Qual a importância dos anfíbios para o equilíbrio do meio ambiente?

Sidney Gouvêa - colunista de Plurale (*)

Foto: Pablo Santana

Entre os dias 12 e 17 de julho, Pirenópolis, Goiás, foi o destino de muitos dos pesquisadores, principiantes e experientes, engajados em estudos sobre anfíbios e répteis brasileiros. O IV Congresso Brasileiro de Herpetologia (palavra originada do grego herpeton = rastejante: ramo da biologia que estuda os anfíbios e répteis) mostrou os avanços na pesquisa sobre os grupos, as tendências e, sobretudo, nos levou a pensar em ações concretas pra proteger esses animais.

Mas quem são os anfíbios e os répteis? E porque devemos protegê-los? Eles são peças chave no funcionamento dos ecossistemas, interagindo com praticamente todos os organismos que os compõem. Preservar esses animais fantásticos, que despertam desde medo e repúdio ao fascínio e a adoração, é fundamental se quisermos manter ou recuperar a qualidade dos ambientes.

Anfíbios (sapos, rãs, salamandras e as cecílias) e répteis (grupo que envolve lagartos, cobras, tartarugas e jacarés) são excelentes indicadores da qualidade dos ambientes aquáticos e terrestres, controlam populações de milhares de pragas diariamente, desde insetos a roedores e são base da dieta de muito predadores, ajudando a manter o equilíbrio na intrincada teia da vida. São úteis a nós humanos também através da ampla utilização em pesquisas médicas, tendo ajudado a combater inúmeras doenças e com um enorme potencial ainda inexplorado para o tratamento de muitas outras.

Muitos são os exemplos de anfíbios e répteis dos quais pesquisadores têm encontrados substâncias apontadas como promessas para o tratamento de doenças graves. A perereca-de-folhagem Phyllomedusa oreades, de cuja pele se obtêm a dermaseptina, peptídeo que vem sendo estudado para combater o mal de Chagas e a rã Pseudis paradoxa apontada como possível cura da diabetes tipo-2 são alguns dos exemplos brasileiros. Entre os répteis, as serpentes são de longe as mais utilizadas em pesquisas médicas. Substâncias desenvolvidas a partir do veneno de algumas espécies peçonhentas como a jararaca já são amplamente usadas contra a hipertensão arterial e vem sendo estudadas no tratamento de alguns tipos de câncer.

Além de repleto de pragas arrasando plantações, transmitindo doenças e causando enormes transtornos, um mundo sem esses animais seria, acima de tudo, mais opaco e triste. Eles vêm em diversas cores e formas. Podem medir desde um centímetro a mais de 15 metros. Vivem no chão, sob o chão, em árvores, florestas, desertos, mares, rios, riacho e poças d’água. Eles andam, correm, rastejam, pulam, escalam, deslizam e nadam. E toda essa diversidade está ameaçada pela destruição de habitats, poluição, mudanças climáticas, doenças infecciosas, introdução de espécies exóticas e, sobretudo, pelo desconhecimento.

O Congresso mostrou o esforço de pesquisadores realmente preocupados e pró-ativos com a conservação, sobretudo dos anfíbios. Porém, com todo o empenho ainda nem conhecemos grande parte das espécies, das suas interações e de seus padrões gerais de diversidade e distribuição. Tampouco conhecemos muitos dos benefícios diretos que esses animais podem nos oferecer. Além disso, ainda temos que enfrentar o desafio de convencer a sociedade de que essas criaturas são sim amigas (inclusive as serpentes) e que dependemos profundamente delas.

O esforço para a conservação dos anfíbios e répteis tem tido grandes avanços, a exemplo do reconhecimento de algumas espécies em maior perigo, das ameaças sobre elas e das ações necessárias para sua proteção. Mas todo esse empenho só deverá ter efeitos concretos quando a sociedade reconhecer a importância dessas criaturas extraordinárias e tê-las como nossas aliadas e, sobretudo, quando entender que a maior razão de se proteger plantas e animais (incluindo nós) é que estamos todos ligados numa única cadeia da vida.

