Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

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Ol�via Brito de Oliveira Moreira; Larissa dos Anjos Castro; Marcone Augusto Leal de Oliveira*

Departamento de Qu�mica, Instituto de Ci�ncias Exatas, Universidade Federal de Juiz de Fora. 36036-900, Juiz de Fora - MG, Brasil

Recebido em 21/10/2020
Aceito em 08/12/2020
Publicado na web em 20/01/2021

Endere�o para correspond�ncia

*e-mail:

RESUMO

Buffers are a widely used resource to keep solutions from abruptly change their pH when amounts of acids or bases are added or when dilution occurs. Considering this, buffer is a topic addressed in several university majors and due its relevance should be well known by students and by all professionals who eventually need to prepared a buffer. Mistakes during the procedure might bring unwanted effects depending on the purpose of the buffer. Even though the theory behind buffers is extensively covered in textbooks, the calculations required can sometimes be interpreted as difficult. Therefore, the aim of this work is to disseminate a tool to assist on these calculations. We provide a practical guide on how to prepare buffers of the user's choice with or without ionic strength adjustment. Exploring the free software PeakMaster®, the user can calculate pH, ionic strength, buffer capacity and predict the precise concentration of each component involved to the proper preparation of the most common and several others buffer solutions. In addition, we hope this paper can be helpful for anyone who is interested in acquire deeper knowledge about buffers.

Palavras-chave: buffer; ionic strength; buffer capacity; PeakMaster®.

INTRODU��O

Por defini��o, tamp�es s�o solu��es aquosas cujo potencial hidrogeni�nico (pH) tende a permanecer constante quando submetidos � dilui��o ou � adi��o de pequenas quantidades de �cidos ou bases, fortes ou fracos. S�o caracterizados por serem solu��es preparadas a partir da mistura de um �cido fraco e sua base conjugada ou de uma base fraca e seu �cido conjugado.1-4 As aplica��es das solu��es tamp�o s�o fundamentais e abrangentes em diversas �reas do conhecimento como, por exemplo, farmac�utica, aliment�cia, biol�gica, qu�mica, m�dica, cl�nica e ambiental.1,4

Um bom exemplo da atua��o de solu��es tamp�o s�o os processos bioqu�micos que ocorrem nos organismos. Todas as rea��es envolvidas s�o dependentes do pH, ou seja, a aus�ncia do tamponamento do meio pode provocar uma grande altera��o do sistema. Nesse sentido, o controle do pH se torna muitas vezes imprescind�vel e, por isso, os tecidos de plantas e o sangue s�o excelentes exemplos a serem considerados.1,5

Diversos seguimentos da ind�stria tamb�m fazem uso de sistemas tamp�es em seus processos. Na produ��o de f�rmacos, por exemplo, o controle do pH � uma das estrat�gias para que a formula��o seja produzida no doseamento desejado. J� na ind�stria aliment�cia, � comum o uso de tamp�es com a fun��o de agente conservante direcionado a evitar a deteriora��o dos produtos por bact�rias.2,5,6

Para alguns prop�sitos, tamb�m � considerada a for�a i�nica da solu��o, que apesar de sua import�ncia, por muitas vezes � negligenciada.7-9 A for�a i�nica � a medida da concentra��o total de �ons em solu��o e � uma grandeza que influencia diretamente alguns fen�menos qu�micos.4,10 Por exemplo, a for�a i�nica pode influenciar o pH do solo,11 os processos de adsor��o de biomol�culas como as prote�nas12-16 e solubilidade de compostos org�nicos.17,18 Consequentemente, o controle da for�a i�nica entre estes e outros sistemas � essencial.19

Devido � relev�ncia, o preparo de solu��es tamp�o � um assunto inerente � ementa de cursos universit�rios que envolvem conhecimentos de qu�mica, farm�cia, bioqu�mica, biologia e biomedicina. De acordo com Caldwell et al., � desej�vel que os egressos destes cursos adquiram conhecimento e experi�ncia necess�rios sobre o assunto, bem como, se tornem proficientes no preparo de solu��es tamp�o.20,21

No entanto, em alguns casos, os c�lculos referentes ao preparo de solu��es tamp�o, com ou sem ajuste de for�a i�nica, podem ser considerados complicados, principalmente em sistemas complexos e que envolvem �cidos polipr�ticos e sais com �nions polivalentes, por exemplo.

Dentro desse contexto, acredita-se que este artigo poder� ser de grande utilidade para docentes, discentes de gradua��o e p�s graduandos, bem como para qualquer profissional que necessite preparar uma solu��o tamp�o para determinado fim. Adicionalmente, poder� servir tamb�m como um material complementar, de consulta ou de estudos para aqueles interessados em adquirir maiores informa��es sobre o tema. Nesse sentido, os autores deste trabalho t�m como objetivo principal divulgar o software PeakMaster®, o qual foi constru�do com ferramentas simples, r�pidas, eficazes e eficientes, como um mecanismo opcional para o c�lculo do preparo de solu��es tamp�o. O PeakMaster® � um software gratuito desenvolvido pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Ci�ncias da Charles University, liderado pelo Prof. Dr. Bohuslav Gas.22,23 O programa computacional � voltado, a priori, para simula��o de condi��es experimentais imanentes a t�cnica de eletroforese capilar. Por�m, entre os comandos dispon�veis no software, existe a possibilidade de realizar c�lculos envolvendo pH, for�a i�nica e capacidade tamponante de solu��es tamp�o a partir de um portif�lio amplo de combina��es de reagentes.

