Quais são os tipos de provas do atletismo paralímpico?

ATLETISMO

Josiana Ayala Ledur

O atletismo pode ser considerado como um dos esportes mais antigos do mundo. Sua prática inclui movimentos que nos remetem às formas de sobrevivência utilizadas pelo homem primitivo na pré-história (CASTELLANI FILHO et al., 2009). Estes movimentos, como saltar, correr e lançar, eram executados como forma de sobrevivência, hora para fugir de predadores hora para conseguir prover sua alimentação. Podemos inferir então que, os fundamentos do atletismo compreendem os movimentos naturais do ser humano.
Este esporte, enquanto modalidade paralímpica estreou nos Jogos Paraolímpicos, realizados na cidade de Roma, no ano de 1960. Já nesta primeira edição, as provas contaram com a participação de homens e mulheres com diferentes tipos de comprometimentos físicos.
Desde a sua criação, os Jogos Paraolímpicos tornaram-se referência de superação e conquistas, atraindo um número cada vez maior de atletas e espectadores. Ravache (2006), afirma que o avanço da tecnologia, a dedicação dos atletas ao esporte, o envolvimento de profissionais cada vez mais habilitados e o uso de implementos adequados, são fatores que têm tornado realidade feitos esportivos até então inimagináveis para pessoas fisicamente deficientes.
No do atletismo adaptado, as características dos competidores são classificadas de acordo com suas capacidades, permitindo um nivelamento que visa evitar desvantagens e injustiças nas competições e, para isso, as regras são de grande importância.
Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas. Quando há a necessidade de próteses, estas nada mais são que peças ou aparelhos individuais utilizados na substituição de um membro ou órgão de acordo com o nível de amputação. Há variados tipos de próteses que podem substituir dentes, mamas, membros inferiores etc.
Os atletas participam de provas de pista e campo, seja no atletismo convencional ou no adaptado. Assim, a expressão “Track and Field”, utilizada no inglês, subdivide os atletas entre os que participam de provas de pista (track) e de campo (field). Para os atletas de pista (track), a classificação funcional utiliza a letra T, enquanto para os de campo (field) a letra F.
A classificação funcional tem como objetivo principal nivelar os participantes de acordo com suas características físicas e competitivas, agrupando semelhantes deficiências em grupos afins. Isto é, divide os atletas de acordo com a capacidade de realizar movimentos, evidenciando o potencial residual de sua musculatura, que normalmente se encontra reduzida, em virtude do tipo de deficiência apresentada.
Essa classificação é utilizada em todas as competições oficiais de atletismo adaptado, e divide os atletas nas seguintes categorias:
• Amputados (de acordo com o nível de amputação);
• Lesionados Medulares (de acordo com a altura da lesão);
• Paralisados Cerebrais – PC;
• Deficientes Visuais;
• Com Limitação Cognitiva;
• “Les autres” (“os outros”, que inclui todos os atletas que não se enquadram nos grupos acima citados).
O processo de classificação inicia na primeira competição de um atleta. Após passar por avaliação, ele é inserido em uma classe que com o passar do tempo pode ser modificada, pois há casos em que são necessárias novas avaliações técnicas que podem ser solicitadas antes ou durante a competição. Essa reclassificação pode ser requerida caso seja notada uma disparidade entre a deficiência e a classe para o qual aquele atleta está indicado. Os avaliadores, ou “classificadores”, geralmente são fisioterapeutas, médicos e profissionais de educação física devidamente treinados e credenciados pelas entidades regentes das modalidades esportivas.
O comitê de classificação é, normalmente, composto por três classificadores e o processo é constantemente revisado, avaliando a necessidade de troca de classes, que são determinadas de acordo com cada esporte. O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino.
Quanto ao desenvolvimento do atletismo como modalidade dos Jogos Paralímpicos, podemos estabelecer como marco inicial a primeira edição, realizada em Roma (1960). Contudo, foi somente em 1972 nos Jogos Paralímpicos realizados em Heildelberg, na Alemanha que o Brasil teve sua primeira participação, porém sem atletas medalhistas. As primeiras medalhas conquistadas pelo Brasil em Jogos Paralímpicos vieram em 1984, na edição realizada em Nova Iorque (Estados Unidos).
Outro momento que rendeu grandes feitos ao Brasil no atletismo ocorreu nos Jogos Paralímpicos de Atenas de 2004, em que o país conquistou 16 medalhas. Os Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram outro marco. Em casa, a delegação verde e amarela somou 73 medalhas apenas neste esporte, sendo 25 de ouro, 27 de prata e 21 de bronze, terminando em primeiro lugar geral. No total, o país já faturou 112 medalhas na modalidade em Jogos Paralímpicos: 32 de ouro, 50 de prata e 30 de bronze (CPB, 2014).
Para além dos Jogos Paralímpicos, outras competições importantes neste cenário são os Jogos Parapan-americanos, o Circuito Brasil Caixa loterias, o Grand Prix – IPC Athletics, o Campeonato Mundial de Atletismo Paraolímpico. Como destaques Paralímpicos estão os atletas brasileiros Anelise Hermany, André Andrade, Ádria Santos Rocha e Terezinha Guilhermina. (PALMER apud RAVACHE 2006).

Referências

CASTELLANI FILHO, Lino et.al. Metodologia do ensino de educação física. 2°ed. São Paulo: Cortez, 2009.

RAVACHE, R. Atletismo paraolímpico: Manual de orientação para professores de Educação Física: Brasília: Comitê paraolímpico Brasileiro, 2006.

PORTAL DO GOVERNO BRASILEIRO. Brasil conquista o 3º lugar no Mundial de Atletismo Paraolímpico, 2013. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/esporte/2013/07/com-recordes-brasil-conquista-40-medalhas-no-mundial-de-atletismo-paraolimpico>. Acesso em: 9 set., 2014.

COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO. Atletismo. Disponível em: <http://www.cpb.org.br/portfolio/atletismo/>. Acesso em: 8 set., 2014.

Quais são as provas de atletismo paralímpico?

Cada uma, conta com suas disputas específicas..
Pista. Velocidade: 100m, 200m, 400m, rev. 4x400m e rev. 4x100m. Meio fundo: 800m, 1.500m. Fundo: 5.000m, 10.000m..
Rua. Maratona (42km) Meia-maratona (21km).
Campo. Lançamento de disco e club. Lançamento de dardo. Arremesso de peso. Salto em distância. Salto em altura. Salto Triplo..

Quantas provas tem o atletismo paralímpico?

O atletismo paraolímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino.

Quais são os tipos de provas de atletismo?

Masculino.

Como é dividido as provas de atletismo paralímpico?

O atletismo paralímpico é dividido em provas de campo, que são arremesso de dardo, lançamento de disco e salto em distância e provas de pista, sendo estas velocidades, meio fundo e fundo.