Quais são os aparelhos que ajudam as pessoas com deficiência visual?

Aparelho distribuido pelo Governo de Goiás destaca a importância da inclusão dos estudantes na rede estadual. Foram distribuídos mais de 50 equipamentos no ano passado

Publicado: 17 Fevereiro 2021 Última Atualização: 17 Fevereiro 2021

“Antes, eu demorava entender o que a tarefa escolar me pedia, agora entendo com maior facilidade, o que me dá mais rapidez de raciocínio e ganho tempo pra estudar”. Essas são as palavras do aluno Eduardo Silva Lima, do Colégio Estadual Djalma de Freitas, uma unidade escolar que atende 442 estudantes na cidade de Santa Helena de Goiás, no Sudoeste goiano.

Com deficiência visual, Eduardo acaba de receber, do Governo de Goiás, um aparelho que faz a leitura de textos e reconhecimento de pessoas e objetos, com descrição por áudio. O dispositivo portátil de visão artificial OrCam MyEye facilita a aprendizagem para estudantes deficientes visuais que ainda não dominam a leitura em Braille – um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.

O aparelho foi entregue a Eduardo pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio da Coordenação Regional de Educação (CRE) de Santa Helena, e, segundo a coordenadora regional de Educação, Magna Lacerda, “será bastante utilizado como auxiliar na prática pedagógica com o aluno, em aulas remotas, vídeos chamadas, onde Eduardo vai conseguir leituras e interpretações, reconhecimentos faciais armazenados, identificação de cédulas, produtos, cores, dias, horas, tempo e reconhecimento de três línguas: Português, Inglês e Espanhol”.

Magna destaca que o desenvolvimento escolar de Eduardo será gradual com a adaptação ao dispositivo. “Mas, já sentimos o entusiasmo de nosso aluno, que mostra melhora na autoestima, criatividade e desempenho pedagógico e cognitivo”, conta.

Além disso, o uso do aparelho ajuda Eduardo a ampliar suas habilidades e a interação pessoal.

A coordenadora ressalta que os investimentos do governo goiano na Educação têm feito a diferença na qualidade do ensino no Estado. “Inclusive, este dispositivo OrCam MyEye custou cerca de R$ 10 mil aos cofres públicos estaduais, muitos alunos não teriam como comprar, lembra a coordenadora.

Fonte: Seduc - Governo de Goiás

17 de outubro de 2022

O aparelho fica pendurado no pescoço e consegue identificar diferentes objetos pelos quais o deficiente visual passa.

//p.dw.com/p/4I7Lc

Anúncio

O aparelho fica pendurado no pescoço e consegue identificar diferentes objetos pelos quais o deficiente visual passa.

Maria Aparecida Onuki Haddad*

Robert C.Mortimer**

Alex Haruo Higashi*

Rodrigo Sato*

Natália Stoler Condessa*

Mariana Misawa*

Ana Carolina Fava Salata*

Ameline Nishizima*

Marcos Wilson Sampaio*

*Serviço de Reabilitação Visual da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

** Laratec. Unidade de Tecnologia Assistiva da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual

O presente artigo foi baseado no livro:

Reabilitação em Oftalmologia,

Editores:

Maria Aparecida Onuki Haddad

Marcos Wilson Sampaio

Remo Susanna Jr

2020

Editora Manole

A reprodução de figuras foi autorizada pelos autores para esse artigo.

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) -Lei 13.146 de 5 de julho de 2015 – o processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa com deficiência e tem como base a avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada pessoa.

Tecnologias assistivas ou ajudas técnicas são produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

A LBI preconiza que, nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a pessoa com deficiência, sejam garantidos acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida. Cabe ao poder público desenvolver plano específico de medidas, com a finalidade de: I – facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnologia assistiva; II – agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfandegários e sanitários; III – criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais; IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importação de tecnologia assistiva; V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos governamentais.

A tecnologia assistiva na deficiência visual será usada tanto por pessoas cegas quanto por pessoas com baixa visão, de acordo com suas necessidades. Dessa forma temos os auxílios especiais para as pessoas com deficiência visual que serão descritos a seguir.

Auxílios especiais para a pessoa com deficiência visual

A adaptação e prescrição de auxílios especiais para deficiência visual, realizada pelo médico oftalmologista, é parte do processo de habilitação/reabilitação visual e deve ocorrer de forma simultânea com outros procedimentos necessários à obtenção dos objetivos no processo de promoção da qualidade de vida da pessoa com baixa visão ou cegueira. A prescrição de auxílios especiais não é empírica: todo um protocolo de avaliação oftalmológica deve ser seguido para que exista efetividade no uso do recurso indicado.

Auxílios especiais para a pessoa com deficiência visual promovem a sua funcionalidade e, basicamente, podem ser ópticos, não ópticos e eletrônicos.

A. Auxílios ópticos para baixa visão – são os auxílios que, de acordo com suas características ópticas, promoverão o melhor desempenho visual da pessoa com baixa visão. Podem ser:

 Para aumentar a imagem retiniana;

 Para deslocar a imagem retiniana;

 Para filtrar seletivamente o espectro visível da luz;

 Para condensar a imagem retiniana.