EXPERIMENTAL

Software

O PeakMaster® � um software disponibilizado gratuitamente nas vers�es 5.3 e 5.4 pela plataforma https://web.natur.cuni.cz/gas/peakmaster.html. Caso haja interesse no aprofundamento dos recursos do software, um guia tamb�m � disponibilizado gratuitamente na plataforma https://echmet.natur.cuni.cz/software/peakmaster.

Neste trabalho, ser�o apresentados alguns recursos do PeakMaster®, relacionando as informa��es necess�rias para o preparo de solu��es tamp�o com ou sem ajuste de for�a i�nica. Com o aux�lio do software, o usu�rio poder� (a) calcular o pH de solu��es com concentra��es conhecidas; (b) determinar as concentra��es dos reagentes necess�rios para o preparo de uma solu��o tamp�o; (c) obter valor da capacidade tamponante; (d) calcular a for�a i�nica de qualquer solu��o de concentra��o conhecida.

Aliado ao PeakMaster®, alguns c�lculos simples tamb�m ser�o explicitados na inten��o de fornecer um protocolo aos interessados em preparar uma solu��o tamp�o.

FUNDAMENTOS TE�RICOS

Solu��o tamp�o

A solu��o tamp�o � um recurso utilizado com o objetivo de manter o pH de um sistema de interesse constante, dentro de um intervalo de varia��o restrito. Tamp�es consistem da mistura de um �cido fraco (doador de pr�tons) e sua base conjugada (aceptor de pr�tons), ou da mistura de uma base fraca e seu �cido conjugado segundo defini��o de �cido-base de Br�nsted-Lowry. Sob outra perspectiva, considerando o conceito de �cido e base mais abrangente definido por Lewis, o tamp�o pode ser constituido pela mistura de um �cido fraco (receptor de par de el�trons) e sua base conjugada (doadora de par de el�trons), ou da mistura de uma base fraca e seu �cido conjugado.2-4

Ao adicionarmos um �cido a um sistema tamponado, este ser� consumido pela base conjugada que comp�e o tamp�o. Analogamente, ao ser adicionada uma base forte ao sistema, esta reagir� com a esp�cie �cida do tamp�o. Mesmo com essas perturba��es provocadas ao sistema, o equil�brio qu�mico � deslocado seguindo o princ�pio de Le Ch�telier ("A aplica��o de uma perturba��o em um sistema qu�mico em equil�brio resultar� em uma mudan�a na posi��o do equil�brio no sentido de minimizar o efeito da perturba��o")3 e, dessa forma, n�o h� altera��es significativas no valor do pH medido da solu��o.4

Por exemplo, um tamp�o muito utilizado � o sistema �cido ac�tico/acetato (CH3COOH/CH3COO-), descrito conforme a express�o de equil�brio 1:1,24

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O equil�brio � representado por uma constante de equil�brio �cida (Ka), ou seja, a constante de ioniza��o, descrita segundo a equa��o 2:24

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Ao analisar a equa��o 2, pode-se observar que as concentra��es do �cido ac�tico e a de sua base conjugada (acetato) podem ser relacionadas � concentra��o de H3O+. Nesse sentido, atrav�s do rearranjo alg�brico entre as concentra��es das esp�cies, pode-se descrever um modelo que possibilite o c�lculo te�rico preciso das concentra��es dos reagentes necess�rios para o preparo da solu��o tamp�o. Nessa l�gica, a equa��o Henderson-Hasselbalch, a qual foi constru�da para esse fim, nada mais � do que um rearranjo da constante de equil�brio em escala logar�tmica. A equa��o de Henderson-Hasselbalch � descrita conforme a express�o 3:2-4,24

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em que pKa � o logaritimo da constante de equil�brio Ka, [A-] � a concentra��o da base conjugada e [HA] a concentra��o do �cido. A dedu��o da equa��o de Henderson-Hasselbalch para pH e pOH est� detalhada no material suplementar.

