Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?

O Iluminismofoi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas)  e pregava maior liberdade econômica e política.

Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?

As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
- Mercantilismo.
- Absolutismo monárquico.
- Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos  acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
- A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
- O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
- O predomínio da burguesia e seus ideais.

As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas ideias iluministas.

Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas.

Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.

Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias neste período. São eles:

John Locke

John Locke é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia.

Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.

Voltaire

François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.

Montesquieu

Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das leis” defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.

No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma monarquia moderada.

Rousseau

Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.

Quesnay

François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.

Adam Smith

Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?

Como referenciar: "Resumo - O Iluminismo - Pensadores e características" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 27/10/2022 às 20:27. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php

O liberalismo surgiu no século XVII como um conjunto de teorias políticas que sustentaram uma luta estrutural e política contra o Antigo Regime, ou seja, contra a monarquia absolutista. Como teoria econômica, o liberalismo surgiu no século XVIII para conferir uma estrutura conceitual ao novo movimento econômico que surgiu com a alta industrialização inciada nesse século e consolidada no século seguinte.

Os principais teóricos do liberalismo clássico são Adam Smith, Alexis de Tocqueville e Benjamin Constant. Já no liberalismo do século XX, adaptado às novas demandas de mercado, temos teóricos como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, representantes da Escola Austríaca de Economia, que originaram o neoliberalismo e o libertarianismo.

Leia também: Anarcocapitalismo – modelo de capitalismo que visa ao fim da regulação estatal

Tópicos deste artigo

  • 1 - Características do liberalismo
  • 2 - História do liberalismo
    • Surgimento do liberalismo político
    • Surgimento do liberalismo econômico
  • 3 - Tipos de liberalismo
  • 4 - Neoliberalismo e liberalismo

Características do liberalismo

Quando as primeiras ideias ditas liberais surgiram, ainda no século XVII, elas vinham de filósofos ingleses, como John Locke, e franceses iluministas, como Montesquieu e Voltaire. O intuito nessa época era derrubar o Antigo Regime (a monarquia absolutista) e instituir Estados constitucionais de direito na Europa.

As ideias mais remotas do pensamento liberal político advêm da filosofia jusnaturalista do filósofo inglês John Locke. Para Locke, o ser humano possui direitos naturais, que são, fundamentalmente, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. A propriedade privada, para ser legitimada como um direito natural, deveria ter uma função social que atenda à comunidade.

Muito além dos ideais jusnaturalistas, o liberalismo admite que não deveria haver um sistema opressor que retirasse dos indivíduos a sua liberdade, deixando-os livres, na medida do possível, para viverem e produzirem. Nesse sentido, surgiu o liberalismo econômico, proposto pela primeira vez pelo filósofo e economista inglês Adam Smith. Smith defendia que o Estado deveria ter o mínimo possível de participação e gestão na economia, pois esta deveria ficar totalmente regulada por si mesma. Para o economista inglês, haveria uma espécie de “mão invisível” do mercado econômico que atuaria na regulação de todos os processos econômicos, sem necessitar de qualquer interferência externa.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?
Adam Smith é o precursor da doutrina liberalista clássica.

As teorias liberais foram altamente aplicadas em grande parte da Europa oitocentista e nos Estados Unidos. Esses eram os territórios altamente industrializados que permitiram a manutenção de um sistema capitalista regido pelas doutrinas liberais da época. As regras de manutenção da economia foram desenvolvidas pelo mercado. Salários, modos de contratação, preços e modos de venda eram decididos pelas instituições privadas.

O imposto sobre as empresas quase não existiam, recaindo, na maioria das vezes, em cima das pessoas comuns (entre elas os empresários) e quase nunca sobre as empresas em si. Isso constitui a essência do liberalismo. Enquanto pensamento político, ele garante as liberdades individuais e, enquanto doutrina econômica, garante a liberdade de propriedade e de empreender.

