Quando Vasco da Gama chegou ao Brasil?

Depois da expedição de Vasco da Gama, foi envida uma segunda expedição para a Índia, desta vez comandada por Pedro Alvares Cabral.

A expedição partiu de Lisboa em março de 1500. A frota passou por Grã Canária, rumo a Cabo Verde. Navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente africano, utilizando novamente a técnica de navegação "volta do mar". Em abril de 1500, a frota ancorou no Brasil, sendo esta a primeira expedição europeia a chegar a aquele país.

A frota retomou sua viagem rumo à Índia em maio de 1500, e chegou a Calecute em setembro. Cabral teve êxito nas negociações com o Samorim e obteve autorização para instalar uma feitoria e um armazém na cidade-estado. Mas os comerciantes rivais consideraram o negócio português como uma ameaça ao monopólio deles e provocaram um ataque ao entreposto português. Os portugueses sofreram várias baixas e suas instalações foram destruídas. Cabral vingou-se do ataque saqueando e queimando a frota árabe e, em seguida, bombardeou a cidade em represália à incapacidade de seu governante explicar o ocorrido.

De Calecute a expedição rumou para Cochim, outra cidade-estado indiana, onde Cabral fez amizade com seu governante. Cabral, carregou seus navios com cobiçadas especiarias e partiu rumo à Europa. Apesar da perda de vidas humanas e de navios, a viagem de Cabral foi considerada um sucesso após o seu regresso a Portugal. Os lucros extraordinários resultantes da venda das especiarias reforçaram as finanças da Coroa Portuguesa e ajudaram a lançar as bases de um Império Português, que se estenderia das Américas ao Extremo Oriente.

A 17 ou 18 de maio de 1498 - as fontes não são concordantes acerca do dia exato - a armada de Vasco da Gama avistou terra após 23 dias de viagem percorridos desde a última escala em Melinde.

Perceberam que estavam nas redondezas de Calecute e, dois dias depois, chegaram-se às naus várias embarcações da terra, que vinham perguntar quem eram os portugueses, de onde vinham e o que queriam. Foi nesta altura que Vasco da Gama mandou desembarcar um degredado. Foi recebido por dois muçulmanos do Magreb que falavam espanhol e a quem ele proferiu a célebre expressão “vimos buscar cristãos e especiaria”.

Os portugueses desembarcaram e foram conduzidos por terra até à cidade, num percurso ao longo do qual se juntou uma enorme multidão curiosa para ver os estrangeiros. Como descreve o relato anónimo da viagem, “a gente era tanta, que nos vinha a ver, que não tinha conto; e assim como as mulheres saíam das casas, com os filhos nos braços, assim se iam depois de nós”.

• Houve contacto com o rei de Calecute?

Depois de alguns dias de espera, Vasco da Gama foi recebido em audiência pelo samorim. Durante cerca de três meses, os portugueses estabeleceram contactos diplomáticos, recolheram informações sobre a terra, a Índia e o seu comércio.

Vasco da Gama apercebeu-se das reticências do rei e da hostilidade das comunidades de mercadores muçulmanos que olhavam para os estrangeiros com suspeita e apreensão.

Uma das características mais importantes desta viagem foi a quantidade de equívocos que se criaram: os portugueses estavam convencidos de que a população e o rei eram cristão e não compreendiam a razão por que o comércio das especiarias estava nas mãos dos muçulmanos.

Além disso, as mercadorias que os portugueses traziam eram completamente inadequadas ao comércio local: mantas, chapéus, bacias de metal, mel ou azeite. Vasco da Gama ofereceu-os ao samorim e foi publicamente humilhado e alvo da chacota por parte dos dignitários da corte e dos mercadores da terra.

• Que balanço se pode fazer da viagem?

A armada de Vasco da Gama partiu de Calecute a 29 de agosto e chegou a Lisboa exatamente um ano depois, depois de várias escalas. Foi recebido em triunfo com festejos públicos e com grande satisfação do rei D. Manuel, que lhe concedeu o título de Conde da Vidigueira.

A viagem foi um sucesso político evidente, porque comprovou a viabilidade do projeto de D. João II e de D. Manuel e inaugurou a ligação marítima direta entre a Europa e a Ásia.

Há que relembrar que várias figuras na corte tinham encarado a viagem com ceticismo e que o conselho do rei tinha votado contra a sua realização. Porém, a carga de pimenta trazida pela armada era modesta e as dúvidas, equívocos e percalços da estadia em Calecute ensombravam o sucesso da viagem.

A armada seguinte, de Pedro Álvares Cabral, composta por 13 navios e devidamente apetrechada de meios bélicos, logísticos e diplomáticos, constituiu a resposta adequada aos desafios que se tinham colocado a Vasco da Gama.

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Vasco da Gama (1469-1524) foi um navegador portugu�s, comandante da grande expedi��o que partiu de Lisboa e abriu o novo caminho mar�timo para a �ndia, importante centro produtor de especiarias, tecidos e pedras preciosas.

Vasco da Gama nasceu em Sines, cidade portuguesa da regi�o do Alentejo, Portugal, provavelmente no ano de 1469. Era filho ileg�timo do navegante Estev�o da Gama, casado com Dona Maria Isabel Sodr�.

Contexto hist�rico

O interc�mbio comercial com a �ndia era muito importante para os europeus, n�o s� pelas especiarias, mas tamb�m pelos tecidos e pedras preciosas.

As vias de aceso eram cada vez mais prec�rias: no Mediterr�neo, havia os piratas �rabes, no Egito a seguran�a das caravanas estava amea�ada, na �sia Menor os turcos-mul�umanos eram hostis com os crist�os.