Para o sistema tamp�o (CH3COOH/CH3COO-), o preparo de uma solu��o utilizando, por exemplo, 50 mmol L-1 de uma solu��o de �cido ac�tico e 50 mmol L-1 de uma solu��o de acetato de s�dio (ou qualquer contra�on compat�vel), resultar� em uma solu��o tamp�o com concentra��o total de 100 mmol L-1 e pH muito pr�ximo de 4,74. De acordo com os c�lculos das express�es 4, 5 e 6:

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Pergunta-se, o preparo da solu��o tamp�o pode ser realizado apenas a partir desses reagentes? A resposta �: n�o necessariamente! Suponha que no laborat�rio esteja dispon�vel apenas o �cido ac�tico, ou seja, n�o h� o bin�mio �cido ac�tico e acetato de s�dio. Isso n�o impede que o tamp�o seja preparado. Voltemos ao equil�brio qu�mico que representa o sistema tamp�o (CH3COOH/CH3COO-), que tamb�m pode ser escrito conforme a express�o de equil�brio 7:

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Para o preparo do mesmo tamp�o com concentra��o total de 100 mmol L-1, podemos a partir de um volume de �cido ac�tico correspondente ao preparo de uma solu��o 100 mmol L-1, adicionar uma massa de uma base forte, como o hidr�xido de s�dio por exemplo, que corresponda a uma solu��o com concentra��o total de 50�mmol�L-1. A base adicionada reagir� de maneira equimolar com a metade da concentra��o do �cido ac�tico e desta forma, o equil�brio ser� deslocado em 50% no sentido da forma��o do acetato de s�dio, resultando em um sistema tamponado.

Analogamente, pode-se adicionar um �cido forte, como o �cido clor�drico (HCl), a uma massa de acetato de s�dio necess�ria para o preparo de uma solu��o 100 mmol L-1 e, dessa forma, deslocar o equil�brio no sentido de obter �cido ac�tico e acetato de s�dio em concentra��es equivalentes, resultando em um sistema tamponado. Portanto, n�o � apenas a partir dos reagentes que comp�em o equil�brio correspondente ao tamp�o desejado que a solu��o pode ser preparada. Com c�lculos precisos, � possivel controlar o sistema, ou seja, deslocar o equil�brio no sentido de interesse a partir dos reagentes dispon�veis no laborat�rio.

Capacidade tamponante

No exemplo apresentado, a priori, foi demonstrado o preparo de uma solu��o tamp�o com concentra��es iguais de �cido e base conjugada. Nesse caso, o pH � igual ao pKa e a solu��o tamp�o apresenta m�xima capacidade tamponante, a qual � a medida de quanto a solu��o resiste a adi��o de �cidos ou bases fortes. Na pr�tica, o valor da capacidade tamponante indica a quantidade de �cido ou base que pode ser adicionada sem a solu��o perder a natureza tamponante. � definida conforme a equa��o 8:4,25

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em que Ca e Cb s�o as concentra��es molares de �cido e base necess�rios para produzir mudan�as em uma unidade de pH. Quanto maior for a capacidade tamponante, maior � a capacidade do tamp�o de resistir a adi��o de �cidos e/ou bases.4,25 A m�xima capacidade tamponante � o ponto em que a solu��o tamp�o sofre menos influ�ncia da adi��o de �cidos e/ou bases. � importante ressaltar que a capacidade de uma solu��o se comportar como um tamp�o tamb�m depende de sua concentra��o total. Se um tamp�o for muito dilu�do, ter� uma capacidade tamponante menor do que o mesmo volume de uma solu��o tamp�o mais concentrada.25 A capacidade da solu��o de se comportar como um tamp�o diminui � medida que a raz�o das concentra��es das esp�cies reagentes envolvidas torna-se menor do que 1. Em geral, uma solu��o tamp�o � eficiente dentro do intervalo de -1 ≤ pKa ≤ +1.2-4,24,25

Vale ressaltar ainda que algumas solu��es, apesar de apresentarem efeito tamponante, n�o s�o solu��es tamp�o por defini��o! Primeiramente, precisamos lembrar que a medida de pH � realizada de maneira indireta atrav�s de um pHmetro, o qual pode ser constru�do a partir do arranjo do eletrodo de membrana de vidro, sens�vel a atividade de �ons H+ em solu��o, com os eletrodos de refer�ncia interna e externa capazes de mediar processos redox.3 As informa��es compiladas do sistema eletroqu�mico, em conjunto com a aplica��o do conceito e fundamentos da equa��o de Nernst, resulta na informa��o da medida do pH. Logo, se adicionarmos certas quantidades de um �cido ou uma base forte a uma solu��o concentrada de hidr�xido de s�dio em pH igual a 13, por exemplo, a altera��o no valor do pH do meio n�o ser� significativa.

O entendimento do fato � muito simples. Caso seja adicionado um �cido � solu��o, os c�tions H+ ser�o consumidos por �nions OH- presentes na solu��o em concentra��es muito altas. Em contrapartida, caso seja adicionado uma base � solu��o, o incremento de �nions OH- � muito menor do que quantidade dos �nions OH- j� existente no sistema. Em ambos os casos, o valor nominal do pH registrado pelo pHmetro n�o sofrer� uma varia��o impactante.

Para n�o perder o foco da discuss�o, apenas � alertado a poss�vel ocorr�ncia dos erros �cidos ou alcalinos inerentes a medida de pH quando utilizado o eletrodo de membrana de vidro. Contudo, dentro da premissa da discuss�o aqui elencada, pode se concluir que, apesar de algumas solu��es n�o se tratarem de um sistema tamp�o propriamente dito, � observado o efeito tamponante.