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História do liberalismo

  • Surgimento do liberalismo político

A Revolução Gloriosa na Inglaterra foi despertada por um sentimento de desagrado de grande parte dos cidadãos comuns (incluindo burgueses, plebeus e camponeses) contra a monarquia absolutista inglesa, que mantinha os privilégios da classe nobre e concentrava o poder nas mãos do monarca.

Nesse sentido, John Locke, filósofo que viveu no século XVII e atravessou a passagem para o século XVIII, desenvolveu sua teoria jusnaturalista em oposição ao jusnaturalismo de outro filósofo inglês, Thomas Hobbes.

Hobbes viveu o início da insurgência contra a monarquia inglesa, no início do século XVII, e escreveu o livroLeviatã: ou matéria, forma e poder como forma de defender a monarquia. Ele também era jusnaturalista, ou seja, pautava a sua filosofia numa teoria de que existem direitos naturais inerentes a todos os seres humanos. Para esse filósofo, o ser humano, em seu estado natural, é regulado apenas pela lei de natureza (aquela que garante os direitos naturais e a liberdade irrestrita).

Para Hobbes, o ser humano, em seu estado de natureza, era violento, pois ele não tinha qualquer regulação moral e precisava cuidar da sua sobrevivência, e tinha o direito natural de prover isso sem qualquer regulação que o impedisse de ser violento. Para resolver o problema da natureza violenta foi necessário, segundo o filósofo, a criação de um Estado forte e coercitivo que, na sua visão, somente seria possível por meio da monarquia absolutista.

John Locke, mesmo sendo jusnaturalista, foi na contramão da teoria de Hobbes. Locke era oposto à monarquia absolutista e reconhecia como direitos naturais a liberdade, a propriedade e a vida. Para esse teórico, a lei de natureza estabelece os direitos naturais e entende a liberdade como algo irrestrito. Nesse sentido, há brecha para que uma pessoa possa invadir e tomar a propriedade do outro.

O Estado deveria, então, ser uma instituição reguladora por meio de um corpo de leisqueestabeleceria os limites para o convívio pacífico entre os cidadãos. No entanto, não haveria qualquer justificativa para o Estado atentar contra a vida, a liberdade e, principalmente, a propriedade dos cidadãos, a menos que estes atentassem contra a própria ordem estatal de maneira injustificada.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?
O filósofo inglês John Locke é o criador do liberalismo político clássico.

Do mesmo modo, aos cidadãos deveria ser permitida a insurgência legítima contra o Estado caso este agisse de maneira ruim (algo que a monarquia não permitia). A melhor maneira de governar, segundo Locke, seria o parlamentarismo constitucional e democrático. É assim que Locke entrega a gênese do pensamento liberal político e solta as primeiras fagulhas de um pensamento liberal econômico que surgiria algumas décadas depois.

O iluminismo francês seguiu um curso parecido na luta contra a monarquia durante a Revolução Francesa. Filósofos como Charles de Montesquieu e Voltaire deram continuidade a um pensamento político liberal.

Voltaire era defensor das liberdades individuais, como a liberdade de expressão e a de culto religioso, além de defender a separação entre o Estado e a Igreja. Montesquieu criou a teoria da tripartição do Estado, que propõe uma medida de repartição do poder estatal em três partes, sendo elas o poder Executivo, o poder Legislativo e o poder Judiciário. A intenção de Montesquieu era apresentar uma forma de evitar os abusos de poder e garantir a manutenção das liberdades individuais.

  • Surgimento do liberalismo econômico

Também no século XVIII, o filósofo e economista inglês Adam Smith propôs um modo de liberalismo intimamente ligado à economia, criando uma verdadeira doutrina econômica que se instalaria na Europa e no resto do mundo nas décadas e séculos seguintes. A Revolução Industrial proporcionou o alto desenvolvimento industrial na Europa e nos Estados Unidos, no século XX, que provocou uma valorização da doutrina liberal. Os governos na Europa e nos EUA deixaram as empresas privadas autorregularem-se de maneira quase total.