B. Auxílios não ópticos para baixa visão – são auxílios que não empregam sistemas ópticos; porém, modificam materiais e o ambiente para promover o melhor desempenho visual da pessoa com baixa visão. Podem ser:

 para ampliação;

 para posicionamento e postura;

 para escrita e leitura e

 para controle da iluminação.

C. Auxílios eletrônicos

Os avanços tecnológicos proporcionaram recursos para a promoção do desempenho na realização de tarefas para a pessoa com deficiência visual com consequente ganho em sua qualidade de vida. Recursos de substituição da visão, por meio de interfaces sonoras e táteis auxiliam a pessoa com deficiência visual profunda e cegueira quanto ao acesso a informações e quanto à comunicação. A pessoa com baixa visão dispõe de recursos eletrônicos que podem oferecer ampliações maiores que as proporcionadas pelos auxílios ópticos e possibilitam maior resolução visual e funcionalidade.

Ampliação eletrônica da imagem

O principal auxílio eletrônico para ampliação da imagem é conhecido como CCTV (closed circuit television – circuito fechado de televisão) ou auxílios de video-ampliação (SVA) ou videomagnificação.

Os auxílios de vídeo-ampliação (SVA), de forma distinta dos auxílios ópticos, sacrificam menos as características da imagem para obtenção de sua ampliação e são empregados principalmente para pacientes com deficiência visual grave a profunda (quando auxílios ópticos não proporcionam bons resultados).

Algumas propriedades são comuns a todos os modelos:

  • A ampliação máxima e o campo visual resultante dependem do tamanho da tela do monitor (diretamente proporcionais às dimensões da tela);
  • Quanto maior a ampliação empregada, maior é a restrição do campo de visão (de acordo com o aumento, somente palavras isoladas podem ser lidas por vez);
  • A definição da imagem depende das características da câmera e do monitor (por exemplo, uma câmera preto e branco determinará imagens em preto e branco num monitor colorido);

Os SVA podem ser:

1. Modelo de mesa (desktop):

  • tem um monitor e uma câmera montados acima de uma bandeja móvel (plataforma ou bandeja x-y);
  • o material a ser lido é posicionado abaixo da câmera e a imagem é projetada na tela do monitor;
  • esse modelo é pesado, caro e não é portátil;
  • permite o uso para a escrita, uma vez que a câmera é fixa;
  • •possibilita a adequação do contraste e do brilho;
  • apresentam polaridade reversa e linhas-guia para facilitar a leitura;
  • permite a realização de trabalhos manuais e acomoda livros de maiores dimensões (distância da bandeja à câmera é maior) e
  • possibilita ampliações variadas que serão determinadas de acordo com as necessidades e conforto do usuário.

2. Sistema de apoio (stand)

  • a câmera manual é conectada, através de um cabo, a um monitor de televisão comum ou ao computador (conexão USB);
  • a câmera é deslizada sobre o texto ou material a ser lido, cuja imagem é projetada no monitor (requer maior coordenação motora e rastreamento visual da tela do monitor);
  • permite a leitura de superfícies curvas;
  • de custo acessível;
  • a escrita não é possível como no modelo de mesa;
  • a ampliação máxima obtida é menor que a conseguida com o modelo desktop;
  • podem ter controle para contraste, brilho e polaridade reversa;
  • a ampliação é determinada pela distância entre a câmera e o texto a ser ampliado (quanto menor a distância, maior a ampliação). O tipo de ajuste é variável de acordo com o modelo;
  • a velocidade de leitura requer movimento coordenado entre o deslizamento sobre o material a ser ampliado e a observação na tela do monitor;
  • há modelos portáteis com com tela de cristal líquido que não precisam de um monitor externo. De acordo com o modelo, permite aumentos de até 32 X. A dimensão da tela é pequena, o campo de visão é reduzido;
  • há modelos que possibilitam a ampliação da imagem de objetos posicionados distâncias mais longas.

3.Montadas em suporte para cabeça:

  • a imagem captada pela câmera é projetada sobre uma tela montada a frente dos olhos (como óculos de realidade virtual)
  • há diferentes modelos com variados pesos e aparências;
  • de acordo com o modelo, permitem o arquivamento digital do texto a ser ampliado;
  • ao contrário dos modelos desktop e manuais, que somente fazem a ampliação para perto, esses sistemas permitem a magnificação para longe , distâncias intermediárias e perto;
  • Podem ser conectados a um monitor externo;
  • De acordo com o modelo, há possibilidade de acesso ao texto por meio audível;
  • Não são estéticos;
  • Custo alto.

