Qual é o país que mais realizou testes nucleares recentemente região da Oceania?

A Coreia do Norte tem alarmado a região do Pacífico com um aumento acentuado no número de testes de mísseis, incluindo um que sobrevoou o Japão.

Acredita-se que os militares da Coreia do Norte possam em breve testar mais uma vez um dispositivo nuclear.

Quais mísseis a Coreia do Norte está testando?

A Coreia do Norte vem testando uma variedade de mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e mísseis hipersônicos.

Mísseis hipersônicos voam a várias vezes a velocidade do som e em baixa altitude, para escapar da detecção dos radares.

Acredita-se que o míssil disparado sobre o Japão em outubro tenha sido um Hwasong-12 de alcance intermediário, que tem um alcance de 4.500 km - longe o suficiente para atingir a ilha americana de Guam a partir de um lançamento da Coreia do Norte.

Acredita-se que um teste de mísseis balísticos mais recente falhou e não conseguiu passar pelo Japão.

"A Coreia do Norte vem testando mísseis com alcance cada vez maior", diz Joseph Byrne, pesquisador do Royal United Services Institute. "Pode ser sinal da proximidade de um teste de outra ogiva nuclear, o que foi previsto há algum tempo", acrescenta.

A Coreia do Norte também está testando o míssil balístico Hwasong-14. Este tem um alcance de 8 mil km - embora alguns estudos tenham indicado que poderia viajar até 10 mil km, tornando-o capaz de chegar a Nova York. É o primeiro dos mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte (ICBMs).

Acredita-se que o míssil Hwasong-15 tenha um alcance de 13 mil km, colocando todos os EUA continentais em sua mira. Em outubro de 2020, a Coreia do Norte apresentou o mais recente de seus mísseis balísticos, o Hwasong-17. Acredita-se que tenha um alcance de 15 mil km ou mais.

O Hwasong-17 poderia carregar três ou quatro ogivas, em vez de apenas uma - tornando mais difícil para uma nação alvo se defender.

A revelação dos novos mísseis parecia ser uma mensagem para o governo de Joe Biden da crescente capacidade militar da Coreia do Norte, dizem especialistas.

Em março de 2021, o país realizou o lançamento do que chamou de "projétil guiado tático de novo tipo", que disse ser capaz de transportar uma carga útil de 2,5 toneladas - em teoria, capaz de transportar uma ogiva nuclear.

Analistas do Centro James Martin para Estudos sobre Não-Proliferação disseram à Reuters que o projétil parecia ser "uma variante melhorada" de um míssil testado anteriormente, o KN-23.

Quais armas nucleares a Coreia do Norte tem?

A última vez que a Coreia do Norte testou uma bomba nuclear foi em 2017. A explosão em seu local de teste em Punggye-ri teve uma força, ou "rendimento", entre 100-370 quilotons.

Uma bomba de 100 quilotons é seis vezes mais poderosa do que a que os EUA lançaram sobre Hiroshima em 1945.

A Coreia do Norte afirmou que este foi seu primeiro dispositivo termonuclear - o mais poderoso de todos os tipos de arma atômica.

No entanto, a Coreia do Norte pode agora ter como objetivo testar um tipo menor de ogiva nuclear com força explosiva semelhante, de acordo com Byrne.

"Parece que agora eles estão testando uma nova uma ogiva miniaturizada que pode ser instalada em uma série de mísseis, incluindo mísseis de curto alcance", diz ele.

Onde poderiam ser realizados os testes nucleares?

Seis testes subterrâneos já foram realizados em Punggye-ri. No entanto, em 2018, a Coreia do Norte disse que fecharia o local porque já teria "confirmado" suas capacidades nucleares.

Alguns dos túneis no local foram posteriormente explodidos na presença de jornalistas estrangeiros. No entanto, a Coreia do Norte não convidou especialistas internacionais para verificar se o local realmente havia sido aposentado.

Imagens de satélite divulgadas no início deste ano indicam que o trabalho para renovar Punggye-ri começou.