For�a i�nica

Em alguns casos, � importante o preparo de uma solu��o tamponada com a for�a i�nica controlada. A for�a i�nica � uma grandeza definida conforme a equa��o 9:2-4

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em que [A], [B] e [N] s�o as concentra��es das esp�cies i�nicas e Za, Zb e Zn suas respectivas cargas.

Supondo que seja necess�rio o preparo de uma solu��o tamp�o (CH3COOH/CH3COO-) com concentra��o total de 100 mmol L-1, pH 4,74 e for�a i�nica de 200 mmol L-1. Nesse caso, � preciso adicionar ao tamp�o uma certa quantidade de um sal sol�vel. Por exemplo, pode-se utilizar um sal de um c�tion monovalente (M+A-), como o cloreto de pot�ssio (KCl). Para inferir sobre a quantidade necess�ria a ser adicionada, inicialmente precisamos calcular a for�a i�nica apenas do tamp�o. Considerando que temos em solu��o acetato de s�dio a 50 mmol L-1 e que a concentra��o de H3O+ � muito menor do que a concentra��o das demais esp�cies (1,75x10-5 mol L-1 ≤ 0,05�mol L-1), portanto pode ser desconsiderada, a for�a i�nica do sistema pode ser calculada a partir da equa��o correspondente supracitada, conforme apresentado na express�o 10:

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Aplicando-se os respectivos valores � express�o, de acordo com a express�o 11 temos:

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A partir de uma subtra��o simples, pode-se calcular a concentra��o de um sal M+A- que deve ser adicionado para atingir a for�a i�nica requerida, conforme a express�o 12:

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Logo, para atingir a for�a i�nica necess�ria sem alterar a concentra��o do tamp�o, � preciso adicionar uma massa de M+A- correspondente ao preparo de uma solu��o 150 mmol L-1. Recalculando a for�a i�nica j� considerando a adi��o de M+A-, de acordo com a express�o 13, temos:

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Se n�o fosse necess�rio manter fixa a concentra��o do tamp�o, ela poderia ser modificada atrav�s da altera��o das concentra��es dos reagentes at� atingir a for�a i�nica desejada, desde que fosse mantida a propor��o entre �cido e base conjugada. Outro exemplo de ajuste de for�a i�nica utilizando sais de c�tions povilaventes � comentado no material suplementar.

C�lculo de massa e/ou volume dos reagentes selecionados para o tamp�o

Uma vez determinadas as concentra��es, a etapa posterior envolve o c�lculo das massas e dos volumes de reagentes a serem usados para o preparo da solu��o tamp�o. De modo geral, para concentra��es em mol L-1, de acordo com as equa��es 14, 15 e 16 temos que: 2,4

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em que n � o n�mero de mols do reagente, MM � a massa molar, V � o volume total da solu��o tamp�o a ser preparada e m a massa do reagente a ser pesada.

Para reagentes em solu��o, a massa a ser calculada deve ser relacionada com a respectiva densidade, de modo a obter o volume a ser transferido, de acordo com a equa��o 17: 2,4

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em que ρ � a densidade da solu��o, m a massa e V o volume do reagente a ser transferido.

� importante considerar ainda o grau de pureza de cada reagente. Caso desconsiderado, a solu��o tamp�o n�o ser� preparada de acordo com a concentra��o adequada e, consequentemente, n�o ser� ajustado o pH desejado. Por exemplo, supondo que deve ser preparada uma solu��o a partir de um reagente com 75% de pureza e ap�s a realiza��o dos c�lculos citados obteve-se um volume de 5 mL. Esse volume ser� necess�rio para atingir a concentra��o desejada? N�o! Logo, devemos considerar a pureza para corrigir o volume a ser usado, de acordo com a equa��o 18:

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Uma vez que o reagente n�o apresenta 100% de pureza, para atingir a concentra��o necess�ria deve ser medido um volume maior do que o previamente calculado. Essa etapa de c�lculos � de grande import�ncia para o preparo inequ�voco de solu��es tamp�o ou procedimentos de qualquer natureza envolvendo quest�es estequiom�tricas.

USANDO O PEAKMASTER®

Os c�lculos envolvendo o preparo de solu��es tamp�o por muitas vezes n�o s�o simples, sobretudo na previs�o das concentra��es a serem usadas para atingir o pH necess�rio. Pensando nisso, a seguir ser� disponibilizado um guia pr�tico comentado de como fazer esses c�lculos usando o software PeakMaster®.

Interface do software

O PeakMaster® � um software desenvolvido para simular a separa��o de compostos em an�lises por eletroforese capilar (CE, Capillary Electrophoresis), considerando algumas condi��es experimentais. Dentre estas, est�o as caracter�sticas do eletr�lito utilizado, em geral, compostos por solu��es tamp�o com ou sem ajuste de for�a i�nica. De todas as ferramentas dispon�veis no software, ser�o aqui apresentados os recursos que permitem o c�lculo de pH, capacidade tamponante e for�a i�nica de solu��es. O software conta com um banco de dados com a compila��o de um amplo portf�lio de compostos e as respectivas informa��es de pKa, os quais podem ser usados para a prepara��o de solu��es tamp�o.

