Qual era a situação dos trabalhadores ingleses da Revolução Industrial?

Tempos Modernos, o genial filme do britânico Charles Chaplin, lançado em 1936, tornou-se ícone para retratar a exploração do trabalho imposta pela Revolução Industrial. Chaplin, no papel principal, eternizou a figura do operário que não consegue parar de repetir os movimentos mecânicos da atividade na fábrica. É considerado até hoje um libelo contra as jornadas extenuantes e as péssimas condições de trabalho nas indústrias da época.

A história mostra que, no final do século 18, com a duração frequente de 18 horas diárias, eram comuns mutilações e mortes de operários que desmaiavam ou dormiam sobre as máquinas. É difícil imaginar que na Inglaterra medieval o tempo de trabalho fosse menor do que nos primórdios do capitalismo. No entanto, foi o que ocorreu. O primeiro documento que disciplinou a jornada data de 1349, quando a peste negra dizimou quase 25% da população europeia. Os artesãos e os trabalhadores agrícolas ingleses iniciavam o trabalho às 5h da manhã e encerravam entre 19h e 20h na época mais quente, de março a setembro. No inverno, terminavam no início da noite. Eram jornadas de 12 a 13 horas.

Mesmo inferior às jornadas impostas pela Revolução Industrial, relatos da época contestam durações tão longas, atestando 10 horas diárias em média para homens adultos, com exceção dos domingos, registra o economista Paulo Sérgio Fracalanza na tese de doutorado na Unicamp Redução do Tempo de Trabalho: uma solução para o problema do desemprego?. Quase quatro séculos depois, os empregados ainda eram obrigados a trabalhar 12 horas diárias. Como não havia fiscalização organizada, esse limite legal não era cumprido.

A pressão dos movimentos de trabalhadores ingleses por melhores condições de vida resultou em cinco leis após 1802. Mas só a Lei Fabril de 1833 vingou. Definiu jornada normal de trabalho entre 5h30 e 20h30, com intervalos.

Trajetória francesa

Uma das experiências mais estudadas pelos acadêmicos brasileiros é a da França, que adotou em 2000 a chamada Lei das 35 Horas. Ela substituiu a exigência legal de 39 horas semanais.

Um texto legal de importância na França data de 1841 e só era aplicado a fábricas com mais de 20 trabalhadores. Voltado a reduzir a concorrência predatória entre indústrias têxteis, não obteve êxito. Os meios para fiscalizar o cumprimento das leis trabalhistas só começaram a ser constituídos a partir de 1874.

É bom lembrar que a referência até o século 19 era a jornada diária. A trajetória nesse período não foi regular, com avanços e retrocessos. Porém, foi muito melhor do que o ocorrido na época da Revolução Francesa, quando os empregadores ganharam plenos poderes para determinar a duração do tempo de trabalho, em 1791, com a Lei Le Chapelier.

Só no início do século 20 os trabalhadores franceses conquistaram a redução para 10 horas diárias, e mesmo assim pequenas empresas e trabalhos em domicílio ultrapassavam as 12 horas. Em 1919, a jornada máxima foi fixada em 8 horas diárias e 48 horas semanais.

Em 1936, com o objetivo de abrir novos postos de trabalho, o governo de coalizão de partidos de esquerda baixou a jornada para 40 horas semanais e instituiu duas semanas de férias pagas por ano. Foi a primeira vez que se reconheceu o direito ao lazer para o trabalhador. Nessa época, os franceses já podiam se aposentar aos 65 anos, benefício instituído em 1910. As férias de quatro semanas foram estabelecidas em 1969.

Mais tarde, os benefícios foram ampliados no governo Miterrand, em 1982, com férias de cinco semanas, aposentadoria aos 60 anos e jornada reduzida para 39 horas semanais. Vários setores interpretaram esses resultados como um fracasso político, registra Fracalanza. A expectativa de redução do desemprego foi frustrada, comprovando, na visão de muitos economistas, que os efeitos da redução da jornada exigem tempo para se manifestarem e não há correlação direta, dependendo da conjuntura econômica e das especificidades do setor.