FIGURA – SVA de mesa (desktop). ClearView C® Optelec
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

Figura – SVA com câmera tipo mouse e conectado a monitor de TV.
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

Figura – SVA portátil. SmartView Versa+® Humanware
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

(A)

Figura – SVA portátil . Ruby 7 HD ® Freedom Scientific com câmera normal(A) e
com polaridade reversa(B).
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

Figura – SVA montado em suporte de cabeça.
eSight® eSight Corp.
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

O aumento obtido com esses sistemas depende do tamanho da tela do monitor e do zoom disponível. Dois sistemas de ampliação da imagem são utilizados pelos SVA: o aumento por projeção e por diminuição da distância relativa. O SVA, de acordo com o modelo, permite ampliação de até 140vezes.

Com o avanço tecnológico, há uma grande disponibilidade de modelos. A tendência é associar recursos da informática aos SVA, o que permite maiores possibilidades de modificação do material a ser ampliado, uma vez convertido em informações digitais (viabiliza a informação audível e tátil, por exemplo).

A informática e as inovações tecnológicas para a pessoa com deficiência visual

O avanço tecnológico atual permite que soluções de acessibilidade estejam presentes em praticamente todas as plataformas e aparelhos que dependem da tecnologia da informática, desde computadores pessoais e dispositivos móveis até eletrodomésticos.

Os recursos de informática atualmente disponíveis para pessoas com deficiência visual funcionam mediante interfaces que representam a informação através de diversos sentidos: visuais, sonoros, hápticos (tato, propriocepção) ou uma combinação deles. Ou seja, aproveitam vários sentidos para veicular informação de uma forma diferenciada de sua representação original. De forma geral, a finalidade é a de transformar a informação exibida na tela do aparelho/ equipamento ou que existe no mundo físico do ambiente, como materiais impressos, objetos, infraestrutura urbana e pessoas, para conseguir um ou mais dos seguintes resultados:

1. Ampliar e modificar visualmente a imagem original (soluções visuais)

2. Vocalizar a informação mediante voz sintetizada (soluções com voz)

3. Criar uma representação tátil da informação através do braille ou de outras sensações hápticas.

Soluções visuais

Recursos embutidos no sistema operacional

A maioria dos sistemas operacionais no mercado para todas as plataformas oferecem tanto opções de configurações básicas como ferramentas avançadas de acessibilidade que permitem ao usuário com deficiência visual utilizar plenamente todos os recursos do computador ou aparelho móvel com alto grau de eficiência e rapidez. Em Windows 10 para PCs, por exemplo, através do item do menu de configurações chamado Facilidade de Acesso é possível escolher opções de aparência da tela, como filtros de cores para pessoas com distintos tipos de daltonismo, alterar o contraste entre fundo e forma de várias formas, mudar o tamanho e cor do ponteiro do mouse ou ativar o recurso Lupa, que, como seu nome indica, aciona uma lupa virtual que amplia até 16 vezes o tamanho da tela de forma global ou apenas partes selecionadas da tela. Recursos muito parecidos existem para MacOS (o sistema operacional de computadores pessoais da Apple) e para Linux. Como existem muitas versões e distribuições distintas desses sistemas operacionais, também há uma grande diversidade de soluções de acessibilidade, porém a mais conhecida, que roda em distribuições como Ubuntu e Fedora, é o Orca, que tanto amplia a tela como fala com voz sintetizada os conteúdos textuais e outros elementos de navegação e controle das telas.

As plataformas móveis também oferecem recursos de acessibilidade para pessoas com baixa visão. IOS e Android são os principais sistemas operacionais, e ambos possuem funções sofisticados de ampliação de tela e configurações de aparência, como cores e contrastes. Fazem parte de um leque amplo de configurações de acessibilidade para distintos tipos de deficiência.

Esses recursos e os equivalentes em outras plataformas não têm custo adicional, portanto fornecem uma solução barata para muitos usuários de computadores com deficiência visual leve. Contudo, no caso específico de computadores pessoais, frequentemente são auxílios mínimos, por três razões: 1. atendem apenas às necessidades de pessoas com deficiência visual leve, uma vez que as pessoas com comprometimentos visuais mais sérios precisam de ampliações maiores ou alterações de cores e contraste mais complexas e refinadas para melhorar as condições de leitura; 2. os softwares não especializados não oferecem ferramentas de navegação e de mudança de configurações rápidas e eficientes; 3. não há garantia de que essas ferramentas sejam compatíveis com aplicativos de outros fabricantes.

Softwares de ampliação de tela especializados

Os softwares de ampliação de tela permitem ao usuário com baixa visão utilizar a visão funcional que ainda possui para ter acesso ao computador por meio da ampliação de toda ou parte da tela e da alteração de cores e contrastes.. O software age como uma lupa virtual. Distintas opções de exibição da imagem e outras ferramentas de navegação permitem ao usuário personalizar o software para suas necessidades especificas e utilizar o computador com maior eficiência.

