Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

Todo mundo vibrou com a prata da Rayssa Leal, a.k.a. Fadinha, na madrugada desta segunda-feira (26). A atleta de 13 anos, a mais jovem do Brasil e faturar medalha na história dos jogos, é uma mulher negra criada em Imperatriz (MA). Todo mundo vibrou com a prata da Rayssa, então, esta coluna parece chover no molhado: "Claro que a primeira medalhista brasileira de Tóquio é uma mulher negra. Quem não conhece a Rayssa uma hora dessas?" Engana-se, nobre leitor, gentil leitora, que este escriba está se referindo à jovem Rayssa.

Me refiro ao fato de a primeira medalhista olímpica individual da história do Brasil ser uma mulher negra e periférica nascida no coração do país.

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A verdade é que, apesar de os jogos Olímpicos contarem com a participação de mulheres há 121 anos (desde os jogos de Paris, em 1900) e de o Brasil ter estreado nos jogos em 1920 (quando ganhamos três medalhas na .Atuérpia), só fomos ter uma medalhista olímpica em prova individual no recente anos de 2008. Sim, isso mesmo, tivemos que esperar 29 Olimpíadas para assistir a primeira brasileira a subir ao pódio individual. Essa medalhista foi uma jovem negra, de 20 anos, criada na Ceilândia (DF). Estamos falando da judoca Ketleyn Quadros, bronze na categoria "leve" (até 57 kg).

Brasileiras nas Olimpíadas

Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

São Paulo - Ketleyn Quadros, a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica em provas individuais, carrega a tocha olímpica em São Paulo

Imagem: Rio 2016/Fernando Soutello

A primeira vez que uma atleta brasileira subiu no pódio dos Jogos Olímpicos foi em 1996, em Atlanta (EUA). Mas na ocasião só conquistamos medalhas em esportes coletivos: vôlei de praia, vôlei de quadra e basquete. Antes disso, algumas brasileiras haviam chegado "quase lá" em esportes individuais.

Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

Aída dos Santos em 1964

Imagem: Reprodução

Aída dos Santos ficou na quarta colocação no salto em altura, nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Depois em Atenas, Natália Falavigna, também ficou em quarto lugar, em 2004, no taekwondo. Mas foi só em Pequim que a judoca Ketleyn Quadros colocou uma atleta brasileira no pódio. Isso foi 88 anos depois da primeira medalha individual conquistada por um brasileiro,

Depois do pioneirismo de Ketleyn, a presença de mulheres brasileiras nas finais se tornou mais comum. No próprio judô, tivemos ouro com Sarah Menezes e Rafaela Silva e dois bronzes com Mayra Aguiar.

"Quando a mulher negra se movimenta, toda sociedade se movimenta com ela"

Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

Fadinha do skate, Rayssa Leal faturou prata em Tóquio

Imagem: Wander Roberto/COB

Ketleyn e Rayssa, as duas mulheres negras que protagonizam esse texto, estão juntas nos Jogos de Tóquio 2021.

Ketleyn, que também ganhou a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2010, em Medellín, foi porta-bandeira do país na cerimônia de abertura destas Olimpíadas e disputou sua segunda medalha na categoria meio-médio. Foi eliminada na madrugada desta terça, após perder da canadense Catherine Beauchemin-Pinard. Fadinha já escreveu seu nome na história do país.

Um país que mudou tanto, de 2008 para cá, que nem parece verdade descobrir que a primeira medalha individual feminina só veio há 13 anos.

No judô, Mayra Aguiar ganhou o bronze e é a primeira mulher brasileira a conquistar três medalhas de Jogos Olímpicos em modalidades individuais

Publicado em 29/07/2021 14h41 Atualizado em 31/10/2022 14h25

Um dia que ficará marcado para os brasileiros nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Rebeca Andrade conquistou a primeira medalha na história da ginástica feminina ao garantir a prata durante a competição. A ginasta recebe a Bolsa Pódio do Governo Federal, principal categoria do Bolsa Atleta voltada para atletas que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em suas categorias.

