Quais foram as mudanças que ocorreram depois da descoberta da agricultura?

Quais foram as mudanças que ocorreram depois da descoberta da agricultura?
A agricultura nasceu há cerca de doze mil anos, durante a Pré-história

Há cerca de doze mil anos, durante a Pré-história, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando madurassem, o que permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.

Logo, as frequentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor etc.

Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.

O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o período da idade da pedra lascada.

Como é anterior à história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações.

Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Iraque) e rios Amarelo e Azul (China).

Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

Mudanças no clima ou desenvolvimentos da tecnologia humana podem ter sido as razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.

A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional que os que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiu com a economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza.

Além de alimentos para uso dos seres humanos e de seus animais de estimação, a agricultura produz mercadorias tão diferentes como flores e plantas ornamentais, fertilizantes orgânicos, produtos químicos industriais (látex e etanol), fibras (algodão, linho e cânhamo), combustíveis (madeira para lenha, etanol, metanol, biodiesel).

A eletricidade pode ser gerada de gás metano a partir de resíduos vegetais processados em biodigestor ou da queima de madeira especialmente produzida para produção de biomassa (através do cultivo de árvores que crescem rapidamente, como por exemplo, algumas espécies de eucaliptos).

Os ciclos de evolução das técnicas agrícolas geraram impactos fortíssimos sobre o desenvolvimento das sociedades e sobre o processo de produção do espaço geográfico.

A agricultura foi uma das primeiras atividades desenvolvidas ao longo da história da humanidade. O seu período de elaboração ocorreu durante o período histórico chamado de Neolítico (por volta de 8000 a.C.), naquilo que ficou conhecido como a Revolução Neolítica. Afinal, foi graças à agricultura que os povos anteriormente nômades sedentarizaram-se, ou seja, passaram a viver em moradias fixas, pois poderiam utilizar e cultivar o solo para o sustento próprio.

É claro que esse processo não ocorreu de forma repentina, mas sim gradativa, uma vez que inicialmente a agricultura era apenas uma atividade complementar à coleta vegetal e caça. No entanto, com o tempo, a sedentarização supracitada permitiu o desenvolvimento das primeiras grandes civilizações, todas elas essencialmente agrícolas.

Podemos dizer, nesse sentido, que a agricultura é um exemplo de como a evolução das técnicas exerce uma direta influência sobre o processo de produção do espaço geográfico. Inicialmente, mesmo nas civilizações mais desenvolvidas da atividade, a agricultura concentrava a maior parte da mão de obra e era o cerne de desenvolvimento social, representando uma subordinação das cidades ao campo. Como o tempo, como veremos a seguir, essa relação inverteu-se.

A partir do século XVIII, a emergência da Revolução Industrial – que nada mais é do que uma transformação das técnicas de produção – gerou profundos impactos nas estruturas socioespaciais e na organização do ser humano em sociedade. Um desses efeitos refletiu-se na evolução das técnicas agrícolas, pois os países que se industrializaram iniciaram um processo de mecanização gradativa das práticas rurais e de uso do solo.

Desse modo, o número de pessoas vivendo no espaço rural passou a ser menor nesses países, pois a urbanização acelerou-se graças ao êxodo rural (migração em massa do campo para a cidade). Por outro lado, a produtividade do campo intensificou-se graças à implementação de maquinários, o que representou uma evolução que se estendeu durante todo o século XIX e meados do século XX, em um período conhecido como Revolução Agrícola. Nesse momento, os centros urbanos passaram a coordenar as práticas agrícolas e a centralizar a economia, o que tornou o campo subordinado às cidades.

Durante o século XX, a evolução da agricultura permitiu a consolidação de uma nova transformação no meio técnico do campo, fomentando aquilo que ficou conhecido como a Revolução Verde, esta atrelada, sobretudo, aos avanços proporcionados pela Terceira Revolução Industrial.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

A Revolução Verde consistiu em uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos e demais países de ampliar o desenvolvimento da agricultura para combater a fome em países subdesenvolvidos. Sua aplicação consistiu na introdução de técnicas mais modernas, como a biotecnologia, a mecanização intensiva, o emprego de fertilizantes e de sementes VAR (Variedades de Alto Rendimento, mais resistentes aos produtos químicos do campo), maior uso de agrotóxicos, técnicas de correção do solo, entre outros.

Embora a revolução verde não tenha conseguido reduzir como pretendia a fome no mundo, ela foi inegavelmente a responsável pelo elevado aumento da produtividade agrícola, gerando mais alimentos e produtos primários em geral. Alguns de seus críticos, no entanto, colocam que o seu desenvolvimento gerou uma maior dependência dos países pobres em relação à tecnologia dos países desenvolvidos, além de ter ampliado o avanço da agricultura sobre as áreas de preservação ambiental.

Atualmente, diz-se que estamos passando por uma mais profunda transformação nas técnicas agrícolas, que teria sido iniciada a partir da década de 1990: a revolução transgênica. Os produtos agrícolas transgênicos são aqueles geneticamente modificados para serem mais resistentes a pragas e a produtos químicos, além de permitirem o seu cultivo em tipos de solo e clima originalmente pouco apropriados.

O cultivo dos produtos agrícolas transgênicos está no centro de um dos debates mais polêmicos da atualidade. Os seus defensores argumentam que o desenvolvimento desse tipo de técnica e seus resultados ajudam no aumento da produção e, portanto, no combate à fome, além de garantir o sustento e a lucratividade dos produtores. Aqueles que se opõem aos transgênicos consideram ruins os seus efeitos sobre a saúde humana e também sobre a natureza, considerando que a melhor opção é o cultivo em agricultura orgânica.

De todo modo, percebemos que a evolução da agricultura e suas técnicas é de fundamental importância para que se compreenda o desenvolvimento da própria humanidade e seu espaço geográfico. Afinal, essas diferentes técnicas geraram efeitos sobre a produtividade e, por extensão, sobre toda a dinâmica econômica e, principalmente, social.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Quais as mudanças que surgiram com a descoberta da agricultura?

Observando essa nova realidade, muitos leigos e especialistas detectaram o alcance de uma melhora qualitativa no estilo de vida do homem. Afinal de contas, a agricultura permitia a estocagem de alimentos e o planejamento das colheitas em função das transformações climáticas decorridas ao longo de um tempo.

O que aconteceu depois da descoberta da agricultura?

A partir de então, o homem percebeu que algumas sementes, quando plantadas, germinavam e que os animais podiam ser domesticado. Assim, esse período também foi marcado pelo início da pecuária, com a gradual domesticação e criação de animais, que até então eram selvagens.