Segue um resumo das características típicas oferecidas pela maioria dos softwares no mercado:

  • Seleção do grau de aumento – A maioria dos softwares oferece aumentos de até 16X, e alguns de até 32X.
  • Definição da parte da tela a ser ampliada – Pode-se ampliar a tela inteira ou apenas uma parte dela, dividindo-a, por exemplo, em uma metade ampliada e outra sem ampliar. Outra opção e a de ativar uma lupa virtual que pode ser deslocada através da tela, ampliando apenas a área dentro do contorno da lupa.
  • Alteração de cores e contraste – Filtração, substituição e inversão das cores; aumento de contraste e opção de cores de tons de cinza.
  • Aparência do mouse e do cursor – O mouse e o cursor podem ser ampliados, ativados para piscar e suas cores mudadas.
  • Suavização de bordas e contornos – Função que suaviza automaticamente as bordas e os contornos do texto e das imagens ampliadas, que de outra forma perderiam sua forma original e dificultariam a leitura e a visualização.
  • Rastreamento do foco – Esta função permite que a janela ampliada mostre a parte do texto que está em foco em um dado momento ou o siga quando muda. O foco pode ser o ponteiro do mouse, o cursor, ou um evento do computador, como, por exemplo, a ativação de menus, janelas ou caixas de diálogo.
  • Varredura automática – É uma opção que permite fazer com que a imagem na tela se movimente automaticamente no sentido horizontal ou vertical a uma velocidade selecionada pelo usuário. Essa função evita o cansaço visual nas tarefas de leitura do texto e de navegação da tela em geral, pois elimina os movimentos bruscos da imagem que acontecem quando se usa a mão para manipular o mouse ou pressionar as setas de direção para esses fins.
  • Teclas de atalho – Comandos acionados ao pressionar combinações de duas ou três teclas permitem rapidamente mudar configurações e realizar muitas das outras funções do ampliador de tela.
  • Voz sintetizada – Alguns ampliadores oferecem a possibilidade de fazer com que os conteúdos de aplicativos e os menus e textos de muitos objetos do sistema operacional e dos aplicativos sejam falados com voz sintetizada, sob o comando do usuário ou automaticamente.

Como exemplos de softwares mais empregados, podemos citar: o Magic® da Freedom Scientific, o Zoomtext®, da AI Squared e o Lunar®, da Dolphin Systems, que são importados e comercializados por comércios de tecnologia assistiva brasileiros. Alguns podem ser encontrados gratuitamente na Internet, mas em contrapartida são geralmente bastante limitados. O software brasileiro DOSVOX® (e sua versão para Windows WINVOX®) contém um aplicativo gratuito de ampliação de tela chamado LentePro que funciona em ambiente Windows e seus aplicativos

Figura: Imagem mostrando a Lente do Windows ativada da tela. Uma lupa retangular com aumento de 300% destaca um texto dentro de uma página da Internet. Foto: Robert C. Mortimer

Figura: Imagem mostrando a tela de configurações de acessibilidade de um celular Android com uma lupa virtual ativada.
Foto: Robert C. Mortimer

Figura- Imagem de tela mostrando o software Zoomtext da AI Squared dividindo a tela em áreas ampliada e não ampliada.
Foto: Robert C. Mortimer

Soluções com voz

Os sistemas de voz utilizam software e hardware para vocalizar eletronicamente as informações exibidas na tela. Isso inclui tanto o conteúdo textual dos aplicativos (por exemplo, o texto de uma mensagem de e-mail) e a descrição de sua aparência visual (cor, tamanho e tipo de fonte do texto), quanto os nomes e detalhes de objetos do aplicativo, como janelas, menus, caixas de diálogo, mensagens de erro, e outros eventos do aplicativo e do sistema operacional.

Os sistemas constam de dois elementos: 1) um software sintetizador de voz, que transforma texto eletrônico em voz sintetizada e 2) um segundo software, chamado leitor de tela, cuja função é a de selecionar a informação que será passada ao sintetizador de voz para ser falada. É comum a utilização do termo leitor de tela para se referir aos dois elementos juntos.

Os softwares desempenham as tarefas de acessar individualmente todas as informações exibidas na tela e de fazer com que o sintetizador as vocalize, o que apresenta um desafio técnico significativo. Os sistemas operacionais e aplicativos não foram criados tendo em mente as necessidades das pessoas com deficiência. No entanto, hoje em dia os programadores de software começam a ter maior consciência das necessidades específicas que cada deficiência apresenta e a adotar práticas e técnicas de programação que facilitam o trabalho dos fabricantes de leitores de tela e de outros softwares de acessibilidade.

A maioria dos softwares dá suporte ainda para os displays braille, dispositivos que permitem acessar a mesma informação pelo tato através do sistema braille em vez da audição (ver descrição mais adiante).

Os sistemas podem ser separados em duas categorias:

1. Leitores de tela gerais

São softwares que depois de serem instalados ficam ativos em memória para dar acesso a outros aplicativos e ao sistema operacional. Representam os sistemas mais sofisticados e úteis, pois permitem utilizar um leque amplo de aplicativos: o próprio sistema operacional, aplicativos de tratamento de texto (Word), planilhas financeiras (Excel), bancos de dados (Access, Oracle), navegadores de Internet (Internet Explorer, Firefox), gerenciadores de correio eletrônico, ambientes de desenvolvimento de software (Visual Basic, C++, Delphi) e muitos outros. Exemplos: NVDA® (NVAccess) Virtual Vision® (Micropower), Jaws® (Freedom Scientific), Window-Eyes® (GW Micro), Hal® (Dolphin Systems.); OutSpoken® (Alva Access Group, Inc.)

