Qual a melhor forma de prevenção e controle das doenças provocadas por helmintos?

Parasitas humanos são organismos que vivem em uma pessoa e obtêm nutrientes dessa pessoa (seu hospedeiro). Existem 3 tipos de parasitas:

  • Organismos unicelulares (protozoários, microsporídios)

  • Helmintos multicelulares (vermes)

  • Ectoparasitas como o da sarna e o piolho

Infecções parasitárias devido a protozoários e helmintos são responsáveis por taxas de morbidade e mortalidade consideráveis no mundo. São prevalentes na América Central, na América do Sul, na África e na Ásia. São muito menos comuns na Austrália, no Canadá, na Europa, no Japão, na Nova Zelândia e nos EUA. De longe, o maior impacto é nos residentes das regiões tropicais desfavorecidas com condições sanitárias precárias, porém infecções parasitárias são encontradas nos países industrializados, acometendo imigrantes e viajantes que retornam de regiões endêmicas e até mesmo residentes que não viajaram, em particular aqueles com aids ou outras doenças que causam imunodeficiência.

Alguns parasitas se adaptaram para viver no lúmen intestinal ou vaginal, em que as condições são anorganismo aeróbias; outros residem no sangue ou nos tecidos em condições organismo aeróbias.

Muitas infecções parasitárias são disseminadas por contaminação fecal de alimento ou água. São mais frequentes em regiões onde as condições sanitárias e de higiene são precárias. Alguns parasitas, como o ancilóstomo, podem penetrar na pele durante o contato com água suja contaminada ou, no caso de esquistossomo, água fresca. Outros, como malária, são transmitidos por meio de vetores artrópodes. Em ocasiões raras, os parasitas podem ser transmitidos por transfusões de sangue ou compartilhamento de agulhas ou congenitamente, da mãe para o feto.

Alguns parasitas são endêmicos nos EUA e em outros países industrializados. Exemplos são os oxiúros Enterobius vermicularis, Trichomonas vaginalis, Toxoplasma gondii e os parasitas entéricos como Giardia intestinalis (também conhecido como G. duodenalis ou G. lamblia) e Cryptosporidium spp.

As características de infecções protozoárias e helmínticas variam de forma importante.

São multicelulares e possuem sistemas de órgãos complexos. Os helmintos podem ser divididos ainda em

  • Vermes cilíndricos (nematódeos)

Nematódeos são vermes cilíndricos, não segmentados, cujo comprimento varia de 1 mm a 1 m. Os nematódeos possuem uma cavidade corpórea, o que os distingue de tênias e trematódeos. Dependendo da espécie, diferentes estágios no ciclo de vida são infecciosos ao ser humano. Milhões de pessoas são infectadas por nematódeos que habitam a flora intestinal e são transmitidos por ovos ou larvas nas fezes; os mais comuns são Ascaris (ascaridíase Ascaríase Ascaríase é uma infecção por Ascaris lumbricoides, ou às vezes por Ascaris suum (um parasita estreitamente relacionado dos suínos) Infecções leves podem ser assintomáticas. Os... leia mais

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), ancilóstomos Infecção por ancilostomídeos Ancilostomíase é uma infecção provocada por Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. Os sintomas incluem exantema no local de entrada da larva e, algumas vezes, dor abdominal... leia mais
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, Trichuris (tricuríase Tricuríase Tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura. Os sintomas podem incluir dor abdominal, diarreia e, em infecções intensas, anemia e desnutrição. O diagnóstico é feito pela... leia mais
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) e Strongyloides (estrongiloidíase Estrongiloidíase Estrongiloidíase é a infecção causada por Strongyloides stercoralis. Os achados são dor abdominal e diarreia, exantema, sintomas pulmonares (incluindo tosse e sibilos) e eosinofilia.... leia mais
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).

