Pelé, que incluiu o evento no calendário da Secretaria Nacional do Esporte, hoje Ministério Extraordinário dos Esportes. Os II Jogos foram realizados na cidade de Guairá, no Paraná, em outubro de 1999 e teve a participação de 31 etnias e mais de 600 atletas. Em Marabá, no interior leste do Pará, a terceira edição dos Jogos reuniu 800 atletas de 34 diferentes culturas indígenas. Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, em outubro de 2001, o Parque das Nações Indígenas recebeu 470 atletas de 29 etnias. Em outubro do ano passado, cerca de 1100 atletas de 62 etnias demonstraram esportes indígenas e outros conhecidos dos não-índios, bem como danças e rituais de suas culturas ao numeroso público. A quinta edição dos jogos ocorreu na Praia do Crispim, em Marapanim, no litoral do Pará durante 8 dias.

Este ano, os VI Jogos dos Povos Indígenas terão a participação de 60 etnias. Já estão confirmadas as presenças de 45 delegações: Awa Guajá/MA; Aikewara/PA; Apinajé/TO; Avá Canoeiro/GO; Awetí/MT; Bakairi/MT; Bororo/MT; Cinta Larga/RO; Enawêne Nawê/MT; Gavião Kyikatêjê/PA; Guarani/PA; Hixkariana/AM; Javaé/TO; Ka'apor/MA; Kaiwá/MS Kalapalo/MT; Kamayurá/MT; Kanela Ramkokamekra/MA; Karajá/TO; Kayabi/MT; Kayapó/PA; Krahô/TO; Kuikuru/MT; Matis/AM; Nambikwára/RO; Parakanã/PA; Paresi/MT; Pataxó/BA; Rikbatsa/MT; Suruí/RO; Tapirapé-TO/MT; Tembé-PA/; Terena/MS; Uru-Eu-Wau-Wau-/RO; Wai Wai/PA; Waiãpi/AC; Waimri Atroari/AM; Waura/MT: Xavante/MT; Xerente/TO; Xikrin/PA; Xucuru Kariri/AL; Yanomami/RR; Yawalapití/MT.

Dos povos participantes confirmados, sete estão indo aos Jogos pela primeira vez: os Awa Guajá, do Maranhão, que falam e entendem muito pouco o português e cujo contato com não-índio se restringe praticamente ao chefe do Posto Indígena da Funai; os Avá Canoeiro, de origem desconhecida e com uma população de apenas 14 pessoas, representados nos Jogos por seis deles, que moram na região da Serra da Mesa, em Goiás; os Kaapor, do Maranhão, conhecidos pela arte plumária; os Nambikwára e os Uru-Eu-Wau- Wau, de Rondônia e os Waimiri Atroari e os Hixkariana do Amazonas.

VII Jogos dos Povos Indígenas/2004

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:15 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:13 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 7303

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
A VII Edição dos Jogos dos Povos Indígenas, programada para o período de 19 a 27 de novembro, terá esse ano mais um atrativo. Ela acontecera em Porto Seguro, na mesma praia onde foi registrado o primeiro encontro entre os brancos portugueses e os índios brasileiros. Os jogos acontecerão numa arena montada na reserva da jaqueira, local onde hoje habitam os Pataxós. Mais de 1200 atletas indígenas de 53 etnias nacionais e internacionais são esperados para o evento.

Com o lema "o importante não é competir, mas sim celebrar", os Jogos são realizados desde 1996. Eles têm o objetivo de promover a integração entre os povos indígenas e incentivar, valorizar e fortalecer a prática dos esportes de identidade cultural praticados pelos índios em suas aldeias. Além das provas esportivas, as etnias apresentam suas manifestações culturais como dança, cânticos e pinturas.

Para este ano está prevista a realização de rituais das tribos, tanto na abertura como no encerramento do encontro. Os Jogos dos Povos Indígenas são uma realização do Ministério do Esporte em parceria e com o Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, e contam com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para viabilizar a realização da sétima edição, o Ministério do Esporte firmou convênio com o Governo do Estado da Bahia que cuidará da montagem de toda a infra-estrutura para o evento.

Os Jogos dos Povos Indígenas resgatam hábitos e tradições da diversidade cultural étnica que caracteriza o Brasil Indígena. Para participar dos jogos e para confraternizar, jovens, mulheres, homens, crianças e anciãos saem de suas aldeias e enfrentam uma longa jornada a pé, de barco e de ônibus até chegar a Porto Seguro. Eles viajam por vários dias, entoando cânticos que falam do espírito guerreiro e da alegria de conhecer novas terras e novos irmãos.