Em 2006 um ótimo leitor de telas australiano para o sistema operacional Windows, o NDVDA, foi disponibilizado na Internet para ser baixado gratuitamente, e seu código fonte foi aberto para ser melhorado por quem quiser colaborar no projeto. Desde então tem sido traduzido para numerosos idiomas (inclusive o Português do Brasil) por uma comunidade internacional de programadores, tornando-o um dos melhores produtos, senão o melhor, na categoria de software livre. Em constante estado de evolução, a cada dia vem melhorando, e mesmo não sendo tão completo quantos seus concorrentes comerciais, oferece um nível de acessibilidade excelente para a maioria dos usuários casuais que precisam gerenciar e-mail, acessar a Internet, editar textos, trabalhar com planilhas e utilizar aplicativos de mensagens instantâneas.

Aproximadamente na mesma época que o NVDA foi lançado, surgiu para o sistema operacional Linux, o leitor e ampliador de tela Orca, também um excelente produto gratuito que apesar de ser estreante na área de acessibilidade a Linux, tem atingido um patamar de qualidade não longe dos produtos comercias que existem há muitos anos para o sistema operacional Windows.

2. Aplicativos com voz própria integrada

São aplicativos específicos, como editores de texto, navegadores de Internet ou jogos que possuem funcionalidade de síntese de voz e leitura de tela apenas dentro do próprio aplicativo; não têm a função de servir de interface geral para outros aplicativos ou para o sistema operacional.

Exemplos destes são: o DOSVOX® e o WINVOX®, do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, que trazem vários aplicativos em um pacote (tratamento de texto, calculadora, agenda de endereços, acesso a Internet, correio eletrônico, jogos, programas pedagógicos) e os navegadores de Internet falantes, como o Home Page Reader® da IBM.

A Internet, por ser uma mídia muito rica em imagens e em outros elementos gráficos, representa uma enorme barreira para as pessoas com deficiência visual, uma vez que os leitores de tela são incapazes de traduzir em palavras essas imagens e demais objetos gráficos. Um site típico na Internet contém imagens fixas e animadas (arquivos GIF, JPEG, etc.), vídeo, tabelas, objetos criados em linguagem Java ou Javascript, e até mesmo texto pixelado. Alguns destes elementos são inacessíveis ou de difícil acesso para os leitores de tela.

É importante que todos os que projetam sites e publicam informações na Internet tomem consciência das dificuldades de acesso para as pessoas com deficiência visual (e outras deficiências) e projetem seus sites de forma que sejam facilmente acessíveis aos leitores e ampliadores de tela. O W3C (Consorcio da World Wide Web), órgão internacional cuja missão é a de promover o desenvolvimento da rede mundial de redes de computadores, tem como um de seus objetivos principais assegurar o acesso universal e publica recomendações e informações específicas para quem desenvolve páginas Web a fim de instruí-los acerca das normas de acessibilidade e das técnicas de construção de sites que garantam o acesso às pessoas com deficiência.

Sistemas para tecnologia móvel

As duas principais plataformas de celulares inteligentes (smartphones) – IOS para iPhone e Android – contam com leitores de tela embutidos: VoiceOver® e TalkBack®, respectivamente. Eles fornecem acessibilidade a praticamente todos os recursos nativos do celular mas também para aplicativos de terceiros que podem ser instalados a partir das lojas on-line de cada plataforma. Nem sempre tem garantia de que um aplicativo baixado da Play Store será acessível mediante o TalkBack, porém, no caso da App Store, a acessibilidade é praticamente garantida, mesmo que não seja 100%, porque a Apple tem critérios de acessibilidade que devem ser cumpridos por desenvolvedores que queiram vender seus produtos na loja on-line.

O manuseio dos leitores de tela para celulares é muito mais simples do que em um computador. Como a tela dos smartphones são sensíveis ao toque e a interface foi feita para ser muito simples. Com apenas menos de uma dezena de gestos simples, como varrer rapidamente o dedo na horizontal ou vertical da tela, pinçar, dar dois ou três toques rápidos ou girar dois dedos em círculo, é possível fazer tudo o que é possível para uma pessoa que não tem deficiência e usa a visão. Também é possível explorar a tela deslizando o dedo aleatoriamente e escutando os ícones ou controles pelos quais o dedo passa.

Sistemas de acesso mediante o braille

As pessoas com deficiência visual que precisam do braille para acessar a leitura têm dois tipos de recursos de informática a sua disposição: os displays braille e as impressoras braille.

