Quem retirou o útero pode ter sangramento?

Miomas são tumores benignos que ocorrem em, pelo menos, 50% das mulheres em fase reprodutiva. Quando sintomático, provoca dores locais intensas, sangramentos e aumento da circunferência abdominal.

No Brasil, estima-se que, anualmente, sejam realizadas 300 mil cirurgias para remoção parcial ou total do útero e/ou trompas e ovários devido a miomas. Isso sem contar as realizadas por conta de tumores malignos, como no caso do câncer de colo do útero. De qualquer forma, o tratamento cirúrgico ginecológico não afeta a vida sexual nem o equilíbrio hormonal da paciente — no entanto, infelizmente a histerectomia inviabiliza a gestação.

Este artigo é um guia para quem precisa passar pelo procedimento. Continue a leitura, tire suas dúvidas e saiba como é possível ter filhos após a histerectomia.

Qual é o objetivo da histerectomia?

A histerectomia (parcial ou total) é o tratamento definitivo para miomas. Ele é chamado de definitivo porque cerca de 20% das mulheres que optam pelo tratamento medicamentoso ou pela miomectomia têm recidiva da doença em até 5 anos.

Além dos miomas sintomáticos, a cirurgia de remoção do útero também pode ser realizada em tratamentos de câncer de colo do útero. Nesse caso, a intervenção, pode ser:

  • simples (preservando as estruturas próximas ao útero) ou
  • radical (com retirada do útero, dos tecidos próximos ao órgão e da parte superior da vagina, bem como dos linfonodos pélvicos).

Como é a técnica empregada?

Existem diversas técnicas de histerectomia, mas a histerectomia assistida por videolaparoscopia tem se popularizado mundo afora assim como a via vaginal ja consagrada há mais tempo. Elas se destacam por serem uma abordagem menos agressiva, em comparação à via abdominal convencional.

Dessa forma, o tempo de internação é menor e o retorno às atividades de rotina, mais rápido (em torno de 15 dias). A vantagem da videolaparoscopia é a possibilidade de inspecionar a cavidade abdominal e diagnosticar a existência de patologias associadas.

Para quem a cirurgia é indicada?

A histerectomia é indicada para pacientes que desejam uma solução definitiva em relação a doenças como mioma uterino, endometriose, dor pélvica crônica, patologia endometrial benigna, patologias ovarianas benignas e sangramento uterino disfuncional, bem como alguns tipos de câncer de colo do útero. Além disso, essas mulheres devem estar de acordo com a impossibilidade de engravidar no futuro.

Histerectomia a gravidez: quais são os impactos na vida da mulher?

Mulheres que precisam fazer uma histerectomia costumam encarar o procedimento de duas formas: ou como a cura para um problema difícil ou como uma perda difícil — nesse caso, devido às implicações ligadas à reprodução. A remoção do útero gera sentimentos diferentes em cada uma, de acordo com o significado atribuído ao órgão, a forma como a paciente se percebe após o procedimento e o desejo de ter futuras gestações.

Mas apesar de a cirurgia interromper a fertilidade e eliminar as possibilidades de engravidar, ela não implica, necessariamente, na impossibilidade de ter um filho. Caso haja o desejo de ser mãe, a mulher pode recorrer à chamada barriga solidária.

Como ter filhos depois da histerectomia?

Para ter filhos depois da histerectomia é necessário fazer um tratamento de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), para possibilitar a formação dos embriões, e encontrar um útero por substituição, onde vai acontecer a gestação. Ou seja, a mulher precisa que outra mulher se disponha a gerar seu bebê no próprio ventre (processo chamado de cessão uterina temporária).

No Brasil, a Resolução nº 2.168/2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM),determina que a barriga solidária seja de uma parente de até quarto grau. Assim, a mãe, irmãs, avó ou primas, desde que comprovadamente saudáveis, podem ser possíveis candidatas.

Mas se não houver uma familiar próxima apta a ceder o útero, é permitido solicitar ao Conselho Regional de Medicina (CRM) do seu Estado a autorização para realizar o procedimento com uma amiga que esteja disposta. Vale destacar que todo esse processo não pode ter caráter comercial ou lucrativo. Assim, a voluntária não pode ser paga para gerar o bebê em seu útero.

Para concluir, a remoção do útero implica na infertilidade, mas não, necessariamente, impossibilita a mulher operada de ter um filho biológico. Portanto, para quem está enfrentando o dilema “histerectomia e gravidez”, recomenda-se procurar uma clínica de reprodução assistida para tirar dúvidas sobre as indicações e alcances dos possíveis tratamentos com um especialista.

Enquanto isso, caso haja alguma dúvida sobre o assunto, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco. Nesse momento difícil, saiba que pode contar com o nosso apoio!

Quem não tem útero pode sangra?

Após a retirada do útero a mulher deixa de apresentar sangramento durante a menstruação, pois não existe tecido do útero para ser eliminado, embora o ciclo menstrual continue acontecendo.

Quem tira o útero sangramento depois de retirar?

Qualquer sangramento pós operatório deve ser quantificado por seu médico assistente,pois muita das vezes nada de importante está acontecendo, mas caso alguma intercorrência esteja causando este referido sangramento, seu médico saberá como proceder para tratá-lo.

Quando é feito a retirada do útero pode sangrar?

Pode haver uma pequena hemorragia (sangramento) pela vagina, nos primeiros dias após a cirurgia, que se devem à cicatrização da cúpula da vagina. Assim, é normal haver um corrimento após a histerectomia, que é de cor acastanhada, escasso e sem cheiro associado.

É possível menstruar depois de tirar o útero?

Após a histerectomia parcial ou subtotal algumas mulheres podem apresentar sangramento menstrual, mas em quantidade bem menor dependendo se ficou um endométrio ainda ao se retirar o útero. Não é possível voltar a ter filhos, pois não há onde o bebê se desenvolver já que ele cresce e desenvolve dentro do útero.