O coordenador do Comitê Intertribal, Carlos Terena, explica que a realização dos Jogos dos Povos Indígenas sempre foi uma.jspiração das comunidades indígenas brasileiras que praticam uma modalidade esportiva. "Por muito tempo esse ideal foi manifestado pelos povos indígenas que reivindicavam ações efetivas do Governo para a formulação de uma política nacional voltada para as questões sociais", disse Terena.

Os Jogos dos Povos Indígenas já foram realizados em Goiânia (GO), Guairá (PR), Marabá (PA), Campo Grande (MS), Maraoirim(PA) e em Palmas (TO). Na última edição mais de mil indígenas de 47 etnias do País competiram durante o evento. Além dos índios brasileiros, indígenas da Guiana Francesa e do Canadá também estiveram presentes.

Modalidades - A VII edição dos Jogos dos Povos Indígenas possui ao todo 16 modalidades, divididas em esportes tradicionais (Arco e Flecha; Canoagem; Arremesso de Lança; Cabo de força; e Corrida de Tora ), atividades demonstrativas (Lutas Corporais; Zarabatana; Xikunahity; Tihimore; Katulaya; Akô; e Jãmparti) e esportes não tradicionais (Futebol de Campo; Atletismo; Natação/Travessia; Corrida de fundo).

Este ano, os VII Jogos dos Povos Indígenas terão a participação de 54 etnias: Aikewara, Asurini do Xingu, Awá Guajá, Aweti, Bakairi, Bororo, Enawenê-Nawê, Etnias Australianas, Etnias Canadenses, Gavião do Pará, Guajajara, Guarani, Ikpeng, Irantxe, Javaé, Kaapor, Kadiwéu, Kaigang. Kaiwá, Kalapalo, Kamayurá, Kanela, Kantaruré, Karajá, Kayabi, Kayapó, Kiriri, Krahô, Krenak, Kuikuro, Matis, Maxakali, Nambikwara, Pankararé, Pankararu, Paresi, Pataxó, Rikbaktsa, Suruí, Tapirapé, Terena, Tuxá, Wai Wai, Waiãpi, Waimiri Atroari, Waura, Wayapi Guiana Francesa, Xakriabá, Xavante, Xerente, Xikrin, Xukuru Kariri, Yanomami, e Yawalapiti.

VIII Jogos dos Povos Indígenas/2005

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 09:10 Publicado em Quarta, 09 Outubro 2013 09:10 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 6973

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal
A praia de Iracema, em Fortaleza (CE), uma das mais belas do litoral nordestino brasileiro, será palco da VIII edição dos Jogos dos Povos Indígenas. O evento este ano acontece entre os dias 18 e 26 de novembro e contará com a participação de cerca de 1.300 atletas de 42 diferentes povos indígenas nacionais, além de algumas tribos estrangeiras convidadas. Serão disputadas 15 modalidades esportivas divididas em três categorias: indígenas demonstrativas, indígenas competitivas e não-indígena competitiva.

Realizados desde 1996, os Jogos dos Povos Indígenas buscam a integração de comunidades por meio da prática de seus esportes tradicionais, celebrando a cultura de diversos povos, valorizando os costumes e estimulando a auto-estima dos índios. O resgate da identidade cultural também é exercitado com a realização de manifestações como danças, cantos e pinturas corporais.

Este ano, o tema dos Jogos Indígenas representa a essência da sabedoria milenar desses povos com a frase: "O importante não é ganhar e sim, celebrar". Além da comunidade indígena nacional, participam dos jogos deste ano lideranças internacionais que atuarão como observadores, promovendo um intercâmbio cultural muito amplo. Representantes de tribos da Guiana Francesa, do Equador e dos Estados Unidos já confirmaram presença no evento brasileiro. A 8ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas é uma realização do Ministério do Esporte e do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, em parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza e o Governo do Estado do Ceará, por meio da Federação Cearense de Esportes Colegiais - FECECO. Os Ministérios da Educação e Cultura, a Secretaria Especial de Promoção a Igualdade Racial - SEPIR, a Funasa e a Funai apóiam o evento este ano.