1. Displays braille

Os displays braille são aparelhos eletromecânicos que exibem dinamicamente em braille uma parte dos textos e outras informações exibidas na tela do computador. Consistem em um número de celas Braille, até 80 em alguns modelos, dispostas em uma linha, acionadas por pinos que sobem e descem em cada um dos espaços para os pontos das celas. Ao mudar a posição do cursor ou acontecer qualquer mudança de foco no aplicativo ativo do computador, a linha Braille responde automaticamente, subindo e descendo pinos para atualizar as celas e exibir as novas informações. Botões de navegação permitem ao usuário mudar rapidamente de linha ou de posição dentro da linha atual, pesquisar um texto especifico ou pedir informações sobre os objetos exibidos, tais como o tipo de fonte, seu tamanho ou as coordenadas horizontais e verticais da posição atual do cursor. Estas informações adicionais são exibidas em uma ou mais celas separadas dedicadas a esses fins.

A maioria dos aparelhos funciona com leitores de tela, que oferecem subsídios importantes aos displays Braille na navegação e leitura das telas.

A opção de utilizar um display Braille depende das necessidades individuais do usuário e seu domínio do sistema. Os displays oferecem uma vantagem sobre os recursos sonoros em situações em que o usuário requer um controle rígido sobre a qualidade editorial e/ou aparência do texto, pois o Braille é lido caractere por caractere, ao passo que os sistemas sonoros não são muito eficientes para as tarefas de revisão editorial.

Varies fabricantes, tais como a Freedom Scientific, Humanware e HelpTech oferecem vários modelos distintos de displays Braille.

Figura. Foto do display Braille Brailliant BI 40 da fabricante Humanware (Canadá).
Foto: Robert C Mortimer

2. Impressoras Braille

As impressoras Braille funcionam junto com softwares especiais para imprimir textos em Braille e imagens em alto-relevo a partir de documentos produzidos no computador por distintos aplicativos, incluindo programas de tratamento de texto, gerenciadores de planilhas financeiras e até mesmo softwares de criação e edição de gráficos.

A tecnologia utilizada emprega solenoides que acionam os pinos encarregados da impressão dos pontos no papel, que precisa ser de uma gramatura mais espessa do que o papel para impressoras em tinta. Estes aspectos técnicos da impressão do Braille tornam as impressoras relativamente caras. As velocidades de impressão são bem mais lentas do que as das impressoras de tinta, começando a partir de 15 cps (caracteres por segundo) nos modelos mais básicos, podendo ir ate 300 cps nas mais avançadas.

Os softwares, tais como o Braille Creator® da Micropower, o Duxbury Braille Translator® de Duxbury Systems ou o Winbraille® da Index, têm o papel de reformatar textos e informações de aplicativos, como, por exemplo, programas de tratamentos de texto, a fim de reestruturar o documento e criar os códigos para a impressora Braille. O usuário pode selecionar o grau de Braille a ser utilizado (Braille abreviado ou sem abreviação), incluir numeração das páginas ou não, impressão em ambos lados do papel (caso a impressora tenha essa capacidade) e mudar o tamanho e espaçamento das celas da impressora, entre outras opções.

Figura Impressora braille de formulário contínuo, modelo Basic D, versão 5, da empresa sueca Index.
Foto: Robert C Mortimer

Sistemas de reconhecimento óptico de caracteres (OCR)

Os sistemas de reconhecimento óptico de caracteres permitem às pessoas com deficiência visual ter acesso à informação textual de materiais impressos, tais como livros, jornais, revistas, etc. Isto é feito mediante a conversão da imagem do texto impresso em texto digital. A imagem da folha de texto e primeiramente captada e digitalizada por um scanner e em seguida analisada por um software que identifica todos os caracteres e símbolos individuais e os converte para sua representação digital. Neste formato o texto pode ser ampliado, as cores e contrastes mudados e o espaçamento entre caracteres, palavras e linhas ajustados. Também pode ser falado por um sistema de síntese de voz, exibido em um display Braille ou ser salvo no computador para ser trabalhado por um aplicativo de tratamento de texto. Deve ser ressaltado que o material de origem deve ser texto impresso em tipografia, e não manuscrito.

Existem dois tipos de sistemas de reconhecimento óptico de caracteres: os sistemas para computadores e os sistemas autônomos.

Sistemas de reconhecimento óptico de caracteres para computadores

Os sistemas OCR para computadores utilizam um scanner comum para a captação da imagem. Em seguida, um ou mais softwares realizam as tarefas de reconhecimento do texto e sua vocalização.

Softwares de reconhecimento de texto, tais como o Recognita®, Textbridge® ou Omnipage®, comandam o scanner a ler o documento e fazer o reconhecimento, lidando agilmente com a estrutura do documento de origem (colunas, parágrafos). O documento reconhecido pode ser salvo em qualquer de vários formatos para programas de edição de texto e falado utilizando um leitor de telas. Esse tipo de sistema requer do usuário certa familiaridade no uso de equipamentos de informática e softwares.

O mercado especializado oferece softwares integrados que juntam programas básicos de reconhecimento de texto, como os acima descritos, e instrumentos de gerenciamento do material para aprimorar a qualidade do reconhecimento, organizar e identificar os distintos elementos do documento original (colunas, cabeçalhos, rodapés, gráficos, imagens, legendas) e falar o texto por um sistema de síntese de voz embutido. Muitos softwares incluem a capacidade de trabalhar com textos em vários idiomas; dicionários e correção ortográfica e menus e teclas de atalho para agilizar todo o processo, desde a captação da imagem pelo scanner até a leitura do texto reconhecido e formatado. Alguns dos produtos mais conhecidos são o Readit® da VisionAid Internatinal, Open Book® da Freedom Scientific, o Kurzweil 1000® da Kurzweil Educational Systems, e o Cícero® da Dolphin Systems.