Isso deu certo durante algum tempo, mas a crise econômica de 1929 provocou uma reviravolta e fez com que as diretrizes econômicas fossem revistas na Europa, por meio das ideias do economista John Maynard Keynes, e nos Estados Unidos, pelo chamado NewDeal.

Veja também:Social-democracia – modelo que visa ao Estado de bem-estar social

Tipos de liberalismo

  • Liberalismo político: é o pensamento liberal fundamentado nas teorias dos filósofos liberais clássicos, como John Locke, os iluministas franceses e os filósofos utilitaristas ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill. A principal ideia desses pensadores era apresentar uma ruptura com o autoritarismo das monarquias absolutistas.
  • Liberalismo econômico: mais que uma filosofia ou um pensamento, o neoliberalismo é uma doutrina que rege os modos do comportamento econômico avesso aos princípios socialistas. O liberalismo defende, em suma, a não intervenção do Estado na economia, pois esta deveria regular-se por si mesma.

Neoliberalismo e liberalismo

Na economia, temos a divisão entre o liberalismo clássico e a versão revista dessa doutrina no século XX, o neoliberalismo. A crise de 1929 foi um fator decisivo para a cisão de governos com as doutrinas liberais, pois os governos das maiores potências mundiais precisaram injetar dinheiro na economia e retomar as rédeas para que o mundo não falisse. Esse período foi necessário para a retomada econômica e para que se implementasse medidas de proteção aos trabalhadores no mundo todo, como a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no Brasil.

No entanto, intelectuais da chamada Escola Austríaca de Economia, liderados no início pelo economista Ludwig von Mises, começaram a propor novas formas de uma doutrina liberal que conciliassem as necessidades de um mercado livre com alguma, bem tímida, participação do Estado na economia (para salvá-la quando necessário). Politicamente, o Estado e os governos eram necessários para estabelecer algumas relações, mas à iniciativa privada deveria ser dada novamente a liberdade.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo e do liberalismo?
O economista Ludwig von Mises é um dos precursores do pensamento que deu origem ao neoliberalismo. [1]

Teóricos ligados à Escola de Economia de Chicago também trouxeram teorias parecidas. A junção de todas essas teorias de uma nova doutrina liberal com a prática delas no século XX, a partir da década de 1980, deu origem ao neoliberalismo. Países como Chile e Inglaterra foram pioneiros nas adoções de medidas neoliberais, com a privatização do serviço público e a redução ao máximo da estatização e da interferência do Estado na economia. Para saber mais sobre essa nova etapa do liberalismo, acesse: Neoliberalismo.

Crédito da imagem

[1] Ludwig von Mises Institute / Commons

Por Francisco Porfírio
Professor de Sociologia

Quais os principais aspectos do Iluminismo e do liberalismo?

As principais ideias iluministas são a consciência individual autônoma, a noção de progresso, o caráter pedagógico, o pensamento laico, a autoridade do ser humano, a razão como principal forma de conhecimento, a liberdade religiosa e o liberalismo econômico e político.

Quais são os principais aspectos conceituais do Iluminismo?

O Iluminismo era baseado em três pilares, que são: razão, liberdade e o avanço da sociedade em relação ao pensamento racional e à ciência. As características que você verá a seguir mostram que essas três ideias centrais nortearam o movimento.

Qual a relação entre o Iluminismo e liberalismo?

O Iluminismo consagrou a liberdade de pensamento e expressão como um direito natural do homem. Liberdade de pensamento é o direito de pensar o que se quer, independente de preconceitos, dogmas, ideologias e normas morais.

Qual e a diferença entre Iluminismo e liberalismo?

Resposta. O movimento iluminista surgiu com ideais liberalistas, ou seja, as ideias dos filósofos iluministas eram voltadas para a liberdade de comércio (liberalismo), a favor dos direitos da burguesia. ... É o que ocorre na Revolução Francesa, inspirada no Iluminismo.