IX Jogos dos Povos Indígenas/2007

Detalhes Última atualização em Quarta, 09 Outubro 2013 17:50 Publicado em Terça, 08 Outubro 2013 17:57 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 7581

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal

Os Jogos dos Povos Indígenas são considerados um dos maiores encontros esportivos, culturais e tradicionais de indígenas da América. Com o objetivo central de promover a celebração e a interação entre as etnias, diferentemente das competições esportivas do homem branco, os Jogos reúnem modalidades específicas das diversas culturas representadas. Além disso, têm por finalidade fomentar a cultura de paz e incentivar, valorizar e fortalecer a prática de esportes tradicionais. Nas competições, prevalece a comemoração, pois o evento traz o lema: "o importante não é competir, mas sim celebrar".

Construído através de uma parceria entre organizações indígenas, governos e empresas, o evento representa estratégia de consolidação de uma política pública específica e diferenciada, que leva em consideração a diversidade cultural.

Sobre a IX edição dos Jogos dos Povos Indígenas

Em 2007, os Jogos dos Povos Indígenas chegam a sua nona edição. Neste ano, as cidades pernambucanas de Recife e Olinda vão sediar os Jogos, que acontecem entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro. A data obedece ao calendário lunar indígena, cuja abertura coincide com a lua cheia de novembro.

São esperados para participar do evento mais de mil indígenas de aproximadamente 40 etnias, vindos de todas as regiões brasileiras. Eles ficarão alojados no Ginásio Geraldão, em Recife, local onde também serão realizadas as apresentações culturais. O refeitório e o acampamento estão sendo planejados por arquitetos, a fim de criar uma estrutura parecida à de aldeias.

Já na praia do Bairro Novo, em Olinda, será montada uma arena para as modalidades esportivas. A única exceção será o futebol, que acontecerá na Orla de Brasília, no Pina, em Recife. A Praia do Bairro Novo também será o local das provas aquáticas, como canoagem e natação. Lá serão exibidas diversas canoas e maneiras de se levar o barco, já que em algumas culturas o barco é levado em pé, e em outras, sentado. Isso varia bastante conforme as águas próximas de cada aldeia, observando-se aspectos de correnteza, profundidade e vegetação.

A realização dos IX Jogos dos Povos Indígenas está a cargo do Ministério do Esporte, Comitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena, Funai, Governo Estadual de Pernambuco, Prefeituras de Recife e Olinda, com o apoio dos ministérios da Educação, Justiça, Cultura, da Funasa, Caixa Econômica Federal e de mais cinco lideranças indígenas.

X Jogos dos Povos Indígenas/2009

Detalhes Última atualização em Segunda, 21 Outubro 2013 10:47 Publicado em Terça, 08 Outubro 2013 17:55 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 7076

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal

Histórico

Detalhes Última atualização em Quinta, 31 Outubro 2013 22:30 Publicado em Terça, 08 Outubro 2013 17:21 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 8176

Os primeiros povos idealizaram inicialmente a cultura do exercício corporal

Jogos dos Povos Indígenas
“O Importante não é competir, sim celebrar”

Durante 508 anos, os povos indígenas ficaram à margem da sociedade brasileira, idealizada de acordo com os critérios de “civilização” adotados pelo colonizador a partir do primeiro contato. Como uma das mais graves conseqüências desse isolamento, inúmeras comunidades e povos foram dizimados, restando hoje apenas 450 mil indígenas, que vivem em praticamente todo o território brasileiro, exceto em dois estados: Piauí e Rio Grande do Norte.

A diversidade cultural dos povos indígenas brasileiros é hoje representada por cerca de 230 etnias que vivem em suas terras originais e que ainda mantêm vivas aproximadamente 180 línguas. São povos diferentes entre si, cada um com sua identidade cultural, manifestações, usos, tradições, costumes, habilidades tecnológicas, organização social, ritos, crenças, filosofias, espiritualidades e esportes tradicionais peculiares.

Até pouco tempo atrás, esses dados eram pouco conhecidos e divulgados. Não havia um mecanismo que pudesse resgatar e incentivar as práticas das tradições indígenas em sua essência. Foi quando, em 1980, os irmãos Carlos e Marcos Terena idealizaram e planejaram a realização das “Olimpíadas Indígenas”, no sentido de agregar os valores dos esportes tradicionais indígenas, já que até então nenhum trabalho desse tipo havia sido realizado de forma oficial. Durante 16 anos, os irmãos buscaram ajuda nos gabinetes dos dirigentes esportivos governamentais, levando a proposta para a criação do evento, porém nunca foram levados a sério.