Caso seja necess�rio, pode-se ainda adicionar a esse banco de dados informa��es de novas mol�culas as quais poder�o ser utilizados nos c�lculos voltados para o preparo das solu��es de interesse. Os comandos a serem utilizados s�o simples e o software apresenta uma interface amig�vel e intuitiva. Ap�s a inser��o dos dados necess�rios nos campos adequados, � poss�vel acionar o comando para a realiza��o dos c�culos de maneira exata, sendo as informa��es dos resultados de pH, for�a i�nica e capacidade tamponante apresentados em um template de sa�da, conforme apresentado na Figura 1.

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Figura 1. Interface principal do software PeakMaster®

Inserindo dados para c�lculo

A maneira pragm�tica de inserir as informa��es necess�rias para obter os dados necess�rios para o preparo de um determinado tamp�o (Figura 1) requer alguns passos, s�o eles:

1. Inicialmente clicar no comando "+Add" da interface principal. A janela secund�ria "Add BGE constituent" ser� aberta, conforme a Figura 2.

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Figura 2. Interface da janela secund�ria "Add BGE constituent"

2. Clicar em "Pick from database", selecionar o primeiro reagente constituinte da solu��o tamp�o desejada e clicar em "Pick"

3. Adicionar a concentra��o desejada do reagente selecionado na lacuna "C (mM)". Os valores de pKa aparecer�o automaticamente na lacuna correspondente.

4. Uma vez selecionado o primeiro componente, a opera��o deve ser repetida at� completar a composi��o da solu��o desejada.

5. A caixa "Ionic strength correction" da interface principal deve ser desmarcada.

6. Por fim, clicar no comando "Calculate".

Inserindo novos compostos � base de dados do software

Caso necess�rio, um novo composto pode ser adicionado ao banco de dados do PeakMaster®. Para isso, os passos requeridos s�o:

1. Abrir a janela "modify database" dentro do comando "Tools" da interface principal. Nesta, clicar em "+Add" para abrir a janela "Add constituent to database" conforme indicado na Figura 3.

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Figura 3. Interface da janela secund�ria "Modify database"

2. Inserir o nome do composto desejado na lacuna correspondente.

3. Inserir o pKa na lacuna correspondente. Lembrando que as lacunas s�o organizadas para inser��o do pKa de acordo com a ordem de ioniza��o, ou seja, "pKa(-1)" corresponde � primeira ioniza��o, "pKa(-2)" � segunda ioniza��o, e assim sucessivamente.

4. Conforme comentado anteriormente, o PeakMaster® � um software desenvolvido prioritariamente para simula��o de experimentos a serem realizados por eletroforese capilar, logo, um dado importante para essa finalidade � a mobilidade eletrofor�tica, indicado no software como "(μ)". No caso de c�lculos voltados apenas para preparo de solu��o tamp�o esse dado n�o � relevante, por�m essa lacuna deve ser preenchida para completar o processo de inser��o de dados. Ent�o, na lacuna "μ" deve ser inserido qualquer n�mero positivo.

5. Para finalizar, clicar no comando "+Add" seguido de "OK". O novo componente j� estar� dispon�vel.

No exemplo indicado, foram inseridos o pKa na lacuna "pKa(-1)" e um n�mero positivo aleat�rio na lacuna da mobilidade "μ(-1)" para insers�o do �cido clor�drico (HCl) no banco de dados.26 �cidos fortes como o HCl s�o completamente dissociados em �gua, por isso s�o estimados valores de Ka tendendo ao infinito, consequentemente, valores negativos de pKa.4

C�lculo da concentra��o dos reagentes para o preparo de uma solu��o tamp�o

Supondo que seja necess�rio preparar uma solu��o tamp�o de pH 6,50. Nesse caso, poderia ser escolhido o sistema dihidrogenofosfato/hidrogenofosfato (NaH2PO4/Na2HPO4) (pKa 7,21). Como discutido anteriormente, quando pKa ≠ pH, o tamp�o n�o est� em sua m�xima capacidade tamponante, por�m, desde que esteja entre pKa � 1 ainda funciona eficientemente como um tamp�o. Destaca-se que a capacidade tamponante tamb�m � calculada pelo PeakMaster®.

Esse sistema pode ser otimizado de diferentes formas dependendo dos reagentes dispon�veis no laborat�rio, seja partindo do �cido fosf�rico (H3PO4) e de uma base forte como o hidr�xido de s�dio (NaOH), ou do fosfato de s�dio (Na3PO4) e de um �cido forte como o �cido clor�drico (HCl), ou diretamente da mistura dihidrogenofosfato de s�dio (NaH2PO4) com o hidrogenofosfato de s�dio (Na2HPO4) ou outro contra�on compat�vel.