Concluo este artigo mencionando o caso da perereca-de-folhagem Phrynomedusa fimbriata. A espécie descrita em 1923 era encontrada desde o Rio de Janeiro até Santa Catarina. Essa espécie-prima daquela mencionada anteriormente pela possibilidade de cura do mal de Chagas poderia ser também importante no tratamento desta ou de outras doenças. Mas não existe mais, está extinta.

(*) Sidney Gouvêa () é mestrando em Ecologia e Conservação - Universidade Federal de Sergipe e Coordenador da unidade de conservação estadual Monumento Natural Grota do Angico

Qual a importância dos anfíbios para o equilíbrio do meio ambiente?

Olá! Você sabia que muitas civilizações antigas veneravam os sapos? Chineses e indianos acreditavam que o mundo se apoiava nas costas de um sapo gigante e que os terremotos ocorrem devido à movimentação desse sapo. Outra crença era de que os eclipses ocorrem porque um sapo engolia a Lua. Lendas à parte, você sabia que o sapo e outros anfíbios, como as rãs e as pererecas, são importantes aliados contra a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos? Pois é, eles se alimentam de insetos e de suas larvas e ajudam a diminuir a população de mosquitos e pernilongos, contribuindo para o equilíbrio ambiental e para a nossa saúde! Quer saber como algumas comunidades estão tirando proveito disso?

Os sapos, rãs e pererecas são animais de extrema importância para o equilíbrio da natureza: eles controlam a população de insetos e de outros animais e servem de comida para muitas espécies de répteis, aves e mamíferos. São, portanto, poderosas armas de defesa contra os mosquitos transmissores de doenças, especialmente a dengue.

“O sapo virou príncipe | EAJA – 1º Segmento | Experiências e Curiosidades” – Canal: Portal Conexão Escola – Link: https://www.youtube.com/watch?v=jG8jlUjbbwU

ATIVIDADE 1

Assista ao vídeo 1. Convide sua família para assistir com você.

“Moradores da Pompeia criam sapos para combater pernilongos” – Canal: SP no Ar
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Tjeg87xfnlU

ATIVIDADE 2

Reflita com sua família

– Qual é a importância da preservação dos sapos e pererecas para o equilíbrio do ecossistema e no combate aos mosquitos?

– Como você combate ao mosquito da dengue na sua casa e na sua comunidade? Poderia ser de outra forma?


ATIVIDADE 3

Você conhece alguma lenda ou curiosidade sobre os sapos? Conte para seus familiares.


Componentes: Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento
Ciências Reconhecer as características dos animais que fazem parte do cotidiano e relacionar ao ambiente em que vivem
Geografia Reconhecer e valorizar o próprio saber sobre o meio natural e social correlacionando-o com a qualidade de vida.


EAJA – Experiências e Curiosidades – 1° Segmento – 2ª Série

Por que os répteis e os anfíbios são importantes para o equilíbrio ambiental?

Os répteis e os anfíbios são animais muito importantes para o equilíbrio ambiental. As temidas serpentes controlam populações de ratos, enquanto os lagartos se alimentam de uma grande variedade de insetos e ainda servem de alimento para alguns animais vertebrados.

Qual a sua importância para o equilíbrio ambiental?

A conservação dos ecossistemas é essencial para garantir o equilíbrio e fluxo dos serviços ambientais que sustentam a vida no planeta, incluindo o sequestro de carbono da atmosfera e a purificação da água. O desafio é equilibrar o crescimento econômico com equidade social e preservação ambiental.

Qual a importância dos répteis para o equilíbrio ambiental?

Os Répteis são animais que representam extrema importância para a ecologia por serem controladores de diversas outras espécies de invertebrados e vertebrados, mantendo assim o equilíbrio ecológico.

Qual a importância econômica dos anfíbios?

Importância ecológica e econômica dos anfíbios Eles também são importantes para o controle da quantidade de pragas que atacam as plantações, como os gafanhotos e as moscas-das-frutas.