Somente em 1996, com a criação do Ministério Extraordinário dos Esportes, é que a proposta foi aceita pelo então ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para a realização dos Jogos dos Povos Indígenas. O então Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto (Indesp), órgão executivo do Ministério dos Esportes, colocou Marcos Roberto e José Eduardo, assessores do referido órgão na época, à disposição do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, para juntos iniciarem os trabalhos de planejamento de ações e de recursos financeiros para a realização da primeira edição do evento.

Mesmo sem nenhuma experiência com a cultura indígena, os assessores acompanharam os irmãos Terena em visitas a diversas aldeias pelo país, a fim de delinear diretrizes e traçar objetivos para estabelecer um formato para os Jogos. As pesquisas in loco eram indispensáveis, já que um evento desse porte, com foco nos povos indígenas, jamais havia sido realizado nos cenários nacional e internacional.

Fazer com que vários povos indígenas, outrora inimigos tradicionais, se encontrassem e se conhecessem por meio de manifestações desportivas culturais milenares já não era algo utópico. Enfim, o sonho dos irmãos Terena estava perto de se tornar realidade.

Assim, na tarde de 16 de outubro de 1996, em Goiânia, representantes do povo Krahô, originário do Tocantins, friccionaram pedaços de madeira com pedra, provocando a faísca que faria nascer a primeira chama do fogo sagrado dos Jogos dos Povos Indígenas. Mais de 24 etnias e cerca de 600 participantes adentraram o estádio olímpico da cidade para as primeiras atividades. Foi ali, em Goiânia, o marco dos Jogos dos Povos Indígenas, que este ano chegam a sua 12ª edição.

Em 1997, começa uma nova batalha junto ao governo federal para dar continuidade ao projeto dos Jogos Indígenas. Depois de muita insistência e graças a uma engenharia política, os irmãos Terena convencem o então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca, a realizar a segunda edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que ocorreu na cidade de Guaíra, no Paraná, entre os dias 14 e 20 de outubro de 1999.

Com o Ministério do Esporte estabelecido como o principal patrocinador do evento, estava consolidado o sucesso dos Jogos Indígenas. A busca de outras parcerias, sempre com a orientação dos irmãos Terena, por meio do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, permitiu a realização da terceira edição, em 2000, em Marabá (PA); a quarta, em 2001, em Campo Grande (MS); a quinta, em 2002, na cidade de Marapanim (PA); a sexta, no ano de 2003, em Palmas (TO); a sétima, em 2004, em Porto Seguro (BA); a oitava, em 2005, em Fortaleza (CE); a nona, em 2007, nas cidades de Recife e Olinda, em Pernambuco; a décima, realizada em 2009 no município de Paragominas (PA); e a 11ª, em 2011, na cidade de Porto Nacional, em Tocantins.

A proposta dos Jogos dos Povos Indígenas preceitua o Art. 231, Capítulo VIII da Constituição Federal: "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições", em consonância com a Lei 6.001 de 19 de dezembro de 1973, no seu Art. 47. "É assegurado o respeito ao patrimônio cultural das comunidades indígenas, seus valores artísticos e meios de expressão". Art. 217, inciso IV, da Constituição Federal do Brasil, que se traduz na "proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional", e ainda o Art. 31, Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, de 2007: "Os povos indígenas têm o direito a manter, controlar, proteger e desenvolver seu patrimônio cultural, seus conhecimentos tradicionais, suas expressões culturais tradicionais, esportes e os jogos tradicionais e as artes visuais e interpretativas".

Modalidades

Detalhes Última atualização em Quarta, 13 Novembro 2013 18:32 Publicado em Terça, 08 Outubro 2013 17:19 Escrito por Breno Barros Pereira Acessos: 75817
Modalidades
 ARCO E FLECHA  CORRIDA DE FUNDO
 ARREMESSO DE LANÇA  CORRIDA DE TORA
 CABO DE FORÇA  FUTEBOL MASCULINO
 CANOAGEM  FUTEBOL FEMININO
 CORRIDA DE 100 METROS  NATAÇÃO/TRAVESSIA

ARCO E FLECHA: A prova é individual, e cada competidor terá o direito a três tiros. O alvo será o desenho de um peixe. A distância entre o alvo e a posição do arqueiro será de aproximadamente 30 metros. A contagem de pontos será a soma de acertos em cada área do alvo. Haverá uma primeira fase eliminatória, que classificará para a segunda etapa somente 12 atletas que tiverem as melhores pontuações. Na segunda fase, inicia-se uma nova contagem de pontos, que definirá o primeiro, segundo e terceiro colocados.

