Posso tomar analgésico todos os dias

Mesmo com tantos alertas sobre os perigos de ingerir medicamentos sem acompanhamento médico, muitas pessoas têm o hábito de se medicar por conta própria, principalmente quando surge aquela incômoda dor de cabeça, na nuca ou face.

Contudo, tomar muito remédio faz mal. Logo, o que inicialmente parece ser uma solução pode gerar mais transtornos e complicar a sua situação.

O uso constante de medicamentos para dor de cabeça pode criar o efeito rebote, que é quando o seu organismo se acostuma com as substâncias. Elas deixam de fazer efeito e ainda podem trazer desconfortos.

Quer saber mais? Confira, a seguir, quais são as 4 principais consequência do excesso de remédio!

1. Aumento da dor

O consumo de 15 doses de analgésico por mês — remédio usado para combater a dor de cabeça — é considerado um abuso, podendo ocasionar a dor de cabeça crônica.

Isso ocorre porque a medicação em excesso desestabiliza o mecanismo que é responsável pela sensação de dor. De forma simples, é como se acontecesse uma hipersensibilização, o que significa sentir mais dores com estímulos menores. Com isso, a dor de cabeça se torna algo rotineiro.

Nessa situação, o quadro pode ser revertido por meio da interrupção do remédio e a ingestão de drogas profiláticas por um tempo determinado pelo seu médico.

Leia também: Descubra se sua dor de cabeça está afetando sua vida social

2. Perda do efeito dos fármacos

Muita gente carrega o seu analgésico na bolsa e, no menor sinal de dor, já o toma. Porém, mesmo que ele tenha sido prescrito por um médico, isso não quer dizer que essa fórmula deve ser usada a cada nova dor que você sentir.

Além de tomar o medicamento por conta própria, há quem abusa da dose e não respeita os intervalos entre uma ingestão e outra.

O problema é que, quando um remédio é usado por muito tempo, o seu organismo pode se tornar resistente a ele, o que faz com que os seus efeitos diminuam.

É nesse cenário que está o perigo, já que, após tomar o remédio e continuar sentindo a dor de cabeça, a pessoa pode consumir doses maiores na tentativa de sanar seu problema, e sofrer uma intoxicação, como veremos abaixo.

Leia também: Métodos alternativos e inovadores para aliviar a dor de cabeça

3. Intoxicação

As intoxicações por automedicação são mais comuns do que se pensa. Afinal, um remédio pode causar efeitos colaterais sendo receitado criteriosamente. Logo, torna-se ainda mais perigoso quando usado sem avaliação médica prévia.

Em se tratando da automedicação, a intoxicação pode começar com uma pequena confusão mental até deixar a pessoa mais lenta, reduzir ou aumentar a pupila, provocar mal-estar, náuseas ou vômito e elevar ou abaixar a pressão, por exemplo.

4. Prejuízo para o funcionamento do estômago, fígado e rins

Se utilizado de forma excessiva ou inadequada, o remédio para dor de cabeça pode causar irritação no estômago e, nos casos mais graves, contribuir para o desenvolvimento de úlceras.

Outra preocupação é o fato de que os remédios são metabolizados pelo fígado e excretados pelos rins, causando intoxicação hepática e insuficiência renal.

Conclusão sobre tomar muito remédio 

Como ficou claro, tomar muito remédio faz mal. Em especial, o uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios para dores de cabeça pode mascarar doenças mais graves, como o bruxismo de vigília.

Por isso, o mais adequado é sempre buscar ajuda médica para identificar o problema e tratar as suas causas corretamente.

Leia também: Como aliviar as dores de cabeça com massagem?

“A LIVA é um tratamento especializado em cefaleias tensionais, ocasionadas pelo bruxismo de vigília. Se você acha que suas dores de cabeça estão relacionadas com esse transtorno, realize o nosso teste.”

Você sofre com dor de cabeça ou enxaqueca? Nesta segunda-feira (5), o R7 Saúde realizou um bate-papo ao vivo com a neurologista Thais Villa, a nutricionista Camila Caverni e a psicóloga Rose Fukue e a fisioterapeuta Michelle Santiago. Elas falaram sobre os sintomas, as causas, os tratamentos e como a alimentação e os fatores emocionais podem impactar nas crises.

Segundo a neurologista, que também é chefe do setor de cefaleia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), existem dois tipos de dor de cabeça: dor de cabeça do tipo tensional e a enxaqueca. A primeira delas é aquela mais "leve, que acomete a cabeça toda, que dá uma sensação de pressão, que o tratamento se dá com o repouso". Já a enxaqueca, é uma doença, hereditária, "que tende a vir latejante, acompanhado de outros sintomas, como intolerância grande a luz, barulho e cheiro, além de náuseas".

Fala Saúde: fadiga, mudança de humor e até bocejos podem ser sinais de enxaqueca

Durante o bate-papo, a médica também disse que a pessoa pode sofrer com o tipo crônico da enxaqueca. Isso ocorre quando há registro de mais de 15 dias de dor no mês por pelo menos três meses. No Brasil, 12 milhões de pessoas sofrem com dor de cabeça crônica ou diária e a mais comum é a enxaqueca crônica.

Uso excessivo de remédios

Um das maneiras utilizadas para tratar a dor no momento da crise é o medicamento analgésico, que é importante, mas não deve ser utilizado em excesso, alertou Thais durante o bate-papo. Mais de três comprimidos por semana com esse objetivo pode provocar dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos.

—  Doze doses por mês que é limite para que isso não gere mais dor de cabeça. Organismo vicia nisso, analgésico vai perdendo efeito, você começa a tomar outros tipos cada vez mais, próprio analgésico está mantendo quadro da dor de cabeça crônica. É importante procurar um diagnóstico, porque um tratamento com analgésico é tratamento agudo, é para tirar dor na hora e só é suficiente para quem crises muito espaçadas. Para quem crises semanais têm que fazer crises para prevenir e tratar a doença.

Saiba por que ficar sem comer pode provocar dor de cabeça e enxaqueca

A especialista ainda destacou que diagnóstico de enxaqueca é feito pelo próprio médico e não por exames. Por isso, não deixe de procurar um bom profissional.

Assista ao vídeo a seguir e veja o bate-papo completo sobre os gatilhos de dor de cabeça, tratamentos possíveis, como atividade física pode ajudar e muito mais:

Quantos analgésicos posso tomar por semana?

Mais de três comprimidos por semana com esse objetivo pode provocar dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos. — Doze doses por mês que é limite para que isso não gere mais dor de cabeça.

O que acontece se tomar analgésico todo dia?

Utilização diária desse tipo de remédio pode provocar problemas renais e até acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e disfarçar sintomas de doenças mais graves.

Quanto tempo posso tomar analgésico?

O analgésico também reduz a temperatura do corpo. A não ser que o médico assim oriente, nunca tome mais do que quatro doses em 24 horas e sempre siga as orientações da bula. E, se as dores persistirem por mais de três dias, consulte seu médico.

Pode tomar remédio pra dor todos os dias?

O paciente que abusa dos analgésicos pode evoluir de dores de cabeças eventuais para dor de cabeça crônica diária. Se não procurar ajuda, acaba sofrendo com os efeitos colaterais do excesso de medicamento.