Trematódeos são vermes Introdução a trematódeos (vermes) Trematódeos são parasitas achatados que infectam os vasos sanguíneos, o trato gastrintestinal, os pulmões, ou o fígado. São frequentemente classificados de acordo com o principal sistema de... leia mais não segmentados que infectam os vasos sanguíneos, fígado, pulmões ou trato gastrintestinal. Geralmente têm não mais que alguns centímetros de comprimento; no entanto, alguns têm apenas 1 mm, e alguns até 7 cm. Em seres humanos, a maioria das infecções por trematódeos é causada por espécies de Schistosoma (esquistossomose Esquistossomose Esquistossomose é a infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em contato com águas contaminadas. Os parasitas... leia mais ), vermes no fígado como Fasciola hepatica (fasciolíase Fasciolíase Fasciolíase é uma infecção causada pelo trematódeo Fasciola hepatica, que é adquirido com a ingestão de agrião contaminado ou outras plantas aquáticas. As manifestações iniciais incluem... leia mais

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) e Clonorchis sinensis (clonorquíase Clonorquíase Clonorquíase é a infecção causada no fígado pelo trematódeo Clonorchis sinensis. Em geral, adquire-se a infecção ingerindo peixe de água doce cru. A maioria das infecções é assintomática... leia mais
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) e vermes pulmonares, incluindo certas espécies de Paragonimus (paragonimíase Paragonimíase Paragonimíase é uma infecção pulmonar causada pelo trematódeo Paragonimus westermani e espécies relacionadas. A infecção humana é provocada principalmente por crustáceos de água doce... leia mais
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  • Exame microscópico

  • Testes de antígeno e DNA

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Infecções parasitárias devem ser consideradas no diagnóstico diferencial de síndromes clínicas apresentadas por moradores ou viajantes que se locomovem para áreas onde condições sanitárias e de higiene são precárias, ou onde doenças transmitidas por vetor são endêmicas. Por exemplo, febre em viajantes que retornam de uma área endêmica sugere a possibilidade de malária. Experiências recentes indicam que pessoas que imigraram de regiões endêmicas para os países industrializados e que retornam aos países de origem para visitar amigos e parentes têm maior risco. Frequentemente não procuram ou não conseguem obter informações sobre vacinas, fármacos e prevenção de doenças antes da viagem, apresentando mais probabilidade de passarem por situações de alto risco do que turistas que ficam em instalações balneárias.

Embora menos frequente, também deve-se considerar a possibilidade de infecção parasitária localmente adquirida em residentes de países industrializados que apresentam síndromes clínicas sugestivas, mesmo que não tenham viajado; alguns parasitas são endêmicos em países desenvolvidos e outros (principalmente aqueles transmissíveis por via fecal-oral) podem ser adquiridos de viajantes infectados.

Informações sobre história, exame físico e dados laboratoriais também podem sugerir infecções parasitárias específicas. Por exemplo, a eosinofilia é comum quando helmintos migram através de tecidos e sugere uma infecção parasitária em um imigrante ou viajante que retornou.

O diagnóstico das infecções parasitárias era feito pela identificação de ovos, larvas ou parasitas adultos nas fezes, sangue, tecidos ou outras amostras, ou pela presença de anticorpos no sangue, mas atualmente cada vez mais o diagnóstico é feito pela identificação de antígenos parasitários ou testes moleculares para o DNA do parasita.

Médicos com experiência em infecções parasitárias e medicina tropical estão disponíveis para consulta em muitos centros médicos, postos de saúde e serviços de saúde pública.

Diversos estágios de protozoários e helmintos que infectam o trato gastrintestinal são eliminados, caracteristicamente, nas fezes. A detecção de rotina requer o exame de amostras de fezes, de preferência 3 coletadas em dias diferentes, pois a disseminação pode variar. A sensibilidade dos exames de fezes para ovos e parasitos é tão baixa que, quando a suspeita clínica for forte, deve-se considerar o tratamento empírico. Ensaios sensíveis e específicos estão agora disponíveis para detectar nas fezes antígenos de Giardia, Cryptosporidium e Entamoeba histolytica. Embora caros, testes moleculares também estão disponíveis para Giardia, Cryptosporidium, E. histolytica e Cyclospora. Os testes à procura de um ou mais desses organismos são normalmente incluídos nos exames baseados na reação em cadeia da polimerase (PCR [polymerase chain reaction]) multiplex para patógenos entéricos, bacterianos, virais e parasitários em amostras de fezes (ver tabela Testes sorológicos e moleculares para infecções parasitárias Exames sorológicos e moleculares para infecções parasitárias

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Fezes a fresco não contaminadas com urina, água, sujeira, ou desinfetantes devem ser enviadas para o laboratório dentro de 1 hora; trofozoítas móveis têm mais probabilidade de estar presentes nas fezes não formadas ou aquosas. As fezes devem ser refrigeradas, mas não congeladas, se não forem examinadas imediatamente. Porções de fezes a fresco também devem ser emulsificadas em fixador para preservar protozoários gastrointestinais. Técnicas de concentração podem ser usadas para melhorar a sensibilidade. Fita de celofane na região anal ou swabs podem demonstrar oxiuros ou ovos de tênias. E se houver suspeita de estrongiloidíase Estrongiloidíase Estrongiloidíase é a infecção causada por Strongyloides stercoralis. Os achados são dor abdominal e diarreia, exantema, sintomas pulmonares (incluindo tosse e sibilos) e eosinofilia.... leia mais