A expans�o mar�tima e comercial portuguesa come�ou em 1415, no reinado de D. Jo�o I, quando as tropas portuguesas tomaram Ceuta (atual Marrocos), no Norte da �frica.

Tr�s anos depois ocuparam o arquip�lago da Madeira. Nessa �poca, navegadores de v�rias nacionalidades trabalhavam para o governo de Lisboa, por causa do empenho do Infante D. Henrique (1394-1460).

O Infante, j� apelidado de �navegador�, continuou incentivando as expedi��es. Em 1416 fundou, no litoral sul do pa�s, a Escola de Sagres, onde se reuniam matem�ticos, cart�grafos navegadores e estudantes.

Diversas expedi��es partiram para reconhecimento da costa africana. Em 1454, o Papa Nicolau V reconheceu os direitos portugueses sobre todas as terras e riquezas descobertas.

Em 1460 morre o Infante D. Henrique e h� uma tr�gua nas viagens para novas descobertas.

Inf�ncia e juventude

Nascido por volta de 1469 e vivendo com a fam�lia junto ao porto de Algarves, Vasco da Gama passou a inf�ncia num ambiente de marinheiros e viagens.

Em 1481, quando D. Jo�o II sobe ao trono, reabre a atividade em busca de novas descobertas.

Nessa �poca, Vasco da Gama estava com doze anos. Ao completar 18 anos, j� estava iniciado na arte da navega��o, j� atravessara o Mediterr�neo e visitara a cidade de T�nger, no Marrocos, conquistada pelos portugueses.

Como marujo, era encarregado de policiar os portos portugueses na costa africana e defende-los contra os navios piratas.

Descoberta do caminho mar�timo para a �ndia

Em 1487, D. Jo�o II resolve designar Vasco da Gama para comandar a projetada e sonhada expedi��o para as �ndias.

Em 1488, ap�s Bartolomeu Dias chegar ao cabo da Boa Esperan�a, no Sul da �frica., come�aram os preparativos para o grande empreendimento naval com o objetivo de descobrir uma rota mar�tima segura para as �ndias. �

Em 1495, D. Jo�o II morre em Lisboa, mas D. Manuel, seu sucessor, deu prosseguimento ao projetos..

No dia 8 de julho de 1497 os portugueses iniciam a grande expedi��o que partiu de Lisboa com quatro caravelas.

A nau �S�o Gabriel� foi comandada por Vasco da Gama, �S�o Rafael�, comandada por Paulo da Gama, irm�o de Vasco, �Berrio�, entregue a Nicolau Coelho e a quarta, carregada de v�veres e muni��es foi comandada por Gon�alo Nunes.

Ao todo, foram 160 tripulantes sob o comando geral do navegador Vasco da Gama, com apenas 28 anos.

A frota enfrentou intensa calmaria at� as ilhas can�rias, por onde passou em 15 de julho. Atingiu as ilhas do Cabo Verde ap�s 26 dias de viagem e�ali permanecendo durante um m�s.

Para evitar as correntes do golfo da Guin�, Vasco da Gama percorreu um caminho circular pelo Atl�ntico Sul, at� atingir a ba�a de Santa Helena em 7 de novembro.

Ap�s alguns dias � espera de bons ventos, dobrou enfim o cabo da Boa Esperan�a e chegou�na foz do rio dos Bons Sinais, em Zambeze, em 25 de janeiro de 1498, onde fincaram um marco.

A expedi��o continuou e chegou a Mo�ambique em 2 de mar�o. Depois de outras paradas, no dia 20 de maio estavam ancorando em Calicute, na �ndia, onde fincaram�um novo marco.

Os mercadores mu�ulmanos prepararam uma emboscada para receber os portugueses, mas estes sa�ram vencedores.

Vasco da Gama entrega ao Samudrim, soberano do Malabar, uma carta do rei de Portugal, em que solicita liberdade de com�rcio para os lusos.

Estava descoberta a�nova rota do com�rcio que dava acesso direto �s riquezas do Oriente, quebrando assim o monop�lio dos �rabes e venezianos.

Viagem de volta

Em 29 de agosto de 1498, Vasco da Gama empreendeu a viagem de volta, com as embarca��es repletas de especiarias, tecidos e pedras preciosas.

Por�m, uma epidemia de escorbuto diminuiu drasticamente a tripula��o que ficou reduzida a 35 homens. Uma das naus, a S�o Rafael teve que ser queimada, por ordem do almirante.

Em mar�o de 1499, passaram novamente pelo cabo da Boa Esperan�a e s� atingiu o Tejo em setembro, quando Vasco da Gama entrou em Lisboa sendo recebido triunfalmente. Em 1502, recebeu o t�tulo de Almirante do mar da �ndia.

Segunda e terceira viagem � �ndia

Em 1502 Vasco da Gama realiza uma segunda viagem � �ndia, com vinte embarca��es e muita gente armada. Por largo tempo fixou o poderio luso na regi�o.

No retorno para Lisboa, recebeu o t�tulo de Visconde de Vidigueira.

Em 1524, fez sua terceira viagem � �ndia que era desastrosamente governada por Dom Duarte de Menezes. Partiu com o t�tulo de vice-rei da �ndia.

Logo de in�cio, mandou Dom Duarte e alguns fidalgos de volta para Lisboa e fez grandes reformas pol�ticas.

Vasco da Gama faleceu em Cochim, na �ndia, no dia 24 de dezembro de 1524. Verdadeiro fundador do poderio colonial de Portugal, suas viagens foram imortalizadas no �pico Os Lus�adas, de Lu�s de Cam�es.

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