Sistemas autônomos

Os sistemas autônomos funcionam independentemente de computadores, embora utilizem essencialmente a mesma tecnologia e tenham funcionalidade semelhante à dos sistemas baseados em computadores. Em geral, consistem em uma caixa que contém o scanner e todo o hardware e software necessários para a leitura pelo scanner, o reconhecimento do texto e sua formatação e vocalização por síntese de voz. Um painel de controle com uma dúzia de teclas serve de interface para o usuário.

Estes sistemas oferecem a vantagem de serem muito fáceis de utilizar. Portanto, são especialmente indicados para as pessoas que têm pouco conhecimento sobre informática.

Embora scanners com sistema de varredura semelhante aos das máquinas fotocopiadoras tenham sido a tecnologia mais usada desde o advento dos sistemas OCR, a tendência hoje, em decorrência da enorme difusão, aprimoramento e barateamento da fotografia digital em câmeras modernas e celulares, tem sido o emprego dessa inovação para substituir os scanners tradicionais. As grandes vantagens dessa abordagem, apesar de ser um pouco mais cara, é maior portabilidade e maior velocidade de trabalho. Como exemplo, o escaneamento de um livro de 200 páginas que antes poderia demorar 8 horas agora pode ser realizado em 40 minutos.

Exemplo de sistema autônomo associado à inteligência artificial o OrCam My Eye® (OrCam) é um equipamento portátil, usado acoplado à haste de óculos, que permite a leitura de textos, reconhecimento de rostos, identificação de produtos, leitura de código de barras.

Figura: Sistema de OCR para computador. À direita uma câmera captura a imagem de uma página. Na tela do computador, o texto capturado e reconhecido aparece ampliado com esquema de cores de alto contraste (texto branco sobre fundo preto). Foto: Robert C. Mortimer

Figura – Associação de recursos de ampliação da imagem, audível (com voz sintetizada) e tátil (por meio do braille). Ace® e Focus Braille Display ® Freedom Scientific
Foto: Maria Aparecida Onuki Haddad

Novas tecnologias

Hoje, os celulares modernos e seus aplicativos e tecnologias associadas estão criando a um ritmo crescente soluções mais baratas das que existiam antes do advento dos celulares e produtos inéditos que estão transformando radicalmente a acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, oferecendo acesso a materiais culturais e de comunicação que eram total ou parcialmente inacessíveis no passado.

A tecnologia da informática, de certa forma, já era incorporada desde os anos 1990 em produtos comuns de nosso dia-a-dia mediante chips de síntese de voz que os tornam falantes: relógios de pulso, termômetros, balanças, fornos de micro-ondas, identificadores de cores, manômetros, medidores de glicose para diabéticos, balanças pessoais, etc. Esses produtos são direcionados especificamente para as pessoas com deficiência visual e não para o consumidor sem deficiência, por que veiculam a informação por meio de voz sintetizada, em vez de visualmente. Atualmente, muitas das funções desses produtos, que até recentemente eram muito mais caros e difíceis de encontrar no mercado, podem ser realizados a partir de um celular no qual estão instalados aplicativos específicos (lembrando que os celulares já possuem recursos de acessibilidade mediante ampliação de imagem e voz sintetizada). Relógio, agenda com calendário, identificador de cores, indicador de luminosidade do ambiente, GPS, identificador de notas de dinheiro, tocador de música, OCR, gravador de voz e leitor de livros (através do aplicativo Kindle para Android e iPhone e iBooks para iPhone) são apenas algumas das funções que podem ser acessadas no celular por pessoas com deficiência visual.

Outras grandes empresas da área da informática para o consumidor geral estão se preocupando com a acessibilidade de seus produtos e inovando, causando disrupção no mercado tradicional de tecnologia assistiva. Por exemplo, um aplicativo gratuito criado pela Microsoft para iPhone, o Seeing AI, traz diversas funções com qualidade superior a produtos do mercado: OCR para ler textos impressos em tipografia ou manuscritos, para perto e longe; leitor de códigos de barras de produtos; identificador de cores e iluminação; reconhecimento de rostos e descrição de objetos e infraestrutura do ambiente.

Um exemplo de uma abordagem distinta que une o elemento humano à tecnologia celular é o aplicativo Be My Eyes (Seja Meus Olhos – em tradução livre). Este aplicativo permite que um voluntário humano se conecte ao celular de uma pessoa com deficiência visual que precisa de ajuda para realizar uma tarefa inerentemente visual, como escolher uma roupa numa loja ou uma embalagem de alimento enlatado, usando a câmera do celular da pessoa com deficiência e se comunicado com ela por voz.