No entanto, quais seriam as concentra��es necess�rias de cada um dos reagentes selecionados? Esse problema pode ser solucionado usando o PeakMaster®! De acordo com o passo-a-passo, o usu�rio pode inserir os reagentes dispon�veis com valores de concentra��es arbitr�rios e por m�todo de tentativa e erro ajustar tais concentra��es at� atingir o pH desejado.

A partir do �cido fosf�rico e do hidr�xido de s�dio

Por esse procedimento temos que a propor��o necess�ria para o preparo seria de, por exemplo, 100 mmol L-1 de �cido fosf�rico e 116,5 mmol L-1 de uma solu��o de hidr�xido de s�dio para obten��o de um tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) com concentra��o total de 100 mmol L-1 e pH 6,5, de acordo com os resultados calculados pelo PeakMaster®, conforme apresentado na Figura 4.

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Figura 4. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de pH do tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) usando H3PO4 e NaOH

Vale lembrar que, neste exemplo o tamp�o foi estabelecido ap�s o deslocamento de equil�brio do �cido fosf�rico at� o equilibrio correspondente ao tamp�o em quest�o, conforme o esquema:

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No exemplo, a concentra��o total da solu��o tamp�o � de 100 mmol L-1, conforme os c�lculos da express�o 19:

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Caso seja necess�rio preparar uma solu��o com concentra��o total menor ou maior, basta ajustar os valores da concentra��o de cada um dos reagentes, desde que seja mantido a mesma propor��o. Esses c�lculos tamb�m podem ser realizados e/ou conferidos inserindo os novos valores de concentra��o no PeakMaster® e acompanhando a resposta gerada.

A partir dos dihidrogenofosfato e hidrogenofosfato de s�dio

Por esse procedimento, temos que a propor��o necess�ria para o preparo seria de, por exemplo, uma massa de dihidrogenofosfato de s�dio correspondente a um solu��o 100 mmol L-1 e de uma massa de hidrogenofosfato de s�dio correspondente a uma solu��o 25 mmol L-1 para obten��o de um tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) com concentra��o total de 125 mmol L-1 e pH 6,5, de acordo com os resultados calculados pelo PeakMaster®, conforme apresentado na Figura 5.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 5. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de pH do tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) usando NaH2PO4 e Na2HPO4

Nesse exemplo, ap�s dissocia��o dos sais em meio aquoso, o tamp�o � estabelecido diretamente pelo equil�brio correspondente ao mesmo, conforme o esquema:

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No exemplo, a concentra��o total da solu��o tamp�o � de 125�mmol�L-1, conforme os c�lculos da express�o 20:

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Vale lembrar que, para ser poss�vel o c�lculo dessa solu��o partindo desses reagentes usando o PeakMaster®, informa��es dos mesmos devem ser adicionados ao banco de dados do software. No entanto, nesse caso algumas considera��es devem ser feitas.

Primeiramente, devemos inserir na plataforma informa��es das esp�cies �cidas e/ou b�sicas que resultam da dissocia��o dos sais em quest�o e seus respectivos valores de pKa e/ou pKb. Destaca-se que assim deve ser feito sempre que o composto de interesse para o c�lculo � um sal. Lembre-se ainda que nesse caso a inten��o � controlar as concentra��es de compostos em diferentes dire��es de um mesmo equil�brio, sendo o dihidrogenofosfato a esp�cie �cida e o hidrogenofostafo sua base conjugada. Sendo assim, devemos inserir os compostos separamente de acordo com seu comportamento em solu��o para que c�lculo seja correto. Dessa forma:

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Para isso, basta adicionar ao software as informa��es pertinentes do �cido, inserindo o valor de pKa na lacuna "pKa(-1)", bem como as informa��es da base conjugada, inserindo o valor de pKa na lacuna "pKa(+1)", de acordo com o procedimento de modifica��o de banco de dados descrito anteriormente. Assim, os dois compostos principais do tamp�o em quest�o estar�o dispon�veis para serem usados nos c�lculos. A dedu��o entre a rela��o de pKa e pKb est� detalhada no Material Suplementar.

A partir do fosfato de s�dio e do �cido clor�drico

Por esse procedimento temos que a propor��o necess�ria para o preparo seria de, por exemplo, uma massa de fosfato de s�dio correspondente a uma solu��o de 100 mmol L-1 e 116,5 mmol L-1 de uma solu��o de �cido clor�drico para obten��o de um tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) com concentra��o total de 100 mmol L-1 e pH 6,5, de acordo com os resultados calculados pelo PeakMaster®, conforme apresentado na Figura 6.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 6. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de pH do tamp�o (NaH2PO4/Na2HPO4) usando Na3PO4 e HCl

Observe que no exemplo o tamp�o foi estabelecido ap�s o deslocamento do equil�brio do fosfato de s�dio at� o equil�brio correspondente ao tamp�o em quest�o, ou seja, adotamos o procedimento inverso do primeiro exemplo supracitado. Aqui, partimos das bases conjugadas e adicionamos um �cido forte para deslocamento de equil�brio, conforme o esquema:

