Internacionalização do IFMA: uma questão em debateEm evento organizado pela ARINT, interessados e especialistas em programas de mobilidade acadêmica trocam experiências sobre o tema Show
Um amplo panorama envolve o processo de internacionalização do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Programas de mobilidade acadêmica em convênio com instituições de outros países, intercâmbio de estudantes e pesquisadores, oferta e metodologias de cursos de idiomas, validação de estudos, exames de proficiência, fontes de financiamento de bolsas, procedimentos burocráticos de seleção. Esses são apenas alguns dos diversos aspectos contemplados pela programação do 2º Seminário de Internacionalização do IFMA, realizado nos dias 1º e 2 de setembro, no Campus Monte Castelo. Com organização da Assessoria de Relações Internacionais (ARINT), o evento promoveu uma ampla reflexão sobre as ações que vem sendo desenvolvidas e as perspectivas desse setor na instituição. Ao tratar das políticas para a internacionalização do IFMA, o reitor Roberto Brandão considerou que envolvem diferentes vertentes. Para o corpo discente, as iniciativas tiveram início e se fortaleceram principalmente com o programa federal Ciência sem Fronteiras (CsF), que ofereceu bolsas para a realização de estágios de estudantes de graduação e pós-graduação, havendo ainda políticas do Instituto para atender aos alunos que procuram intercâmbio em outro país. Outro aspecto é o da internacionalização da pesquisa institucional, com a experiência de professores do IFMA que vêm desenvolvendo projetos em outros países, em centros de referência em educação e tecnologia de ponta. De acordo com o reitor, uma terceira vertente da ação institucional do IFMA contempla as parcerias e convênios voltados tanto para enviar quanto para receber estudantes e pesquisadores intercambistas, e essa “mão dupla” consolida a participação do Instituto no cenário internacional das instituições de educação profissional, como colleges e centros politécnicos. Roberto Brandão avaliou que o seminário organizado pela ARINT mostrou as práticas exitosas e despertou o público para novos avanços nos programas de mobilidade, motivando a maior participação de alunos e servidores. A Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPGI) é um dos setores que vem se destacando na internacionalização do IFMA, com estudantes e docentes pesquisadores participando de iniciativas externas, como o CsF, mas também de programas de mobilidade desenvolvidos pelo próprio Instituto. Segundo a pró-reitora Natilene Brito, o objetivo é estimular a excelência nos projetos de pesquisa em parceria com instituições de outros países, aumentando a produção acadêmica e publicações dos pesquisadores dos campi, com resultados favoráveis nas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e na oferta de cursos de pós-graduação pelo Instituto. Marjorie Cerejo, assessora de relações internacionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), ampliou o debate para a dimensão brasileira. Segundo ela, há uma considerável diversificação no processo de internacionalização dessas instituições, que incluem o IFMA e demais institutos federais, em diversos aspectos, tais como o intercâmbio de pessoal acadêmico, ofertas de cursos de idiomas e formas de parcerias com instituições estrangeiras, dentre outros. A assessora destacou que as ações do CONIF envolvem a participação dos ministérios da Educação (MEC) e Relações Exteriores (MRE), e de organismos internacionais. Para Gutenberg Albuquerque Filho, assessor de relações internacionais do Instituto Federal do Ceará (IFCE), apesar de as instituições que hoje integram a Rede Federal terem sido fundadas há mais de um século, o processo de internacionalização nesse âmbito é bastante recente, contando cerca de dez anos. Também coordenador do Fórum de Relações Internacionais (Forinter) da Rede Federal, o palestrante convidado disse que o evento contribuía para a troca de saberes entre os participantes, levando as instituições envolvidas a crescerem conjuntamente nas dimensões do ensino, pesquisa e extensão. “Internacionalizar é um processo de mão dupla, pois temos que estar no processo emissivo e receptivo de nossos servidores e discentes”, refletiu Gutenberg Albuquerque, que abordou as boas práticas realizadas na Rede Federal com apoio da câmara temática de relações internacionais do CONIF, de forma autônoma por cada instituição ou através de parcerias. Representante do Campus Coelho Neto no Comitê de Relações Internacionais do IFMA, o professor de inglês Gerardo Soares da Silva Júnior destacou o desafio dos organizadores do seminário, de apresentar em dois dias de programação um extenso volume de informações referentes ao processo de internacionalização do Instituto. Sobre a iniciativa de realizar o evento e o reflexo nos campi, o docente considerou ainda que a troca de experiências leva a mudanças nas atividades locais, e relatou experiências de professores que vêm utilizando a língua inglesa nas aulas de disciplinas distintas. Para o palestrante convidado Christoph Ostendorf, do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), no Recife (PE), os institutos federais exercem papel relevante na interface entre cursos profissionalizantes e a formação acadêmica em ciências aplicadas, favorecendo a construção de parcerias com instituições de países onde esse segmento é avançado. No caso da Alemanha, o professor destacou que a maior divulgação do idioma alemão entre estudantes e servidores pode resultar em acordos de cooperação com centros de formação para o intercâmbio de pessoas entre os dois países, além de outras possibilidades de troca de conhecimento. O alemão Stefan Hubertus Dörner representa outra dimensão do processo de internacionalização, compondo uma parcela de estrangeiros que têm o IFMA como destino de estudos e pesquisa. Professor de Agronegócios no Campus Pinheiro, ele apontou na barreira linguística um obstáculo para as alternativas de mobilidade acadêmica em países com idiomas menos conhecidos e estudados. Em vista disso, o docente argumentou que o conhecimento de línguas como o alemão constituem um diferencial para estudantes e pesquisadores, ao buscarem oportunidades em países específicos, que podem oferecer aos intercambistas melhores condições e menores custos para manter-se enquanto realizam estudos em instituições de qualidade. GALERIA DE IMAGENS Fim do conteúdo da páginaQual o objetivo de países buscarem relações externas com outros países?Uma política externa pode ter objetivos concretos, por exemplo, visando negociações ou o estabelecimento de acordos comerciais. Mas, pode também ter objetivos abstratos, como uma aproximação política e cultural, por exemplo, pela formação de fóruns de diálogo e encontros simbólicos.
O que regulamenta as relações entre os países?Direito internacional público: regula as relações entre países e organizações internacionais, abrangendo matérias como os direitos humanos, o direito convencional, o direito do mar, o direito internacional penal e o direito internacional humanitário.
Como são as relações entre o Brasil e os demais países do continente e do mundo?O Brasil se engaja na diplomacia multilateral por meio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e das Nações Unidas, e tem aumentado seus laços com os países em desenvolvimento da África e da Ásia.
Quais são os tipos de relação estabelecida entre esses países ou grupos de países atualmente?Isso significa que para cada objetivo em se aproximar e estabelecer contatos com outro país, existe um tipo de relação diferente. Hoje vou falar dos três principais: política externa, diplomacia e relações internacionais.
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