“Eu estou muito feliz. Feliz demais. Passei por muita coisa e coloquei essa Olimpíada como objetivo. Mas meu objetivo aqui era fazer o meu melhor, era brilhar da melhor maneira possível, e eu acho que eu brilhei. Consegui a nossa primeira medalha”, disse.

Na disputa pela medalha, Rebeca passou pelas quatro etapas da ginástica artística: salto, barras assimétricas, trave e solo.

Mas para subir ao pódio Rebeca teve que treinar muito e passar pela recuperação de cirurgias no joelho. “Tenho três cirurgias. Eu tive várias oportunidades de desistir, mas eu não desisti e estou aqui com a minha medalha de prata. Tem como estar mais grato que isso? Não tem”, disse. “O esporte muda vida. dá educação, dá inteligêcia, sabedoria, você cresce, vira um ser humano melhor”, ressaltou.

Na etapa do solo, a música escolhida por Rebeca foi o funk Baile de Favela. “Eu gosto de funk, adoro dançar. As batidas são demais”, contou. Mas para inspiração ela busca a letra de outra canção, Sabor de Mel, e citou uma parte durante entrevista após a conquista da medalha: “você é o escolhido, a sua história não acaba aqui. Você pode estar chorando agora, mas amanhã você irá sorrir”.

Rebeca Andrade ainda terá a chance de disputar novas medalhas durante os jogos, pois participará das finais nas categorias salto, no dia 1º e solo, no dia 2.

Ginástica Artística

A ginástica artística está presente desde a primeira edição dos Jogos, em 1896, na Grécia. Mas a modalidade era reservada aos homens e, em 1928, na edição de Amsterdã, Holanda, as mulheres passaram a competir. Atualmente, a modalidade conta com seis aparelhos nas competições para os homens: solo, cavalo com alças, argolas, salto, barras paralelas e barra fixa. No feminino, são quatro: salto, barras assimétricas, trave e solo.

Os sete integrantes da seleção de ginástica artística classificados para Tóquio fazem parte do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. Seis deles pertencem à categoria Pódio, a principal do programa.

No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a ginástica artística recebeu do Governo Federal investimento direto de R$ 7 milhões via Bolsa Atleta, que possibilitou a concessão de 256 bolsas.

Judô

A gaúcha Mayra Aguiar conseguiu superar uma lesão e conquistou uma medalha de bronze na categoria meio-pesado, de até 78 kg, no judô. É a terceira medalha seguida em Jogos Olímpicos, depois dos bronzes em Londres 2012 e Rio 2016. Com isso, a judoca se torna a primeira mulher brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em uma modalidade individual.

“Eu me emocionei muito, muito. Acho que eu nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança aí. Mas tá muito entalado ainda, sabe? Tudo que eu vivi. Foi muito tempo de superação. Foi uma atrás da outra. E hoje poder concretizar com uma medalha isso é muito importante para mim. Eu acho que é a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Tudo que aconteceu. Hoje eu poder estar com isso concretizado também é muito gostoso. É muito bom”, afirmou.

Em novembro do ano passado, Mayra precisou passar por cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O procedimento foi o sétimo de uma série de intervenções cirúrgicas.

Dos 13 atletas que representam a modalidade nas Olimpíadas, 11 integram o Bolsa Atleta e nove fazem parte da Bolsa Pódio. Entre eles, Mayra de 29 anos e Daniel Cargnin que conquistou o bronze na categoria peso meio-leve, até 66 kg.

No ciclo Rio–Tóquio, o judô brasileiro recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 16,2 milhões. Os recursos representaram a concessão de 1.056 bolsas.

Bolsa Atleta

O Bolsa Atleta divulgou esse ano a maior lista de esportistas patrocinados pelo programa. São 7.197 contemplados.

O Bolsa Atleta faz parte do tripé formado ainda pela Lei das Loterias e Lei de Incentivo ao Esporte que tornam o Governo Federal no maior patrocinador esporte olímpico e paralímpico no país, com um investimento anual superior a R$ 750 milhões.