Porém, os trabalhadores franceses, de modo geral, são solidários. Pesquisa do Institut National de la Statistique et des Études Économiques, de 1995, revelou que muitos deles estão dispostos a reduzir a jornada e os salários se a medida representar ­manutenção ou ampliação do número de empregos onde trabalham.

Saiba mais

Relatório do senador Walter Pinheiro

Redução do tempo de trabalho: uma solução para o problema do desemprego

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

A revolução Industrial inglesa foi um avanço tecnológico que mudou o modo de produção de produtos e tornou a Inglaterra uma potência mundial.

A Revolução Industrial inglesa foi um conjunto de mudanças que ocorreram no século XVIII, com a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o emprego de máquinas. No entanto, a principal causa da revolução industrial foi a mudança dos modos de produção capitalista em relação a economia manufatureira.

Outro ponto da revolução industrial que precisa ser esclarecido, é o fato dela ter surgido na Inglaterra. A respeito disso, a Inglaterra saiu na frente nesta revolução pelo fato de já haver consolidado o poder da burguesia.

No entanto, as causas deste fato remetem a revolução Gloriosa preconizada por Oliver Cromwell.A partir deste acontecimento a Inlaterra conquistou uma monarquia com poder absoluto jutamente com o poder burguês.

Além disso, Cromwell criou uma lei de navegação, que estabelecia o monopólio de navegação comercial aos ingleses, resultando no controle das rotas marítimas pela Inglaterra.

A inglaterra instituira também a lei do cercamento, onde terras comus destinadas aos camponeses desde o feudalismo, foram cercadas para o pasto de ovelhas, para a produção de lã. Assim, milhares de pessoas foram expulsas dos campos e foram para as cidades. Neste sentido tornaran-se mão de obra barata para o nascimento da industria.

A Revolução Industrial surgiu num país bem estabilizado

A Inglaterra era um país unificado e com uma situação política estável. Estava também livre de tarifas alfandegárias e com infraestrutura bancária bem consolidada. No século XVIII já era uma potência econômica internacional, que acumulava grandes somas de capital. Geograficamente também era favorecida, sobretudo pela presença de grande número de portos naturais e rios navegáveis.

Outro fator essencial para a ocorrência ali da Revolução Industrial foi a mão de obra abundante e barata. É que muita gente foi expulsa do campo por grandes proprietários rurais, posteriormente migando para a cidade.

Ademais, a Inglaterra tinha a maior marinha do mundo, de tal forma que ganhou a hegemonia naval.

A revolução é dividida em três fases cada qual com suas caracteríticas:

  • Primeira fase: Nova organização capitalista, posterior a manufatura e predominate na Inglaterra, tem começo no século XVIII
  • Segunda fase: Metade do século XIX até meados do século XX. Sua características são o avanço tecnológico, novos padrões de consumo, surgimento do Taylorismo e do Fordismo
  • Terceira fases: Revolução tecnocientífica, guerra fria como motor do desenvolvimento industrial e tecnológico, capitalismo financeiro e globalização

Qual era a situação dos trabalhadores ingleses da Revolução Industrial?

De simples manufatura ao desenvolvimento industrial

No século XVIII, a produção era artesanal, e assim sendo, o produtor dominava todo o processo produtivo. Mas Inglaterra já possuía manufaturas, que eram grandes oficinas onde os artesãos trabalhavam manualmente.

Mas o comércio estava aquecido e exigia um aumento na oferta de produtos. Surgiram então  diversos inventos que revolucionaram a produção. Em 1767, o inventor inglês James Hargreaves criou a máquina de fiar, que era de madeira. Em 1769, Richard Arkwright criou o tear hidráulico, depois aperfeiçoado e usado na indústria têxtil. Nesse mesmo ano, James Watt inventou a máquina a vapor.