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

No exemplo, a concentra��o total da solu��o tamp�o � de 100�mmol L-1, conforme o c�lculo da express�o 21:

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Destaca-se que uma vez que estamos trabalhando com as rea��es inversas, ou seja, a partir das bases conjugadas, os valores de pKa tamb�m devem ser convertidos em valores de pKb para inser��o no banco de dados, conforme indicado tamb�m na Figura�6. Consequentemente, nesse caso estamos monitorando o pOH, logo, ao preencher as lacunas de concentra��o de reagente e prosseguir com o procedimento por tentativa e erro, deve-se buscar pelo valor do pOH, conforme a express�o 22:

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

A dedu��o entre a rela��o de pKa e pKb e pH e pOH est� detalhada no Material Suplementar.

Por fim, uma vez estabelecido os reagentes e as concentra��es de cada um destes, basta calcular os volumes e massas necess�rios para o preparo do tamp�o.

C�lculo do ajuste de for�a i�nica de uma solu��o tamp�o

Agora, vamos supor que seja necess�rio preparar uma solu��o tamp�o (Tris(hidroximetil)amino metano/HCl), ou resumidamente (Tris/HCl), de pH 8,0 com for�a i�nica de 100 mmol L-1. Fazendo os c�lculos pelo PeakMaster® temos que para o preparo dessa solu��o podemos adicionar uma massa de Tris para o preparo de uma solu��o 100 mmol L-1 e um volume de HCl para o preparo de uma solu��o 50 mmol L-1, conforme apresentado na Figura 7.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 7. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de pH e for�a i�nica do tamp�o (Tris/HCl)

Desse modo, obtemos uma solu��o com for�a i�nica de 50�mmol�L-1, conforme calculado pelo software. Para atingirmos a for�a i�nica desejada, temos duas op��es:

(a) Ajustar a concentra��o dos reagentes mantendo a propor��o. Por exemplo, ao dobrarmos as concentra��es, adicionando uma massa de Tris para o preparo de uma solu��o 200 mmol L-1 e um volume de HCl para o preparo de uma solu��o 100 mmol L-1, obtemos uma nova solu��o tamp�o com concentra��o total de 200�mmol L-1 e for�a i�nica de 100 mmol L-1, como indicado na Figura�8.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 8. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de for�a i�nica do tamp�o (Tris/HCl) com ajuste de concentra��o

(b) Adicionar uma massa de M+A-, por exemplo, para completar a concentra��o de �ons em solu��o. Nesse caso basta subtrair o valor da for�a i�nica desejado do valor atual. Desse modo, deve ser adicionado uma massa de KCl necess�ria para o preparo de uma solu��o 50 mmol L-1 e obteremos um tamp�o Tris/HCL com concentra��o total de 100 mmol L-1 e for�a i�nica de 100�mmol�L-1. Esse c�lculo tamb�m pode ser realizado e/ou conferido usando o PeakMaster®, conforme apresentado na Figura 9.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 9. Interface principal do software PeakMaster® ap�s inser��o de dados para c�lculo de for�a i�nica do tamp�o (Tris/HCl) ajustado com KCl

Vale lembrar que nesse exemplo temos um tamp�o preparado a partir de uma base fraca (TRIS) e seu �cido conjugado (TRISH+), cujo equil�brio � atingido em virtude da adi��o de um �cido forte, aqui exemplificado com o HCl, conforme a express�o do equil�brio 23:

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Uma vez calculadas as concentra��es, basta calcular as respectivas massas e volumes dos reagentes, conforme comentado nos exemplos anteriores.

Esquema simplificado

De modo geral, acreditamos que os exemplos supracitados sejam suficientes para o usu�rio adquirir dom�nio no uso do software, bem como, entender os c�lculos e adquirir o know how neces�rio para mediar o preparo de uma solu��o tamp�o, com ou sem controle da for�a i�nica. Em resumo, as etapas dos c�lculos e demais considera��es a serem realizadas durante o procedimento completo de preparo de uma solu��o tamp�o est�o detalhadas no fluxograma da Figura 10.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

Figura 10. Fluxograma das etapas de c�lculos envolvidos no preparo de uma solu��o tamp�o

Na Tabela 1 s�o listados alguns outros exemplos de tamp�es tradicionais e seus respectivos valores recomendados de concentra��o para o preparo a partir do �cido fraco principal e hidr�xido de s�dio (ou qualquer contra�on compat�vel), calculados usando o PeakMaster®. S�o apresentados, ainda, os valores de for�a i�nica, capacidade tamponante, al�m da massa de KCl a ser adicionada para ajuste de for�a i�nica nos valores de 0,5 mol L-1 e 1 mol L-1.

