Quem é a atriz que faz madeleine

Intérprete de Madeleine na novela Pantanal, Karine Teles usa constantemente as redes sociais para negar que tenha uma "vida perfeita". A atriz confessou que, mesmo com o sucesso da personagem, ainda enfrenta alguns perrengues financeiros e busca estabilidade. "Pensando em qual [será] o próximo trabalho", declarou.

"Ainda não tenho estabilidade financeira. Não posso reclamar, principalmente na situação atual do país. Tenho tido trabalho, mas ainda não com a frequência que eu chamaria de estável. Preciso estar sempre atenta", disse ela, em entrevista para Patrícia Kogut, colunista do jornal O Globo.

Aos 43 anos, Karine, que esteve no elenco de filmes de sucessos como Bacurau (2019) e Que Horas Ela Volta? (2015), afirmou que Madeleine foi seu papel com maior adesão popular até hoje. Foi graças à personagem que ela passou a conhecer os efeitos que a visibilidade da TV aberta traz, como o aumento de seguidores nas redes sociais, por exemplo.

"Um número muito grande de pessoas passou a ter acesso ao meu trabalho, o que nunca tinha acontecido nessa escala. Sou atriz há muitos anos. Apesar de ter estrada e de ter feito muita coisa, as pessoas estão conhecendo o meu trabalho agora", comemorou ela.

A artista também contou que aproveitou a visibilidade das redes sociais para desmentir a ideia de que todos os famosos têm uma vida dos sonhos. "É uma tentativa minha de não gerar frustração em ninguém. Não quero que alguém que veja meu perfil ache que a minha vida é perfeita", explicou.

Na última sexta-feira (15), por exemplo, Karine publicou no Instagram uma foto "perfeita", mas expôs os bastidores na legenda. "Essa imagem é montada, dirigida, selecionada. Ela fala muito de mim e com bastante verdade. Porém é pura ficção", escreveu.

Confira abaixo:

Nem mesmo Karine Teles consegue defender as atitudes de Madeleine em Pantanal. A intérprete da influenciadora digital critica a vida de privilégios que os Novaes levam na novela das nove da Globo: "É o retrato de uma elite fútil, sem nenhuma consciência social e política".

"É sempre difícil para mim não criticar a personagem (risos). Mas acredito que as pessoas não devem gostar dela mesmo! A novela está mostrando de uma maneira trágica a futilidade que pode existir em uma vida de privilégios. É claro que não estou romantizando a pobreza, sou contra essa crença", explica a atriz.

"Mas elas [as mulheres da família Novaes] ficam só administrando um dinheiro para qual não fazem nada para receber, não trabalham para ter. Madeleine é o retrato de uma elite fútil, sem nenhuma consciência social e política. Eu a considero um exemplo do que existe de ruim", completa a artista em entrevista ao jornal Extra.

A personagem teve algumas mudanças na adaptação de Bruno Luperi da trama escrita pelo avô, Benedito Ruy Barbosa, em 1990. A mãe de Jove (Jesuita Barbosa) surgiu no remake como influenciadora digital.

"Eu achei muito interessante isso. O mundo mudou, 30 anos atrás as pessoas não tinham nem celular. Achei inteligente botar a Madeleine como influencer. Tem muitas figuras assim. Me diverti muito com as cenas, gravando publi", afirma a atriz.

Com quase 30 anos de carreira artística, Karine viu o número de seguidores nas redes sociais aumentar após o início do folhetim: "Eu estou muito feliz porque é uma novidade para mim. Uma personagem importante numa novela das nove, nunca tinha vivido isso antes".

Madeleine me dá acesso a muito gente que só está conhecendo meu trabalho agora. A popularidade que a TV traz é algo novo para mim. Estou tentando aproveitar esse momento da melhor maneira.

A artista, no entanto, prefere não dar spoilers sobre o final de Madeleine na trama. Assim como na história original, a caçula dos Novaes vai morrer em um acidente de avião. "Daqui a pouco nos despedimos dela, mas, para quem quiser ver o meu trabalho, tem mais coisa vindo por aí", diz Karine.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. 


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São Paulo

A mudança de fases na novela "Pantanal" (Globo) fez muita gente reparar em uma semelhança que até então ninguém comentava. Karine Teles, 43, assumiu a personagem Madeleine, até então interpretada por Bruna Linzmeyer, 29, em uma transição que vai muito além da semelhança física.

"Eu fiquei muito feliz de as pessoas falarem: 'Nossa, vocês são idênticas, nunca tinha reparado!", conta a atriz ao F5. "Eu acho que eu nem sou tão parecida com a Bruna assim, isso é resultado do trabalho de construção que a gente fez tanto no sentido da caracterização externa quanto do estudo da personagem."

