Quando duas pessoas falam a mesma coisa ao mesmo tempo o que significa

Você provavelmente conhece algumas pessoas que, depois de se casarem ou namorarem por algum tempo, ficaram parecidas com seus pares. Isso acontece porque dividir a vida com alguém que se ama é uma experiência realmente intensa, e é bastante comum que pessoas que estejam juntas há algum tempo comecem a pensar de maneira parecida, fazendo parte de um processo chamado “mente compartilhada”, que define a sintonia do casal.

A seguir, confira algumas características cientificamente comprovadas de casais que dividem características relacionadas à própria mente:

1 – Linguagem própria

Essa é fácil de reconhecer: se aquelas mensagens trocadas entre você e a pessoa amada são compreendidas apenas por vocês dois, já é bom indicativo. Ter uma comunicação diferente com determinada pessoa é um dos primeiros sinais de que suas mentes estão sincronizadas. A linguagem própria do casal fortalece os laços e ajuda a criar uma identidade em comum.

2 – Fim da autocensura

Em situações sociais comuns, com amigos, familiares e colegas de trabalho, tendemos a filtrar o que dizemos, por uma questão de adequação social. Diante de um parceiro romântico, no entanto, a tendência é falar e agir natural e espontaneamente.

3 – Vocês ficam fisicamente parecidos

Em sua famosa pesquisa, publicada em 1987, o psicólogo Robert Zajonc concluiu que integrantes de um casal ficam parecidos um com o outro, com o passar do tempo, porque os dois usam os mesmos músculos frequentemente e, pouco a pouco, começam a se espelhar um no outro. Em psicologia, isso é chamado de estrutura cognitiva compartilhada.

- Parece que você quer me beijar - Eu quero

4 – Vocês falam de forma parecida

Como tudo vai virando um pouco mais do mesmo, até o ritmo da fala das duas pessoas apaixonadas pode ficar sincronizado. Para a psicologia, isso é chamado de “contágio emocional”, que é o que acontece quando pessoas ficam muito tempo juntas e começam a sincronizar padrões de discurso.

5 – Aquelas piadinhas que só vocês entendem

Quanto mais um casal está sintonizado, mais seus integrantes conhecem a respeito um do outro e gostam do que conhecem. Inconscientemente, cada pessoa vai mudando à medida que conhece mais o outro, e chega um ponto em que o casal realmente desenvolve uma identidade de comunicação própria, quando cada um entende os gestos, a postura, as palavras e as frases ditas pelo outro. Nesse ponto, surgem as piadinhas que só os dois entendem e que quem vê de fora acha ridículo – e sente um pouquinho de inveja também.


Texto originalmente postado em 23/02/2016 e editado em 05/09/2017.

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Você já passou por um dilema e, de repente, recebeu um sinal que fez com que todas as suas dúvidas desaparecessem? Esses sinais inesperados podem vir de inúmeras maneiras. Através de um pensamento ou de uma imagem que vem à mente apontando um novo caminho, de um sonho esclarecedor, de uma conversa que traz a resposta que estávamos buscando há algum tempo, de uma mensagem de um livro ou de um filme que chacoalha as nossas convicções, ou mesmo de um encontro com alguém especial que provoca uma guinada na vida.

Quando algo assim acontece, pensamos que é uma dessas coincidências do dia a dia, como pensar em uma pessoa e receber uma ligação dela na mesma hora. Mas não é. Enquanto as coincidências comuns são apenas a ocorrência de dois ou mais fatos ao mesmo tempo, as sincronicidades são esses momentos acompanhados de um significado ou insight.

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Foi o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung quem batizou o fenômeno. Ele observou que as coincidências significativas de dois ou mais acontecimentos eram algo mais do que uma probabilidade de acasos. Ou seja, para ser sincronicidade, é preciso que dois ou mais eventos aconteçam simultaneamente, sem relação de causalidade ou lógica de tempo e espaço, e transformem a vida de algum jeito.

"Não adianta ser só coincidência sem produzir uma mudança de visão de mundo, um significado. A sincronicidade mexe com as emoções e gera uma mudança do estado de consciência", explica Waldemar Magaldi, psicólogo, psicanalista junguiano e coordenador do IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa). Portanto, nem mesmo acontecimentos surpreendentes como ganhar na loteria duas vezes ou perder um voo e depois descobrir que o avião caiu podem ser definidos como sincronicidades, se eles não forem gatilhos para uma transformação pessoal.

