Qual é a economia da União Europeia?

Visão geral

Uma evolução na formulação de políticas na Europa Em dezembro de 2019, a Comissão Von der Leyen lançou o Pacto Ecológico Europeu, um plano ambicioso para tornar a economia da UE mais justa, sustentável e próspera. O Pacto Ecológico Europeu é uma agenda de crescimento abrangente que visa fazer da Europa o primeiro continente climaticamente neutro, garantindo, ao mesmo tempo, que ninguém seja deixado para trás nessa transição. A criação dessa nova estratégia de crescimento não foi um processo simples. O Pacto Ecológico Europeu é o resultado da evolução do pensamento da Comissão Europeia e de uma série de políticas elaboradas em diferentes áreas desde 2011.

Este estudo de caso reflete especificamente as etapas que a Comissão Europeia executou para assumir a liderança nas políticas de economia circular em todo o mundo. O estudo analisa o processo desde o objetivo inicial de melhorar a eficiência no uso de recursos até a redefinição do crescimento considerando benefícios sociais, ambientais e econômicos positivos.

A necessidade – A economia circular oferece a oportunidade de desassociar de forma progressiva o crescimento econômico do consumo de recursos. A mudança tem o potencial de reduzir a dependência da UE de matérias-primas importadas e virgens e, consequentemente, sua vulnerabilidade à volatilidade de preços dos recursos, proporcionando ainda novas oportunidades de negócios.

O Plano de Ação para a Economia Circular– O Plano de Ação para a Economia Circular da UE (CEAP) é um conjunto abrangente de ações legislativas e não legislativas adotadas em 2015 que visa promover a transição da economia europeia de um modelo linear para um modelo circular. O Plano de Ação mapeou 54 ações e quatro propostas legislativas sobre resíduos. Essas propostas foram apresentadas pela Comissão Europeia junto ao Plano de Ação e incluíram metas para aterros sanitários, reuso e reciclagem a serem cumpridas até 2030 e 2035, além de novas obrigações para a coleta seletiva de têxteis e resíduos biológicos. O Plano de Ação abrange diversas áreas de políticas, fluxos de materiais e setores e prevê também medidas transversais para apoiar essa mudança sistêmica por meio de inovação e investimentos. Foi anunciada, ainda, uma estratégia setorial para os plásticos. No total, mais de 10 bilhões de euros em financiamento público foram destinados à transição entre 2016 e 2020.

Os resultados – Todas as 54 ações foram adotadas ou implementadas até 2019. A UE é hoje reconhecida como líder global na formulação de políticas de economia circular. A legislação de resíduos foi adotada em 2018 após negociações com o Parlamento Europeu e os Estados-Membros no Conselho Europeu. Segundo a Eurostat, os empregos relacionados às atividades de economia circular aumentaram em 6% dentro da UE entre 2012 e 2016. O plano de ação também encorajou pelo menos 14 Estados-Membros, oito regiões e 11 cidades a apresentarem estratégias de economia circular.

Como o plano de ação apoiou a transição para uma economia circular? – Ao repensar a eficiência dos recursos e os fluxos materiais, a Comissão Europeia desenvolveu uma estrutura para promover mudanças sistêmicas. Com o engajamento de diversos stakeholders e formuladores de políticas de diferentes áreas e níveis de governança, seu objetivo foi promover uma abordagem colaborativa. A coliderança formada entre as Diretorias Gerais responsáveis pelas Indústrias e Empresas e pelo Meio Ambiente, dentro da Comissão Europeia, foi crucial para esse processo.

Plano de Ação da UE para a economia circular - Download PDF

Este estudo de caso foi publicado originalmente em 29/06/2020

A importância da economia social na arquitetura política comunitária

Ao longo das últimas décadas, o conceito de economia social tem vindo a ganhar um peso e relevância cada vez maiores do ponto de vista político e jurídico, quer a nível nacional, quer a nível europeu.

Na sequência do Ato Único Europeu de 1986 e da construção do mercado interno, a União Europeia começou a olhar para a economia social não só enquanto uma ferramenta essencial para a plena realização de um mercado europeu sem fronteiras, mas também como uma solução para o combate de novos desafios sociais e promoção de um desenvolvimento sustentável.

Enquadramento

O crescimento da importância da economia social no seio da União Europeia é um reflexo da evolução histórica do conceito que, desde o século XIX, momento do seu aparecimento, tem vindo a expandir o seu alcance a áreas que vão muito para além da mera correção das falhas de mercado.

Do ponto de vista histórico, a economia social nasce com a formação das primeiras associações cooperativas e populares na transição do século XVIII para o século XIX, cruciais para a introdução de mecanismos democráticos no seio da produção industrial e do mundo capitalista.

Historicamente ligada às associações e cooperativas de base comunitária, o conceito de economia social beneficiou da evolução do sistema de valores e princípios de conduta das associações populares, estruturando-se ao longo do Século XX em torno de cooperativas, mutualidades, associações e fundações.

Ganhando um especial relevo na reconstrução da Europa no pós-guerra, a economia social foi ganhando robustez e gerando um impacto cada vez mais significativo nos Estados-Membros da União Europeia, evolução que contribuiu para que as instituições europeias incorporassem o conceito nas suas políticas e práticas institucionais.