ARREMESSO DE LANÇA: Cada delegação deverá inscrever um atleta. Cada atleta terá o direito de realizar três arremessos durante a competição. A contagem de pontos que definirá o primeiro, o segundo e o terceiro colocados será feita pela maior distância arremessada. A prova terá apenas uma fase.

CABO DE FORÇA: Cada delegação poderá inscrever no máximo duas equipes, uma masculina e uma feminina, compostas de dez atletas e dois reservas cada uma. Será utilizado o sistema de eliminatória simples em todas as fases, até chegar a uma equipe vencedora.

CANOAGEM: Prova realizada em duplas. A parceria vencedora será identificada pela arbitragem a partir da passagem da ponta da proa da canoa pela linha demarcatória.

CORRIDA DE 100 METROS:Cada delegação poderá inscrever no máximo duas equipes, uma masculina e a outra feminina, cada uma delas composta por dois atletas. Serão classificados para as séries seguintes somente os primeiros colocados.

CORRIDA DE FUNDO:Não há limite de inscrição de atletas para essa prova individual de aproximadamente cinco mil metros. Haverá duas largadas: a primeira para a corrida feminina e, após 15 minutos, para a masculina. Será permitido aos competidores o reconhecimento do percurso antes da prova.

CORRIDA DE TORA: Prova só para atletas do sexo masculino. A competição será dirigida e observada por pelo menos cinco juízes. Cada etnia deverá formar uma equipe com 10 atletas e três reservas. Os competidores deverão completar duas voltas na pista, dentro da arena. A largada será sempre entre duas etnias (equipes), definidas previamente por sorteio. Será utilizado o sistema de eliminatória simples em todas as fases, até chegar ao vencedor.

FUTEBOL MASCULINO: Cada equipe poderá inscrever no máximo 18 atletas. As partidas serão regidas pela Instrução Geral dos Jogos e pelas regras em vigência na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O tempo de jogo será de 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos cada um, com cinco minutos de intervalo.

FUTEBOL FEMININO:Cada equipe poderá inscrever no máximo 15 atletas. As partidas serão regidas pela Instrução Geral dos Jogos e pelas regras em vigência na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O tempo de jogo será de 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos cada um, com dez minutos de intervalo.

NATAÇÃO/TRAVESSIA: Cada delegação poderá inscrever no máximo duas equipes, uma feminina e uma masculina, compostas de dois atletas. A modalidade, porém, é individual. Haverá duas largadas, uma na prova masculina e outra na feminina.

Modalidades Tradicionais
 AKÔ  TIHIMORE
 CORRIDA DE TORA  XIKUNAHATY
 JÃMPARTI  ZARABATANA
 JAWARI  KATUKAYWA
 KAGOT  RONKRÃ
 KAIPY  

Todos os esportes tradicionais indígenas serão realizados apenas como forma de demonstração e de celebração entre os representantes das etnias. Não há prêmio para a equipe vencedora nem juiz para intermediar as competições.

AKÔ: Prova de velocidade semelhante ao revezamento 4x400m do atletismo, é praticada somente pelos povos Gavião Parkatêjê e Kiykatêjê, originários do sul do Pará. Duas equipes de atletas (casados e solteiros) correm em círculo, revezando-se a cada quatro atletas, usando uma varinha de bambu, espécie de bastão que vai passando de mão em mão. Eles darão voltas até chegar ao último atleta. Ganha quem completar o revezamento primeiro.

CORRIDA DE TORA:Apresentada por atletas (homens e mulheres) dos povos Xavante, Krâho, Kanela e Gavião Kyikatêjê.

JÃMPARTI: Corrida de tora praticada pelos povos Gavião Parkatêjê e Kiykatêjê do sul do Pará. Obedece praticamente os mesmos rituais de outros povos, mas há uma peculiaridade: o uso de toras com peso superior a 100 quilos e diâmetro com mais de 1,60m, que podem ser carregadas por dois atletas. É realizada sempre no fim das corridas de tora tradicionais, dando o sentido de sincronismo, harmonia e força. As mulheres também participam. Não há um prêmio para o vencedor – somente a força física e a resistência são demonstradas.

JAWARI:Praticado exclusivamente pelos povos indígenas habitantes do Alto Xingu, localizado no Mato Grosso. É jogado com 15 ou mais atletas de cada lado, em campo aberto de tamanho similar ao do futebol. Cada time se posiciona agrupado. Um atleta de cada lado, simultaneamente, sai à frente de sua equipe com uma flecha, como que dançando para arremessar ou evitar ser acertado pelo oponente que está a sua frente. Quem for acertado “morre” e está fora do jogo, até restarem os dois últimos. Quem “matar” o outro ganha o jogo. Esse evento é precedido do ritual do canto tradicional yawari tulukay, em que as mulheres participam. No fim, todos dançam e cantam juntos. Os atletas recebem uma pintura corporal especial para evento com barro branco uêiki.