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, deve-se realizar um ou mais exames especializados de fezes se as larvas não são vistas no exame direto de fezes frescas. Antibióticos, contraste para radiografia, purgantes e antiácidos podem impedir a detecção de ovos e parasitas durante várias semanas.

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  • Vários tratamentos, dependendo de cada infecção

Ver também infecções específicas em deste Manual.

As recomendações para o tratamento das infecções parasitárias são disponibilizadas por médicos especialistas dos maiores centros de saúde pública e postos de saúde, no site web dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) web site em livros-textos de doenças infecciosas e parasitárias e de medicina tropical e de forma resumida no The Medical Letter on Drugs and Therapeutics,

Alguns fármacos não foram aprovados pelos EUA Os fármacos aprovados pela Food and Drug Administration para infecções parasitárias podem ser obtidos do CDC Drug Service.

Apesar de investimentos e pesquisas significativos, ainda não há nenhuma vacina disponível para a prevenção das infecções parasitárias humanas. A prevenção baseia-se em estratégias para evitar a contaminação.

A transmissão da maioria dos parasitas intestinais pode ser prevenida por

  • Disposição sanitária de fezes.

  • Lavagem das mãos

  • Cozinhar os alimentos de forma adequada.

  • Provisão de água purificada.

Para o viajante internacional, o melhor conselho é “cozinhar, ferver, descascar ou esquecer”. Quando seguidas, essas medidas reduzem, mas não eliminam o risco de infecções parasitárias intestinais, bem como de gastrenterite bacteriana e viral. A lavagem das mãos é muito importante após o uso de banheiros e latrinas e antes do preparo de alimentos. Carne, particularmente carne de porco, e peixe, em especial, variedades de água doce, devem ser bem cozidos antes da ingestão. Outras medidas de segurança incluem remover caixa de areia de gatos de áreas onde o alimento é preparado para prevenir a toxoplasmose. As pessoas não devem nadar em lagos de água doce, correntes ou rios em áreas em que a esquistossomose é endêmica, andar descalças ou sentar sem roupa em áreas onde são encontrados ancilóstomos.

  • Uso de camisas de manga comprida e calças compridas

  • Aplicar repelentes de insetos que contenham dietiltoluamida (DEET) na pele exposta e permetrina nas roupas

  • Usar telas nas janelas, ar condicionado e mosquiteiros impregnados com permetrina ou outros inseticidas

  • Para residentes de regiões não endêmicas que viajam para as regiões onde há transmissão da malária, fazer profilaxia com fármacos contra a malária

A seguir estão alguns recursos em inglês do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) que podem ser úteis. Observe que O Manual não é responsável pelo conteúdo destes recursos.

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Como prevenir doenças causadas por helmintos?

· beber somente água filtrada ou fervida; manter limpa a casa e terreno ao redor, evitando a presença de insetos e ratos; · conservar as mãos sempre limpas, as unhas aparadas, evitar colocar a mão na boca; não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída.

Como controlar helmintos?

A administração de fungos nematófagos aos animais domésticos é considerada uma promissora alter- nativa na profilaxia das helmintíases gastrintestinais parasi- tárias. Os fungos nematófagos desenvolvem estruturas em forma de armadilhas, responsáveis pela captura e destruição dos estágios infectantes dos nematóides.

Quais são os métodos mais utilizados e eficazes para o combate e controle das parasitoses na sociedade?

Algumas medidas são essenciais não somente para a prevenção das parasitoses, mas para a qualidade de vida da comunidade: saneamento básico adequado, hábitos de higiene, cuidados com a água, os alimentos e o solo, tratamento de pessoas acometidas com a doença e investigação de suspeitos.

Quais as principais medidas preventivas para doenças parasitárias?

“As principais medidas preventivas são a ingestão de água potável filtrada ou fervida e a higienização das mãos, que podem ser veículos de transmissão de patógenos intestinais, principalmente após usar o banheiro e antes de comer ou manipular alimentos”, afirma a infectologista Diana Ventura.