Não que ela se ache completamente diferente. "A gente tem um lugar parecido", admite. "Mas eu acho ela uma beleza deslumbrante. Não estou dizendo que sou feia, não, tá? Me acho bonita (risos). Eu só acho que não é no mesmo patamar, então houve toda uma construção para chegar nesse lugar."

Essa construção passou por muitas conversas entre as duas atrizes, embora elas não tenham chegado a se encontrar presencialmente. "Quando eu entrei na novela, a Bruna já estava gravando no Pantanal, então conversamos por videochamada", conta Karine, que também citou as restrições impostas pela Covid no começo das gravações.

Ela afirma que as duas não combinaram nada específico sobre o jeito da personagem. "A gente não chegou a combinar nada de gestual", comenta. "Conversamos muito sobre os estados emocionais da personagem, as alterações de humor, a intensidade, a origem dessa coisa que ela tem de se sentir no direito de fazer tudo do jeito dela."

Ambas também fizeram um trabalho com a preparadora de elenco Andrea Cavalcanti, mas Karine diz que pediu ao diretor artístico da novela, Rogério Gomes (o Papinha), para ver as cenas que Bruna já tinha gravado, de modo a estudar o que a colega estava propondo para a personagem.

"Eles foram muito legais, separaram um blocão com várias cenas da Bruna em várias situações e eu fiquei lá na ilha de edição sentada um tempão assistindo", lembra. "Isso me ajudou muito."

Agora, a atriz respira aliviada. "É um trabalho muito diferente de tudo que eu já fiz, então eu estava muito ansiosa para ver o que ia acontecer", revela. "Estou muito feliz de ver que funcionou, que as pessoas continuam enxergando a Madeleine."

SENSUALIDADE

Karine avalia que uma das características da personagem nunca havia sido explorada por ela como atriz, o que vem sendo um grande desafio. "Isso é muito louco, essa é uma das grandes questões para mim", confessa. "A Madeleine é sedutora, ela seduz as pessoas, e essa é uma característica que eu acredito que, pessoalmente, eu não tenho."

Ela lembra que o mais próximo que chegou disso foi na série "Os Últimos Dias de Gilda", que ela protagonizou no Canal Brasil. Porém, Gilda era uma personagem que se amava como era e tinha uma sensualidade "sem filtros".

"A Madeleine tem uma sensualidade padrão, ela transita no mundo usando a beleza e a sedução como ferramenta de comunicação", analisa. "É o que a gente está acostumado a ver nas redes sociais e em algumas camadas da mídia. Eu achei que seria um desafio para mim tentar encontrar esse lugar que eu nunca tinha explorado."

A caracterização a ajudou a chegar lá. "A coisa do bronzeado artificial, daquele cabelo falso, dos saltos, da maquiagem... É um negócio que dá um trabalho para manter", conta. "Você tem que estar sempre numa certa postura para criar a ilusão e eu fiquei pensando o quanto isso é uma coisa que fragiliza a gente, que tira a nossa força. Eu vejo que isso é um problema sério para a Madeleine."

Neste remake da novela, a personagem é influenciadora digital. "Ela é uma influenciadora da vida fútil: mostra roupa dela, a casa dela... Ela não está ali falando de feminismo ou contra o etarismo. Pelo contrário, ela está ali mantendo uma aparência", comenta.

Nada disso foi muito natural para Karine. "Foi uma coisa que, para mim, foi muito pesquisado", confessa. Porém, o resultado tem compensado. "Eu sou uma pessoa que não gosta de se assistir, mas eu tenho assistido à novela e falo: 'Caramba quem é essa pessoa?'. Assim, eu acho que criamos uma figura diferente da minha, sabe?"

Na vida pessoal, a atriz é quase o oposto da personagem. "Eu nunca mexi na cara e nem pretendo", afirma. "Nunca fiz botox nem nada desses negócios. Nunca fiz e não vou fazer. Sou rebelde nesse sentido. Agora eu estou usando aparelho para não correr o risco de perder dente na velhice, mas eu não pretendo mexer na minha cara. Eu faço atividade física, gosto de cuidar da minha alimentação, gosto de cuidar da minha saúde, mas não tenho essa loucura de ser magra."

COMIDA PELA SUCURI

Ainda sobre a personagem, ela conta que Madeleine tem relações muito complexas. Com o filho Jove (Jesuíta Barbosa), ela enxerga o fato de ter mentido dizendo que o pai dele estava morto é uma barreira quase intransponível. "Acho que é um fato muito definidor, uma mancha muito grande no relacionamento deles", lamenta.