KAGOT: Praticada pelos povos Xikrin e Kayapó do Pará, assemelha-se ao Yawari, porém com algumas características peculiares, típicos do grupo que fala a língua do tronco Macro-Jê. É uma atividade com flecha, jogada com 15 ou mais atletas de cada lado, em campo aberto de tamanho similar ao do futebol. As flechas são preparadas sem a ponta, substituída por um invólucro de palha ou coco, de maneira que não causem ferimentos ao atingir o guerreiro. Depois dos rituais tradicionais de cantos e danças, o jogo se inicia com as equipe divididas e agrupadas uma de frente para outra. Um guerreiro de cada equipe vai ao centro do campo – ambos com uma flecha na mão – e provoca o adversário. Um deles toma a iniciativa de procurar acertar o oponente com o lançamento da flecha. O guerreiro que vai ser o alvo espera “dançando”, no sentido de evitar ser atingindo. Ao flechar o oponente, ganha-se o ponto; errando, o arremessador vira alvo e assim sucessivamente até restarem apenas dois competidores dentro do campo. Ganha a equipe que “matar” o último guerreiro da equipe adversária. Após o evento, todos dançam e cantam juntos. Os atletas recebem pintura corporal especial e indumentárias características para a modalidade.

KAIPY: Exercício de tiro com flechas praticado pelos povos Gavião Parkatêjê e Kiykatêjê do sul do Pará, com o objetivo de treinar as habilidades dos arqueiros. As flechas são atiradas em um alvo preparado no chão com folhas de palmeira, que são dobradas, deixando o caule da folha apoiada sobre duas madeiras fixadas no solo. A uma distância entre cinco e dez metros, o guerreiro atira em direção à dobra, fazendo com que a ponta da flecha acerte bem rente ao caule, resvalando como se fosse uma mola. A flecha ganha impulso e vai em direção a um alvo fixo normal, pontuando nos acertos predeterminados. Outra forma de competição dessa mesma modalidade é tentar arremessar a flecha mais longe.

KATUKAYWA: Espécie de jogo de futebol em que o “chute” é feito com o joelho. Praticado pelos indígenas habitantes do Parque Nacional do Xingu, no estado do Mato Grosso.

RONKRÃ: Esporte coletivo praticado pelo povo Kayapó, do Pará. Semelhante ao hóquei sobre grama, é jogado em um campo de tamanho similar ao do futebol. Os jogadores são divididos em dois times, com 10 ou mais atletas de cada lado. De posse de uma espécie de borduna (bastão), cada atleta tem o objetivo de rebater uma pequena bola feita de coco, especialmente preparada para a modalidade. Os atletas de cada time se posicionam em fila dupla de frente para o adversário, colocando o bastão no chão. A bola é posicionada no centro para que uma das equipes dê a primeira rebatida, iniciando o jogo. Os atletas saem lateralmente de suas posições para defender, rebater para o campo oposto ou para o companheiro de frente, até chegar à linha de fundo e ultrapassá-la, marcando o ponto. De acordo com informações dos Kayapós, a prática do esporte começou a ser abandonada porque estava se tornando muito violenta, com graves contusões nos competidores. Curiosamente, a modalidade tem muita semelhança com um dos esportes mais populares do Canadá, o lacrosse, que tem origem indígena.

TIHIMORE: Jogo de arremesso com bola de marmelo, praticado pelas mulheres do povo Paresi, do Mato Grosso.

XIKUNAHATY (ZIGUNAHITI): Espécie de "futebol de cabeça", com bola de látex fabricada pelos povos Paresi, Nambikwara e Enawenê Nawê, do Mato Grosso.

ZARABATANA:Arremesso de dardos com zarabatanas, praticado pelo povo Matis, originário do Amazonas.

LUTAS CORPORAIS

  1. AIPENKUIT: Praticado pelo povo Gavião Kyikatêjê (somente homens), do estado do Pará.
  2. HUKA-HUKA:Praticado pelos povos xinguanos (homens e mulheres).
  3. IWO: Praticado pelo povo Xavante, do Mato Grosso.
  4. IDJASSÚ:Praticado pelo povo Karajá, da Ilha do Bananal.