A energia do vapor passou a ser utilizada nas máquinas de fiar e tecer. Portanto, o primeiro ramo da indústria a ser mecanizado foi o da fiação e tecelagem de algodão. E foi na fabricação de tecidos que ocorreram os mais importantes avanços técnicos no início da industrialização.

Qual era a situação dos trabalhadores ingleses da Revolução Industrial?

Máquinas mais sofisticadas aumentaram a produção

A Inglaterra tinha abundância de ferro e carvão, matérias primas da construção de máquinas e para a produção de energia. A produção de carvão aumentou devido às bombas a vapor e outras inovações tecnológicas.

Em 1779, Samuel Cropton aprimorou o tear hidráulico. Ao passo que, em 1785, Edmund Cartwright inventou o tear mecânico, operado por mão de obra não especializada. Isso marcou o fim da tecelagem manual.

Logo a madeira foi substituída por metal e isso aumentou a resistência das máquinas. A avanço da siderurgia estava em alta.

Qual era a situação dos trabalhadores ingleses da Revolução Industrial?

A vida miserável dos trabalhadores, as revoltas e os direitos trabalhistas

Com a Revolução Industrial Inglesa surgiu uma classe operária de baixos salários e jornadas de trabalho de 16 horas. Esses operários eram os antigos donos dos teares e rocas, mas que foram vencidos pelos industriais. Com o vinda do camponês para a cidade, Londres tinha em 1800 uma população de 1 milhão de habitantes.

Mulheres e crianças lotavam as fábricas, com salários mais baixos que o dos homens. As condições de trabalho eram precárias e colocavam em risco a vida e a saúde do trabalhador.

Com isso houve revoltas, e os confrontos com a polícia se intensificaram. Como tais conflitos atrapalhassem a produção, não interessavam aos industriais. Assim surgiu a Lei Speenhamland, que dava subsistência mínima para os desempregados.

Em 1811 surgiu o Movimento Ludista, que incentivava a destruição das máquinas pelos trabalhadores. Na década de 1830, o Movimento Cartista reivindicava o voto para todos os cidadãos ingleses. E logo surgiram as Trade Union (sindicatos), que proibiram o trabalho infantil, reivindicavam o trabalho de oito horas e o direito de greve.

Você gostou de conhecer como surgiu a Revolução Industrial na Inglaterra? Então vai gosta também de ler porque a Revolução Inglesa foi tão importante.

Fonte: Só História, Toda Matéria, Brasil Escola, Info Escola.

Como era a vida dos trabalhadores na Inglaterra antes da Revolução Industrial?

Na Inglaterra, antes da Revolução Industrial, a produção de bens era realizada de modo artesanal e manual e, em alguns casos, com o emprego de algumas máquinas simples que facilitavam a confecção de produtos. O trabalho era feito em baixa escala e o processo de produção era muito demorado.

Como eram tratados os trabalhadores na Revolução Industrial?

Nas fábricas, os trabalhadores foram obrigados a seguir o ritmo da máquina a vapor, ocupando o lugar do trabalhador artesanal e das pequenas manufaturas. Ela trouxe a intensidade da exploração da mão-de-obra, o tempo começou a ser controlado por industriais e não mais pelos artesãos.

Como eram as relações trabalhistas na Inglaterra da Revolução Industrial?

As primeiras máquinas utilizadas na produção fabril eram experimentais e, em razão disso, os acidentes de trabalho eram comuns. Os operários, desprovidos de equipamento de segurança, sofriam com constantes explosões e mutilações e não recebiam nenhum suporte de assistência médica, nem seguridade social.

Como funcionava a carga de trabalho para os trabalhadores ingleses?

Os artesãos e os trabalhadores agrícolas ingleses iniciavam o trabalho às 5h da manhã e encerravam entre 19h e 20h na época mais quente, de março a setembro. No inverno, terminavam no início da noite. Eram jornadas de 12 a 13 horas.