Qualquer teste nuclear futuro no local violaria as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Reativado o reator nuclear

Em 2018, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, fez uma promessa ao então presidente dos EUA, Donald Trump, de que a Coreia do Norte destruiria todas as suas instalações de enriquecimento de material nuclear.

No entanto, a agência atômica da ONU, a AIEA, diz que imagens de satélite apontam que a Coreia do Norte reiniciou o reator que produz plutônio para armas.

Em setembro, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, disse que havia sinais de que um local de testes nucleares havia sido reaberto.

"Observamos indicações da operação das instalações e dos trabalhos de construção no local de Yongbyon, bem como atividades em outros locais", disse ele.

O regime de Kim Jong Un diz ter realizado com sucesso o sexto teste nuclear, desta vez com uma bomba de hidrogénio. O teste provocou um sismo na região.

Liliana Valente eLusa

3 de Setembro de 2017, 7:51

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Kim Jong Un visitou o centro nuclear e assistiu ao carregamento da bomba de hidrogénio Reuters/KCNA

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Serviços meteorológicos do Japão confirmam que foi um sismo provocado LUSA/FRANCK ROBICHON

A Coreia do Norte levou a cabo o sexto teste nuclear, desta vez com uma bomba de hidrogénio, que afirma poder ser incluída num míssil de longo alcance e ainda com potência ajustada. Depois de um sismo ter sido sentido este domingo na região e de o Japão ter afirmado que só poderia ter tido origem humana, o regime de Pyongyang confirmou, num anúncio "importante" na televisão estatal, que o abalo tinha sido provocado pelo teste nuclear.

"A Coreia do Norte disse este domingo que conduziu com sucesso o teste à bomba de hidrogénio que pode ser carregada num novo míssil balístico intercontinental. A televisão estatal da Coreia do Norte disse que Pyongyang realizou o sexto teste nuclear num anúncio especial depois do terramoto artificial que foi detectado com epicentro perto do local onde se realizam os testes nucleares", avança a agência sul-coreana Yonhap News.

“Após ter analisado, entre outras, as informações da agência meteorológica, o governo [do Japão] confirma que a Coreia do Norte realizou um teste nuclear”, anunciou por sua vez o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, aos jornalistas.

Segundo Taro Kono, Tóquio endereçou um protesto formal à embaixada da Coreia do Norte em Pequim ainda antes de ter confirmado que o abalo se deveu à realização de um ensaio nuclear, qualificando o acto de “completamente imperdoável”.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitoriza a actividade sísmica mundial, tinha registado um abalo de magnitude 6.3 pelas 12h na hora de Pyongyang (4h30 em Lisboa), sinalizando a possibilidade de uma “explosão”.

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O tremor ocorreu a 24 quilómetros da localidade de Sungjibaegam, na província de Hamgyong Norte, no nordeste da Coreia do Norte, onde se localiza a base de Punggye-ri, que foi palco dos cinco testes nucleares levados a cabo até à data por Pyongyang, o último dos quais em Setembro de 2016.

Antes deste ensaio, a agência noticiosa norte-coreana dava conta que Kim Jong-un tinha feito uma visita a um centro nuclear e que "orientou trabalho" relacionado com "armas nucleares", citava a BBC. "O instituto conseguiu recentemente desenvolver uma arma nuclear mais desenvolvida. Ele [Kim Jong-un] assistiu ao carregamento de uma nova bomba de hidrogénio ser carregada num novo ICBM (míssíl balístico intercontinental)".

A Organização do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares da ONU (OTPTEN ou CTBOT, na sigla em inglês) afirmou que está a analisar a situação.

Statement by @SinaZerbo on unusual seismic event in #DPRK https://t.co/AqRXhrbNbf

— CTBTO (@ctbto_alerts) 3 de setembro de 2017

“Se for confirmado como um teste nuclear, este acto indica que o programa nuclear da República da Coreia do Norte está a avançar rapidamente. E constitui outra violação da norma universalmente aceite contra os testes nucleares; uma norma que foi que foi respeitada por todos os países, excepto um desde 1996”, disse em comunicado Lassina Zerbo, secretário executivo da CTBOT.

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