Para o fenômeno ficar mais claro, o especialista conta o que aconteceu com um casal de amigos que há sete anos estava tentando ter um filho. Certa noite, a mulher sonhou com uma criança que disse que estava chegando, e inclusive revelou como se chamava. No dia seguinte, o marido encontrou uma colega médica que comentou o caso de uma criança que estava à espera de adoção, pois a mãe a havia abandonado. Quando foi visitá-la, a moça reconheceu que era a mesma do sonho.

As sincronicidades acontecem quando soltamos a mente. "Diante de um momento de 'relaxamento' do ego, podemos ser visitados por imagens vindas do inconsciente, tanto individual quanto coletivo", afirma Luciana Bagatella, psiquiatra e diretora de comunicação da SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica). E continua. "Se essas imagens se relacionam com outras que estejam ocorrendo simultaneamente e tiverem um significado relacionado, esse pode ser um evento sincrônico".

Participação do inconsciente coletivo

Pensar que as sincronicidades são frutos do consciente e inconsciente pessoal é um grande equívoco. Para acontecer, elas também dependem do inconsciente coletivo, que é um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade, como definiu Jung. "Quando somos concebidos, saímos de uma condição que ele chamava de pleroma, como se fosse uma sopa cósmica onde tudo está de alguma maneira envolvido", compara Magaldi. Em outras palavras, estamos interligados e interconectados o tempo todo.

Para entender melhor, imagine que a consciência é uma pequena ilha num grande lago que é o inconsciente pessoal, onde estão armazenadas as experiências que você viveu desde a infância. Esse lago faz parte de um oceano formado por todas as pessoas, que é o inconsciente coletivo. "O inconsciente coletivo é um só e pode fornecer imagens de qualquer tempo e espaço, de qualquer indivíduo ou cultura. Eventualmente, quando dotadas de um significado, elas podem parecer encomendadas para a situação", resume Bagatella.

Há quem prefira pensar que sincronicidades são frutos do acaso ou de interpretações místicas, mas elas encontram explicações em algumas linhas de pesquisa. "Para a física quântica, o espaço e o tempo são relativos, ou melhor, não obedecem às mesmas ordens dessa realidade objetiva em que vivemos. Assim, a descontinuidade e a ilógica ganham um espaço antes ocupado pela causalidade e pela previsibilidade", enfatiza Bagatella. O psicanalista concorda. "Foi se percebendo que existem padrões significativos de tendências que fogem da ideia do por acaso".

Não deixe as oportunidades passarem

O objetivo das sincronicidades é nos fazer olhar para dentro de nós. "Jung nos ensina que o self - ou totalidade psíquica - tem o interesse de fazer com que o ego se volte para a psique, para a alma. O problema é que o ego nega a alma. Porque quando a reconhece, ele é obrigado a admitir sua finitude", analisa Magaldi. Ele acrescenta que ao negar a alma, o ego se concentra nos acontecimentos externos. O resultado desse distanciamento de si mesmo é uma vida de angústias e sofrimentos.

Por isso, o self tenta cria caminhos com objetivo de fazer o ego se voltar para a alma. Esses caminhos podem ser produções criativas, sonhos e sincronicidades. "Quando a pessoa não presta atenção a esses sinais pode perder oportunidades que vêm para o processo evolutivo dela. A sincronicidade vem, o insight vem e ela não faz nada com aquilo", alerta Magaldi.

Todos nós podemos viver sincronicidades. Mas para isso, não devemos andar distraídos. "É preciso estar de 'olhos bem abertos' pra não deixar o símbolo escapar. Qualquer um pode viver um episódio sincrônico, mas há que se estar disponível e atento para receber as 'cenas' e entender a relação entre elas", ensina Bagatella. Quando nos abrimos para perceber e interpretar esses sinais, aumentam as chances de vivermos sincronicidades.

Além de solucionar problemas e trazer respostas, as sincronicidades tornam a vida mais interessante e cheia de significados profundos. "O grande barato disso é deixarmos de ser tão literais. A hora que passamos a ter um olhar simbólico, metafórico e, consequentemente, ético para a vida, a gente começa a ver coisas que normalmente não veria no cotidiano". O primeiro passo para isso é acreditar que elas existem.

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O que significa quando a pessoa fala a mesma coisa?

A logorréia ou logomania é um transtorno comunicativo em que a pessoa fala compulsivamente e tem um discurso incoerente. A logomania pode ser considerada tanto um transtorno quanto um sintoma de um outro transtorno. Ademais, pode ser considerada uma sequela de algum tipo de lesão cerebral.

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