A personagem também tem uma relação que ela qualifica como "tóxica" com Gustavo (Caco Ciocler), com quem teve diversas idas e vindas ao longo dos anos. "Eles deveriam ser amigos", sugere ela. "Ele gosta dela, mas tem ali um aspecto de ressentimento que faz ele tratar ela meio mal."

A atriz diz que só não tem autorização para falar sobre o desfecho de Madeleine, que muitas pessoas na internet especulam que poderá ser diferente do que ela teve na primeira versão da novela, exibida em 1990 pela extinta TV Manchete. Na época, a personagem foi vivida por Ítala Nandi, que precisou deixar o elenco, o que fez com que a personagem morresse em um acidente aéreo.

"Como é uma novela que já existiu, que as pessoas já assistiram, é bom ter alguns mistérios preservados", argumenta Karine. "Vamos ver o que vem. Nem eu sei", despista.

Enquanto comemora esse novo sucesso profissional, a atriz se prepara para estrear como diretora de longa-metragem, o que deve ocorrer nos próximos anos. Ela já dirigiu dois curtas —o mais recente, "Romance", segue circulando em festivais.

Uma das mais importantes atrizes do cinema brasileiro em sua geração, ela imagina como seria o encontro de Madeleine com alguns dos personagens marcantes que ela já viveu no cinema, como a dona Bárbara de "Que Horas Ela Volta?" (2015).

"Elas têm um lugar de interseção, são duas mulheres da elite social e econômica do Brasil, mas são mulheres muito diferentes", avalia. "Emocionalmente, a Madeleine vai para outro lugar. Acho que elas não seriam nem amigas."

Já a forasteira que atira a esmo nas pessoas em "Bacurau" (2019) ela imagina tendo um final trágico se chegasse ao Pantanal. "Acho que ela ia ser engolida pela sucuri", brinca. "Ia sobrar só aquela roupinha colorida de fora no rio (risos)."

Karine diz que talvez esses filmes tivessem ainda mais dificuldade de serem lançados hoje em dia, embora acredite que a arte sempre daria um jeito de se fazer presente. "Eu fui ao cinema assistir a 'Medida Provisória' e fiquei muito feliz porque o filme bateu para mim nesse mesmo lugar, achei que é um filme da importância desses que estamos falando", comenta. "E o cinema estava lotado, as pessoas estavam muito emocionadas. Eu chorei o filme inteiro."

"A gente faz cinema, novela, para se comunicar, para conversar com o outro, para se sentir menos sozinho, então fiquei muito feliz de depois de tanto tempo ter conseguido estrear", explica. "Acho que tem uma força na arte que é incontestável, é impossível você impedir que ela aconteça."

Ela cita as dificuldades cada vez maiores que as produções têm enfrentado com a falta de um Ministério da Cultura no atual governo federal, o que afetou uma indústria que estava crescendo e empregando muitas pessoas. "As leis de incentivo para a cultura estão sendo atacadas como se fossem uma exceção, quando na verdade todas as indústrias do nosso país têm leis de incentivo", lembra.

"Nós não temos mais porque, de repente, a cultura virou o capeta e as pessoas acreditaram nessa narrativa de que a Lei Rouanet, por algum motivo, era uma lei que beneficiava os artistas de uma maneira injusta e que eles ganhavam fortunas para fazer peças que falam mal do governo", afirma.

"Não é bem assim", rebate. "Todo mundo que já trabalhou com lei de incentivo sabe que é uma lei seríssima e que você tem que prestar conta do centavo que você gastou com a agulha que comprou para costurar a camiseta rasgada do ator."

A atriz também lembra que estamos em ano eleitoral e incentiva que as pessoas deem sua opinião sobre o tema. "É importante que a gente chame as pessoas para a discussão", diz. "As pessoas têm que conseguir ouvir e serem ouvidas. Quem está com título atrasado, ainda dá tempo. Pelo amor de Deus, tira seu título! Vá exercer seu direito de escolha de votar em quem você acredita."

Quem é a nova Madeleine de Pantanal?

Karine Teles interpreta Madeleine Novaes em Pantanal. Pantanal. Pantanal | 28/03/2022.

Quem faz Madeleine na primeira fase de Pantanal?

Bruna Linzmeyer, a Madaleine na primeira fase de Pantanal, se despede de personagem. "Essa personagem chega ao fim e encerrar ciclos é tão importante quanto começá-los. Bruna, lembrarei da nossa Mad sempre com muito amor. Aquele das coisas primeiras.

Quem é a atriz que faz a mãe da Madeleine?

Em Pantanal, Mariana (Selma Egrei), mãe de Irma (Camila Morgado) e Madeleine (Karine Teles), retornará a trama.