Confira os atletas que já conquistaram medalhas, além de Rebeca e Mayra, nas Olimpíadas de Tóquio:

Skate

Kelvin Hoefler - o skatista conquistou a primeira medalha do Brasil em Tóquio, ao levar a prata na categoria street. O paulista de Itanhaém recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio, destinada aos que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em sua modalidade.

Rayssa Mendes Leal - Rayssa Leal, a Fadinha, conquistou a medalha de prata, também no skate, na categoria street. A maranhense de apenas 13 anos tornou-se a brasileira mais jovem a receber uma medalha olímpica. É tão nova que não atende, ainda, os requisitos do Bolsa Atleta, que exige idade mínima de 14 anos para os patrocínios.

O skate foi integrado ao Bolsa Atleta a partir da inclusão da modalidade nas Olimpíadas e recebeu R$ 3,2 milhões para o ciclo. Com os recursos, foram concedidas 65 bolsas para atletas da modalidade

Judô

Daniel Cargnin - a medalha de bronze, foi conquistada pelo judoca gaúcho de 23 anos na categoria peso meio-leve, até 66 kg. O 3º Sargento da Marinha Daniel Cargnin é o primeiro militar atleta a subir no pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. Ele integra o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas e também recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio.

O judô é o esporte individual que mais rendeu medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos. São 23, com quatro de ouro, três de prata e 16 de bronze. Para Tóquio, a delegação brasileira conta com 13 esportistas, sendo que 11 fazem parte do Bolsa Atleta. No ciclo Rio–Tóquio, o judô brasileiro recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 16,2 milhões para concessão de 1.056 bolsas para praticantes do esporte..

Natação

Fernando Scheffer - o terceiro-sargento do Exército garantiu uma medalha de bronze para o Brasil e trouxe a natação de volta ao pódio olímpico. O gaúcho de 23 anos levou o bronze nos 200 metros livre. O nadador é mais um medalhista que tem o Bolsa Pódio e desde 2018 integra o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), do Ministério da Defesa. A medalha de bronze dele é a primeira que o Brasil conquista na natação desde os Jogos de Londres, em 2012. E a primeira na prova desde a prata com Gustavo Borges, em Atlanta, em 1996.

No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a natação recebeu investimento do Bolsa Atleta, de R$ 23,7 milhões, utilizados para a concessão de 1.189 bolsas. Dos 26 nadadores em Tóquio, 25 estão atualmente ligados ao programa de patrocínio individual do Governo Federal.

Surfe

Ítalo Ferreira – com 27 anos, vindo de Baía de Formosa (RN), conquistou a primeira medalhada de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O atleta recebe o Bolsa Pódio, a principal categoria do Bolsa Atleta. Ítalo Ferreira entra para a história como primeiro campeão olímpico do surfe já que a modalidade estreou nessa edição das Olimpíadas.

Com a inclusão do surfe no programa dos Jogos, a modalidade passou a integrar o Bolsa Atleta. Nesse ciclo, o investimento direto na modalidade foi de R$ 1,4 milhão, valor suficiente para a concessão de 56 bolsas para praticantes do surfe.

Qual foi a primeira mulher brasileira a ganhar medalha olímpica?

Com informações do Ministério da Cidadania

Quem foi a primeira mulher brasileira a ganhar a primeira medalha olímpica para o Brasil?

Em 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Maria Lenk escreveu uma nova história para as mulheres brasileiras no esporte olímpico. Aos 17 anos, a nadadora paulista foi a primeira mulher brasileira e sul-americana a participar de uma Olimpíada.

Qual a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica e Mundial?

“A 1ª medalha mundial da ginástica feminina brasileira foi Daiane dos Santos. A 1ª medalha olímpica foi Rebeca Andrade, uma filha de uma mãe solo como são tantas de nós.

Qual atleta conquistou a primeira medalha olímpica para o Brasil?

A primeira medalha Olímpica obtida pelo Brasil foi a de prata, em 2 de agosto, com Afrânio da Costa - natural de Macaé (RJ) - na pistola livre (50m).

Qual foi a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro?

Charlotte Reinagle Cooper (Ealing, 22 de setembro de 1870 - Helensburgh, 10 de outubro de 1966) foi uma tenista britânica e a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro olímpica.