Qual dos compostos a seguir seria o mais indicado para preparar uma solução tampão em pH 5

PREPARO DA SOLU��O

Ap�s obten��o dos valores de concentra��o, bem como das massas e volumes de reagentes necess�rios, a pr�xima etapa envolve o preparo da solu��o propriamente dita. Primeiramente, � importante ressaltar que o usu�rio deve planejar corretamente, revisar o procedimento e o seguir cuidadosamente. Al�m de utilizar vidrarias e demais instrumentos adequados, equipamentos de prote��o individual (EPIs) e proceder com aten��o e cautela, a fim de garantir que o procedimento seja realizado com seguran�a.27 Em seguida, as massas previstas dos reagentes s�lidos devem ser pesadas corretamente em uma balan�a anal�tica e os volumes devem ser transferidos atrav�s de uma pipeta volum�trica ou autom�tica devidamente calibrada. Lembre-se que, para evitar acidentes, os �cidos devem ser adicionados � �gua ou �s bases, e n�o o contr�rio. Uma vez solubilizados e adicionados todos os reagentes a um bal�o volum�trico adequado, deve-se verificar o pH e por fim completar o volume com �gua deionizada. Recomenda-se a verifica��o do pH da solu��o rec�m preparada em pHmetro contendo eletrodos para solu��es aquosas, de acordo as especifica��es de utiliza��o e manuten��o descritas pelo fabricante.

Note que pode haver sutis diferen�as entre o valor de pH registrado no potenciometro e o almejado, devido �s incertezas associadas principalmente �s constantes de equil�brio, � temperatura do ambiente e aos reagentes vol�teis, higrosc�pios e de pureza desconhecida. Lembre-se, ainda, que medidas potenciom�tricas de solu��es muito �cidas (pH em torno de 1) bem como solu��es muito alcalinas (pH em torno de 13) tamb�m t�m um erro associado, visto que nessas concentra��es os s�tios da superf�cie da membrana externa do eletrodo est�o saturados (com �ons H+ ou outro c�tion monovalente, como o Na+ no caso de solu��es altamente alcalinas), consequentemente, nesses casos n�o � poss�vel fazer uma medi��o precisa do pH.3,4 Uma vez verificado adequadamente o pH da solu��o, se necess�rio, o usu�rio pode ajust�-lo pela adi��o de al�quotas de solu��es concentradas de �cidos ou bases fortes.3

CONCLUS�ES

Neste trabalho foram disponibilizados alguns guias de como calcular os par�metros necess�rios para o preparo de uma solu��o tamp�o com ou sem ajuste da for�a i�nica. Atrav�s do software PeakMaster®, apresentado neste trabalho, o usu�rio ser� capaz de fazer c�lculos diversos relacionados ao pH, for�a i�nica, capacidade tamponante e concentra��es de reagentes de solu��es tamp�o. Espera-se que esse material seja uma fonte de conhecimento e esclarecimento de d�vidas para estudantes e demais pessoas com interesse no tema.

MATERIAL SUPLEMENTAR

As dedu��es da equa��o de Henderson-Hasselbach e das rela��es entre pKa, pKb, pH e pOH e o exemplo guiado do ajuste de for�a i�nica com sal de c�tion divalente, comentados anteriormente neste trabalho, est�o dispon�veis em http://quimicanova.sbq.org.br, na forma de arquivo PDF, com acesso livre.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem � Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (CAPES), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico - CNPq (Projetos 303355/2017-4 e 424032/2018-0), ao Instituto Nacional de Ci�ncia e Tecnologia de Bioanal�tica - INCTBio (Projetos FAPESP 2014/50867-3 e CNPq 465,389/2014-7), � Financiadora de Inova��o e Pesquisa - FINEP (Project CT-INFRA 01/2013-REF 0633/13) e � Rede Mineira de Qu�mica - RQ-MG (Projeto CEX.RED- 00010-14).Primeiro autor - Bolsista do CNPq Brasil (Processo 142502/2020-0).

REFER�NCIAS

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Como fazer solução tampão pH 5?

Para preparar uma solução-tampão, é necessária a realização da mistura de um ácido fraco com um sal que apresente o mesmo ânion do ácido ou de uma base fraca e um sal que apresente o mesmo cátion da base.

Qual dos compostos seria o melhor tampão em pH 5

Visto isso e dado que deseja-se preparar um tampão com pH igual a \(5,0\), a melhor escolha seria o ácido acético, já que seu valor de pKa é igual a \(4,78\) e é o mais próximo de \(5,0\). Portanto, o melhor tampão dentre os compostos seria o ácido acético.

Qual o pH de uma solução tampão?

Assim, geralmente o tampão fosfato é utilizado para menter o pH de uma solução ao redor de 7. Logo, os componentes ácido-base do tampão fosfato para manter um pH de 7, por exemplo 7,4 poderão ser os sais ácidos NaH2PO4 ou KH2PO4 e os sais Na2HPO4 ou K2HPO4 que funcionarão como base conjugada.

Como preparar uma solução tampão pH 4?

Preparo da solução tampão: Secar o biftalato de potássio em estufa a 110ºC por 2 horas. Esfriar em dessecador e pesar 10,12 g. Dissolver em água, transferir quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL e completar o volume.