Definição

Abrangendo uma panóplia de diferentes conceitos utilizados nos vários Estados-Membros (como, por exemplo, «economia solidária» e «terceiro setor»), a economia social compreende um conjunto de atividades existente no espaço da União Europeia que, conquanto possam preservar diferenças, partilham entre si várias características.

Pese embora a sua definição controvertida, o conceito de economia social remete para um modelo de pessoa coletiva que se caracteriza, não pela dimensão ou pelo setor de atividade a que represente, mas antes pelo respeito de valores comuns, nomeadamente:

  • A primazia da democracia, da participação dos parceiros sociais e dos objetivos sociais sobre o lucro pessoal;
  • A defesa e implementação dos princípios da solidariedade e da responsa­bilidade;
  • A conjugação dos interesses dos membros utilizadores com o interesse geral;
  • O controlo democrático pelos membros;
  • A adesão livre e voluntária;
  • A autonomia de gestão e a independência relativamente aos poderes públicos;
  • A mobilização do essencial dos excedentes à consecução de objetivos de desenvolvimento sustentável e o serviço prestado aos seus membros de acordo com o interesse geral.

Impacto

A economia social oferece emprego pago a cerca de 14,5 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 6,5% da população ativa da UE-27. O setor caracteriza-se pela heterogeneidade e diversidade de atores, acolhendo cerca de 2 milhões de PME's presentes em praticamente todos os setores da economia. Estas empresas, regra geral, têm a forma jurídica de associações, cooperativas e mutualidades.

Baseando-se em estudos que revelam que a economia social desempenha um papel regulador importante em prol de um desenvolvimento social e económico mais equilibrado, a União Europeia tem focado a sua atenção na economia social na pespetiva de contribuir para reforçar o seu impacto positivo nos seguintes aspetos:

  • Papel regulador da atividade económica;
  • Acessibilidade a serviços;
  • Controlo do impacto dos ciclos económicos;
  • Capacidade para gerar igualdade de oportunidades;
  • Promoção de uma democracia económica e redistribuição da riqueza;
  • Papel importante numa construção integrada do espaço comunitário.

Reflexos no quadro institucional da UE

Assumida pelas instituições europeias como um elemento fundamental da concretização dos objetivos europeus em matéria de emprego, crescimento sustentável e coesão económica, social e territorial, a economia social tem vindo a ganhar terreno na reflexão produzida no seio da União Europeia, conquistando por essa via um espaço no seu próprio quadro institucional. 

Transversal ao trabalho desenvolvido por diferentes instituições e organismos europeus, a economia social é, em particular, objeto de análise no seio das seguintes estruturas institucionais:

  • Comissão Europeia - fundamentalmente através de três direções-gerais: Direção-Geral das empresas e indústrias; Direção-Geral do emprego, assuntos sociais e inclusão; Direção-Geral do mercado interno e serviços;
  • Parlamento Europeu - por intermédio do «intergroup» que funciona como uma plataforma de diálogo entre o Parlamento Europeu e os atores da economia social;
  • Comité Económico e Social Europeu (CESE) - através do seu funcionamento enquanto órgão consultivo que faz a ponte com a chamada «sociedade civil organizada», contando com a presença de representantes de vários grupos de interesse europeus com preocupações económicas e sociais;
  • Comité das Regiões - mediante o seu funcionamento enquanto órgão consultivo que representa as autoridades locais e regionais da União Europeia.

Embora não faça parte do quadro institucional da UE, importa destacar o organismo «Social Economy Europe», entidade de representação ao nível europeu para o setor da economia social que visa fomentar um diálogo permanente sobre políticas europeias que sejam do interesse comum dos vários atores da economia social.

Documentos de referência

  • A Economia Social na União Europeia (2012) - Comité Económico e Social Europeu (PDF 2MB) [en]
  • A Economia Social na União Europeia 2007-2011 - Comité Económico e Social Europeu (PDF 530KB)
  • Resolução do Parlamento Europeu, de 9 de fevereiro de 2009, sobre a economia social (2008/2250(INI)) (PDF 835KB)

Saber mais

  • Apoios financeiros: economia social - Sítio Web da Biblioteca Infoeuropa  
  • Economia Social - Sítio Web do Comité Económico e Social Europeu [en]
  • Social Economy Europe - Sítio Web oficial [en]
  • Conselho nacional para a economia social - Sítio Web oficial
  • CASES - Cooperativa António Sérgio para a Economia Social - Sítio Web oficial
  • Pôle européen des fondations de l’économie sociale - Sítio Web oficial [fr]

Qual a principal economia da União Europeia?

A Alemanha é a principal economia da União Europeia, além de ser seu país mais populoso. Em 2020, o Reino Unido deixou oficialmente a União Europeia.

Quais são as principais economias da União Europeia?

Alemanha, França, Itália e Reino Unido são as quatro maiores economias da Europa, sendo a Alemanha o país mais rico da Europa e a quarta maior economia do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e do Japão.

Qual é a economia mais forte da Europa?

A Alemanha é a maior economia nacional da União Europeia. Desde 2013, a UE é composta por 28 Estados. O euro é a moeda oficial em 19 países-membros. Em razão de sua extensão e desempenho econômico, a Alemanha contribui com 20 por cento para o orçamento da UE.