Como mostra o estado da arte atual de recursos de informática descritos acima, o potencial de inclusão dos computadores se tornou realidade, e novos produtos e soluções mais poderosos e baratos surgem cada vez com maior rapidez. Três novas tendências de tecnologia para o mercado consumidor geral começam a se perfilar como as novas promessas de avanços ainda mais poderosos e abrangentes: 1) a inteligência artificial; 2) a realidade aumentada e 3) a Internet das coisas e as cidades inteligentes.

A inteligência artificial já permite o reconhecimento de objetos, pessoas e ambientes em tempo real a partir do celular e já está ajudando as pessoas com deficiência visual nessas tarefas, como pelo aplicativo Seeing AI, já citado.

A realidade aumentada sobrepões nas telas de celulares e outros dispositivos vestíveis, como o Google Lens ou o Hololens, da Microsoft, imagens do mundo real e objetos virtuais, o que permite colocar dados suplementares sobre o mundo real ao alcance do usuário, inclusive das pessoas com deficiência visual, novamente com intermediação dos leitores de tela.

E por último, a Internet das coisas e as cidades inteligentes em essência colocam computadores em objetos do mundo real, como televisões, eletrodomésticos e locais físicos na infraestrutura das cidades, todos ligados à Internet. Ou seja, os computadores vão estar cada vez mais presentes nos objetos de nosso entorno. E quanto mais computadores existem e mais poderosos se tornam, maior a acessibilidade para as pessoas com deficiência visual. O futuro próximo da acessibilidade e da inclusão é muito promissor.

A informática é fundamental para assegurar o acesso à informação de forma geral, à cultura, à comunicação, à educação, ao trabalho e ao lazer. Dessa forma, é importante incentivar pessoas com deficiência visual a aprender a usar as tecnologias de informação e comunicação modernas para garantir sua independência, autonomia e inclusão plena na sociedade.

Bibliografia

1. Mortimer RC. Recursos de informática para a pessoa com deficiência visual. In: Haddad MAO, Sampaio MW; Susanna Jr, R. Reabilitação em Oftalmologia. Barueri (SP): Manole, 2020. P 172-82

2. Haddad MAO, Sampaio MW. Auxílios para maior resolução visual e funcionalidade. In: Haddad MAO, Sampaio MW; Susanna Jr, R. Reabilitação em Oftalmologia. Barueri (SP): Manole, 2020. P 123 -71

3. Mortimer RC. Recursos de informática para baixa visão. In: Sampaio MW, Haddad MAO, Costa Filho HA, Siaulys MOC. Baixa visão e cegueira. Os caminhos para a reabilitação, a educação e a inclusão. Rio de Janeiro: Cultura Médica Guanabara Koogan, 2010. P.221-30

4. Sampaio MW, Haddad MAO, Kara-José N. Auxílios para baixa visão. São Paulo: Laramara, 2001.

5. Candela, Anthony, Legends and Pioneers of Blindness Asssitive Technology, Part 1, Julho, 2006, //www.afb.org/aw/7/4/14549

6. Candela, Anthony, Legends and Pioneers of Blindness Asssitive Technology, Part 2, Setembro, 2006, //www.afb.org/aw/7/5/14437

7. Candela, Anthony, Legends and Pioneers of Blindness Asssitive Technology, Part 3, Novembro, 2006, //www.afb.org/aw/7/6/14413

8. Microsoft Accessibility Overview, //www.microsoft.com/en-us/accessibility/features?activetab=pivot_1:primaryr2, acessado em Outubro, 2019

9. Acessibilidade, //www.apple.com/br/accessibility/, acessado em Outubro, 2019

10. Visão Geral de Acessibilidade do Android, disponível em: //support.google.com/accessibility/android/answer/6006564?hl=pt-BR, acessado em outubro 2019

11. David Korngold, Martin Lemos e Michael Rohwer, Smart Cities for All, A Vision for and Inclusive, Accessible Urban Future, disponível em: //smartcities4all.org/wp-content/uploads/2017/06/Smart-Cities-for-All-A-Vision-for-an-Inclusive-Accessible-Urban-Futur…-min.pdf, acessado em outubro 2019.

Quais são os objetos criados para facilitar a vida do deficiente visual?

Conheça seis produtos tech que auxiliam deficientes visuais.
Leitores pessoais..
Luva robótica..
Teclado em “braille”.
Relógio inteligente..
Celular em Braille..
Películas e tablets com textura..

Quais são as tecnologias que ajudam as pessoas com deficiência visual?

7 criações tecnológicas inteligentes para pessoas cegas ou com baixa visão.
O olho na IA. ... .
Mapas de som 3D. ... .
Conhecimento nas pontas dos dedos. ... .
Sinais de mudança. ... .
Veículos elétricos. ... .
Óculos inteligentes. ... .
IA para acessibilidade..

Quais os recursos de acessibilidade que devem ser oferecidos ao deficiente visual?

As pessoas com deficiência visual que precisam do braille para acessar a leitura têm dois tipos de recursos de informática a sua disposição: os displays braille e as impressoras braille.

Toplist

Última postagem

Tag