Por que as pessoas vêm migrando das metrópoles para as cidades médias?

Clique aqui e saiba o que é migração pendular, como ela ocorre e seu papel na dinâmica populacional.

O movimento migratório diário que os trabalhadores fazem de uma cidade para outra é chamado de migração pendular

A migração pendular, ou diária, é o deslocamento diário de pessoas que saem das cidades onde moram e dirigem-se à outra cidade, estado ou país para trabalhar ou estudar. Na realidade, a migração pendular não é um processo migratório em si, já que as pessoas não mudam seu local de moradia.

Onde ocorre?

Esse processo ocorre em grande intensidade nas regiões metropolitanas e nos grandes centros urbanos. Entretanto, nas pequenas cidades e nas regiões rurais, também pode ocorrer. É o caso, por exemplo, de trabalhadores rurais (corte de cana, colheita de frutas) que se deslocam logo de manhã de suas cidades para a zona rural de outros municípios e retornam às suas casas ao final do dia de trabalho.

A migração pendular, como o exemplo acima demonstra, pode, sim, ocorrer em áreas rurais e em pequenas cidades, mas é nos grandes centros urbanos que um enorme fluxo de pessoas desloca-se diariamente das cidades menores para a grande metrópole com o objetivo de trabalhar ou estudar.

Por que as pessoas não trabalham ou estudam na cidade em que moram?

Existem vários fatores que fazem com que as pessoas tenham a necessidade de deslocar-se de seus locais de moradia para trabalhar ou estudar. Entre os principais, estão:

  • A centralização das atividades produtivas em uma determinada cidade ou região;

  • O altocustodosaluguéis nas capitais e grandes cidades;

  • A segregação urbana, que faz com que as pessoas mais pobres sejam obrigadas a morar em outras cidades pelo alto custo de aquisição de moradia nos espaços privilegiados das grandes cidades;

  • O êxodorural e a metropolização, que concentram a população nas regiões metropolitanas;

  • A modernização das redes de transporte, que interligam as metrópoles e as cidades vizinhas;

  • A concentração de universidades e instituições de ensino superior e técnico nas médias e grandes cidades, obrigando quem quer cursar uma faculdade ou realizar aperfeiçoamento técnico e profissional a se deslocar diariamente para os locais onde esses cursos são oferecidos.

Muitas pessoas também possuem com sua cidade de residência um vínculo afetivo, um lugar de identificação e intensos laços familiares e de amizade. Por essa razão, elas optam, mesmo com condições financeiras, por permanecer residindo em suas cidades e fazer o deslocamento diário até o local de trabalho ou estudo.


Por Amarolina Ribeiro
Graduada em Geografia

O conceito de metropolização está diretamente relacionado à conurbação e à formação de regiões metropolitanas.

A metropolização é o fenômeno em que vários centros ou aglomerações populacionais crescem e se integram em torno de uma ou mais áreas urbanas. Ocorre quando uma cidade possui um elevado crescimento urbano, a ponto de integrar outras cidades e estabelecer em torno de si uma centralidade econômica, atraindo pessoas, capitais e investimentos.

Com a metropolização, observa-se a transformação de uma cidade – geralmente uma capital nacional ou local – em uma metrópole, que passa a se configurar como uma espécie de “cidade mãe” de uma região metropolitana, que é integrada por cidades menores que congregam o seu entorno. Essas cidades são também conhecidas por cidades satélites.

Geralmente, o nível de integração que caracteriza a formação de metrópoles perpassa pela ocorrência da conurbação, que é a junção ou união entre o espaço urbano de duas ou mais cidades, ou seja, municípios diferentes passam a dividir o mesmo espaço urbano. Costuma ocorrer, nesse sentido, uma grande dependência econômica das cidades-satélites, de modo que muitos analistas as denominam como cidades-dormitórios, uma vez que sua função principal é servir de moradia para a classe trabalhadora que atua nas metrópoles. No entanto, atualmente, no Brasil, essa lógica vem gradualmente se modificando.

É importante não confundir a metropolização com a urbanização. Urbanizar significa elevar o crescimento das cidades em relação ao campo, enquanto metropolizar é elevar a concentração populacional e econômica em torno das metrópoles e regiões metropolitanas. No entanto, assim como a urbanização, a metropolização ocorreu primeiramente nos países desenvolvidos, uma vez que esses foram os pioneiros em conhecer as consequências das transformações industriais. Atualmente, são os países subdesenvolvidos que passam por esse processo, registrando também a maior concentração de problemas referentes à formação de grandes aglomerados urbanos.

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Em algumas regiões do planeta, há um processo inverso em curso, a desmetropolização. Isso porque a vida caótica nos grandes centros urbanos, geralmente desprovidos de mobilidade e com grandes problemas ambientais, não é mais interessante para as classes dominantes e os seus investimentos. Assim, o crescimento e a concentração populacional em torno das grandes metrópoles vêm diminuindo, em detrimento dos elevados crescimentos registrados nas cidades pequenas e, principalmente, nas cidades médias, que passam a contar com mais indústrias e dinamizando mais as suas economias locais.


Cidade de Jundiaí (SP), um exemplo de cidade média que vem crescendo em função da desmetropolização*

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* Fonte da Imagem: Deadfield / Wikimedia Commons

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Por que muitas pessoas passaram a morar em cidades médias?

A importância das cidades médias reside no fato de que elas possuem uma dinâmica econômica e demográfica própria, permitindo atender às expectativas de empreendedores e cidadãos, manifestadas na qualidade de equipamentos urbanos e na prestação de serviços públicos, evitando as deseconomias das grandes cidades e ...

Quais são os fatores que mais contribuem para o crescimento populacional das cidades médias?

As cidades médias no Brasil vêm crescendo muito em função da desconcentração industrial dos grandes centros metropolitanos, fato que está relacionado com as deseconomias de aglomeração, onde não há mais uma perspectiva de localização das fábricas nas grandes cidades.

Quais são as consequências da metropolização?

Diante do esvaziamento industrial, os principais centros urbanos de povoamento perderam atração e dinamismo, refletindo-se no fenômeno da desmetropolização, ou seja, a estagnação das metrópoles em relação ao crescimento dos municípios menores, sobretudo das cidades médias.

Qual a principal causa do chamado processo de Metropolização no Brasil?

O processo de desmetropolização teve como principal causa a saturação da infraestrutura das grandes metrópoles e do aumento do custo de vida e do custo de produção para as empresas (principalmente da mão-de-obra e dos transportes).

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